sexta-feira, 12 de julho de 2019

A Patranha do Cinquentenário da ESA - A Palavra a José Emanuel Queirós


A Patranha do Cinquentenário da ESA - A Palavra a José Emanuel Queirós

UMA MEDALHA PARA A ESA POR CONTA DO SEU FUTURO MEIO SÉCULO 

Aqui fica o historial da coisa, feito por um geógrafo que não perdeu a memória, nem o tino!

O desconhecimento é geral e a memória de há quarenta e seis anos não é prodigiosa para os que aparecem a fazer a festa.  Antes de o ser, a Escola Secundária de Amarante (ESA) não existia. A história que a precede ocorre na Secção Liceal de Amarante do Liceu Nacional de Guimarães (instalado no antigo edifício do Colégio de São Gonçalo), escola a que estavam ligados os professores, o reitor, e onde as matrículas eram feitas nos anos lectivos de 1971/72 e de 1972/73. O enquadramento legal que permitiu a criação desta Secção Liceal em Amarante foi exactamente o mesmo que facultou a criação das secções liceais de Felgueiras e do Marco de Canaveses do mesmo Liceu Nacional.
A Escola Comercial e Industrial de Amarante existiu até ao ano de 1975, sem qualquer paralelismo pedagógico com os cursos liceais oferecidos pelo Liceu Nacional de Guimarães, em Amarante.
Com a criação da ESA em 1975, e na falta de serviços de secretaria próprios, as matrículas passaram a ser feitas no antigo Liceu Nacional de Penafiel, reconvertido em Escola Secundária.  Entretanto, os cursos da Escola Comercial e Industrial de Amarante, que habilitavam profissionais para o comércio e a indústria, diplomava em três anos (equivalente ao quinto ano do liceu, mas sem equivalência!... os chamados ‘mestres’) foram extintos, simplesmente, assim como os respectivos estabelecimentos de ensino!...
Há, contudo, uma excepção neste processo pós-revolucionário (PREC) de alterações conturbadas do sistema nacional de ensino: o das escolas técnicas comerciais e industriais que tinham cursos homologados em exercício, de cinco anos lectivos, em percurso paralelo equivalente ao percurso liceal que dava o diploma de sétimo ano.
Foi o caso, por exemplo, da escola técnica de Ílhavo e mais duas a nível nacional, que foram reconvertidas em escolas secundárias, casos que contrastam sobejamente com o que ocorreu em Amarante, Felgueiras e Marco de Canaveses.
Em Amarante, estamos perante um equívoco oficial, transformado numa monumental patranha local, que não fica bem a ninguém, nem à escola nem à cidade, quando as referências são valoradas com critérios que nos comprometem a todos no presente e para o futuro.
O meio século de existência para a ESA ainda há-de chegar, e virá ao mesmo tempo que chegar para as escolas secundárias gémeas de Felgueiras e do Marco de Canaveses.
Até lá ficamos perante um torpe exemplo antropológico, semelhante ao processo de construção das histórias, das religiões e das culturas dos povos, em que as conveniências fazem as rotinas e os consuetudinarismos, criam as efemérides, fazem a lei e impõem a ordem.
Tudo numa perspectiva vesga, ao arrepio dos factos e das circunstâncias de facto!...
Vamos que vamos, Amarante!... (Ponto final)

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