Hoje Era Noite de Serão de Webinar
E lá estávamos a postos para escutar o senhor secretário de estado João Costa e a directora do Agrupamento de Escolas de Amarante, Dina Sanches, a convite da JS local, mas a net estava sempre a falhar e apenas captamos uns soluços, diria até uns solavancos.
A coisa deu bronca. Não sei se isto foi premonitório do que acontecerá já a partir da próxima segunda-feira quando todos, ao mesmo tempo, nos ligarmos.
O webinar ficou adiado para o próximo sábado, pelas 21:30. Vá lá que ainda tive tempo de por lá deixar uma pergunta ao senhor secretário de estado, com o respectivo enquadramento. Veremos se de hoje a oito dias receberei resposta.
Darei novas.
Boa noite a todos.
Penso que estaremos todos de acordo quanto a dois princípios básicos - o E@D não é um substituto de um ensino presencial, muito mais rico e envolvente, e o E@D aprofunda desigualdades e penaliza incomparavelmente mais os mais frágeis e desprotegidos da sociedade.
Para não me alongar, e partindo deste princípio, queria perguntar ao senhor secretário de Estado como explica, quase um ano após o primeiro confinamento, que a grande maioria das escolas, e dos alunos carenciados deste país, esteja exactamente no mesmo ponto em que estava em Março de 2020, alguns até estarão pior, isto depois das promessas do senhor primeiro ministro, datadas de Abril, e do próprio ministro da Educação se ter comprometido a apetrechar os alunos/escolas, em termos tecnológicos, durante o 1.º período.
Mais uma vez falharam com quem nunca poderiam ter falhado - os mais fracos, os mais frágeis, os mais desprotegidos da comunidade educativa. São sempre eles, sempre os mesmos, os que nunca ficam esquecidos no vosso discurso mas raramente são contemplados pelas vossas práticas.
Nós conhecemos-lhes as caras, lidamos com eles todos os dias, para nós, Professores no terreno, nunca serão números.
Assim, iniciarmos o E@D nestas condições, é uma falta de respeito pelos alunos, pelas famílias e pelos professores passado quase um ano sobre a cena primeira de um confinamento que foi, até certo ponto, inesperado. Este segundo confinamento, desculpem-me, só pode ter sido inesperado para os muito distraídos ou para os totós. Agradeço os esclarecimentos.
Só questiono uma coisa: se esta pandemia acontecesse há uns 10... 15 anos? Nem sequer haveria a hipótese de haver aulas à distância. Mesmo telefone fixo, só para alguns. É bom começarmos a pensar não só a montante, mas também jusante. De que adianta formar tanta gente nas universidades, se depois esgotam-se as oportunidades de emprego? Pior, as poucas que há, são para os mesmos iluminados que passam qualquer prioridade de vacinação e são vacinados, só porque é a senhora x ou filha de y. É bom que reflitamos todos para onde caminhamos.
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