sábado, 1 de setembro de 2007

Hotel des Thermes - Dax




Hotel des Thermes - Dax - França
Fotografias de Artur Matias de Magalhães





Hotel des Thermes - Dax - França
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Hotel des Thermes - Dax

Surpresa das surpresas. Durante a nossa viagem pelo Norte, mais concretamente em Dax, fomos parar, absolutamente por acaso, a um hotel três estrelas que me deixou a olhar para ele, por me ser familiar dos livros de arquitectura, e a pensar "Onde é que eu já vi este edifício? Mas de quem é este edifício?"
Absolutamente por acaso fomos parar a um hotel projectado por um dos arquitectos franceses de que já falei neste blogue a propósito do IMA, ou Instituto do Mundo Árabe, e a propósito daquilo a que eu chamo arquitectura inteligente - Jean Nouvel.
Há coisas curiosas.
O Hotel, inaugurado em 15 de Outubro de 1992, é, como o nome indica, um hotel termal, situado no segundo maior centro termal francês. É um imenso edifício de planta rectangular onde o arquitecto Jean Nouvel utilizou o betão para a estrutura. Depois foi "só" fechá-lo ao exterior com um sistema de portadas em madeira que dão ao edifício um aspecto muito característico e acolhedor. Por dentro os pisos onde se desenvolvem os serviços e os quartos dão para um imenso pátio interior, rectangular, que ocupará cerca de dois quartos do espaço total disponível. No restante funciona uma piscina coberta, mas com uma cobertura transparente, deixando ver as pessoas logo pela manhã a fazerem os seus exercícios matinais. O espaço interior é muito amplo e arejado havendo até espaço para enormescas plantas que já quase se transformaram em árvores.
Os quartos são apartamentos, com mobiliário sólido e bem desenhado de alumínio. Pequena kitchenette completamente equipada com microondas, frigorífico, tábua de dar a ferro, loiça toda branca, enfim, tudo pronto a ser utilizado.
O wc está equipado com loiça sanitária muito bonita servindo o lavatório também como tanque para lavar uma ou outra peça de roupa. E a sanita propriamente dita tem direito a compartimento só para ela. Como eu gosto.
O quarto, generoso, bem equipado, é composto pelo quarto propriamente dito e sala onde pontua uma mesa redonda.
São por isso quartos confortáveis e práticos que se ajustam plenamente à sua função que é a de acolher casais que ali se instalam por temporadas para fazerem os seus tratamentos termais e é vê-los logo pela manhã a circularem pelas varandas interiores que circundam o generoso átrio de robe branco e chinelos a condizer nos pés.
Edifício bem esgalhado este, que cumpre plenamente a sua função. É por isso que eu continuo a falar daquilo a que chamo arquitectura inteligente. É que todo o edifício se comporta como se fosse um imenso e extenso balneário. E este conceito liga-se plenamente às cores utilizadas para o interior e que me fizeram lembrar da Barca... chão cinzento, paredes imaculadamente brancas, equipamentos cinzentos, brancos e azuis... tal e qual as cores que utilizei na Barca. E liga-se à iluminação escolhida, composta de simples lâmpadas brancas fluorescentes, cuja luz toma depois este tom de azul remetendo-nos para o elemento líquido que é o mar - azul.
Apeteceu-me ficar lá uns dias e experimentar aqueles tratamentos termais, aquelas piscinas de água quente, aquelas massagens xpto... apeteceu-me, a mim, que não sou nada dada a essas coisas. Aqui senti-me como um peixinho dentro de água.
Arquitectura inteligente esta!

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