sábado, 22 de dezembro de 2007

Aventuras na Cozinha


Chila - S. Gonçalo - Amarante - Portugal
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Aventuras na Cozinha

É claro que um post de aventuras na cozinha tem de meter a minha filha Joana pelo meio, a pairar tipo fiscal de obras, a vistoriar-me e a controlar-me os passos. A grande surpresa é que desta vez não sou só eu a culpada desta história e também a Céu Costa está envolvida neste imbróglio.
Bom, mas tenho de começar pelo princípio e contar que a Joana me encomendou um jerimu já há alguns dias atrás. "Não te esqueças, mãe, arranja-me um jerimu que eu este ano vou experimentar fazer os bolinhos de jerimu para o Natal." "Tudo bem, minha filha, cá terás o teu jerimu."
Pois em conversa com a Céu Costa, um dia destes no café, comentei este pedido da Joana e diz-me a Céu, toda solícita "Não compres. Arranjaram-me três e eu trago-te um." E assim foi. Ontem lá me levou o dito do "jerimu" para o café-bar, que eu carreguei toda satisfeita para casa, feliz por fazer feliz a minha filhota, que olha para mim desconfiada de cada vez que eu lhe digo que a ajudo na cozinha. Foi o caso de ontem. Logo que me prontifiquei a ajudá-la com os docinhos, ela olhou para mim com cara de caso e disse-me "Até te tenho medo!" Mas é só para cozer o jerimu... pensei eu... não tem nada que saber. E afinal não deve estar assim tão longe da minha especialidade, que é fazer batatas cozidas.
Hoje foi então dia de atacar o "jerimu", que se revelou lindo, com uma casca cheia de manchinhas irregulares amarelas clarinhas num fundo verde escuro. Com a ajuda do meu sobrinho Rodrigo, toca de abrir o dito em duas metades e... surpresa... o jerimu não deveria ser cor-de-laranja? O jerimu, também chamado de abóbora-menina, não deveria ter o aspecto de uma abóbora? Pois o que tínhamos ali à nossa frente estava longe longe do aspecto da fotografia que acompanhava a receita dos docinhos de jerimu. E enquanto a Joana saía disparada a correr para a Internet já eu metia o nariz naquela coisa esbranquiçada e esfiapada e, lembrando-me do doce de chila da minha mãe, já eu sentenciava "Joana, isto não é um jerimu! Isto é uma chila!" E a confirmação veio pela Internet, uns segundinhos depois, com as gargalhadas da minha filha.
De facto, o jerimu da Céu Costa tinha-me saído uma boa chila!
Claro que meti pés ao caminho e fui a correr comprar uma verdadeira abóbora-menina que coze agora numa grande panela dando início ao verdadeiro processo da realização dos ditos docinhos.
Uf, Céu, que o teu jerimu saiu-me mesmo uma boa chila!
Será que os outros dois são igualmente abóboras mutantes?!

4 comentários:

  1. Lamento informar mas só me restam duas abóboras e desconfio que uma é Chila, visto a minha amiga Esmeralda, que foi quem me ofereceu uma delas, me ter falado em Chila, agora me lembro, ou será que te levei a chila e fiquei com os dois jerimú? Já me baralhei! Eu disse-te que deste Natal não passa! Vou aprender a fazer bolinhos de jerimú! Não que aprecie esta iguaria, mas cá em casa alguém aprecia. A propósito, até uma singela Chila fotografada por ti, parece interessante…adorei! Quando publicar o meu livro de receitas estás contratada para fazeres a ilustração, Bj. Até mais…

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  2. Podes aprender comigo. Amanhã postarei a receita dos ditos, dos verdadeiros docinhos de jerimú.
    E estou contratada para te ilustrar o livro de receitas?
    Ok... estás perdoada! Lol

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  3. Pois, Mia, ainda bem que eu não sou este desastre na sala de aula. Lol
    Um belíssimo Natal para ti.
    Fica bem. :)

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