3500 Professores em Braga
"Está na hora! Ministra vai-te embora!", gritaram 3500 professores ontem à noite em Braga
01.03.2008 - 10h13 Lusa
Um total de 3500 professores do Minho, vestidos de preto e empunhando velas, concentrou-se hoje à noite no centro de Braga, numa vigília de protesto exigindo a demissão da Ministra da Educação.Os docentes, oriundos de todo o Distrito, começaram a concentrar-se às 21h30 na zona da Arcada. Logo que o seu número aumentou, desfilaram pelas ruas do centro histórico, rumo ao edifício da Câmara Municipal de Braga, onde, acenaram com lenços brancos, dizendo: "Está na hora! Ministra vai-te embora!". "Exigimos a saída da Ministra e a mudança das políticas educativas, que afrontam os professores pondo-os contra os pais e a sociedade", afirmou à agência Lusa, Osvaldo Santos, professor em Guimarães, no meio de um grupo de colegas que manifestava concordância com a sua opinião. Uma outra docente, Natália Gomes, sustentava que "o actual Governo venceu as eleições com o voto de muitos dos professores que hoje o contestam", vaticinando que tal não voltará a suceder. "Com o nosso voto não regressam ao poder", comentou a mesma professora. A maioria dos professores presentes, ouvidos pela agência Lusa, dizem que nas escolas se vive "um estado de grande desilusão" que se está a transformar em "espírito de revolta". "Vamos todos a Lisboa à manifestação de 8 de Março", afirmam. Garantindo que a manifestação de Braga não teve organização de qualquer estrutura sindical ou partidária, os docentes criticaram as medidas do Ministério, como é o caso do sistema de avaliação, do novo modelo de gestão das escolas e do novo estatuto do aluno. Osvaldo Santos lamentou que o clima que se vive nas escolas seja de grande instabilidade e de angústia, com os professores a temerem pelo futuro em termos profissionais e a sentirem-se "diariamente maltratados" pelas posições do Ministério. "Este Governo em geral e a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, em particular, mostraram já que apenas sabem impor medidas sem diálogo com aqueles a quem se dirigem", afirmou. Entre os manifestantes, alguns deles professores da Universidade do Minho, havia quem dissesse que "o mau clima que se vive nas escolas só não prejudica os alunos, porque a classe tem sabido manter-se firme no seu profissionalismo". "A escola pública, que tem de ser para todos, não pode ser gerida com autismo e arrogância", sublinhou aquele docente, frisando que os professores não temem ser avaliados, querem é uma avaliação séria e não pensada para os impedir de prosseguir na carreira.
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