Cavaco Silva Apela à Serenidade
Declarações na cerimónia dos 205 anos do Colégio Militar, em Lisboa
Cavaco Silva faz veemente apelo à serenidade de todos os agentes do ensino
01.03.2008 - 13h24 Lusa
O Presidente da República, Cavaco Silva, fez hoje um veemente apelo à serenidade de todos os agentes do sector da Educação, incluindo Governo e professores, pedindo uma diminuição dos focos de tensão e que sejam emitidos sinais positivos.As declarações do chefe de Estado foram proferidas nas comemorações dos 205 anos do Colégio Militar - instituição em relação à qual Cavaco Silva fez rasgados elogios ao seu "ensino de excelência e cultura de valores éticos e morais". O Presidente da República disse encontrar também exemplos de "excelência de educação" nas escolas públicas. "Já tive a ocasião de sublinhar alguns desses bons exemplos. Para que haja sucesso na tarefa educativa, é preciso serenidade de todos e colaboração de todos", salientou o Presidente da República. De acordo com Cavaco Silva, que se tornou o aluno honorário 695 do Colégio Militar, "é preciso que professores e pais dêem o seu contributo para que sejam superadas as dificuldades do nosso sistema de ensino". "Temos de ter um ambiente de confiança entre todos os intervenientes no nosso processo educativo. É preciso que todos emitam sinais positivos porque o país tem de recuperar em matéria de qualificação dos recursos humanos", frisou. Segundo o Presidente da República, Portugal conhece neste momento "um ambiente de alguma tensão no seu sistema educativo". "É óbvio que isso está a acontecer e, como Presidente da República, não posso deixar de estar preocupado", declarou. Falando aos jornalistas após assistir ao desfile dos alunos do Colégio Militar e a meio da visita à instituição, o Presidente da República referiu que o seu apelo à serenidade "não esquece os pais, porque eles têm uma responsabilidade muito particular na educação dos filhos". "A comunidade tem de interessar-se pela escola e não podemos exigir tudo aos professores. A comunidade tem de sentir que a escola lhe pertence", justificou, antes de advertir que "seria muito negativo que Portugal voltasse para trás no domínio da educação, porque ainda há um longo caminho a percorrer, designadamente contra o abandono e o insucesso escolar". Interrogado sobre a forma como tem encarado o actual confronto entre professores e Governo, o Presidente da República começou por salientar que "a manifestação é um direito constitucional, que todos temos de respeitar". "Mas, da parte de um Presidente da República, espera-se uma palavra de apelo à serenidade e para criação de um clima de confiança entre todos os intervenientes", sublinhou, antes de recordar que esse seu apelo à serenidade e confiança já fez parte da mensagem de Ano Novo que dirigiu aos portugueses. "Neste momento só tenho razões para reforçar esse apelo", disse, embora recusando-se a dar a sua opinião sobre os assuntos que neste momento dividem professores e executivo. "Um Presidente da República não pode dizer muito mais do que aquilo que já disse, porque não deve interferir em matérias que são da competência do Governo, nem tão pouco deve afastar-se do princípio da imparcialidade numa matéria que ganhou contornos de conflitualidade política e partidária", advogou Cavaco Silva. Na cerimónia de aniversário dos 205 anos do Colégio Militar estiveram, além de Cavaco Silva, o ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira, o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, Valença Pinto, o chefe de Estado Maior do Exército, Pinto Ramalho, os presidentes das Câmaras de Sintra, Fernando Seara, de Oeiras, Isaltino Morais e o vereador da Câmara de Lisboa Marcos Perestrello.
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