sábado, 3 de maio de 2008







Movimento - Umbigo - Largo de S. Gonçalo
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Manhã de Sábado

As minhas manhãs de sábado são cumpridas religiosamente com uma romaria rua abaixo até ao meu umbigo. Já falei dele neste blogue. O ponto a partir do qual eu irradio. O ponto que me dá o Norte.
Gosto de me sentar à volta do meu café, das minhas leituras impressas, e de levantar os olhos, muitas vezes, das folhas onde os pouso, e observar o movimento no Largo.
Gente que se cruza caminhando em múltiplas direcções. Gente conhecida desde sempre, outra conhecida de vista, outra ainda completamente nova para estes meus olhos observadores, para esta minha cidade, que já foi uma grande vila, onde eu teimo em permanecer.
Conheço estes movimentos de cor. Todos diferentes. As manhãs dos dias de semana, sem feira, são muito diferentes das quartas, dia em que há feira. Ao sábado, igualmente dia de mercado, o movimento é mais intenso, completamente diferente do domingo, mas também ele movimentado, à custa de outras gentes, que ocorrem à missa na igreja de S. Gonçalo.
E, finalmente, o movimento no Largo é muito determinado pelo correr das estações do ano. Segunda de manhã de Inverno, no Largo, é uma autêntica pasmaceira, e temos a sensação que a cidade é, quiçá, toda nossa!, de tal forma a gente se encontra ausente do Largo.
O movimento intensifica-se e melhora com a Primavera e com a chegada do Verão. Os turistas vão povoando o Largo emprestando-lhe novas vivências, novas posturas, novas mentalidades.
Vou observando, a partir do meu canto, a cidade a despertar da letargia, da hibernação.
Finalmente.

11 comentários:

  1. Lindos os teus olhos, profundos os teus olhos, precisos os teus olhos que tão bem fotografam a tua cidade. Lindas as palavras com que transmitem as sensações. Redimem tanta Língua atraiçoada. E agora, uma nota mais brejeira: sabes o que me começou a esoar na cabeça ao ler-te? Camané, no seu fado-canção "O Outono na minha Rua".
    Então, goza bem o teu Sábado e olha à vontade para o teu Umbigo. É uma coisa tão nossa, não é? E o último sinal do laço físico que nos prendeu à Mãe. Um beijo, Anabela, da Carmo

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  2. O largo de S. Gonçalo é realmente o colo desta nossa nobra cidade.
    Adoro-o no Verão qando há animação cultural, quer seja Fado de Coimbra, teatro ou Carmina Burana. Neste colo tudo me parece bem.
    Por vezes, há alguns movimentos classistas que me deixam um pouco entristecida, mas isso já nada tem a ver com o colo desta cidade.

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  3. E pronto... fiquei de olhos rasos de água...
    Obrigada, Carmo.
    Desejo-te um bom fim-de-semana.

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  4. Gosto deste espaço colo/umbigo, Passiflora. Conheço-o de cor e salteado. Aqui está a minha segunda casa de S. Gonçalo, a que eu conheço praticamente desde que nasci, porque era do meu avô Rodrigo - o café onde continuo a aquietar-me.

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  5. É bom que continues as tuas romarias de sábado para que o Norte continue sempre a orientar-te porque assim ficas cheia de energia para nos transmitires as palavras que brotam do teu coração e que se ilustram nas tuas fotografias.
    Qualquer dia também vou a essa romaria. Qualquer dia. Mas sem avisar e pode ser que apareça, sem o saber, numa dessas fotografias.
    Carpe diem! Porque a nossa vida também tem estações que pautam o nosso viver.

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  6. Belas fotografias!!

    Venho agradecer imensamente o prémio que me concedeste!... É bom quando alguém se lembra de nós...

    Beijinhos

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  7. Embora nem todos o saibam eu conheço esta cidade, há mais de 27 anos, onde estudei e vivi durante três anos. Vivo permanentemente nela, está prestes a fazer dezoito anos.

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  8. Obrigada, Raul.
    E quando quiseres vir a Amarante, em romaria, és bem vindo.

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  9. De nada, professorinha... é só merecido!
    E espero que os teus meninos do pief e do cef andem mais calmos!

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  10. Anabela,

    Lugar privilegiado este

    Largo de São Gonçalo,

    também fui feliz neste lugar,

    algumas vezes ao teu lado,

    e como percebo as tuas palavras…

    Até mais…

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  11. Algumas vezes ao teu lado. Faço, assim, minhas as tuas palavras. E retribuo-te o cumprimento. E vê se apareces por lá.

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