segunda-feira, 29 de setembro de 2008



Relatório de Segunda-Feira

Depois de ter trabalhado quase todos as noites até à uma hora da manhã durante a semana passada, da reunião com os pais, convocada para as 9 horas da manhã de sábado e que só terminou às 11:30, depois de ter ficado toda a minha tarde de sábado a tratar dados da minha direcção de turma por forma a poder fornecer uma caracterização na reunião intercalar que agora terminou, eis que relato o meu dia de hoje.
Aula das 10:20 às 11:50 a que se seguiu o intervalo de almoço. Reentrada às 13:30 até às 16:40. Como tinha reunião intercalar resolvi nem vir a casa. Aproveitei para continuar a trabalhar no PCT. Fui à secretaria tratar de assuntos relativos à minha DT, tirei fotocópias para entregar durante a reunião, analisei mais dois processos de alunos, alguns com referências desde que nasceram. Às 18:30 a reunião estava a começar e prolongou-se até às 20:40.
Cheguei agorinha mesmo a casa. Pelas minhas contas hoje trabalhei na escola 8 horas e 40 minutos com parte deste tempo a escoar-se às voltas com papéis. Estou exausta. E com o meu plafon de horas para trabalho de casa absolutamente esgotado. Trabalho para os alunos? Professores com tempo e vontade para encontrarem as melhores estratégias para as suas aulas que deveriam ser entusiasmadas, enérgicas e felizes? Who cares!

Nota - Afinal ontem não resisti a trabalhar mais uma hora para a minha direcção de Turma o que fez a módica quantia de 9 horas e 40 minutos.
Quem me paga as horas extraordinárias?

10 comentários:

  1. Relatório do dia: receber GNR, receber judiciaria, receber investigadores...fazer faxs, fazer mail, fazer registos, dr informações aos superiores, tudo sobre o assalto. Enviar dados, mandar e arrumar tudo, ver o que falta... Dar aulas mal e porcamente sem paciencia para os putos, que excitados pela confusão se portam mal! Sem culpa de nada, são os mais prejudicados...

    ResponderEliminar
  2. «aulas que deveriam ser entusiasmadas, enérgicas e felizes»
    Outra afinidade! Sabes como anuncio aos alunos no início da aula o plano que levo no bolso - sempre passível de alteração, que as pessoas e as circunstâncias não se programam? Pois é assim: «programa das festas». Achei tão engraçada mais esta coincidência quando a li num andar aqui mais abaixo!
    Eu penso mesmo que o professor deve transmitir energia, mostrar que a sua profissão o faz feliz, fazer da aula uma festa, de convivência, de conhecimento, de crescimento conjunto. É certo que a festa, às vezes, descamba... Mas a vida é mesmo assim, vai dos mares de tranquilidade às montanhas de problemas.
    Ora tais aulas são, contrariamente ao que muitos pensam, de arrasar. Mas é um esgotamento bom porque vemos o nosso esforço recompensado na expressão das faces deles, na forma como nos olham e nos falam.
    Agora a energia e o tempo gasto a (re)produzir papelada são desgastantes e inúteis. Depois de guardadores estão a fazer de nós burros, cráticos e de carga. Funcionários como diz a Carmo.
    Belo texto sobre esta e outras questões aqui: http://terrear.blogspot.com/2008/09/manifesto-favor-da-solidariedade.html
    Beijocas e "não te marafes"

    ResponderEliminar
  3. Importámo-nos nós porque amamos a nossa profissão!
    A Senhora Ministra está de passagem!
    Luta, levanta-te Anabela!
    A cada murro, ergue-te!
    Like Paul Newman!

    ResponderEliminar
  4. Isto há-de melhorar! Façamos a festa com os alunos! Eu até canto com eles! É uma alegria!E quando é para trabalhar, é para trabalhar mesmo. Eles já sabem.
    Não se marafem! Comecem a pagar direitos de autor! Eh,Eh,Eh!

    ResponderEliminar
  5. Anabela,
    Tenta relaxar! A vida é isto, mas não é só isto!
    O cansaço já se está a apoderar de ti, compreendo...Tens muitas turmas e é preciso muito "savoir faire" para lidar com turmas de CEF, sem ofensa alguma para esses alunos.
    Passei o ano passado por uma situação muito dramática, dolorosíssima - a morte do meu pai e a agonia até ao fim. Acredita que comecei a ver a vida de uma outra maneira, com mais serenidade.
    Sem tirar, de maneira nenhuma, o valor a todos estes problemas por que estamos a passar, penso que melhores dias virão, amiga!
    Estes problemas, sentidos ao extremo, consomem-nos e vão-nos desgastando...
    Desculpa este quase solilóquio, mas mesmo sem te conhecer, simpatizo contigo.
    Fica bem!

    ResponderEliminar
  6. Não, o teu dia também foi de excelência, Tiza!

    ResponderEliminar
  7. Concordo com tudo o que dizes, Elsa, bem o sabes. Mas nesta altura está complicado manter essa postura... as energias vão-se consumindo em tarefas estéreis e esse sentimento é mesmo insuportável. Não gosto de ser professora assim.
    Dizem-me pela escola "Tens de melhorar os teus resultados em não sei quantos por cento!!! Estará tudo tolo? Não serão os meus alunos que têm de melhorar esforçando-se mais?
    Sou eu que administrativamente projecto uma melhoria para cumprir impreterivelmente ou caem-me em cima com a avaliação de desempenho?! Como é que eu posso quantificar objectivos para resultados de terceiros que não dependem a 100% de mim? Não parecemos já aquele dos Jogos Olímpicos que se comprometeu a vir de Pequim com 14 medalhas e veio com umas valentes medalhas de cortiça nos bolsos? Estará tudo maluco?

    ResponderEliminar
  8. Eu ando erguida, Helder, como tu sabes. Exausta mas erguida. Continuo, por agora, a ser um ser bípede que caminha na vertical. Não sei é até quando aguentarei este ritmo!

    ResponderEliminar
  9. Igualmente Maria Eduarda. Sabes o que te digo? Talvez concorra para a tua escola!
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  10. AM:
    O problema não é (nem nunca será) o dinheiro!
    Acabo de ouvir uma noticia na radio em que o Belmiro de Azevedo se responsabiliza pelo pagamento de todas essas horas extra+ordinárias! e mais! também vai pagar despesas de deslocação e ajuda de custos, tais como :consumíveis,papel, tinteiros e canetas e asafas..!!!
    Tamos safos!

    ResponderEliminar