A Luta Continua
Presidentes dos Conselhos Executivos acusam Ministério de alimentar divisão entre professores
Hoje às 16:17
Os presidentes dos conselhos executivos das escolas acusaram, esta quarta-feira na Assembleia da República, o Ministério da Educação de estar a dividir os professores com o processo de avaliação de desempenho. Os deputados da oposição apoiaram as denúncias dos professores.
Teresa Dias Mendes
Os presidentes dos conselhos executivos que esta quarta-feira foram recebidos na Assembleia da República pela Comissão Parlamentar de Educação acusaram o Ministério da Educação de estar a promover a discórdia e a instabilidade nas escolas dividindo os professores por causa da entrega dos objectivos individuais.
Maria do Rosário Gama, presidente do conselho executivo da escola secundária Infanta Dona Maria em Coimbra, explica que o mau ambiente já se nota em iniciativas insuspeitas.
«A divisão nas escolas entre quem entregou os objectivos e quem não entregou, é de tal maneira grande que almoços que se faziam entre todos os professores neste momento, há convivios que são organizados entre quem entregou e não entregou os objectivos», referiu Maria do Rosário Gama.
«O Ministério está assim a conseguir a divisão entre os professores. Uma situação que cria conflitualidade nas escolas e um ambiente horrivel entre as pessoas», acrescentou.
A oposição mostrou todo o apoio aos professores.
«Persiste a intimidação», referiu Ana Drago do Bloco de Esquerda, «mantém-se a arrogância», afirmou Pedro Duarte do PSD, já o deputado João Oliveira do PCP perguntou aos professores «como é que conseguem aguentar este jogo do gato e do rato?».
Para ouvir na TSF clique em http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1160130
Professores informados que não progridem
ResponderEliminarPEDRO VILELA MARQUES
Avaliação. Carta aos que não entregaram objectivos
Sindicatos admitem que resultados dos exames nacionais podem baixar
Os sindicatos dos professores avisam que o terceiro período de aulas vai ser conturbado e admitem mesmo que os resultados dos exames nacionais do secundário podem baixar, tudo por causa da avaliação do desempenho e dos conflitos que está a criar nas escolas. Uma novela que conheceu mais um capítulo esta semana, com o envio de milhares de cartas em que os presidentes das escolas informam os professores que não entregaram os objectivos que também não vão progredir na carreira.
Num desses documentos, a que o DN teve acesso, a presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária de Santo André, no Barreiro, informa o professor que, por não ter entregue os objectivos individuais até 9 de Fevereiro - fim do prazo estabelecido na escola - não será avaliado no biénio 2007-2009. "Consequentemente, o tempo de serviço contabilizado entre 1 de Janeiro de 2008 e 31 de Agosto de 2009, não será contabilizado quer para efeitos de progressão ou acesso na carreira, quer para efeitos de concurso", acrescenta a carta assinada por Maria Arlete Cruz.