Justino Alves - Galeria de Arte Contemporânea - Fão
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Justino Alves
Ontem tive o imenso prazer de sair do meu umbigo a pretexto da inauguração da exposição de pintura de Justino Alves, realizada na novíssima Galeria de Arte Contemporânea, em Fão.
O espaço é agradabilíssimo, sóbrio, neutro e com uma excelente luz, como convém a uma galeria de arte.
Quanto à pintura de Justino Alves continua a surpreender-me pelas formas antropomórficas femininas/masculinas, angulosas, rigorosas, pelas composições reinventadas e remisturadas em jogos eróticos que se jogam com delicadeza, pela mestria das texturas suavemente espatuladas dos óleos, pelo grito de cor vermelha presente aqui e ali com uma expressão absoluta e surpreendentemente dominante na exposição, pela passarada solta e livre esvoaçando no ar das telas preenchidas à trincha e à espátula.
Revolução, precisa-se?
Revolução, precisa-se?
Precisa. Foi o que pensei olhando aqueles gritos de cor vermelha, aquela passarada esvoaçante prenhe de Liberdade.
Precisamos de uma Nova Revolução na forma como nos relacionamos com o Outro, na forma como nos relacionamos com a Natureza, para atingir o novo equilíbrio necessário para que nos possamos aquietar um pouco, de novo. Precisamos de recuperar os Valores, mais ou menos perdidos neste início conturbado de século, do Respeito pelo Outro, da Solidariedade, da Honestidade, da Lealdade, da Confiança, da Sinceridade, da Exigência, da Responsabilidade, do Brio, da Honra...
Ética, precisa-se. Não vale tudo. Não vale arrancar olhos.
Ética, precisa-se. Não vale tudo. Não vale arrancar olhos.
E a exposição de Justino Alves reavivou-me essa/esta urgência, essa/esta necessidade.
Obrigada, tio meu, por uma tarde e noite extraordinariamente enriquecedora entre amigos.
Nota - Andava eu às voltas aqui com o post, retira uma palavra daqui, coloca outra acolá, quando o Antero Valério, do blogue http://antero.wordpress.com/, aluno em tempos idos do Justino Alves em Belas Artes, em Lisboa, me dá de mão beijada o link que eu procurava para enriquecer esta postagem com este documentário belíssimo, que eu possuo, e que sabia estar publicado na net. O documentário é importante. Constitui uma lição de Vida para além da lição de Pintura e de Estética.
Por isso agradeço-te a informação, Antero, chegada mesmo em cima do acontecimento e aqui deixo o link, para quem quiser aprofundar um pouco mais os seus conhecimentos sobre este importante pintor português nosso contemporâneo.
E fico a pensar na frase aqui deixada faz já muito tempo pela Carmito "Na vida não há coincidências, há aproximações."
Justino Alves, the Colors of Shadow from AIM on Vimeo.
A propósito de Justino Alves, vejam em http://vimeo.com/2706308
ResponderEliminarMuitíssimo obrigada pela dica, Antero, que chegou mesmo em cima do acontecimento.
ResponderEliminarFica bem.
És tu, Antero?
ResponderEliminarSim, sou eu. No blogger apareço com o zoide.
ResponderEliminarJá conhecias o documentário? Está muito bonito.
E o que o Pedro C. Reis diz acerca dos seus silêncios é bem verdade. É com se fosse assim uma espécie de Miles Davis da Pintura, hehe.
Antero
Ufa! Ainda bem que não meti água!
ResponderEliminarTinha quase, quase a certeza que eras tu... de Anterozóide...
Já conhecia pois o João teve a gentileza de nos oferecer o dito.
E o dito está a cara dele: belo, rigoroso, verdadeiro, sólido.
É certo que não lhe conheci a faceta de professor e quando ouvi o Pedro C. Reis a falar dos seus silêncios fiquei a imaginá-lo a circular entre vós e a pensar que o silêncio pode ser a crítica mais exigente porque a mais libertadora.
Concordas?
Ah! E já agora. Ontem conheci um outro aluno que foi dele, nosso colega professor na Amadora, Mário Rita de seu nome. Conheces?
Fui investigar o seu site na net e fiquei muito impressionada com a obra do rapaz. Muito impressionada mesmo.
Um dia destes dedico-lhe um post.
O trabalho do Mário Rita é muito interessante.
ResponderEliminarSim, lembro-me dele na ESBAL. Mas quando eu entrei já ele estava de saída.
Antero
Só posso agradecer este momento, a si porque o partilhou e ao Mestre pela sua beleza, delicadeza, sabedoria e conhecimento.
ResponderEliminarBem haja, quem sabe que "os gostos não se discutem", pois o que é belo, foi, é e será sempre belo.
Esta entrevista demonstra essa realidade, desde a personagem principal passando pela elaboração do documentário, é um encanto.
Lourenço
Obrigada pelas suas palavras, Lourenço, que eu subscrevo na íntegra!
ResponderEliminarO documentário é uma beleza! Corresponde à exigência do personagem! :)
Beijinho
Boa noite,
ResponderEliminargostava de entrar em contacto com o Justino Alves. tenho um quadro dele que precisa de ser reparado..
Pode-me dar o contacto por favor?
obrigado
Catarina Seixas ( catseixas@gmail.com)
Boa noite Catarina!
ResponderEliminarTenho todo o prazer em poder ajudar. Vou entrar em contacto com o Justino Alves e depois digo-lhe alguma coisa.
Até lá!