quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Catástrofe, eu?


Catástrofe - Café-Bar - S. Gonçalo - Amarante
Fotografia de J. P. F.

Catástrofe, Eu?

Nasci em Amarante e por aqui continuo.
Como os meus leitores podem constatar facilmente, não parti para longe e não fugi de uma interioridade pesada. Permaneci na terra que eu amo. E que me desgosta de quando em vez. Profundamente. Para ser sincera, nem é a terra em si, é antes o uso que dela fazem certas pessoas que se julgam suas donas.
Ao longo dos meus 48 anos de vida acumulei "nomes".
Sou ou fui:
Belinha, Dona Belinha, Anabela, Anabela Maria, Moça, Menina, Mulher, Escorpião, Escorpião Azul, Princesa do Tâmega, Guapa, Guapita, Miss PowerPoint, Menina do Portefólio, Menina e Moça, Ent, A Voz Livre da ESA, Lara Croft, Mãe, Madrinha, Tia Abuelita, Ceguinha, Menina do Sorriso, Miga, Milhé, Professora, Setora, Srª Doutora e até Sora já fui...
Não esperava era ser vista como uma catástrofe para Amarante, quiçá até para os seus arredores. Sim, parece que há quem me veja como dando mau nome ao burgo porque de quando em vez denuncio uma merda a cair em cascata na penedia do rio, em pleno Largo de S. Gonçalo, e denuncio uma merda a boiar por toda a superfície do Tâmega de descargas por certo não legais, e denuncio uns esgotos que de quando em vez regurgitam em pleno centro da cidade e até, pasmem! que a mulher tem lata! denuncio até a própria catástrofe em que o meu rio já se transformou depois da construção da Barragem do Torrão. Volto a sublinhar - Depois da construção da Barragem do Torrão.
Eu nem sabia... mas parece que a coisa funciona assim: a turistada está em Tóquio, Bamako, Bruxelas, Brasília, Madrid, Paris... e pensa... vou para Amarante. Ora Amarante, Amarante... a turistada põe-se a pensar... Amarante... Anabela Magalhães, pois então! Pesquisa Google - Anabela Magalhães - e pumbas, logo eu à cabeça que o Google têm-me em grande consideração.
Vai daí a turistada entra por aqui adentro, pelo bloguito e... ai meus deuses!... já não vou!... o rio está nojento... aquela gente só pode ser troglodita com um rio tão belo assim neste estado! E pumbas!Cadê a turistada? Não a viste? Pois nem eu!
Daí eu ser uma ameaça, a bem dizer uma catástrofe, transferindo-se a própria catástrofe do rio para a minha pessoa, como se os problemas ficassem resolvidos só por não serem denunciados e por não se falar neles.
Uma mentira mil vezes repetida transforma-se numa verdade?
Uma verdade silenciada torna-se uma mentira?
Um prejuizo para Amarante, eu?! Catástrofe, eu?!
Garanto que quem assim "pensa" só pode ter uma mente tortuosa, doente, esquizofrénica e fedorenta a condizer com o estado do Tâmega que parte a minha cidade em duas.

11 comentários:

  1. Nem tenho palavas, amiga!
    Agora viram-se contra ti, tu que denunciaste um mal, porque gostas da tua cidade?
    Tu que estás atenta ao que se passa à tua volta, e denuncias uma realidade que está à vista de toda a gente?

    Enfim...

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  2. Ah, e a foto está linda... ao contrário do Tâmega...

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  3. Então, Anabela amarantina, o ríinho Tâmega, da Amar ante (continuarei a gostar de assim grafar: Amar ante?) da princesinha do mesmo, está tornando-se dia após dia mais peste nossa? Cloaca que denuncias com todos os teus meios (fotos, vídeos, blogue...) e com todas as tuas fibras de teu coraçãozinho! Dá vontade de chorar mas chorar mesmo. Ainda ontem Dom Manuel Clemente ia dizendo que ambiente é problema e grande para cristãos tomarem a peito... Amara eu de pascoaleano amor a cristalina lindeza que lembro desde remotas idas por aí e desde abrupto de jpp dos julhos /agosto de 2007 onde pela primeira vez li teu nome com uma fotografia a mostrar os risonhos seixinhos do Tâmega, sempre o Tâmega, bem perto de S. Gonçalo, que mais lembravam o poema de Camilo Pessanha. Antes amara eu pelos meus 15 /16 anitos o Cávado de Barcelos a Barca Ciello, no etimológico sentido. Também Tâmega com Sabor e Sado eram para mim barca para O Céu.
    Criminosos assassinos de Deus e de sua beleza que é seu sorriso no dizer da activista mística filósofa judia Simone Weil. Cloaca e Barca de Inferno e Fezes (Pivete como dizes com Povo) Abismo-Hiante Horror-Catastrofe é esse Tâmega que também não quero ver MAS ELE ESTÁ AÍ. AFOGAR NESSE RIO A ESTA BOA HORA ESSA CAMBADA DE SUJOS ERA QUANTO MERECIAM E NÃO ERA POUCO... SE AO MENOS SOUBESSEMOS QUE SEU BANHO LAVAVA A ÁGUA, MAS AINDA A DEIXARIA MAIS EMPORCALHADA!
    Tristezas nossas, amiga. Tristezas de agora. Espera, que, após, tristezas outras virão!

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  4. Já agora um sugestão minha, Anabela: que postes fotos tuas e até do Helder e doutros do «antes e depois da catástrofe». Posso ajudar-te que as tenho arquivadas algumas de quantas vi -- com delícia e amor antes, com horror nojo revolta, náusea, agora.

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  5. Sabeis o que vos digo, Amigos? Esta gente é absolutamente ridícula.
    Por eles só sinto desprezo.
    Ah! Obrigada, Dudú! Foi o filho de uma grande amiga, meu amigo desde que nasceu, que ma tirou e eu também gosto muito dela! Acho que ma tirou com grande carinho... :)
    Quanto ao rio, Ângelo, o meu rio era um rio belo até dizer chega! Ainda o é, apesar da vergonha.

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  6. Miga!
    Madrinha bloguista!
    Guapita de mi corazon!

    1º deixa-me dizer-te que esta g´fotografia está *****. Parabéns ao Autor. E tu estás guapíssima. Parabéns a ti.

    Quanto aos outros, aos que te acham uma catástrofe, que achas de lhes darmos, como prenda de Natal, umas garrafitas de água do Rio, agora fedorento, para se perfumarem, beber??? sei lá...
    Ou, então, no 1º dia do próximo ano mergulharem no Rio como se faz em algumas zonas do País e do Mundo?

    'Dêxós falar, mosse debe. Ma que jêtes'

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  7. Merci, Em@!
    A catástrofe apresenta-se comme il faut! kakakakaka
    Excelente a tua sugestão de prenda de Natal para uns quantos imbecis que se movimentam aqui pelo burgo.
    Estou até com vontade de também enviar uma para a ministra do ambiente... é verdade... já temos?! E para um tal de Sócrates... ainda existe?
    E sabes, estas coisas divertem-me... são os palhaços de que fala Mário Crespo e, garanto-te, já rebolei com as palhaçadas! Kakakakaka

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  8. “Podemos combater o mal, mas contra a estupidez somos totalmente impotentes.” H. Miller
    Tenho lido este enredo trágico-cómico e quero dizer que não há como ocultar as reais catástrofes – económicas, políticas, educativas, ambientais – para criar, com o intuito de descentrar a atenção, uma ficção catastrófica. Belo mecanismo de defesa do “eu” dos “nós/outros” instalados, perpetuadores do status quo.
    Anabela: eu sei que és importante, mas nomeio-te, doravante, a Responsável-Mor pela ausência de trocas interculturais, pelo desemprego, pelo analfabetismo, pelos títulos adquiridos aos domingos porque ao domingo também existes!

    E, convenhamos, se todas as Catástrofes fossem como tu...teríamos um País com futuro. E isso, sim, seria considerado uma ameaça por todos aqueles que insistem em inflingir-lhe o suicídio assistido!

    Beijocas.

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  9. Elsa C.
    Depois conto-te o enredo, de fazer chorar as pedrinhas da calçada!
    Onde chegam os tentáculos nojentos desta gente completamente absurda!
    A mim não chegam, garanto-te, porque estou a marimbar-me no poder. E nestes políticos da treta!
    Fico mesmo a pensar que este país está completamente lixado. :(
    E gostaria que não estivesse. :(
    E é verdade, há quem me veja como uma ameaça apenas porque tenho a "arrogância" de pensar!
    Gente ridícula, esta, no meio da qual nos temos, obrigatoriamente, que movimentar!
    Beijocas e temos de nos encontrar ainda antes do Natal...

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  10. Às vezes a vida doi.
    Não pelo que nos pede ou exige, mas antes pelo por ela nos fazem passar.
    As intrigas e o forçar de intuições que por vezes nem os próprios sentem (não sentem por serem encomendados)é o pior do que nos pode acontecer.
    Ao longo da minha vida encontrei imensa gente com maior capacidade que a minha, maior inteligência...sei lá eu!
    Mas o que mais me custou desde sempre a suportar (abomino)...é quando encontro alguém que não sendo burro...por tal se faz passar.
    Com que fim?
    Nem ele burro saberá porquê!?
    Por vezes perseguirá uma efémera quimera que...persegue convenientemente.
    Deixe-se estar Anabela.
    Os cães ladram mas...a caravana continuará a passar!

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  11. O tempo destes burros vai acabar sob pena destes burros acabarem com o país.
    Quanto a mim, Hélio, aqui permaneço, incomodando uns quantos para minha grande felicidade.
    Amo incomodar gente burra. É até um dos meus passatempos favoritos! :)
    Boa noite. :)

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