Álvaro de Queiroz - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de MagalhãesProspecção Familiar
Hoje apresento o meu bisavô Álvaro de Queiroz, nascido em 1880, em S. Gonçalo, Amarante.
Lembro-me bem de ser miúda e de o ver, tão bem retratado numa pintura a óleo de pintor desconhecido, pendurado numa das paredes de casa do meu tio-avô Belchior, mas desconhecia por completo a história deste quadro e de como ele veio parar à minha família. Hoje soube-a, através de um primo segundo, Luís de Queirós, agora com 80 anos, filho do meu tio-avô acima referido.
Teixeira de Pascoaes, o Poeta, era cliente assíduo do Café-Bar, café aberto pelo meu avô Rodrigo e pelos seus irmãos Belchior e Ismael, algures por meados dos anos trinta. Teixeira de Pascoaes tinha mesmo uma chávena só sua no dito café, por onde bebia religiosamente o seu "doce veneno" para usar as suas palavras, expressamente tirado pela minha tia Maria José, tia a quem ele dedicou palavras doces e belas num dos seus inúmeros livros, intitulado "Duplo Passeio", de 1942.
O meu avô e os seus dois irmãos detinham também um negócio de carros de praça junto ao Café-Bar, na Praça de S. Gonçalo, e faziam o transporte para todas as casas das famílias nobres e fidalgas de Amarante e arredores, ainda habitadas à época. Hoje poucas destas casas permanecem habitadas pelos descendentes destas famílias que eu já mal conheci, mas tal não é o caso da Casa de Pascoaes.
Ora um dia, há muiiiitos anos atrás, estava o Poeta em S. Gonçalo quando se vira para o meu tio e diz-lhe "Belchior, estou sem dinheiro. Tu eras capaz de me levar a Pascoaes?"
Mas certamente que sim, com ou sem dinheiro, Doutor Joaquim... e o meu tio lá foi a Gatão fazer um serviço gratuito. Chegados ao Solar, o Poeta pediu-lhe para esperar, subiu as escadas que levavam aos seus aposentos, aqueles que eu visitei um dia destes e onde o meu irmão encontrou facturas de fretes escritas pelo meu avô, e voltou com um quadro a óleo, que ofereceu ao meu tio, ali mesmo, informando-o que o retratado se tratava do seu pai, Álvaro de Queiroz, que por ali andara em miúdo ajudando o pintor desconhecido com o cavalete, as telas e as tintas e que posara para o dito em pelo menos dois quadros: este que hoje fotografei, oferecido um dia por Teixeira de Pascoaes ao meu tio Belchior e um outro que permaneceu na Casa de Pascoaes até hoje e que um dia destes conhecerei.
A piada deste quadro, que retrata o meu bisavô, é que eu olho para ele e vejo... o meu irmão em miúdo... tal e qual! E isto é engraçado, não é?
Como é que o teu bisavô só nasceu 108 anos antes de mim?
ResponderEliminarParece-me pouco!
Ena! E é um belíssimo retrato!
ResponderEliminarSe bem entendi, hoje não se sabe quem foi o pintor?
Bj
Bom Ano Novo, Anabela!
Ainda não tinha lido o que escreveste e ao olhar para a fotografia vi nela alguma coisa familiar. Os genes da família Queirós são fortes, perduram nas várias gerações.
ResponderEliminarBj
Flora
Apresento-te o teu trisavô em miúdo, Inês! Igualzinho ao teu pai na mesma idade que até impressiona!
ResponderEliminarBeijocas
É um belíssimo retrato, Margarida. A informação da autoria destas pinturas, tanto na minha família como na de Pascoaes, é que se trata de pinturas do pintor amarantino António Carneiro.
ResponderEliminarMas a assinatura não coincide! :(
Digo eu...
A parte dos olhos e do nariz é impressionantemente parecida...
ResponderEliminarO meu irmão já o viu?
É que é mesmo igual!!!!
ResponderEliminarImpressionante, Rui! Tanto sangue à mistura... tantos anos passados... e não é que ele volta na figura do meu irmão?! Saltou de finais do século XIX para meados do XX! Fabuloso! Eheheh...
ResponderEliminarAviso já, antes de qualquer especulação que não sou a encarnação seguinte do meu bisavô!
ResponderEliminarEu cheguei a conhecê-lo e a visitá-lo ainda de muito tenrinha idade.
JEQ
eheheh... não sei não... olhando para este retrato e tendo-te conhecido com esta idade... eheheh
ResponderEliminarAh! E eu, mais novinha, não cheguei a tempo de o conhecer...
ResponderEliminarEngraçado que essas inicias ASC dava Amadeu de sousa cardozo
ResponderEliminarMas Amadeo não pintava e não assinava assim...eheheh...
ResponderEliminarTambém não teria idade... Amadeo nasceu em 1887...
E temos o Silva...
Pois, disse mesmo por causa da coincidencia
ResponderEliminarCoincidências ou aproximações... eheheh... este meu bisavô estava bem longe de se saber hoje tão falado na internet... eheheh... o que é isso de internet?!
ResponderEliminarTalvez fosse um muito jovem António Carneiro e assinasse assim, nessa época. Não sei, especulo eu "de que"... :))
ResponderEliminarPor vezes, com várias gerações de permeio, há "sósias" familiares assim.
ResponderEliminarAinda hoje me impressiono com uma tia bisavó, em retrato antigo. Nem a minha mãe a chegou a conhecer.Olhando é... a minha mãe, num vestido do séc. XIX.
E nunca teve ninguém assim parecido/a com ela!
Pois não sei, Margarida, sei a informação que sempre circulou nas duas casas.
ResponderEliminarQuanto à hereditariedade dos genes... aqui está ela para o comprovar estampada neste rosto e no rosto do meu irmão pela mesma idade...
Uma bela história, que agora a internet ajuda a perpetuar.
ResponderEliminarBom Ano de 2012 para ti e teus,Anabela, da parte de toda a "equipa" do "Alegrias e alergias"!
:))
Beijinhos