segunda-feira, 24 de março de 2014

Impossibilidade - Agradar a Gregos e a Troianos

Auto-Retrato Patisserie Pur Beurre - França
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
 
Impossibilidade - Agradar a Gregos e a Troianos

Sim, já o sabemos, é impossível agradar a gregos e a troianos, fruto das enormíssimas diferenças que os separam. E o mesmo é dizer que, a partir do momento em que se produz algo, se fica sujeito às críticas... positivas ou negativas... claro está! pois quem anda à chuva, molha-se!
Confesso que a esmagadora maioria dos comentários chegados ao meu blogue "História 3º Ciclo" são bastante elogiosos do trabalho que por lá desenvolvo de forma voluntária, e totalmente benemérita, na esperança de ser útil aos meus alunos e até na esperança de ser útil a outros alunos que não meus.
Bem sei que podia leccionar as aulas, fazer e corrigir testes, reunir e voltar a reunir, exercer os cargos que me são distribuídos, orientar o Clube de História... et voilá! com sete turmas, o trabalho já é dose de leão - e eu não tenho mais vinte anos! - e, por isso, no mais, estar quietinha no meu canto a pensar "Ok! É assim que eles querem... vai daí a ordenadito... pois trabalhito!"
Mas não é assim que eu penso, não é assim que eu sou, e por isso trabalho horas a fio sem receber qualquer remuneração, sem receber qualquer palavrinha doce da tutela, congelada vai fazer 10 anos... quando descongelar, descongelarei?, corro até o risco de me afogar na água libertada do meu gelo liquefeito!
Sei bem que a partir do momento em que partilho o meu trabalho, bom, péssimo, o que for, fico sujeita às críticas e à impossibilidade de agradar a gregos e a troianos e a consciência desse facto, confesso, não me tira o sono.
Foi o caso dos dois últimos comentários chegados ao meu blogue - a Roselene Rose considera-me um exemplo de professora a seguir, o anónimo acha que eu não consegui ajudá-lo em nadinha, tenho pena! e que o blogue podia estar muito melhor.
E eu, feliz com o comentário da Roselene Rose, só posso concordar com o anónimo, esperando que ele/ela se deixe de anonimatos e assine, assumindo, as opiniões que tem sobre isto ou sobre aquilo.
Melhor é sempre possível. Volto a repetir, melhor é sempre possível! Mas não com as condições de trabalho que tenho na actualidade, não com o desgaste profissional que tenho na actualidade e que, sei-o bem!, vai piorar nos próximos anos.
Vai daí, provavelmente estará já na hora de abrandar um pouco o ritmo de trabalho e a dedicação que tenho mantido perante a minha vida profissional, de abrandar o ritmo de trabalho de forma consciente, sob pena de chegar um trapo à reforma... terei reforma?... ou de lá nem chegar!... Confesso, ando a ruminar estes pensamentos desde o início deste ano lectivo... pois não sei... é que dado o país em que me encontro e do qual sou natural, o mais provável é chegar lá, à reforma! e ficar a ver Braga por um canudo!!! A coisa está negra. Depois de pagar os saques, as aldrabices, as corrupções, as máfias, os desatinos... huuuum... não sei se os euritos chegarão para pagar trabalho honesto de uma vida.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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