Sala de História do 3º Ciclo da EB 2/3 de Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
No dia 23 de Setembro de 2009, no meu regresso à EB 2/3 de Amarante depois de um longuíssimo interregno de quatro anos na Escola Secundária de Amarante, escrevi neste blogue, num post intitulado Home ou a Importância do Conforto no Trabalho:
"Agora, e porque me sinto em casa, levarei alguns dos meus fósseis, as minhas réplicas de obras de arte do Paleolítico, o meu rolo de papiro feito tal qual os rolos de papiro dos escribas no tempo do Antigo Egipto, o meu papiro pintado e escrito com os célebres hieróglifos, a minha miniatura de sarcófago, os meus inúmeros documentários e o mais que agora nem lembro, colocando assim à disposição, também dos alunos que não são meus, materiais que eles simplesmente adoram manusear, observar, apreciar.
"Ó Professora... a Vénus de Brassempouy é tão pequenina!"
Pois é! Nada como concretizar e não deixar as coisas no abstracto.
E nada como ter deixado para trás a leccionação em salas múltiplas e variadas, completamente impessoais, áridas e vazias até dizer chega!"
À chegada a esta escolinha onde ainda hoje me encontro, no longínquo dia 1 de Setembro de 2009, meti imediatamente mãos à obra visando a criação de uma Sala de Aulas digna desse nome, e com estas palavras quero dizer diferenciada, específica, tal como diferenciado e específico é o ensino da História. E quem diz História, diz outra disciplina qualquer, pois esta forma de organização de um espaço material de uma Escola pode e deve ser replicada para todas as disciplinas, sejam elas quais forem, isto no meu entendimento, claro!, com benefícios claros para toda uma comunidade educativa.
A história do crescimento e desenvolvimento desta sala foi sendo mais ou menos contada neste blogue e grande parte dela pode ser recuperada clicando aqui.
Hoje, passados cinco anos de tira, põe, muda de sítio, ajusta espaços, acrescenta... a Sala de História está mais bonita e confortável do que nunca e atrevo-me a dizer que todas as Salas de História deveriam ser assim... não querendo eu dizer com o "assim" que todas deveriam ser uma cópia desta, que eu detesto cópias, gostando apenas de inspirações.
Entretanto, este espírito decorrente do projecto "História em Movimento", e do fazer original e diferente, vai fazendo o seu percurso também dentro da escolinha, para já dentro do Pavilhão 4, reservado maioritariamente às aulas do 3º Ciclo.
Seremos capazes de melhorar espaços aumentando o conforto de quem se senta nas inúmeras cadeiras das salas de aula - os Alunos -, e de quem aí encontra o seu posto de trabalho - os seus Professores e os próprios Assistentes Operacionais não sei das quantas - raios partam os políticos com a mania dos nomes pomposos!
Seremos capazes de cativar cada vez mais alunos para as práticas pedagógicas postas no terreno por um grupo que se assume como locomotiva e que não tem qualquer medo disso e nem se deixa tolher pelos carros mais do que vassouras... que os há, em todo o lado deste país e arredores, sendo que a Nossa Escola não constitui excepção.
Quem quer trilhar caminho, que venha! Quantos mais formos mais se notará a nossa acção. Quem quiser permanecer no rancor, na inércia, no confronto, na infelicidade... pois, caminhos há muitos e esse não será, decididamente!, nunca o meu caminho nem o de tantos e tantos outros profissionais que dão o litro, permanentemente, nas escolas, e que as seguram, quantas vezes apesar da tutela.
Nós permaneceremos. Eles, os políticos, não. A nossa responsabilidade é com as gerações mais novas, é com o futuro e nós não esqueceremos este dado fulcral na nossa Vida Profissional.
Em 3 de Outubro de 2009, num post intitulado "Pequenas Coisas", escrevi neste blogue:
"Continuo a afirmar que uma Escola deve organizar-se, se isso for fisicamente possível, em salas de aula atribuídas às várias disciplinas, tal como sempre aconteceu para os laboratórios de Química, por exemplo.
E continuo a afirmar que é uma tragédia a opção do ME em não efectivar o corpo docente de que realmente necessita, pois é fundamental para todos nós a criação de laços afectivos com o espaço onde nos movemos.
Laços que só podem ser criados por quem se sente pertença de um lugar, que também é um pouco seu, na medida em que, pela sua acção, o ajuda a construir a cada dia que passa.
Eu não sou um sujeito passivo, neste caso uma sujeita. Nunca fui, desde que me lembro. Gosto de actuar sobre as coisas, sobre o que me rodeia, procurando, simultâneamente, um equilíbrio nessa actuação que não abra fendas na paisagem que me envolve. É assim com os Meus Caminhos da Barca. É assim na Sala de História."
Assim continuo a pensar. Este é o caminho por mim escolhido que continuo a trilhar convencida da sua pertinência e justeza. Sei que não estou só e que beneficio da colaboração de tantos a quem deixo aqui os meus agradecimentos públicos. Todos saberão quem são. São tantos, felizmente!, que não caberiam neste post. sob pena de o tornar gigantesco... e o pessoal que navega não tem pachorra para posts gigantes... eheheh...
Nos próximos dias, entretanto, recuperarei algumas histórias bem engraçadas a propósito das dádivas generosas que me foram sendo feitas ao longo destes anos de aventura com cabeça, tronco e membros.
Tenho dito.
Ah! Só me falta o pedido... se alguém desse lado quiser colaborar comigo com o que tiver... e quem dá o que tem a mais não é obrigado! e ademais eu não sou exigente - pode ser um postal, uma moeda, um cartaz pertinente, um autocolante de um partido político, uma réplica qualquer... quem sabe? O céu é o nosso limite...
Nota - A sala de História da EB 2/3 de Amarante está ainda longe de estar pronta... mas já está compostinha, já está coisa digna do nome que carrega!
Gostei muito do seu texto. Está muito completo e dinâmico como a sala de História.
ResponderEliminarAinda vais ter muitas saudadinhas desta nossa salinha...
ResponderEliminarBeijinhos e boas férias!
Obrigado e igualmente. Tudo de bom
ResponderEliminar