segunda-feira, 6 de março de 2017

Amarante no Prato e no Resto


Amarante no Prato e no Resto - S. Gonçalo
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Amarante no Prato e no Resto

Amarante por certo corre-me nas veias em estado líquido, em sangue permanentemente renovado mas também provindo de antepassados que nestas ruas fizeram vida, que destas ruas retiraram alimento.
Amarante está inscrita no meu ADN desde o meu nascimento em casa sobranceira ao rio, num tempo em que os nascimentos aconteciam dentro de portas, orientados por parteiras.
Amarante impõe-se-me desde o raiar da manhã até ao cair da noite e, mesmo aí, de Sol emigrado para outras latitudes e de portadas recolhidas, bem sei que Amarante me rodeia com os seus braços longos feitos de um casario que desce abruptamente até às margens do meu rio.
Esta Amarante que hoje partilho pertenceu aos meus avós paternos e deles a herdei. É uma Amarante azul, somente a minha cor preferida. Os meus avós paternos chamavam-se Rodrigo e Luzia e viveram neste mesma rua a que hoje continuo a chamar Home, nesta mesma rua que hoje continua a ser o meu Norte.

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