terça-feira, 31 de julho de 2007

Mouras






Mouras - Nouakchott - Mauritânia
Fotografias de Artur Matias de Magalhães

Mouras

Se os homens mouros são príncipes, as mulheres mouras são rainhas.
As mulheres mauritanas passeiam-se pelas ruas pejadas de lixo e de cabras, de Nouadibhou e de Nouakchott, todas produzidas, limpas e imaculadas, altivas e majestosas, como se tivessem acabado de sair de um salão de beleza e fossem para um baile importante num qualquer palácio próximo. O que mais impressiona é o contraste de ver gente tão aprumada no meio de tanto lixo sem que isso lhes transmita um ar miserável. Tenho consciência de que a Mauritânia é um dos países mais pobres do mundo e no entanto não vi gente com um aspecto tão miserável quanto já observei em Madrid, no Porto ou mesmo aqui em Amarante.
Tenho pena de não ter fotografias que verdadeiramente façam justiça à beleza destas mulheres, cuja pele vai do branco ao negro, mas que têm a uni-las uma grande beleza, uma grande elegância de traços e uma distinção e altivez que parecem genéticos. Sim, tenho pena de não poder postar mais mulheres mouras no meu blogue, daquelas que ao movimentarem-se pelas ruas arrasam tudo à sua passagem e tenho pena que não tenha dado para gravar o seu atrevimento atirando sorrisos e piropos, lá do alto da sua superioridade, aos nossos homens ocidentais!
Mais contrastes observados neste vasto mundo muçulmano, de países tão diferentes entre si e que não podem de forma alguma ser confundidos como um todo, que não são!
Da próxima vez que por lá me quedar vou ter que colmatar esta falha imperdoável do ponto de vista fotográfico.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Mouros




Mouros - Mauritânia/Home
Fotografias de Artur Matias de Magalhães

Mouros

E lá me postei eu de novo guilhotinada, sentadita numa posição que por vezes adopto, quando estou no recato do lar, e que me remete para o Sul, para o deserto do Sahara!
E faz sentido que me poste, mais uma vez, de cabeça cortada, porque a estrela da postagem é esta espécie de túnica que na Mauritânia e no Senegal toma o nome de "Boubou" e que no sul de Marrocos se chama "Gandorrá"! E eu não quero distracções.
Trata-se de uma vestimenta exclusivamente masculina, usada um pouco por todo o Grande Sahara, mas muito associada aos mouros da Mauritânia donde penso que é originária. Pode ser branca imaculada, azul clara como a que visto na fotografia, ou azul mais forte e, em qualquer dos casos, é sempre bordada a ouro.
Seja qual for a cor base trata-se de uma vestimenta que, do ponto de vista estético, é nada mais nada menos que sublime.
Esta espécie de túnica, usada a torto e a direito pelos homens mauritanos, transforma cada homem banal numa espécie de príncipe encantado, elegante e distinto, seja ele de pele branca ou negra, seja ele rico ou pobre, igualizando e esbatendo diferenças numa abordagem superficial sobre a sociedade mauritana.
A sociedade mauritana é complexa e enferma de problemas muito graves. Tendo abolido a escravatura somente em 1980 continuam, passados tão poucos anos sobre a legislação, a existir casos denunciados sobre a escravatura exercida pelos mouros, de pele branca, sobre as etnias negras. Por isso eu gostei tanto desta indumentária masculina que, simbolicamente, tudo faz esquecer por momentos, e nos remete para uma sociedade idealizada, que se afirma pelo colectivo, e em que, sem imposições, esse colectivo assume uma identidade comum e se orgulha dela. As mentalidades não se mudam de um dia para o outro e é preciso dar tempo ao tempo e não apressar demasiado as mudanças sob pena de isso ter o efeito exactamente contrário.
Mas voltemos a esta indumentária que se usa sobre uma espécie de calções chamados "Sarroal" e que podem ou não acompanhar a cor do "Boubou". Na cabeça enrola-se um trapo comprido, de vários metros, fazendo uma espécie de turbante que na Mauritânia toma o nome de "Raouli". Dentro desta indumentária, homens banais transformam-se imediatamente em seres principescos que se passeiam altivamente pelas ruas de Nouakchott parecendo levitar ao sabor do vento do deserto, por cima do lixo que cobre as ruas da capital! É uma visão impressionante e poderosa que precisa de ser vista, observada e calmamente digerida! E as manchas azuis a esvoaçar pelo deserto adentro remetem-me imediatamente para a água, azul, do mar que eu tanto gosto de contemplar.
A compra da indumentária que eu visto numa das fotografias que ilustra este "post" e nas fotografias intituladas "Auto-Retrato", provocou a risota geral dos comerciantes locais da banca onde efectuei a compra e nos comerciantes das bancas dos arredores que vieram também observar o negócio e dar os seus palpites sobre cores e tamanhos, numa venda um pouco estranha duma indumentária masculina vendida a uma mulher europeia que chegou disposta a baralhar os dados. E que chegou também disposta a dar umas boas gargalhadas... gargalhadas portuguesas que ecoaram juntas com as mauritanas, sem distinção!
Nota - E assim, Fernando, ficas a saber que eu, no post intitulado "Sesta", não estou tapada com um lençol azul!!!

domingo, 29 de julho de 2007

Auto-Retratos



Auto-Retratos - Home - Barca
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Auto-Retratos
Fazem-me chegar protestos por eu sistematicamente me auto-guilhotinar nas fotografias postadas neste blogue.
A atitude é, evidentemente, propositada, muito embora haja uma ou outra fotografia inteiramente postada e absolutamente sem cortes de cabeça.
Devo confessar que descobri, com este blogue, que adoro cortar a minha cabeça... em sentido figurado claro está! Gosto de percorrer as fotografias deste blogue e ver gente de que falo e de quem gosto particularmente, por isto ou por aquilo, gosto das paisagens que consegui escolher entre milhentas fotografias organizadas em álbuns que já nem sei onde pôr, e gosto de me ver... de cabeça cortada.
Mas, apesar deste gosto recém descoberto, aqui ficam dois auto-retratos tirados hoje mesmo, na Barca, sem cortes.
Absolutamente sem cortes. Para acabar de vez com os protestos!





Insectos - Barca - Carvalho de Rei - Amarante - Portugal
Fotografias de Artur Matias de Magalhães
Insectos II
Hoje continuo com os insectos da Barca e com este espécime cujo nome desconheço.
A Barca continua infestada de insectos desde a Primavera e mesmo hoje, com um calor de torrar lá continuam eles, alegremente, a esvoaçar colorindo a paisagem de onde em onde.

sábado, 28 de julho de 2007

Bjork

Bjork

Hoje deixo aqui uma pequena referência a uma cantora islandesa que eu adoro pela sua extrema criatividade, excentricidade e extraordinário bom gosto, bem patentes nas músicas e nas imagens excepcionais que as acompanham.
Dois exemplos: "Unravel" e "Earth Intruders".
Linda a voz, lindas as músicas, lindas as imagens, lindas as mãos!



Para a minha filhota

The Fray "How To Save A Life"

Step one you say we need to talk
He walks you say sit down it's just a talk
He smiles politely back at you
You stare politely right on through
Some sort of window to your right
As he goes left and you stay right
Between the lines of fear and blame
And you begin to wonder why you came

Where did I go wrong, I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life

Let him know that you know best
Cause after all you do know best
Try to slip past his defense
Without granting innocence
Lay down a list of what is wrong
The things you've told him all along
And pray to God he hears you

Where did I go wrong, I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life

As he begins to raise his voice
You lower yours and grant him one last choice
Drive until you lose the road
Or break with the ones you've followed
He will do one of two things He will admit to everything
Or he'll say he's just not the same
And you'll begin to wonder why you came

Where did I go wrong, I lost a friend
Somewhere along in the bitterness
And I would have stayed up with you all night
Had I known how to save a life

sexta-feira, 27 de julho de 2007


Pinturas - Home - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Pinturas
Depois da manhã passada na ESA, resolvi passar a tarde a pintar paredes. Tenho tido aqui o Toninho, velho conhecido que andou na construção desta casa, a fazer a manutenção das madeiras, e despertou-me gostos e práticas antigas, que estavam provavelmente no limbo, em que todos os anos pintava o interior da minha casa de branco. Já me andava a apetecer, e foi hoje, para comemorar o primeiro dia de férias de forma diferente. Manhã na ESA, tarde em casa.
Devo dizer que a tarde foi mais violenta do que eu estava à espera ou sequer lembro e que estou aqui pior que o chapéu de um pobre.
É que nestas lembranças esqueci-me completamente que não tenho mais vinte anos, nem tão pouco trinta!
Mas lá que lixei as paredes, fechei as fissuras com a massa apropriada, deixei secar, tornei a lixar, pintei duas vezes e que está tudo no sítio, lá isso é que está!






Turno da Noite - ESA - Amarante - Portugal
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

O Turno da Noite Volta a Atacar

Ontem lá fui mais uma vez fazer o turno da noite para a ESA. Eu e mais a Eugénia, a Paula, a Margarida, a Ana, a Laura, a Antonieta, a Teresa e a Susana.
Devo esclarecer desde já que a Susana se revelou, especialmente ontem, uma presença imprescindível, sem a qual não haveria tarte para ninguém, nem histórias "maravilhosas maravilhosas" pela noite dentro!
A tarte aqui postada no blogue já chegou assim ratada à nossa presença... é que pelos vistos o Pedro, também nosso colega e marido da Susana, vendo-a a rir-se para ele em casa, não lhe resistiu, e vai daí toca de atacar a pobre. Mas estava óptima, acompanhada com um chazinho da Ilha Formosa que a meio da noite vim fazer a casa... sim meus caros, euzinha sei fazer chá!
E a ceia deu para quebrar a monotonia de um trabalho chato e moroso e que consiste no lançamento dos termos dos alunos nos respectivos livros.
Continuamos a optar pelo turno da noite. Durante o dia é impossível trabalharmos na biblioteca tal a quantidade de professores atarefados com a distribuição de serviço docente. Por isso fazemos o turno da noite, mais tranquilo e rentável. A equipa, bem-disposta, acabou por gostar deste trabalho e já informou as cúpulas que para o ano a podem manter.
E ontem foi de novo tempo de repetir a observação já feita aquando da afixação das notas dos exames da 1º fase. Alunos nervosos que mal bate a meia-noite avançam pelo central à procura de boas novas nas pautas previamente afixadas. Ou não.
Nota Final - Já oficialmente em férias, acabei hoje este serviço. Agora, de cada vez que os meus alunos me apanharem no messenger e me perguntarem "Então professora? Que tal as férias?" eu já lhes posso responder "Leves, leves! Boas, boas!"
Uf! Finalmente!

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Descanso



Descanso - Essaouira - Marrocos
Fotografias de Artur Matias de Magalhães

Descanso

Estas fotografias foram tiradas em Essaouira, numa das muitas incursões que já fizemos a esta cidadezinha que, em tempos que já lá vão, foi a nossa Mogador.
Essaouira é uma cidade de encantamento e não há outra sequer parecida em todo o Marrocos. Já aqui falei bastante sobre ela, já teve até direito a "post" neste blogue. Por agora quero apenas acrescentar que é uma cidade buliçosa, de gente muito muito diversa. Tanto nos deparámos com faces marcadas pela dura faina da pesca, como com rostos serenos cheios de sabedoria e serenidade como foi o caso deste senhor, de feições cheias de uma nobreza que só se explica através da tranquilidade que deste rosto emana.
Essaouira é uma cidade onde é "fácil" fotografar pessoas e rostos.
Devo dizer que não são das fotografias que o Artur mais gosta de fazer, não porque não goste propriamente de fazer este tipo de fotografia, mas porque se sente pouco à vontade fotografando rostos que não sabe se querem ser fotografados.
Este homem, fotografado contra as fabulosas muralhas de Essaouira, aqui ainda pintadas com pigmentos vermelhos/rosa, é uma inspiração para a minha velhice. Tomara que eu lá chegue assim tranquila e serena, fazendo estes momentos de pausa para observar calmamente o que me rodeia, continuando a absorver como uma esponja tudo o que me me interessa e conseguindo "eliminar" da minha vida tudo aquilo que considero lixo.
Oxalá.
E oxalá é o mesmo que إن شاء ال

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Página Web


Página Web
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Página Web

Como eu costumo dizer, e a pedido de várias famílias, aqui vos deixo a hiperligação para a minha página web ainda em construção:

http://anabelapmatias.googlepages.com/home

Pois é, aqui a rapariga está em francos progressos informáticos desde que participou na formação "A Utilização das TIC no Processo de Ensino/Aprendizagem".
Está mais desenvolta, informaticamente falando, claro está!
Tenho que começar por esclarecer que a preparação das aulas em PowerPoint é anterior a esta formação, pois data de Julho de 2005, e que desde que iniciei a leccionação da História "embrulhando" as matérias nesta embalagem tão atractiva, que os meus alunos não se calavam pedindo-me para publicar estes recursos, para poderem aceder-lhes, calmamente, a partir de casa. Eu só podia concordar com esta sugestão e aliás esta intenção fazia parte do meu projecto. Pedi à minha sobrinha Bárbara para me tratar do assunto, explicando-lhe o que pretendia, mas esta estudante de Som e Imagem da Católica revelou-se uma rapariga muito ocupada e, depois de uns tristes alinhavos que lhe deram muito trabalho e se arrastaram no tempo, desistimos. Ainda pensei encomendar esta tarefa a algum profissional da matéria e cheguei mesmo a arranjar contactos de profissionais competentes para posteriormente contactar.
Em Junho passado e em conversa com a minha colega Ester Cabral, falamos sobre recursos e onde estes deveriam ficar alojados, se na plataforma da ESA, se numa página web, e ela deu-me a dica de os alojar numa página gratuitamente disponibilizada pelo Google para os seus clientes. É só digitar http://googlepages.com/home . Vim para casa e meti mãos ao trabalho. Criar uma página web no Google é fácil, é de borla, e dá milhões... de gratificações... por podermos ver o nosso trabalho partilhado com todos os nossos alunos e toda a comunidade planetária.
É, se há coisa que nunca fui é invejosa! Não desejaria ter "perdido" milhares de horas, muitas mais do que algum dia o Ministério da Educação me poderá pagar, para fechar os meus recursos a sete-chaves como já tive oportunidade de dizer na plataforma do CRIE.
A página que agora partilho com todos os meus leitores está ainda em construção. Já estão publicados os recursos de 7º ano, por vezes não exactamente iguais aos que utilizo na sala de aula, que estão mais completos, pois também convém que, para os meus alunos, haja algum factor surpresa, mas a base está publicada. Estou já a publicar os recursos de 8º mas neste momento não estão ainda acessíveis... precisarei ainda de chatear o meu amigo e comandante informático, Helder Barros, para que a coisa fique catita e, durante o próximo ano lectivo, irei publicando os de 9º ano à medida que os for construindo e apresentando aos meus alunos.
É minha intenção prosseguir com este tipo de trabalho para Formação Cívica que é uma Área Curricular Não Disciplinar que se presta muito a esta abordagem das matérias embrulhadas em power point. E para CMA que é o mesmo que dizer Cidadania e Mundo Actual pois não me posso esquecer dos meus queridos alunos de CEF`s!
A ver vamos.

Nota - Já chateei o Helder e os recursos de 8º ano começam agora a estar disponíveis. E o manuseamento da página já está confortável com hiperligações para trás e para a frente.

Continuo a fazer progressos!

terça-feira, 24 de julho de 2007

Incursão ao Buteco de Ouarzazate


Casbah Taourirt - Ouarzazate - Marrocos
Fotografias de Artur Matias de Magalhães

Incursão ao Buteco de Ouarzazate

A história verídica que hoje vou relatar passou-se num destes anos em que fui passar a passagem de ano a Marrocos.
Acabadinhos de chegar do deserto, para onde fôramos no dia anterior com o Youssef, e em que visitáramos finalmente o lago Irikki, eis-nos em Ouarzazate com tempo para tomar um duche quente, mas infelizmente sem tempo de ir ao Hamam. Foi tempo de aquecer debaixo do chuveiro, que as noites de Dezembro são muito frias por estas bandas,vestir as nossas toilettes festivas e alas para que te quero para o restaurante do Mutassin.
Depois do jantar pôs-se a questão do que fazer para comemorar noite tão especial já que não é uma tarefa muito fácil em terras de sua majestade. O Youssef sugeriu que experimentássemos os hotéis em Ouarzazate para ver se havia algum bailarico para turistas. Boa ideia! Só que, depois de fazermos a ronda pelos ditos, nada de música ao vivo, nada de bailarico, nada de festas para comemorar a passagem de ano. Entretanto, quase meia-noite, e nós a insistirmos com o Youssef...Que algum sítio devia haver com música berbere ao vivo! Que queríamos um sítio típico! Devo dizer que o Youssef sugeriu o que sugeriu a medo. Disse que tinha música do Alto Atlas ao vivo e que era o único sítio de Ouarzazate onde àquela hora, naquele dia a poderíamos escutar..."Tá para nós, Youssef". Ele ainda nos tentou avisar de alguma coisa, mas nós já estávamos a caminho do tal sítio de que não me lembro agora o nome. "Anda daí, Youssef, antes que bata a meia-noite e passemos o fim de ano em comemorações no meio da rua!"
Logo que entramos e fomos recebidos com dois beijinhos, por uma mulher lindíssima, de longa cabeleira solta pelas costas abaixo e cara completamente destapada, eu soube que estávamos a entrar no buteco lá do sítio. E o buteco cheirava a vícios, envolto que estava numa densa nuvem de fumo espesso que quase não deixava ver um palmo à frente do nariz. O Artur pensou que estava a entrar no baile da colectividade lá do sítio o que me fez soltar boas gargalhadas. Sentamo-nos e discutimos o sítio onde nos encontrávamos. Só havia bebidas alcoólicas o que convenhamos que, para país muçulmano onde o álcool é proibido, não está mal. Lá pedimos cerveja e continuamos a discutir o sítio olhando em redor. A sala era um imenso rectângulo, onde fazia quase noite cerrada, envolta em neblina, onde estavam dispostas mesas redondas com cadeiras à volta. Muitas estavam ocupadas... só com homens. Para além das três mulheres do meu grupo, eu incluída, só estava uma estrangeira loira, de meia idade, rodeada de jovens mancebos, decerto berberes, que esta é a região deles, já que os árabes se concentram mais a norte. Ah, e havia ainda as mulheres que ali trabalhavam servindo às mesas e... no palco. Chegamos finalmente a um consenso entre nós... estávamos mesmo no Buteco de Ouarzazate. O Eugénio só dizia mais para si do que para nós "Ao que eu cheguei... a frequentar um buteco em Ouarzazate!" o que nos fazia soltar ainda mais gargalhadas.
Já tínhamos brindado com cerveja a mais um ano feliz quando o espectáculo começou. Os músicos instalaram-se seguidos das quatro mulheres que era suposto serem a atracção da noite.
Devo dizer que jamais tinha visto um espectáculo daqueles, e observei curiosa um show que fiquei com pena de não poder gravar, mas que ficou para sempre gravado na minha memória. E devo acrescentar rapidamente, para os meus leitores não ficarem com ideias, que o espectáculo foi-nos servido pelos homens, sim, pelos homens frequentadores daquele buteco. As mulheres em palco, de longas cabeleiras soltas pelas costas, vestidas com longas djelabas que lhes tapavam completamente o corpo, pés e mãos incluídos, abanavam discretamente as ancas enquanto entoavam canções do Alto Atlas. Os fregueses, esses, lançavam-se para uma espécie de pista mesmo em frente ao palco e dançavam uns com os outros de uma forma tão lânguida e sensual como nunca me fora dado presenciar em gente do sexo masculino. Então quando elas baixavam a cabeça para a frente e faziam uma dança, decerto erótica, com as longas cabeleiras em sucessivos números completamente sincronizados... era vê-los a entrarem em transe, literalmente em transe, em danças exclusivamente masculinas e sensualíssimas. Devo ter aberto a boca de espanto tal foi o meu espanto e nem sei mesmo se algum dos meus leitores consegue sequer imaginar semelhante espectáculo.
Não sei se o espectáculo descambou algures na noite.
Só sei que às três da manhã, quando abandonámos o lugar, o espectáculo continuava o mesmo, ou seja... fora do palco!

segunda-feira, 23 de julho de 2007


Comunhão Solene - Amarante - Portugal
Fotografia de Eduardo Pinto

Duas Taras

Confesso. Durante grande parte da adolescência acompanharam-me duas taras no mínimo estranhas.

A primeira era de que eu iria ser uma mulher muito alta, pelo menos mais alta do que o Artur que me servia de contraponto para aferição do meu crescimento. Assim sendo era ver-me, a cada passo, alinhada com ele e virada para os meus amigos "Vá, vejam lá se eu não estou mais alta que o Artur? Vá, vejam lá se eu não cresci?!" O curioso, achava eu na altura, é que a resposta era invariavelmente a mesma, mesmo se eu estivesse de tacões altos "Não!" E eu permanecia sempre com dúvidas e achava que eles só podiam estar a fazer o jeitinho ao amigo! O engraçado desta tara é que eu até fui uma adolescente alta para a minha época... lembro-me até que encerrei a procissão, aquando da comunhão solene, como se pode ver pela fotografia acima postada e em que sou a última à esquerda!
Devo dizer, para finalizar, que esta tara passou-me com o tempo e que há muito deixei o Artur em paz e sossego com semelhante disparate.
Acho que finalmente "cresci".

A outra era que eu, uma rapariga de olhos castanhos, iria com toda a certeza sofrer uma metamorfose qualquer e ficar com os meus olhos verdes. A cada passo dizia ao Artur "Olha bem para os meus olhos... olha mesmo bem... não achas que estão a ficar verdes?" "Não!" era a resposta, invariavelmente a mesma.
Informo que o Artur sempre achou piada a estas minhas duas taras de adolescência vindas nem eu sei explicar de onde.
E resta-me acrescentar que, passados todos estes anos, continua a não haver nem ponta de verde nos meus olhos! lol
Bem sei que podia colocar lentes dessas que "pintam" os olhos da cor que o freguês quer... mas a verdade verdadinha é que, agora, não me apetece!

Não sei de onde vieram estas taras... nem como se instalaram em mim!... Também não sei para onde foram, perdidas algures no meu já longo percurso!
Devem estar encostadas às boxes, seja lá isso onde for!

domingo, 22 de julho de 2007

Caetano Veloso

Um grande senhor da música brasileira que eu nunca vi, nem ouvi, ao vivo. Infelizmente. Infelizmente mesmo!
Aqui o deixo numa interpretação única de "Sozinho".








Jantar Finlandês - Marco de Canaveses - Portugal
Fotografias de Anabela e Artur Matias de Magalhães

Jantar Finlandês no Marco de Canaveses?!!!!!!

Parece gozo, mas não é! No sábado fui a um jantar finlandês, ao Marco de Canaveses, e este estranho acontecimento merece ser explicado.

O namorado da Raquel (já falei da Raquel neste blogue e relembro que é aquela rapariga que foi comigo à Líbia e que, durante a primeira noite no deserto, em pânico controlado por causa da bicharada, correu quase todas as companhias femininas e masculinas à procura de protecção, tendo acabado a noite no meio da Paula Coutinho e do Eugénio, dentro da tenda deste casal), Zé, de seu nome, é mestrando de Design Industrial na Finlândia, onde frequentou um curso de culinária finlandesa. Daí o termos combinado este invulgar jantar para ele poder exercitar estas competências recentemente adquiridas.
À chegada, primeira surpresa da noite... o nosso cozinheiro de serviço está lesionado, está completamente empandeiretado, com uma clavícula partida, partida nesta mesma manhã, em Chaves, em manobras infelizes com o seu parapente. Esta rapaziada agora tem destas coisas... 30 aninhos e a fazer cursos de parapente!!! Resultado: durante toda a noite só deu ordens aos escravos de serviço, eu incluída, conforme se pode observar na fotografia acima postada! A outra fotografia, onde se pode observar o Zé de colher de pau em punho, é uma verdadeira fotomontagem feita somente para baralhar o pessoal, leitor deste blogue!
O jantar confeccionado constou de Karjalan Piirakaa de entrada e que, traduzido para português, significa Pastéis da Karelia, sendo que Karelia não é o nome de nenhuma menina finlandesa, mas apenas o nome duma região, seguido de Lapin Ukon Keitto ou Sopa do Velho Lapão. Esta sopa pode constituir o prato único de uma refeição, confeccionada que é com carne, neste caso de veado, grande variedade de legumes, natas e queijo.
E eis que chegamos à sobremesa... devo frisar que conseguimos chegar à sobremesa! É que estivemos quase a ficar sem ela... e, juro-te Joana, não tive qualquer interferência neste caso! É que a Paula Coutinho, despassarada como só ela é, deitou-nos as embalagens de frutos silvestres todas ao caixote do lixo!!! Lá foi e veio, entre gargalhadas, de sacos na mão, recuperados mesmo a tempo para a elaboração da sobremesa, chamada Marjakiisseli, ou seja Delícia de Bagas Silvestres.
Com tanta labuta, e o nosso Chefe encostado às boxes, começamos a jantar perto das onze horas da noite o que tornou o jantar ainda mais estranho... jantar finlandês, numa casa portuguesa, no Marco de Canaveses!!!, com horário espanhol?!!!
Decididamente, o Mundo já não é o que era!
E quanto à comida propriamente dita?
Bom... primeiro estranha-se, depois entranha-se!! Estou a brincar... devo dizer que achei a sopa uma delícia e que ontem estava para repetir, mas como ninguém avançou para o segundo prato, nem mesmo o Alfredo!!!, acabei por ficar por ali. Mas hoje já repeti a dose e comi outra Lapin Ukon Keitto, desta vez na Barca, e voltei a saborear aquele gosto dos legumes, da carne de veado, das natas e do queijo, cortado com a dose de pimenta certa. Até o meu pai, que tinha olhado para ela de esguelha, gostou!
E quanto ao resto também gostei e, gulosa como sou, repeti mesmo a sobremesa que estava deliciosa!

Oportunidade para rever a Ilda e o Alfredo que comigo foram a Marrocos há alguns anos atrás e com quem deixei no ar a possibilidade de um encontro, algures em Espanha ou França, durante as férias de Verão.
Obrigada, meninos e meninas, por tão agradável jantar e tão agradável companhia.

Foi bom e... exótico... é que não é todos os dias que me lembro do Sócrates enquanto saboreio o meu jantar! lol
E fiquei a pensar... mas que raio de lembrança para fim de noite! Devo estar a precisar de tratamento médico urgente!

sábado, 21 de julho de 2007

Elisabete


Escorpionas - Feira Medieval - E.B. 2/3 de Amarante
Fotografia de Lucinda Leite

Elisabete

O meu relacionamento com a Elisabete começou no ano lectivo de 2001/2002 aquando da minha colocação na E.B. 2/3 de Amarante. Claro que já a conhecia daqui de Amarante, que isto é uma terra pequena, e também já tinha trabalhado com ela nesta mesma escola, mas o meu relacionamento/conhecimento com esta escorpiona interessante vem só, volto a frisar, de 2001.
Aprendi a observar e a admirar o seu trabalho, na direcção da E.B. 2/3, onde desempenhou os cargos de braço direito e esquerdo do Magalhães, chefe máximo desta escola. Todos estes anos a vi ocupando o seu posto, dando o litro por uma escola com um ambiente por vezes nada fácil... e eu sei do que estou a falar pois "vivi" lá três anos da minha vida. E devo confessar aqui, publicamente, que vivi lá três anos de pura felicidade profissional e que a Elisabete também contribuiu para isso. A E.B. 2/3 de Amarante foi a minha segunda casa e nunca me furtei ao trabalho que se estendia, por vezes, muito para além do serviço lectivo. O ambiente familiar que lá encontrei e que contrastava enormemente com o ambiente frio e até hostil que deixara para trás, na Escola Secundária de Amarante, deixaram-me surpreendida e senti-me aconchegada numa das escolas por onde passei como estudante e onde estava agora como docente. Essa tranquilidade e aconchego profissional encontrei-o na Elisabete (também no Magalhães, mas agora não vou falar dele) sempre disponível para quem chegasse, sempre disponível para encontrar a melhor solução para a "sua" escola.
Admiro-a muito pela sua capacidade de trabalho, pela sua generosidade, pela sua correcção, pelo seu respeito pelos outros e falo assim dela porque não só a conheço profissionalmente como também particularmente e porque sei do que falo.
Por tudo isto estarei sempre em dívida com ela, e agora que ela está de saída da direcção da E.B. 2/3, e nesta hora da "derrota", aqui lhe deixo a minha admiração e aqui lhe tiro o meu chapéu!

É agora, Elisabete, que vais ter tempo para construir blogues e páginas web e tudo aquilo que desejares... e vamos ter mais tempo para nos encontrarmos e para pormos a escrita em dia.
E eu estou sempre aqui para o que precisares.
Obrigada pelo teu exemplo e beijão muito grande duma escorpiona para outra! lol

sexta-feira, 20 de julho de 2007

A Minha Espace no Deserto





Home - Sahara - Marrocos
Fotografias de Anabela e Artur Matias de Magalhães
A Minha Espace no Deserto

Dedico este "post" ao meu amigo Helder Barros a quem prometi postar fotografias da minha carrinha Renault Espace no grande Sahara.
A primeira fotografia mostra a minha Espace numa pista do deserto, algures entre Zagora e M`hamid, a caminho das dunas que, evidentemente, não se transpõem neste tipo de veículo. Por este lado é mais complicado chegar às dunas, porque não há estrada alcatroada como pelo lado do Erg Chebbi, mas mesmo assim não é impossível, como podes ver pelas duas primeiras fotografias. A terceira e a quarta mostram, respectivamente, o meu "quarto de hotel" para a noite passada no deserto e a tenda "restaurante" onde abancámos, fugindo da única tempestade, molhada, que apanhámos por estas paragens, se ter abatido sobre nós. A tenda parecia que vinha abaixo sacudida por violentos safanões de vento e a chuva parecia um dilúvio de pingas grossas e frias. Ficou escuro e os relâmpagos caíam de todos os lados antecedidos de trovões, assustadores para quem não gosta deste tipo de espectáculo. Devo dizer que a mim me fascina! Almoçamos, encolhidos tentando escapar do vento e da chuva que entravam por todos os lados da tenda, uma das melhores refeições da minha vida. As espetadas que tínhamos comprado num lugarejo por onde passáramos e que foram pacientemente grelhadas por este jovem berbere e uma divinal salada marroquina como só os marroquinos sabem preparar. Comemos e ficamos a lamber os dedos, mesmo os putos que comigo iam e que diziam que não gostavam, e não comiam, salada.
É, o deserto dá a volta à cabeça das pessoas.
Como vês a minha carrinha já para lá foi, chegou às dunas, e regressou a casa.
Fácil, fácil.
Apenas necessário romper a barreira psicológica instalada!
Alice

Conheço a Alice desde os tempos da minha adolescência. Rapariga lindíssima, com raízes familiares no nosso burgo, só pensava nas férias para se poder escapulir de Chaves e assentar arraiais, durante todo o Verão, aqui em Amarante. Como ela adorava vir, a cada nova "saison" integrar o grupo extenso que se movimentava, Amarante acima e abaixo, e que diariamente rumava em direcção ao rio, aos Poços, e do qual eu também fazia parte.
Ontem, dia do seu aniversário, tivemos oportunidade de relembrar velhas peripécias engraçadas, de relembrar brincadeiras inofensivas, por vezes hilariantes, que fazem parte do nosso património comum de memórias. Desse património comum recordo apenas os 27 de Setembro de cada ano, Dia do Grupo, em que, invariavelmente, íamos encerrar a "saison" aos Poços. Era um cerimonial "naif", mas cheio de significado, em que nos despedíamos do Verão, das férias, dos amigos que passavam as férias em Amarante e que eram do Porto, de Chaves, de Oeiras e até de Pontevedra...e que consistia em atirarmo-nos do pontão, totalmente vestidos, no meio do maior estardalhaço, fizesse sol, chuva, frio ou calor. E recordo ainda a célebre festa do 27 de Setembro, festa grandiosa de garagem, tinha eu catorze anos, em que quase todos nós, rapazes e raparigas, acabámos nos braços de um(a) amigo(a) a chorar baba e ranho por causa dos nossos amores desencontrados...
Ontem ao jantar relembrámos estas e outras histórias e rimos destes tempos felizes que não se apagaram das nossas memórias. A Alice casou com o Paulo e vive desde então em permanência em Amarante. Casou aos vinte anos e tem dois filhos de idades muito próximas que mais parecem seus irmãos. Ontem foi vê-la, feliz, a festejar quarenta e cinco anos. E nós na brincadeira com ela... dormes numa bolha de oxigénio? Andas a fazer plásticas? Pões Botox?
Já tivemos vidas muito, muito próximas, agora nem tanto... mas eu sei onde ela está e ela sabe onde eu estou. Combinámos tomar café na próxima semana para pormos as duas a conversa em dia e repetir a cena do último encontro... beijinhos e abraços apertados e demorados, demorados, entre gargalhadas, no meio da rua, na hora da despedida. Vamos de novo escandalizar o burgo com uma amizade resistente que se aproxima da irmandade!
Parabéns Alice. Estás uma belíssima... quarentona!

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Bruno Bozzetto

http://www.bozzetto.com/

Bruno Bozzetto foi-me apresentado pelo meu amigo Eugénio, através de um e-mail, que me deu a conhecer um belíssimo desenho animado sobre a dura vida num prédio de apartamentos, deste italiano atento e com um sentido de humor que eu aprecio. Depois de uma rápida pesquisa no You Tube, cheguei a este desenho animado, de que gostei especialmente, em que o autor compara os italianos aos europeus, e fiquei a pensar que Bruno Bozzetto só goza com as "especificidades" italianas porque não conhece as portuguesas.
Este desenho animado poderia chamar-se "Europa versus Portugal"!
Herança latina?

quarta-feira, 18 de julho de 2007




Mar Morto - Jordânia
Fotografias de Artur Matias de Magalhães
Mar Morto - البحر الميت
O meu contacto com o Mar Morto fez-se pelo lado, por ora pacífico, da Jordânia. O Mar Morto situa-se numa das zonas mais complicadas do mundo e banha a Jordânia, a Cisjordânia e Israel. A uma anomalia geográfica corresponde uma zona envolvente de permanentes conflitos alimentados interior e exteriormente.
Visto assim, como eu o vi, a partir da Reserva de Wadi Mujib, parece um local capaz de incutir paz e tranquilidade a quem quer que para ele olhe com olhos de ver.
Erradamente chamado de mar, pois trata-se na realidade de um lago, é alimentado em permanência pelo mítico rio Jordão, o tal em que, segundo a tradição, Jesus foi baptizado pelo seu primo João.
Tem cerca de mil e cinquenta quilómetros quadrados e situa-se na maior depressão existente no mundo, a mais de quatrocentos metros abaixo do nível do Mediterrâneo e esta diferença não pára de se acentuar pois, anualmente, o nível deste mar baixa, devido à exploração das águas do Jordão. A quantidade de sal presente nas suas águas é muito superior à dos oceanos e é o que nos permite ficar à superfície da água sem conseguir afundar. Experimentei esta sensação e devo dizer que é estranha. É como se forças invisíveis nos colocassem à superfície, sem hipóteses de mergulhar e tampouco de nadar debaixo de água. Este mar está morto, não tem peixes nem plantas, dada a agressividade da concentração de sal aqui existente, sobrevivendo apenas algumas bactérias. Mas tem as célebres lamas pretas do Mar Morto que espalhei sobre a minha pele até ficar preta retinta e que deixei actuar para depois as limpar dentro de água e que me deixaram a pele como a pele do meu sobrinho João. Dizem que estas lamas têm propriedades terapêuticas.. não sei.. o que sei é que a nossa pele, por uns dias, depois deste tratamento, não é mais a mesma...

terça-feira, 17 de julho de 2007

Lhasa de Sela

Lhasa de Sela

Uma voz feminina, nascida americana, que mistura influências de música tradicional mexicana, rock e jazz. Foi-me apresentada, ontem, pelo A. Partilho-a e divulgo-a, neste blogue.
E eu dou voltas e mais voltas e, consciente ou inconscientemente, acabo sempre no deserto!







Vespas - Barca - Carvalho de Rei - Amarante
Fotografias de Anabela e Artur Matias de Magalhães

Animais da Barca - V

Hoje volto aos insectos, neste caso às vespas, de estimação, da Barca. Devo informar que este ninho existe desde o ano passado, no canto de uma das minhas janelas e que durante todo o Inverno esteve desocupado. Podia ter aproveitado para proceder à sua completa destruição mas a verdade é que não tive coragem de deixar as pobres sem poiso. A partir da Primavera lá voltaram elas, alegres a esvoaçar, e reocuparam os pequenos favos deixados do ano anterior. Já tem mais uns favitos e não sei qual será o futuro desta comunidade. Sei que para agora temos uma convivência absolutamente pacífica.
Eu não as chateio a elas, elas não me chateiam a mim.