terça-feira, 31 de agosto de 2010

Promessas Eleitorais


Gráfico surripiado daqui.


Promessas Eleitorais

Não é novidade para ninguém e todos temos ainda bem presente a promessa, na anterior legislatura, de criação de 150 mil empregos.
E bis-te-los? Na anterior legislatura? Pois nem eu...
Até agora. Que nisto da política há que ter calma e saber esperar pelo cumprimento das promessas eleitorais que, mais tarde ou mais cedo... xô stresse... serão integralmente... cof... cof... cumpridas.
E eis que finalmente toda a blogosfera fala do assunto e toda a imprensa escrita e não escrita também, que a notícia é mesmo bombástica.... pois é verdade, vão mesmo ser criados 150 mil empregos para ajudar a combater o flagelo dos incêndios, estes que nos apoquentam a torto e a direito e me continuam a fazer limpar o meu pátio várias vezes ao dia.
Pois é verdade que ninguém disse para quem eram os empregos e, calados como ratos no largo do rato... eis que tiram agora o coelho da cartola! Mas é que não são 151, nem mesmo 149 mil empregos e são mesmo mesmo mesmo os 150 mil prometidos, que isto de promessas eleitorais é sério co-mó-ca--go.
Toda a imprensa fala do assunto - Acabam de ser criados 150 mil empregos para cabras.
Nota - Não sei de quem partiu a ideia original que possibilitou este post das cabras...
Mesmo não sabendo aqui deixo os meus parabéns, a quem de direito, pela feliz associação de ideias.

Carinho




Carinho


Este carinho recebi-o do Eduardo Marculino, do blogue História Viva, um blogue com muita História que habita terras do Brasil.
O Eduardo escolheu o meu blogue para integrar uma lista de 25 a quem, generosamente, ofereceu o Prémio Especial 25 Blogues.
Agradeço-lhe, sensibilizada, o carinho e a distinção.
Muito obrigada, Eduardo!

Nota - E afinal havia outro, Hélio! :)

Carinho



Carinho

Recebi-o da Raul Martins, aquele que agora anda mais pelo Face e já não tem o tempo que tinha para a blogosfera... com grande pena minha, sua fiel seguidora no "Por um mundo melhor".
Agradeço-te a distinção, Raul, que sei sincera, e também eu "acredito que “um mundo melhor” passa por aquecer o coração dos outros e aquecer, com os outros, o meu".
E deixas-me feliz, por assim considerares o meu blogue ao fim destes já "longos anos" de blogosfera.

Vamos lá às regras:

1. Referir quem ofereceu o selo:

Raul Martins, do blogue Por um mundo melhor.

2. Qual o teu chá preferido

Não tenho.... acho que gosto deles todos, conforme a ocasião... no deserto sempre e sempre chá de menta, a escaldar a alma...

3. Quantas colheres de açúcar costumas usar?


Zero, para depois poder saborear um queque, uma nata, um mille-feuille da Patisserie du Sud... que eu sofro do pecado da gula e não há meio de me curar...

4. Passar o selo a seis pessoas,

(vou tentar não me repetir, relativamente aos últimos nomeados)

1 - Blackhill, do blogue Against the wind

2 - João Abreu, do blogue Clapclapclap...

3 - Elsa D e companhia, do blogue Olhai os lírios da Campos

4 - Fátima André, do blogue Revisitar a Educação

5 - Eduardo Marculino, do blogue História Viva

6 - Flora, do blogue EB1Torreira

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Listas Definitivas

Listas Definitivas

Aqui estão elas.
Sei bem o que elas significam e ainda não há muitos anos andava numa vida semelhante, cheia de angústias, incertezas, sustos e palpitações... que não esqueci...
Boa sorte para todos!

Baralhação e Revisão


Caminhada Minha - Amoreira - Aljezur - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Baralhação e Revisão

Um dia destes baralhei-me por completo com a minha idade... ai meus deuses que não sei se tenho x, ai meus deuses que não sei se tenho y... e, pelo sim pelo não... ok, mais vale afirmar que tenho x, o mais simpático para mim, e toca de arrumar a questão.
Confesso, não voltei a pensar no assunto até que, à noite, se instalou de novo a dúvida dentro da minha cabeça, felizmente já com a minha bússola ao lado que nunca me faz perder o Norte... ora vamos lá esclarecer a questão, não é tarde nem é cedo para a dissipar, e toca de perguntar ao A quantos anos é que ele tem, mas já a retirar-lhe uns quantos, que eu sou uma pessoa generosa na hora do benefício, que não guardo só para mim.
Tens já esses? Credo! Então eu tenho... credo...que horror! Ninguém diria! Credo... credo e lá fiquei eu com o credo na boca... sem nada me adiantar, claro está e é mesmo bom de ver.

E foi exactamente assim que, um dia destes, tomei consciência que, para o ano, terei obrigatoriamente de ir, e isto se não me esbarrar nos entretantos, à revisão dos 50 mil quilómetros.
Quem diria! Arre que isto passou a voar!

domingo, 29 de agosto de 2010

Nina Simone - Feeling Good

Nina Simone - Feeling Good



Acrescento - Música dedicada à Laurita.
Porra! A rapariga merece!

Alunos e Professores, Professores e Alunos


Em Pleno Voo - Gaivotas do Cabo Sardão - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Alunos e Professores, Professores e Alunos

A relação é complexa, por vezes até extraordinariamente complexa.
E por vezes é também surpreendente nos gestos espontâneos de carinho que surgem aqui e ali.
Ser perseguida de carro por um ex-aluno que veio na minha peugada, desde Padronelo e por Amarante adiante, atravessando a cidade até pararmos, ambos, à porta de minha casa, é mau?
Não necessariamente.
E não, obrigatoriamente, se esse ex-aluno é o meu Nuno, do meu saudoso 9º F.
Sorriso aberto, o meu, sorriso aberto o dele, beijinhos para cá e para lá e atira-me ele um "Mal pareceria, professora, se eu a visse e não a viesse cumprimentar pessoalmente!"
É certo, a Educação é muito bonita, cabe em todo o lado... e eu gosto muito dela, aluno meu!
Obrigada, Nuno, pelo fim de tarde de tertúlia à volta dos teus projectos de vida... muitos.. que, espero, se concretizem...
Por certo concretizarão.

sábado, 28 de agosto de 2010

Políticas


Recorte surripiado daqui.

Políticas

Ele há a Política. E ele há a política.
Sócrates é expert na política. Na política pequenininha.
O que dizer mais para além de afirmar que não gosto dela? Nem dele?.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Farmville


Jardim do Escorpião Azul - Barca - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Farmville

Hoje a minha escrita é sobre o farmville. Porque anda tudo doido com este estupor deste jogo e porque constato que rara é a pessoa que não tem uma quinta virtual no facebook queimando por lá, literalmente, largas e largas horas de existência. Eles são os tomates, as alfaces, as hortaliças, os porcos, os bois e não sei mais o quê, que, confesso, me confunde até dizer chega com os pedidos que me chegam de amigos e conhecidos, uns atrás dos outros, disto e daquilo, para a quinta virtual. E este país com tanto terreno verdadeiro lá fora para amanhar, real, real, tantas farms completamente abandonadas e a solicitar intervenção mais do que urgente, mais do que necessária... enfim! Enfim!
Nunca fui muito dada à fantasia, é um facto, nem mesmo quando era criança. Vai daí nunca fui, sequer, à Eurodisney, e assim permaneço, ano após ano, e nem quero saber de farmville no facebook, nem de outros jogos, nem de outras coisas que tais. Mas, na vida real, a cada passo lá vou para a Barca, que é a minha "farm" de montanha, na vida real, roupa velha no corpo, tesoura de poda nas mãos... ou serrote, ou enxada, ancinho... ou seja o que for, que eu sou uma rapariga versátil e gosto de actividade diferenciada, útil, da qual se veja o resultado final, palpável, durável, a meu gosto.
O Jardim do Escorpião Azul andou um pouco descurado, é verdade. Muitos afazeres e negócios para tratar, incluindo aos sábados, que a família não pára e é hiperactiva até dizer chega, e eis que me dá uma vontade irresistível de apanhar ar puro na cara, poeira e carvão no corpo e embora daí que se faz tarde, Anabela Maria, que está na hora do exercício físico, o corpo exige, exige daquele exercício que não se pratica nos ginásios e é mais saudável... porque descontrai os neurónios e mói o corpo q. b.
Hoje foi mais um dia daqueles bons, bons... lá andei eu a trepar aos carvalhos, a podar os galhos velhos e secos, encarrapitada nos ditos, lá andei eu... corta daqui, acaricia dacolá, que eu gosto de carvalhos até dizer chega! E de giestas... amarelas... e brancas também...
O Jardim do Escorpião Azul lá está, bem, apesar do relativo abandono, e os incêndios respeitam-no que não é brincadeira e chegados ali... param. Também é muito feito de penedia doida, penedia que eu amo e o mantém agreste, selvagem, indomável mesmo, o que me dá uma luta abaixo de cão... que se prolongará no tempo até aos fins dos meus dias... para depois ganhar Ela, a Natureza...
Sim, Helder, hoje embarquei para a Barca...

Por Agora...


Castelo deTrancoso - Trancoso - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Por Agora...

Por agora... não me apetece escrever...

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O País Indecente


Algures entre Trancoso e Celorico da Beira - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

O País Indecente

Hoje volto ao país indecente. Porque o país é indecente até dizer chega e não nos dá tréguas por mais que a gente se esforce para não saber, não ouvir, não ver...

Hoje vou para a estrada, ou, melhor dizendo, vou para as estradas deste meu país disfuncional, as que ligam o litoral ao interior e as que ligam o interior ao interior, todas com muito bom piso, por onde passei, claro está, e completamente vazias. Vazias de carros, de gente, de bois, de cães, de sapos e de ouriços e do mais que seria, peut-être, peut-être... normal... ver numa qualquer estrada deste nosso país especial de corrida.
As terciárias assim se encontram, vazias. As secundárias também. As primárias idem aspas aspas... e queres ver que eles andam todos para aqui nas vias rápidas e nas auto-estradas? Ora vamos lá experimentar... mas qual quê?!... o panorama foi sempre o mesmo, com excepção para a A1, aquela que era mesmo necessária e que tem movimento, pois então. O cúmulo dos cúmulos aconteceu numa tal de A 17 que, ao que parece, liga a Marinha Grande a Aveiro.... ora vamos lá experimentar... que ainda não conheço... huuum... bem catita... ó-la-ri-lo-... três faixas de rodagem para cada lado... na auto nem vivalma, nem num sentido nem no outro, a uma sexta-feira ao fim da tarde, olé olé, é caso para perguntar ora apetece-te ir pela direita, pela esquerda ou pelo centro?
A chatice é que seja qual for a escolha -direita, esquerda ou centro - o resultado é sempre o mesmo, ou seja, um país lixado até dizer chega!

Ah! Poder-se-ia pensar que, face à imbecilidade do narrado, os rasgamentos por Portugal acima e abaixo tivessem já parado... abrandado... sei lá... estamos em crise, não estamos?, temos que gastar bem os tostões, sorry, os milhões... mas qual quê?!... obras, obras e mais obras, grandes, disformes, lixando a paisagem com auto-estradas com muitos e variados viadutos, que o interior quer-se com estas peças escultóricas, lindas!, brotando dos vales como cogumelos em dias húmidos de Outono...

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Contra a Barragem de Fridão


Recorte daqui.

Contra a Barragem de Fridão

Sim, há gente que não se cala e que eu admiro profundamente. Porque não se verga ao estado. A este, ou a qualquer outro.

Olha, Olha! E Continuam a Brincar com o Nosso Dinheirito!


Manif dos 300 Mil - Concentração de Profs no ME - Lisboa
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Olha, Olha! E Continuam a Brincar com o Nosso Dinheirito!...

Quanto mais lhes damos, mais eles gastam e a porra da dívida externa que não pára de aumentar!!!
Essencialmente porque são incompetentes mesmo, xicos-espertos num reino de adormecidos, num reino de pacóvios e apáticos e também porque os há no governo, dizem, com licenciaturas feitas aos domingos e outras habilidades que tais. São habilidosos, são... e depois é o que se vê.
Chuta daqui para ali, do desgoverno central para o desgoverno autárquico, olha olha, não leram as letras pequeninas... kaka... e quem se lixa somos todos nós, os pagantes de impostos que vemos o nosso dinheirito desbaratado e mal gasto!
Quero lá eu saber se quem paga a factura da construção dos novos centros escolares é este ou aquele! Quero lá eu saber quem paga a factura dos transportes escolares, que a canalhada, infeliz, vai-se dedicar ao passeio por montes e vales do Portugal profundo! Quero lá eu saber quem paga a factura dos magalhães distribuídos como quem distribui tremoços ou amendoins a macacos... quero lá eu saber se sei que, duma maneira ou de outra, quem pagará a factura serão sempre os mesmo panões, mexilhões, que é assim que somos tratados, sem apelo nem agravo, por estes políticos da treta.
Por mim estou farta disto.

E as aulas que estão quase a começar... e a moçarada a chegar... não sei se sim, não sei se não... aqui, ali ou acolá?... Viro à esquerda, vou pelo centro... ou pela direita? ai meus deuses que isto é sobrenatural... e vai-se a ver... é obra do diacho... daquele que veste boss...

"Os blogues de professores que nem no Verão param


Queda de Água - Gorges du Verdon - França
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Os blogues de professores que nem no Verão param

Um dia destes deparei-me no blogue do Ramiro Marques com uma referência ao meu Anabela Magalhães, a propósito dos blogueiros professores que não param mesmo durante o Verão, nos seguintes termos "Simplesmente a professora que melhor escreve sobre Educação a partir de quem está dentro de uma sala de aula."
Confesso que fico sempre num misto de constrangimento e satisfação por ver que há quem aprecie o meu trabalho diário, aqui no blogue, que só pára quando me é de todo impossível escrever, mas também confesso que não me sinto, nem de longe nem de perto, especialmente dotada para a escrita, confesso que gostaria, embora também tenha perfeita consciência que estou longe duma escrita à Margarida Moreira, figura célebre que passou pela DREN, sendo sua directora, e que se celebrizou à custa das calinadas, atropelos e assassinatos constantes cometidos sobre a nossa maravilhosa e subtil Língua Portuguesa.
Posto isto o que sai desta referência?
Pois sai um grandessíssimo incentivo e estímulo ao meu trabalho quotidiano, que se manterá quotidiano enquanto o gozo durar.
E está para durar. Com a responsabilidade de tentar fazer mais e, acima de tudo, melhor.
Obrigada, Ramiro, pelo enoooorme incentivo que me dás com as tuas palavras escritas.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Diabos à Solta


Diabos à Solta - S. Gonçalo - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Diabos à Solta

Esta sim, uma verdadeira mafarrica desde que nasceu.
A cara era de anjinha, coitadinha, mas isso era só o disfarce pois a diacha abria as goelas... e aqui d`el rei que eu tenho bons pulmões e excelentes cordas vocais!
Vai daí não me surpreeendeu, a mafarrica, e a bem dizer até a esperava, a trepar a torre, toda lampeira, perantes os milhares de olhares da multidão.
Por um mero acaso, ou talvez não, é aparentada ao mafarrico azul... mafarrico azul que tinha a mania que era Homem-Aranha... kakakakaka...

Para a Em@


Doces de S. Gonçalo em Rodopio Louco - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Para a Em@

A Em@ queixou-se, lamuriou-se, sei lá... da falta das fotografias dos pénes doidos a rodopiar em S. Gonçalo, sobre as cabeças dos crentes e dos descrentes também.

Pois voilá, ma chérie, aqui estão eles, todinhos do S. Gonçalo!
E completamente loucos!

Diabos à Solta


Diabos à Solta -S. Gonçalo - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Diabos à Solta

Nada faria prever que o recém-nascido dócil, sossegado e silencioso, e que assim continuou por muitos e longos anos, se transformasse num diacho dum mafarrico... ainda por cima azul?! espampanante e enérgico, numa noite dos diabos!
Parabéns pela actuação, P! Foste o belzebu revelação da noite!

Diabos à Solta


Diabos à Solta - S. Gonçalo - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Diabos à Solta

Andaram à solta mesmo, no domingo à noite, num espectáculo intencionalmente grotesco, abastardado, burlesco e profundamente crítico para a igreja católica.
A minha terra é de facto peculiar e especial. Noutras teria talvez caído o Carmo e a Trindade com os diabos e as cruzes projectados nas paredes do templo sagrado, projectadas na casa de deus. Noutras terras teria talvez caído o Carmo e a Trindade com as cenas dadas a observar ao povo, do clérigo despindo a batina, ficando em cuecas com enormes doces de S. Gonçalo presos à cintura, obrigando as crianças ao seu lado a comê-los, a contragosto, ai meus deuses, ainda bem que vivemos no século XXI, em Amarante, e se pode criticar livremente a igreja e a pedofilia, a ela infelizmente associada, sem corrermos o risco de irmos todos parar à fogueira... e os doces de S. Gonçalo, doidos, doidos parecendo ter vida, rodopiando por cima das cabeças do povo, e a orgia, bacanal infernal, que acontecia em palco com orgãos medonhos e coloridos, que seriam posteriormente capados, à tesourada, tesourando as obscenidades do diabo, que ao que parece era mesmo muito abonado, e lá seguiu a narrativa, recriando a história dos diabos, que existem mesmo, aqui no meu burgo, agora resguardados num espaço profano e não mais expostos no espaço sagrado do interior da Igreja de S. Gonçalo.
Estive lá no meio e sei que o espectáculo foi do agrado geral.
O que me deixou a meditar.

Nota - Este post só será integralmente compreendido com a certeza de que os famosos Doces de S. Gonçalo são estes de que eu aqui falo. E aqui também. E mais aqui.

Carinho



Carinho

No domingo recebi mais um carinho da Em@, dona do blogue homónimo, que me agraciou com um selo de qualidade, que muiiito lhe agradeço.

A coisa agora tem regras.

1 - Postar o selo, o que já foi feito.

2 - Revelar nove coisas sobre mim, que aqui deixo, mas que não são novidade para ninguém, que me conheça e que me leia...

1. Sou amiga do meu amigo. Incondicionalmente amiga.
2. Sou solidária na teoria e procuro sê-lo na prática.
3. Sou determinada e, quando meto um objectivo na cabeça, caminho, caminho, caminho... aliás, grande parte da graça está no caminho percorrido e não na meta que se alcança.
4. Sou uma perfeccionista... para quê fazer mal se se pode fazer bem?
5. Fruto deste perfeccionismo sou uma permanente insatisfeita e olho para o que faço sempre com uma observação "Porra, Anabela Maria! Podias ter feito melhor, não?"
6. A injustiça incomoda-me até aos interiores e não lido muito bem com ela.
7. Sou uma formiguinha e trabalho, trabalho sem parar, mas sem me esquecer da alegria e cantoria da cigarra... e não, não pago a ninguém para me fazer conteúdos para o blogue, muito menos para me fazer as páginas web, ou as apresentações em PowerPoint, ou para me leccionar as aulas... simplesmente não gosto de perder tempo transformando a minha vida num ver passar os comboios.
8. Sou hiperactiva assumida, no sentido em que tenho uma energia quase inesgotável, que se reflecte no meu trabalho. Simplesmente tenho de estar a fazer "coisas".
9. Sou uma pessoa criativa, de neurónios irrequietos, cheia de ideias, que aqui e ali já tenho aplicado na minha vida privada e profissional...

3 - Nomear 9 blogues de qualidade...

E eu nomeio, por razões muito diversas:

Em@
Dudú
Lelé

Hélio
Vera
José Luciano
Octávio
Ramiro
Guinote

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

"Water - How the Earth Made Us"


História em Movimento - Akakus - Sahara - Líbia
Fotografia de Artur Matias de Magalhães

"Water - How the Earth Made Us"

"O Professor Iain Stewart conta a história épica de como a geologia, a geografia e o clima influenciaram a espécie humana."

Deparei-me com este post, aqui, no blogue do Movimento Cidadania para o Desenvolvimento do Tâmega, acompanhando um documentário, para mim até então desconhecido, com a chancela de qualidade da BBC.

Espreitei-o de imediato e, confesso, vi os primeiros minutos desde logo completamente rendida pela beleza e pela qualidade excepcional das imagens da água. Depois amei a voz e a pronúncia de Iain Stewart explicando, de forma simples, com peso, conta e medida, histórias tão complexas como as que aqui são narradas e depois porque mal vi as imagens do Grande Sahara... emudeci..., porque o silêncio é imprescindível para a fruição do deserto... e toquei com os meus dedos as imagens que corriam velozes à minha frente, tentando retê-las, mais uma vez, uma e outra vez, agora aqui, outrora lá.
Líbia... estas imagens foram captadas na Líbia... pensei eu de imediato olhando a plenitude da paisagem, a configuração das dunas, a sua altura, a sua cor... sentindo o seu cheiro, a sua textura nos meus pés descalços, o seu calor aconchegante e quente... já as vi... lá... e deixam-me sempre incrédula perante esta beleza de deserto, perante este Sahara espampanante como o raio que o parta... como o raio que o parta... "Meu deus, mas como é que eu vou conseguir explicar isto a alguém?" ...
E depois a arte rupestre. Neste caso a gravura, por lá aos molhos, mas também por lá aos molhos a pintura, ambas do Neolítico na sua esmagadora maioria, a temática a deixar transparecer tempos incomparavelmente mais benignos para a instalação e proliferação da vida humana.
Algumas das fotografias captadas aquando da minha visita ao Sahara Líbio, ali Património da Humanidade, podem ser vistas aqui, integradas no meu trabalho de realização de apresentações em Powerpoint, que nunca pára e é enriquecido a cada dia que passa.
Vejam a apresentação F - Arte no Neolítico. Cliquem em Transferir, Abrir, Só de Leitura. E vejam como pode ser bom viajar, também com o trabalho em mente. Com a "História em Movimento" em mente.

domingo, 22 de agosto de 2010

Um "Exemplo Exemplar" ou um "Portugal Indecente"?


Arquitectura de Camilo Rebelo e Tiago Pimentel
Museu do Côa - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Um "Exemplo Exemplar" ou um "Portugal Indecente"?

Eu gosto de museus. Aliás é mais correcto falar de amor e paixão se pensar no que sinto por muitos dos que já visitei durante a minha já longa vida.
O de Foz Côa foi inaugurado numa sexta-feira, por aquela espécie de primeiro-ministro que nos vai desgovernando o país, que gosta dos holofotes e das fitas de cortar, e eu, na terça-feira seguinte, lá estava, de pedra e cal, aguentando estoicamente uma temperatura de esborrachar qualquer um.
O edifício vale a visita por si. Primeiro apreciei o dito de longe, vendo a caixa de betão pousada sobre o topo do monte, bem enquadrada de todas as perspectivas, olhando eu cá de baixo lá para cima, que o edifício vê-se, para quem sabe que ele lá está. Depois foi tempo de me aproximar dele, da fenda aberta no seu seio, qual entrada difícil para uma qualquer caverna, daquelas que já visitei em França, muitas, repletas de pinturas e gravuras e outras emoções, que elas estão lá à mão de semear, embora difíceis de se deixar ver, apreciar, absorver.
O museu é excelente, e estou por enquanto a falar do edifício, em termos conceptuais. Gostei francamente da arquitectura limpa, reduzida ao essencial que eu amo a arquitectura assim, farta que estou de tanta poluição visual que nos enxameia a vida.
O museu é igualmente excelente do ponto de vista da interactividade entre mensagens e receptáculos dessas mesmas mensagens. Há dinâmica e vida para além da escuridão e as novas tecnologias são, de facto, apelativas, como o raio que as parta.
Só que o museu abriu "à portuguesa", eu diria até que abriu "à Sócrates", ou seja, abriu de forma trapalhona e atabalhoada, sem muitas das condições mínimas para abrir, em termos de pessoal técnico, restaurante, bar de apoio, multibancos... e eu sei lá mais o quê de falhas incompreensíveis nos dias que correm e das quais me apercebi durante aquela visita.
Pelos vistos o pessoal é o mesmo. Com museu ou sem museu, não há mais pessoal para ninguém, pelo menos à vista desarmada, que apoie a nova estrutura parida. A aventura de visitar as gravuras já é o que se sabe, com marcações prévias de meses porque não há técnicos para tanta solicitação, mais os trabalhos de arqueologia que eu presumo que continuem, mais o serviço educativo que eles prestam às escolas e agora ainda mais o museu, com os guias e arqueólogos a servirem-nos de cicerones?! Está bem, está bem, sim, foi muito agradável a visita, mas será melhor que abram vagas e rápido, numa região onde, por certo, este emprego será bem vindo, sob pena de o projecto se afundar num equívoco. E será bom que abram rapidamente o restaurante. Eu, por exemplo, grande amante de parar um pouco para descansar após as visitas, ter-lhe-ia dado uso. E ouvi mais queixas de outros visitantes que, naquele primeiro dia, eram já em número apreciável e que, num dia de calor de esborrachar, não tinham acesso nem a uma mísera garrafinha de água, no meio daquele sufocante ermo magnífico.
Confesso que a visita ao museu deixou-me até um pouco preocupada. É que temos programada uma Oficina de Arqueologia Experimental na E. B. 2/3 de Amarante, daquelas onde os alunos vêem o fabrico do fogo com pauzinhos e pedrinhas e outras coisas mais do que interessantes, direccionada para os alunos do 7º ano de escolaridade, oficina que entusiasma literalmente os miúdos que a ela assistem, e nela participam, e os deixa a sonhar com Indianas Jones e aventuras sem fim... e foi-me transmitida alguma preocupação, pelos técnicos, sobre a conciliação do trabalho, imenso, que recai neste momento sobre aquela gente trabalhadora do Parque Arqueológico do Côa.
Foram gastos 18 milhões de euros no Museu do Parque Arqueológico do vale do Côa. Mas este investimento só fará sentido se tudo fizer sentido. Seria bom que não o estragassem agora por uns trocados.
Por isso não sei ainda onde colocar este post - se num "Exemplo Exemplar" ou se num "Portugal Indecente"...
E por isso fico à espera do futuro. Que terá de ser, obrigatoriamente, próximo. Sob pena de tudo isto ser mais uma enormesca indecência.
E aconselho a visita ao Museu do Vale do Côa a todos os meus leitores. Para que a pressão seja qualquer coisa de insuportável.



Ah! E parabéns, Camilo Rebelo! Amei a tua arquitectura. A do Tiago Pimentel também!
E amei as tuas sábias palavras.

A Palavra a Vasco Pulido Valente


Recorte retirado daqui.
Com os meus agradecimentos ao Octávio Gonçalves.

A Palavra a Vasco Pulido Valente

Um político mais? - pergunta Vasco.
Que nada! Demasiados políticos a mais - respondo eu.
E sim, já sei que o Estado continua a gastar como o raio que o parta.
Corta-nos a nós, se for preciso às postas... para quê, para quê?
Pois! Para isso mesmo.
Enquanto a seiva não secar de vez.

sábado, 21 de agosto de 2010

Diabos à Solta - Amarante 2010


Diabo e Diaba - Museu Amadeo de Souza-Cardoso
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Noite dos Diabos à Solta - Amarante 2010

Confesso que nunca assisti a esta efeméride, agora já na sua quarta edição, que se realizará no próximo Domingo, aqui mesmo no centro histórico de Amarante, e que pretende recriar a reentrada dos Diabos aqui no burgo, depois duma ausência forçada e atribulada por terras do estrangeiro, entre gente que, por certo, nunca os apreciou, acarinhou e venerou como os amarantinos de gema.
Sim, sim, por aqui passam-se coisas estranhas e amiúde até mais do que estranhas e lá diz a sabedoria popular que mais vale estar de bem com deus e com o diabo e que mais vale prevenir do que remediar.
Nunca assisti por não estar por aqui pela minha bela Amarante mas, garanto, a próxima não perco por nada e que vou observar ex-alunos, alunos, familiares, amigos, conhecidos e desconhecidos que contribuirão para a infernal recriação, pelo que sei concorrida até dizer chega!
A história deste par conta-se em duas penadas.
Não se sabe ao certo como aqui veio parar o casal de belzebus. Talvez durante a expansão portuguesa, talvez tenham vindo da Índia, onde estariam ligados a algum culto de fertilidade, talvez de África, que eles têm feições africanas, certo certo é que as suas origens estão envoltas em mistério e lenda, tal como convém a figuras tão peculiares, e são alvo de veneração e culto por parte das gentes de Amarante e dos arredores. Hoje discreto. Discreto o culto... discreta a veneração...
Queimados os originais, depois de vestidos de frades, pelos franceses, durante as Invasões Francesas, invasões que tantos estragos provocaram na nossa urbe, alguns ainda hoje visíveis, foram refeitos algures no século XIX, para grande conforto da população local, e colocados na sacristia da Igreja de S. Gonçalo, ai este S. Gonçalo, sempre ele e as tropelias, sempre ele e as brejeirices, sempre ele e as diabruras!
Pela segunda metade do século XIX os diabos foram expulsos do espaço sagrado, a mando do arcebispo de Braga, que mandou capar as obscenidades do macho, por certo farto da brincadeira e dos cultos a tão peculiar casal e foi-lhes dada ordem de marcha para um espaço profano, uma qualquer arrecadação da câmara municipal por onde permaneceram os ditos até acabarem vendidos a um inglês radicado no Porto, um tal de Sandeman, que os levou para Londres e daí para a Exposição Internacional de Paris, em 1889, que os mafarricos são gente instruída, aventureira, culta e viajada... não são uns mafarricos quaisquer!
Mas a população sentia saudades. Queria os mafarricos de volta. Tiveram até direito a pressão diplomática e tudo e eis que lá chegaram eles, num dia de 1910, de comboio, oferecidos à então vila, recebidos na maior das alegrias pelo povo, ele próprio mafarrico, com direito procissão, os ditos montados num carro de bois, a banda de música e tudo, grandes festejos vila abaixo até... não até à sacristia, onde eles permaneciam impedidos de entrar, mas ao antigo espaço do convento, então ocupado por serviços variados, alguns dos quais camarários.
Desde 1947 que os diabos estão expostos no Museu Amadeo de Souza-Cardoso, em Amarante.
Já lhes conheci vários poisos, todos dentro deste museu e não acredito que voltem a sair desta casa. São grandes. Assustavam-me quando era miúda, em visitas com o meu avô, ou com os meus pais.
Da última vez que os vi atentamente, exactamente quando captei esta fotografia do casal, durante uma visita de estudo com os meus alunos de 9º ano, realizada em 2008, estava eu ainda a leccionar na ESA, o macho capado, o diabo cornudo, belzebu chifrudo tinha uma moeda discretamente poisada sobre a sua cabeça... porque devemos estar de bem com deus e com o diabo, não é assim?, diz o povo... e porque mais vale prevenir do que remediar...
É a recriação desta efeméride da chegada dos diabos que se comemorará amanhã.
Não a perderei.
E aqui deixo o link para o blogue C`os Diabos! onde podem acompanhar os preparativos para a noite infernal

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Casa Pinto - Um Exemplo Exemplar


De Costas para a Planície - Pátio da Casa Pinto - Monsaraz
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Casa Pinto - Um Exemplo Exemplar

Encontrei a casa por acaso. Não que Monsaraz seja enorme, bem pelo contrário, e é até altamente improvável ir a Monsaraz sem dar pela sua presença, apesar de muito discreta, alinhada no casario medieval da Bela Monsaraz.
Mas naquele fim de tarde de errância, eu mais o outro A, o A que me acompanha os dias há trinta e quatro anos, caminhávamos lentamente, vindos do castelo, debaixo de um sol inclemente que, apesar da hora tardia, brilhava ainda a bom brilhar sobre a plenitude da planície observada e o artificial lago do Alqueva, quando a vi.
O exterior da casa, alvíssima, como de resto o são todas as casas em Monsaraz, só se distingue pela placa discreta, em ferro forjado, que pende junto à porta - Casa Pinto - Turismo Rural.
Ora nem é cedo nem é tarde, pensei eu com os meus botões, está mais do que na hora de parar por hoje e esta Monsaraz é por certo o local ideal e vai daí toca de bater à porta para sondar da existência de um duplo.
Pois havia, disse-me o espanhol alto, elegante e bem parecido, que me flanqueou a entrada naquela casa arranjada com tanto esmero, bom gosto e dedicação. E logo que subi ao piso superior, e comecei a percorrer aqueles poucos quartos temáticos, que eles só são cinco ao todo e eu não os espreitei a todos por alguns estarem ocupados, fiquei rendida ao espaço charmoso e esmerado e, talvez para acabar de vez com as hesitações, que por acaso já não existiam que eu e elas não nos damos muito bem, o espanhol mostrou-me, rodeado pelas telhas dos telhados do coração do burgo velho, um pátio árabe, por certo árabe, com vistas a morrer na planície longínqua, onde o sol, por mais que teimasse em brilhar, não tardaria a morrer por mais uma breve noite. Absolutamente rendida, pois então, lá fiquei, não sozinha, pelo aconchego de um quarto agradabilíssimo, com janelas abertas sobre o empedrado de xisto da calçada e a igreja matriz. Um sossego. Uma delícia.

De manhã acordei com o alvoroço da passarada,... queres ver que estou num riad em plena medina de Fez? Não, afinal não, não estou... que o alvoroço por aqui é mais delicado, contido e miudinho, e faz mais o género de certas manhãs aqui mesmo em casa...que eu sei o que é habitar um centro histórico... ai maravilha acordar assim, sem horários e sem objectivos a cumprir, apenas aqueles que se vão ajustando ao caminho já percorrido e agora se fôssemos ver o cromeleque de Xerez, que é aqui tão pertinho.... e lá vamos nós...

O pequeno-almoço, tomado num pequenino pátio interior, sombreado e fresco, decorreu sem mácula - excelente pão, excelentes compotas, uma mista divinal com os cantinhos todos seladinhos ai, ai, ai, leite, café, ai o cheiro do café acabado de fazer logo pela manhã!, sumo de laranja de laranja mesmo, que nunca percebi a parvoeira de colocarem jarros com porcarias doces como o raio que as parta, de qualquer coisa que dizem ser sumo e é tudo menos isso, pelos hotéis de meia tigela que por aí andam a despachar turistada.
Pois conversei com aqueles dois hoteleiros amigos, de Barcelona, gente viajada e culta, que um dia chegou Monsaraz e apaixonou-se pela calmaria e pela alvura do sítio, que é, francamente, especial. Muito especial.
Meteram mãos ao trabalho e abriram a casa Pinto há apenas um mês, que eu vos recomendo entusiasmadamente. Dali podem até partir de barco à vela, pela albufeira do Alqueva adentro, que ela é já ali, e transformou Monsaraz numa terra ribeirinha.
E excelente estadia.

E este é mais um exemplo do que se pode fazer pelo interior. Neste caso feito por dois catalães simpatiquíssimos, a quem eu desejo toda a sorte que merecem e que espero rever num tempo muito próximo.
Até lá!
E termino, por hoje, partilhando com os meus leitores um excelente vídeo retirado do tubes, da Casa Pinto, pois então!
E ainda podem visitar aqui o seu sítio, usufruindo desta coisa maravilhosa que pode ser a Net.


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Dia Mundial da Fotografia


Gaivota Arrancando Para Voo Junto ao Cabo Sardão - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Dia Mundial da Fotografia

Só o tempo de o assinalar com uma fotografia minha, desta lotada recolhida no último safari fotográfico por Portugal Continental.
E só uma constatação - a arte democratizou-se como o raio que a parta, para delícia de cada um de nós, que a pratica, com mais ou menos mestria, mais ou menos sensibilidade.

Dedico este lançamento para a frente, este atirar para pleno voo, desta gaivota particular, a todos os meus alunos, aos que já o foram, aos que o são, aos muitos que, por certo, ainda receberei de braços abertos, para que sigam este exemplo sem medos, para que se lancem em pleno voo, gozando da Liberdade que outros já lhes ofereceram de bandeja.
Então voem! É o mínimo que esperamos de vós.

A Queda do Muro de Berlim, a Em@ e a Minha Sala de História


Muro de Berlim - S. Gonçalo - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

O Queda do Muro de Berlim, a Em@ e a Minha Sala de História

Mas que raio de ligação, pensarão os meus leitores, poderá haver num acontecimento passado no século passado, mais concretamente no longínquo ano de 1989, uma leitora deste blogue, Em@ de seu nome, perdida lá pelos confins do Sul de Portugal, e a Sala de História da E.B. 2/3 de Amarante?
À primeira vista parecem não ter nada que os ligue, não é assim?
Pois é, parece, mas nem tudo o que parece é, nem tudo o que é parece.

Sabia que a Em@ iria a Berlim este ano. Vai daí pedi-lhe o muro, o verdadeiro, pois então!, aquele que se vende às postas e se carrega com facilidade para casa, em caixinhas bem acondicionadas e catitas e que constitui um negócio bem mais do que interessante por terras da Alemanha, e que, por certo, perdurará no tempo dado o tamanhão/extensão da coisa ignóbil.
Pois hoje foi dia de me chegar a casa, entregue em mãos pelo carteiro, o muro, o tal que dividiu Berlim em duas por demasiados anos, muro que levarei, e deixarei em depósito, na cada vez mais enriquecida e apetrechada Sala de História, sala onde lecciono todos os dias as minhas aulas à pequenada, que fica de brilho acrescido nos olhos sempre que eu me dirijo às caixinhas, arrumadinhas e lindas, que guardam pequenos objectos e obras de arte, na sua maioria réplicas de peças originais, outros mesmo originais, e que fazem a alegria da miudagem que pode manusear a coisa, virá-la para a esquerda e para a direita, em observações mais ou menos demoradas que constituem motivação para o exercitar de neurónios, que eu gosto que eles os mantenham irrequietos.
O ensino da História faz-se também por aqui, pela motivação da clientela, sentada na sala de aulas, de olhos arregalados, sorrisos nos lábios e expressões entusiasmadas, clientela sem a qual, eu, e todos os outros professores, seríamos outros, obrigatoriamente outras coisas quaisquer.
Por isso te agradeço, Em@, do fundo do coração, a tua generosidade para comigo, a tua dádiva que, vinda directamente da loira do Sul, aterrou hoje nas mãos da morena cá do Norte, mesmo mesmo nas mãos do Escorpião Azul.
Deixas-me sensibilizada, mesmo, Linda. E ao mesmo tempo duplamente enriquecida. Porque sei o poder da tua amizade. E porque sei ser tua amiga, com o mesmo poder. Apesar da distância que nos separa, eu num canto do país e tu em outro, sinto que somos poderosas. Porque ambas sabemos que basta querer muito alguma coisa. E que depois é fácil, é só correr atrás dela...
E nós corremos a bom correr, não é assim, Em@, com as nossas pernas de gazelas?
Ah! E este é o país que funciona, porque se sabe unir, cumprindo um objectivo comum: procurar assegurar, sem tréguas, rodearmo-nos de pessoas decentes, generosas, esmeradas, trabalhadoras, desinteressadas, solidárias... e assim chegar ao fim do dia pensando "God Knows How Y Adore Life."

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O País Indecente


Barca - Serra da Aboboreira - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

O País Indecente

Nos últimos dias tenho-me dedicado, entre outras coisas, a tratar o país indecente, o meu, tal como ele se apresenta aos meus olhos.
Hoje trato o já mais do que velho e batido problema dos famigerados incêndios, que já mete nojo a qualquer alma penada e que, a quem tem de os viver de perto, mete bem mais do que isso. Porque aflige de uma forma que só quem já se confrontou com as chamas bem de perto e sentiu as suas altíssimas temperaturas no rosto e viu as chamas descontroladas dançarem, subindo pelos céus em turbilhão, como é o meu caso, compreende o significado do que estou para aqui a escrever.
Infelizmente tenho já grande experiência de contacto ombro a ombro com os incêndios na Aboboreira, ano sim, ano sim, acordada em sobressalto, a meio da noite, com avisos de incêndio, ou acordada logo pela manhã, como foi o caso deste último.
Estive na serra no sábado, durante a tarde, e estava tudo mais do que calmo, depois de um grande incêndio já ter cabo de grande parte dela este Verão. Na segunda-feira recebi o maldito do telefonema da praxe com a nova de que o incêndio, deflagrado a meio da noite, andava nos meus terrenos. Ordem de marcha, Anabela Maria, serra acima e lá vais de novo fazer de bombeira, pensei eu, mas felizmente pensei mal, pois, quando lá cheguei, os bombeiros de Santa Marinha do Zêzere andavam exactamente na terra que é minha, em operações de rescaldo. Como manda já a tradição, os bombeiros apanharam-no ali mesmo, ao bicho, nos meus campos, relativamente limpos.
Mas interessa-me aprofundar um pouco mais este assunto dos incêndios, que vem à baila quase todos os anos, para além do meu caso particular.
Não sou uma especialista, e ele há tantos neste país e pagos a peso de ouro, mas pela minha experiência de vida, o segredo está não no combate aos ditos, mas na prevenção dos mesmos. Ou seja, não se trata de colocar trancas nas portas depois delas arrombadas e sim de as colocar muito antes, por forma a prevenir qualquer ocorrência.
Todos os anos fico a pensar em todo o dinheiro despendido neste país no combate penoso, difícil, quantas vezes impossível, ao fogo já deflagrado quando não vejo nada, mas mesmo nada de nada de cuidados preventivos para que não se chegue a esta altura e se ande com o credo na boca.
Confesso que foi com espanto que ouvi o ministro da agricultura a ameaçar os proprietários de expropriação caso não mantenham as suas propriedades limpas. Pensei naqueles pobres idosos, já poucos, dobrados pelo cansaço, desdentados, andando ajudados por muletas e bengalas que vi espalhados, aqui e ali, pelo interior, sem força para cortarem o mato das suas terras, sem cortes de gado para absorver estes mesmos matos outrora úteis, agora inúteis pela quase inexistência de vacas, bois, ovelhas, cabras e outra bicharada que tal, sem dinheiro para mandar cortar este mesmo mato, que cresce à velocidade da luz, em terras de Portugal.
E pensei nas terras estatais, a maioria das serras e montanhas deste país aberrante, e pensei que o ministro da agricultura daria um excelente exemplo ao país real começando por expropriar estas mesmas terras, porcas badalhocas de matos e outras coisas que tais, sem que ninguém lhes valha, e que as poderia oferecer, sei lá... a Espanha?

O País Indecente


Marialva, a Bela - Beira Alta - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

O País Indecente

Os políticos indecentes continuam a dar tudo por tudo para fazerem deste país um local ainda mais indecente do que aquilo que ele já era ontem, do que aquilo que ele já é hoje.
Assim, e segundo o Correio da Manhã, aqui fica a lista das escolas que já não abrirão portas no próximo ano lectivo. A bem do equilíbrio da "Naçón". A bem "dezer" uma excelente ajuda para estimular as dinâmicas, tão necessárias, à fixação de vida no interior.
Os meus parabéns, ps, com letras mais que miudinhas.
O esmero fez com que fechassem mil escolas e não setecentas?
Os meus parabéns de novo, ps, com letras mais que miudinhas!

Nota - Com os meus agradecimentos ao Paulo Ambrósio.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O País Indecente


Praia da Amoreira - Aljezur - Algarve - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

O País Indecente

Hoje volto ao país indecente. Com culpas distribuídas por muitos de nós, que o fazemos indecente, com culpas distribuídas pelos políticos indecentes, que escolhemos, pelas políticas mais do que indecentes colocadas em prática e agora não me estou a referir apenas aos governos ps, mas também aos psd, que eles são cara e coroa da mesma moeda, são vira o disco e toca o mesmo e trouxeram-nos aqui, ambos, às circunstâncias que hoje todos nós vivemos.
Durante estas minhas férias de Verão, aquelas que acabaram há dias, segui o conselho do nosso, por vezes tão omisso, presidente da república Cavaco Silva, tão omisso mas que, por certo por um mero acaso, neste tempo de dificuldades imensas para inúmeros portugueses, esteve bem ao aconselhar os portugueses a fazerem mais pelo seu país, não saindo de cá durante as férias, deixando aqui, consequentemente, as divisas tão necessárias para o reerguer da coisa que está mais do que lixada.
Pois fiquei por cá e durante a minha volta por Portugal, mais ou menos conhecido, mais ou menos desconhecido, fui parar a Aljezur, encostada ao Alentejo, mas já Algarve, de um Algarve que não se confunde com Abufeiras, Quarteiras e outras eiras que tais e que sofre ainda influência, e muita, de um Alentejo a muitos títulos excepcional.
Pois durante o meu poiso de quatro dias, nos arredores de Aljezur, frequentei três restaurantes diferentes e em todos fui atendida, no total, por três brasileiras e uma russa.
Nada de confusões, nada me move contra esta gente, muito pelo contrário, pensando eu que a mobilidade de pessoas no planeta é mais do que salutar, não me esquecendo jamais dos que saíram de cá e foram tentar a sorte num outro local e admirando, até, esta coragem demonstrada no acto de deixar tudo para trás e iniciar uma vida inteira do zero, em outro local, por vezes radicalmente diferente.
O meu incómodo é outro. É aquele mesmo incómodo que se apoderou de mim um dia ao ouvir o meu amigo Chakib, em plena Ouarzazate, grande conhecedor de Portugal pois aqui viveu por muitos e longos anos, dizer-me qualquer coisa como "Os portugueses estão muito diferentes. Estão uns malandros. Agora há muita gente que só quer viver dos subsídios e não quer trabalhar."
Pois foi o que agora ouvi da boca da russa que simpaticamente nos atendeu no restaurante da praia da Amoreira. Ela sozinha para um mar de esplanada que começava em pequenos-almoços tardios que engatavam em almoços, que por sua vez engatavam em lanches que só terminavam já engatados ao jantar. E lá nos disse ela " Os portugueses não querem trabalhar. Vivem dos subsídios querem eles lá pensar em trabalho! Já viste, eu aqui nesta esplanada toda, sozinha? Não arranjamos ninguém para aqui! Não é incrível?"
Pois é, pensei eu. Incrível mesmo num país onde o desemprego é o que é.
E não é que chego a Amarante e por um motivo de saúde, já mais ou menos controlado, desloco-me à urgência do hospital cá do burgo e sou atendida por um médico africano e outro brasileiro logo de enfiada?
E continuo a pensar que habito um país estranho e indecente, com tantos miúdos e miúdas a esfalfarem-se para entrarem em medicina, coisa recusada muitas vezes, apesar das notas elevadíssimas, e anda o estado a contratar profissionais lá fora, sob pena do sistema entrar em ruptura.
Porca miséria esta, a do país indecente, que parece não acertar com um caminho decente e digno.

domingo, 15 de agosto de 2010

Casas do Côro - Um Exemplo Exemplar


Casas do Côro - Marialva - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Casas do Côro -Um Exemplo Exemplar

Este é um dos exemplos da actuação que pode fazer a diferença, em terras do interior, desertificadas e envelhecidas, neste caso na excepcional vila, que mais parece aldeia, de Marialva.
No ano 2000, mais concretamente durante o mês de Maio, o projecto chamado "Casas do Côro" viu a luz do dia e abriu portas ao turismo. Desde esse ano, Paulo Romão e Carmen, sua mulher, não ficaram de braços cruzados e ampliaram o projecto inicial que conta agora com oito casas, vinte e dois quartos, uma loja fantástica que promove muitos dos excelentes produtos produzidos localmente, uma piscina de água aquecida para o tempo mais frio, restaurante e outras comodidades que tais que fizeram com que a vila de Marialva tenha ganho um encanto, que por certo se perderia definitivamente, não fora este casal ter agarrado, com unhas e dentes, esta oportunidade de fazer a diferença.
E é que fez mesmo a diferença. As casas, exemplarmente recuperadas, fazem a diferença para quem caminha pelo granítico chão da bela Marialva e são um mimo para quem ama a dignidade dos povoados, como é o meu caso. E constituem, por certo, um exemplo exemplar, a seguir em outras aldeias e vilas portuguesas, agora quase definitivamente abandonadas.
Esta é uma possibilidade de saída para a ruína em que se encontra já o interior deste nosso Portugal. Poderá haver outras.
Resta-me deixar um dos muitos links interessantes que fazem referência a este projecto fabuloso das "Casas do Côro". Explorem aqui. Informem-se.

Orgulho


Auto-Retrato em Celorico da Beira - Portugal
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Orgulho

Orgulho, não daquele balofo mas daquele bem sentido cá nos meus interiores, foi o que se apoderou de mim, e me colocou de sorriso de orelha a orelha, quando me deparei com este post do Ramiro Marques, que agora transcrevo daqui e que por pouco me passava completamente despercebido.
Orgulho por figurar em tão excelente companhia, orgulho por saber que o Ramiro Marques me continua a ler, depois de já me ter classificado o blogue como "viciante".
Agradeço-te, Ramiro. Agradeço-te também as primeiras palavras de apoio à minha escrita aqui no blogue, que já têm anos, mas que continuo a guardar religiosamente, que me incentivaram a resistir e a permanecer por aqui, coisa não fácil e coisa exigente para todos nós que por aqui permanecemos, de pedra e cal, quando já tantos arrumaram as botas aqui e nas escolas também.

"Ontem, dei-me ao cuidado de fazer uma lista da blogosfera docente que resiste. Critérios de selecção: regularidade, enfoque na temática da educação e capacidade para resistir às políticas de desertificação do país e fabricação estatística do sucesso escolar.
Como qualquer lista, esta tem omissões.
1# Educação do meu Umbigo. Editor: Paulo Guinote. Apesar do proverbial mau feitio do editor do Umbigo, o Guinote continua a ser o rei dos blogueiros da educação. A favor: sempre actual e bem documentado. Contra: não perde uma ocasião para polemizar com outros blogueiros.
2# Octávio Gonçalves. Editor: Octávio Gonçalves. O blogue mais anti-socratino da blogosfera docente. A favor: uma escrita luminosa e argumentação fina. Contra: não encontro nada.
3# Danacao. Editor: Luís Costa. Um blogue muito bem escrito. Uma escrita literária com as melhores metáforas da blogosfera.
4# Profs lusos. Editor: Ricardo. O blogue com melhor informação sobre concursos de professores.
5# Ensino Básico. Editor: David Azevedo. O blogue com melhores materiais para o ensino básico.
6# Educacaosa. Editor: Reitor. O blogue mais corrosivamente anti-socratino do país. Contra: Quem é o Reitor?
7. Anabela Magalhães. Editor: Anabela Magalhães. Um blogue que fala da educação do ponto de vista de uma professora que a vive intensamente.
8. Correntes. Editor: Paulo Prudêncio. Um dos blogues mais antigos da blogosfera docente.
9. OutroOlhar. Editor: Miguel Pinto. Um blogue que até quando discorda o faz com elegância.
10. Lisboa-Telaviv Editor: David Levi. Um blogue que luta por aquilo em que acredita e que nos revela uma perspectiva que os media silenciam."