sexta-feira, 28 de junho de 2013

O Ramiro Marques, Eu e os Sindicatos

O Ramiro Marques, Eu e os Sindicatos
 
Se entrar no Profblog e pesquisar Anabela Magalhães vai-se deparar com muitas e variadas postagens sobre a minha pessoa e sobre assuntos abordados por mim, neste blogue, e que pode ler clicando aqui.
 
Vou transcrever apenas dois deles.
 
Num dos posts, mais precisamente a 29 de Janeiro de 2009, Ramiro Marques escreveu:
 
A Anabela Magalhães é professora de História na Escola Secundária de Amarante. Edita o Blog Anabela Magalhães desde 2007. Gosto de ler a Anabela Magalhães porque ela é corajosa, directa e escreve bem. Medo é coisa que esta mulher não tem. Usa a sátira com mestria sempre que pretende desmontar os desvarios dos adesivos e dos comissários políticos. Na escola secundária de Amarante, a Anabela é uma voz livre. Esse gosto pela liberdade transparece, todos os dias, no blog. Em dois anos, a Anabela postou mais de 1000 posts. É raro o dia que não nos brinda com 2 ou 3 textos. O blog da Anabela oscila entre o estilo confessional, centrado nas muitas histórias de vida de uma professora, e a análise da política educativa. Quando é preciso, o blog é um instrumento de combate. A Anabela partilha comigo o gosto pela fotografia. Eu já lhe disse que não gosto do fundo preto do blog, mas ela não me deu atenção. A Anabela não pensa pela cabeça dos outros. Faz bem. Alô, Anabela! Não pares!
 
E no dia 29 de Abril de 2009 escreveu:
 
A Anabela Magalhães é professora em Amarante. Na Escola Secundária de Amarante. Lecciona História e edita o blogue homónimo . Um blogue de uma professora que luta. E luta sempre: com a palavra, o gesto e o exemplo. Quando foi preciso vir até cá abaixo, ela veio: seis horas de autocarro para cada lado. Mas veio. Não disse: "eu gostava de ir mas estou cansada". Quando foi preciso fazer um dia de greve, ela fez. Não disse: "para que serve um dia de greve? Ainda se ao menos fosse uma greve de uma semana!" Quando tem conhecimento de atropelos e injustiças na sua escola, ela denuncia. Não diz: "para que é que me estou a chatear? Não é comigo!" Quando foi preciso tomar decisão sobre a ficha dos objectivos individuais, ela não entregou. Não disse: "não sou parva, para quê estar a prejudicar-me?" Quando os sindicatos fizeram a consulta aos professores sobre as formas de luta a realizar no 3º período, ela falou e escreveu. Não ficou em silêncio. Não disse: "para quê continuar a lutar se dois terços entregaram os objectivos individuais?" E quando os sindicatos e os movimentos independentes de professores voltarem a apelar a formas concretas de luta, ela luta. Não vai dizer: "não vou à manifestação porque ninguém me ouviu". E quando chegar o dia de colocar o voto nas urnas, ela vai pôr. Não fica em casa. Vai castigar o partido que mais mal fez aos professores nos últimos 35 anos. Não diz: "são todos iguais, fico em casa".
 
Ora vem isto a propósito de um artigo saído um dia destes no DN, escrito pelo Ramiro Marques e publicado no seu blogue com o título 3 notas sobre o processo negocial:Texto curto no DN de hoje e do qual vou só transcrever o ponto 1, avisando desde já que os sublinhados são meus:
 
"#1. Na génese estão dois equívocos alimentados pela Fenprof com a Fne a deixar-se ir a reboque numa luta sem tréguas por novas sindicalizações. As duas maiores federações sindicais de professores andam a medir forças para ver quem é mais forte, mais radical e berra mais alto. Nesta guerra quem perde mais são os docentes que foram instrumentalizados na base de dois equívocos: a ideia errada de que as 40 horas semanais provocam aumento de carga letiva e a ameaça, também errada, de que o Governo está a preparar o desemprego de milhares de docentes dos quadros."
 
Posto isto, não vou tecer qualquer comentário sobre esta mudança radical de opiniões operada no Ramiro Marques desde que o pê esse dê chegou ao poder. Cada um faz as suas opções e ponto final. E arca com as consequências delas. Apenas a constato, à mudança radical do discurso. E apenas quero afirmar aqui e agora que não gostei mesmo nada da observação, extraordinariamente infeliz, sobre os docentes instrumentalizados, coitaditos, enganados pelos malandros dos sindicalistas.

Por acaso somos para aqui alguns mentecaptos?

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