domingo, 31 de dezembro de 2017

Ainda o Plágio do Meu Trabalho


Ainda o Plágio do Meu Trabalho

E, desta vez, mais um trabalho plagiado, dobrado para português do Brasil e a que retiraram o último diapositivo, aquele que tem a autoria do trabalho que é minha, que é meu!
Ah! E deram-se ao trabalho de retirar os créditos a todas as fotografias e imagens que lá constam e que, não sendo minhas, eu me dei ao trabalho de pedir o seu uso aos autores do manual da ASA.
E siga! É "apenas" mais um roubo nestes dias que correm vorazes...

Veja e ouça! aqui.

E ainda outro aqui... que isto nunca mais acaba e é um fartar vilanagem!

O que tem tudo isto em comum? Para além da mudança de fundos, o apagamento da autoria de um trabalho que é meu e que me saiu e sai do pelo todos os dias! Mas que feio!

sábado, 30 de dezembro de 2017

A Falta de Ética no Trabalho de Alguns Professores - O Plágio






A Falta de Ética no Trabalho de Alguns Professores - O Plágio

"O plágio é o ato de assinar ou apresentar uma obra intelectual de qualquer natureza contendo partes de uma obra que pertence a outra pessoa sem colocar os créditos para o autor original. No ato plágio, o plagiador apropria-se indevidamente da obra intelectual de outra pessoa, assumindo a autoria."


No nosso país, é crime. No Brasil, também.
Cheguei aqui por acaso, à procura de uma imagem sobre Homo habilis. E foi com espanto que vi uma das minhas apresentações em PowerPoint completamente plagiada. Não há praticamente mais nenhuma alteração a não ser no primeiro diapositivo, sendo agora o meu trabalho  "pertença" de uma tal prof chamada Márcia Fabiani, os créditos das imagens, quase todas as fotografias são da minha autoria, foram apagados um a um, o último diapositivo, aquele em que eu refiro especificamente a autoria do trabalho, escafedeu-se, sei lá eu para onde! Ah! E o fundo preto virou branco.
Que feio! Feio de qualquer maneira, mas entre gente que tem nas suas mãos a responsabilidade da educação da geração mais nova isto é, não posso deixar de sublinhar, especialmente feio.

O trabalho integral plagiado está no link que se segue, a vermelho.

http://slideplayer.com.br/slide/3253771/

Quanto ao meu trabalho, esse pode ser visto aqui.

Entretanto fiz outra rápida pesquisa et voilá! Mais um! Desta vez só com algumas autorias eliminadas e, claro, a autoria do trabalho em PowerPoint viste-la? Pois nem eu!
Que lindo! Comprove aqui o roubo. Porque é de roubo que eu estou aqui a falar. Que lata!
E coloquei eu este aviso na página web por mim criada e que aloja as minhas apresentações em PowrPoint!!!! Deve estar em marciano.

Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons
 Pode ser utilizado, mas não pode ser alterado. Se o utilizar, por favor, dê os créditos a quem de direito.
Não pratique o plágio.
  
Se quiser esclarecer qualquer dúvida encontra-me em  anabelapmatias@gmail.com

Desejos para 2018

Auto-Retrato em Montra Francesa
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Desejos para 2018

Desejo a todos os meus leitores um ano de 2018 especialmente feliz. 
Que 2018 se cumpra com muita saúde no lombo, com amor e carinho a dar com um pau, com paz e sossego q.b., com criatividade aos molhos... a sair pelos poros, com pilhas duracell para vencer o cansaço, com stress na conta certa, com alegria espalhada por todos os dias do ano... e que o espírito positivo nunca mas nunca nos abandone!

Novas SPN - Negociações


Novas SPN - Negociações com o ME


Vagas para progressão aos 5.º e 7.º escalões e regime de concursos
Negociação suplementar – 3.Janeiro.2018
Professores vão acompanhar esta negociação, concentrando-se junto ao Ministério da Educação às 17 horas do dia 3. Comparece!


Car@ sóci@ do SPN,

O Ministério da Educação (ME) recusa fixar quotas mínimas de progressão, deixando à discricionariedade dos governos a decisão ano a ano. A ser assim, a progressão na carreira docente passaria a depender de conveniências políticas. É inaceitável!

O ME pretende realizar, em 2018, um concurso interno antecipado praticamente inútil, pois não resolve injustiças e não altera o próprio regime de concursos, no sentido de lhe conferir transparência, eliminar injustiças e promover estabilidade. É inaceitável!

Perante a reiterada inflexibilidade do ME, a FENPROF entendeu que deveria permitir aos educadores e professores a possibilidade de, no dia em que se realiza a reunião de negociação suplementar, manifestarem o seu descontentamento e, simultaneamente, procurarem pressionar ainda o ME a adoptar soluções razoáveis nas duas matérias em causa, para o que convocou a realização de um Plenário Nacional, em plena Avenida 5 de Outubro, de que deu já ontem conhecimento às direcções dos agrupamentos e escolas não agrupadas.

Os docentes interessados em participar nesta iniciativa deverão contactar os serviços do SPN durante o dia de hoje ou até às 15 horas do próximo dia 2 de Janeiro (contactos aqui).

Nos termos da legislação em vigor, e do ofício do ME n.º 1318/2017, de 19 de Abril, os docentes poderão usar tempo do crédito de horas anualmente estabelecido (15 horas). Assim, eventuais faltas ao serviço serão justificadas ao abrigo da lei sindical, sendo, no local, distribuída a necessária justificação. Estas ausências ao serviço não podem originar qualquer desconto de tempo de serviço ou de remuneração.

Saudações sindicais e votos de um bom ano de 2018!

sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Memórias Amarantinas (Costa Carvalho)

Rua da Cadeia - S. Gonçalo - Amarante

Memórias Amarantinas (Costa Carvalho)

TRÊS RAZÕES E MEIA
PARA GOSTAR DA «FLOR»
O sr. padre Morais beijava o altar depois do «Ite, missa est» e, de novo voltado para os fiéis, abençoava-nos: «Benedicat vos omnispotens Deus, Pater et Filius, et Spiritus Sanctus». Dava-se a debandada. Já havia ratinhos na barriga. E só o S. Gonçalo é que não ia almoçar.
Meus pais e os quatro filhos íamos de seguida até «A Moda», entrando pela porta da varanda que também servia de acesso à casa do sr. Maia alfaiate. O pai recolhia o correio, metido pelo carteiro por debaixo da porta principal do estabelecimento, e, antes mesmo de ler a correspondência comercial, passava os olhos pela «Flor do Tâmega».
As cartas ficavam em descanso até ao outro dia, segunda-feira, em cima dum dos balcões, mas a «Passarinha», essa é que não ─ assistia às provas das farpelas que o sr. Maia tivesse em mãos, seguindo depois connosco para casa, onde éramos recebidos pelo cheiro quente, inebriante e apetitado, das pingadeiras, abarrotadas de vitela e de batata, a rechinarem nas fornalhas do fogão a lenha. Pingadeiras, e não pingadeira, porque duas, ainda antes de nos sentarmos todos à mesa, iam direitinhas para a cadeia, levadas como viático pelas mãos possantes da Laura. Nós, os meninos, formávamos o préstito, aguardado com palmas pelos presos. E também com a mesma pergunta de sempre: «Não se esqueceram do jornalzinho?» E lá ficava, na cadeia, a «Flor do Tâmega» da semana anterior, para ser lida e relida, passada e repassada.
Uma segunda razão que me levou a afeiçoar-me, ainda mais, à «Flor do Tâmega», foi quando meu pai foi ofendido na sua honor e probidade profissional.
Cruzando-se dois sujeitos no passeio da Rua de Cândido dos Reis ─ o do lado do Hotel Silva ─ , um deles quis saber do outro:
─ Onde compraste esse chapéu?
─ Na loja do Carvalho! ─ respondeu o interpelado, descobrindo-se e afeiçoando com uma das mãos a aba da peça de feltro.
─ Pois compraste uma boa merda!
O deslustre não se ficou pelas palavras. Arrancando-o das mãos do outro, o interpelador atirou com o chapéu ao chão. Meu pai decidiu processar judicialmente o peralta, membro de uma família conceituada de Amarante. Logo se atravessaram as figuras gradas da terra. Sem deixarem de lamentar e condenar o sucedido, pediram a meu pai que reconsiderasse e levasse a ofensa à conta de execrável leviandade. Depois de muito assediado e instado, meu pai cedeu. Mas com uma condição: que o tratante se retractasse publicamente na «Flor do Tâmega», afirmando-se etilizado aquando do seu reprovável acto.
Uma terceira razão: o destaque dado pela «Flor do Tâmega» ao funeral do meu pai, nascido em Santa Cristina de Figueiró e falecido, aos 44 anos, no dia de Santa Cristina, 24 de Julho, que nesse ano de 1949 caiu a um domingo…
Por fim, a meia razão. Tinha" a «Flor do Tâmega» uma rubrica ─ A Carteira ─ em que eram assinalados os aniversários dos assinantes e dos seus filhos. Na data própria, lá saiu a efeméride: « Dia 6 de Setembro ─ O menino Fininho (em vez de Zezinho), filho do proprietário de «A Moda», senhor Joaquim Teixeira da Costa Carvalho, e da senhora D. Laura Carneiro da Silva Carvalho».
Oh! Que gozo pegado o dos meus irmãos! Que eu era fininho, o que se diz mesmo um caniço, já não duvido ao ver-me numa foto mandada ─ vai para alguns anos e (que vergonha!) nunca agradecida ─ pelo Joaquim Coelho Oliveira. A velha escola de S. Pedro e só nós, os putos, na fotografia! Tirada em "plongée", para cabermos todos, pelo pai do Eduardo?
Ainda assim, e para que conste, acho que, mesmo volvidos tantos anos, vale a pena "exigir" a rectificação do "Fininho". Ela aqui fica, por conta própria, já nem sequer como anedota; antes como um envelhecido sorriso pespontado no rosto sempre jovem da saudade.
P. S. - Joaquim Oliveira, se te chegar aos ouvidos que eu falei de ti, vê se me arranjas a "tais" foto que eu não sei onde meti! Prometo desta vez agradecer, antes de esticar o pernil... Um abraço e BOM ANO!

Responsabilidade Amarantina

Responsabilidade Amarantina - S. Gonçalo - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Responsabilidade Amarantina

Insisto. Ontem, hoje, amanhã. Para que Amarante não fique refém de um gosto parolo e apimbalhado com que, volta e meia, somos brindados aqui mesmo pelo centro de Amarante.
Este texto é de 2015, sendo que hoje está mais actual do que nunca. Valham-nos os deuses todos!!!

TERÇA-FEIRA, 29 DE DEZEMBRO DE 2015


Responsabilidade Amarantina

Responsabilidade Amarantina - S. Gonçalo - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Responsabilidade Amarantina

Esta é a responsabilidade que nos deve unir a todos, amarantinos, independentemente da simpatia por credos, partidos políticos, cores faciais ou emotivas, independentemente de filiações clubísticas... independentemente de seja o que for que nos possa distinguir uns dos outros, defendo que cabe a cada amarantino, que possa e queira ter voz, que possa e queira ter influência, que habite o burgo ou que esteja fora dele, que por aqui tenha nascido ou que tenha nascido muito longe deste fundo vale mas que aqui esteja agora radicado, a responsabilidade de exercer a sua influência positiva sobre as vivências de uma colectividade que é constituída pelo somatório de cada um de nós a todos os outros.
E abro aqui um parêntesis para afirmar que é evidente que não estou a falar de gente morta em vida, de gente paralisada pelo medo do passo dado em frente, de gente desistente, de gente derrotada ainda antes da partida e que nem mesmo chega a partir e a descobrir os encantos de uma caminhada que se pratica, quantas vezes! na corda bamba, isoladamente, mas com muitos assistentes à espera da queda espalhafatosa e fatal. Esse é o tipo de gente que não me interessa de todo, que na minha vida privada arrumo em três tempos para canto e que, na minha vida profissional, mato mentalmente numa estratégia de sobrevivência que se tem revelado muito certeira e eficaz porque sim, assim sou capaz de trabalhar até com gente morta.
Posto isto, eis que chego ao meu umbigo, ao meu umbigo amarantino, o Largo de S. Gonçalo e chego às artérias e veias que daí irradiam e chegam mesmo aos capilares, que são, para mim, as quelhas, as tão por mim amadas quelhas e eis que chego à responsabilidade que cada amarantino deve sentir perante o legado que lhe foi servido de bandeja, quer seja em património construído, quer seja em património material, quer seja em património imaterial e que todos nós devemos respeitar. O Mosteiro de S. Gonçalo, com os seus claustros e igreja anexa, é único e irrepetível, assim como é irrepetível a Igreja de Nosso Senhor dos Aflitos, vulgarmente conhecida por Igreja de S. Domingos, assim como é irrepetível a Ponte Velha que une as duas margens do burgo, o Museu Amadeo de Souza-Cardoso, o Museu de Arte Sacra, a Igreja de S. Pedro, a Quelha das Garridas, o Solar dos Magalhães, a casa dos Macedo...  como são irrepetíveis um Amadeo, um Teixeira de Pascoaes, uma Agustina, um Lago Cerqueira, um Acácio Lino, um Eduardo Teixeira Pinto...
Ora então qual é a nossa responsabilidade enquanto amarantinos?
Muito simples, ao mesmo tempo complicado: respeito pelo legado, valorização desse legado, mas também inovação, arrojo, criação de novas dinâmicas construtivas, de novos projectos que se consigam sustentar. E para isso Amarante precisa de todos os que consigam contribuir positivamente para a valorização de um património que é de todos os amarantinos em primeiríssimo lugar, mas também de todos os portugueses e, em última instância, de todos os terráqueos racionais que por este planeta circulam. Património esse que vai para além do que já existe, evidentemente, porque também só assim saberemos honrar o legado, excepcional, que recebemos dos nosso antepassados e do qual usufruímos todos os dias.

O Largo de S. Gonçalo, e toda a sua envolvente, é o meu umbigo. E é também o meu Norte.

Hoje foi dia de recarregar baterias. Por vezes recarrego-as assim. Apenas pelo preço de um belíssimo café curto, tomado no meu umbigo, banhado e aquecido pelo sol. Até ao tutano.

Nota - Este meu discurso está presente neste blogue, de forma ora mais explícita ora mais implícita, desde que o abri, no já longínquo ano de 2007.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Petição - Pelo veto das alterações à lei de financiamento político


Petição -  Pelo veto das alterações à lei de financiamento político

Envergonhada pela conduta da classe política portuguesa no geral, assinei.


Pelo veto das alterações à lei de financiamento político

Em Jeito de Balanço - A Palavra a Santana Castilho


Em Jeito de Balanço - A Palavra a Santana Castilho

A banalidade do mal e o sabor dos anos que passam

“Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne, e sangra todo o dia.”
José Saramago

1. Passou o Natal das ocas farturas. Por comodidade e interesse, o Natal comercial tem varrido da memória dos homens o verdadeiro Natal, menos fantasioso, aquele em que Herodes, o Grande, ao saber do nascimento do Rei dos Judeus, mandou assassinar todos os recém-nascidos em Belém, para varrer o alegado concorrente. Segue-se a passagem de ano e é tempo do habitual balanço.
Em 2017, Portugal tornou-se moda para os turistas. Em 2017, assegura a santa madre Estatística, cresceu a economia, cresceu o emprego e registámos o mais baixo défice desde 1974. Em 2017, saímos do procedimento por défice excessivo e recebemos bulas purificadoras das agências de rating. Em 20017, um dos diáconos do totalitarismo financeiro, mas nosso, arrebatou o ceptro do Eurogrupo.
Prestes a findar 2017, o parecer do Tribunal de Contas sobre a Conta Geral do Estado de 2016 foi claro: de 2008 a 2016, foram-nos extorquidos 14,6 mil milhões de euros para acudir aos desmandos de banqueiros e amigos, soltos e impunes. Em 2017, os incêndios florestais fizeram 111 mortos e 350 feridos.
Em 2017, um político que foi de férias quando meio Portugal ardia, considerou saboroso o ano que finda.
Imagino como seria cómoda a vida de um governante que não se importasse com nada nem ninguém. Mas será possível governar sem se importar? Será possível governar sem a capacidade de nos colocarmos na pele daqueles que não conhecemos, mas sofrem? Será possível governar sem amar? No coração de quem ama, os êxitos efémeros não apagam o sofrimento perene nem as alegrias superficiais afastam a dor mais funda.
2. Felizmente recuperado das vertigens e falta de equilíbrio que a síndrome vestibular aguda lhe provocou, o ministro Tiago Brandão Rodrigues foi à Chamusca e caiu do cavalo da demagogia. Embalado pelo trote das referências à “metodologia expositiva” (Estado da Educação 2016, CNE, págs. 7, 27 e 28), alegadamente usada em excesso pelos professores, e instado a pronunciar-se sobre a matéria (PÚBLICO, 15.12.17), passou ao galope: “...esses dados dizem respeito ao ano lectivo 2015-2016, cujo início foi ainda da responsabilidade do anterior Governo. Tivemos a oportunidade de, sabendo nós como o estado da educação se apresentava nesse ano lectivo, poder desenvolver novas políticas públicas para dar resposta à estaticidade das salas de aula...”
Estática esteve a leitura do relatório por parte do patusco ministro. É que “esses dados” referem-se a 2012, como está no relatório que Tiago não leu. E a poderem, inquisitoriamente, ser ligados de modo isolado a algum Governo, então seria... ao do PS (Lurdes Rodrigues e Isabel Alçada).
3. A 19 deste mês, a página institucional da DGAE ofereceu-nos um texto de antologia propagandística sobre as inovações, velhas de décadas, do secretário de Estado João Costa, autor da prosa. Sob a epígrafe “Autonomia, Liderança e Participação”, disse-nos João Costa:
“O insucesso não é, pois, o problema de uma taxa que queremos reduzir, mas sim o problema de qualidade das aprendizagens e de justiça social que precisamos de resolver.”
O engenho ensaísta do secretário de Estado antecipou uma probabilidade inovadora: a taxa pode aumentar mas o insucesso diminuir. É uma questão de reescrever o que entendemos por qualidade das aprendizagens. E a caneta pedagógica é ele que a tem.
4. A secretária de Estado Alexandra Leitão, em representação do Governo, assumiu o compromisso de negociar com os sindicatos o modelo da recomposição da carreira dos professores, tendo por referência o actual estatuto, por forma a ser possível a recuperação do tempo de serviço. No exercício negocial em curso, o Ministério da Educação divulgou números falsos sobre as correspondentes implicações financeiras, com o óbvio intuito de iludir a opinião pública. Este procedimento é próprio de aldrabões. Apesar de deselegantes, há momentos em que determinadas palavras têm que ser usadas.
in Público, 27/12/2017

Vergonhas Mundiais

In JN - hoje

Vergonhas Mundiais

Como comentar esta notícia natalícia?
500 pessoas contra biliões?
Sim, porque o dinheiro é sempre o mesmo, desaparece de uns bolsos et voilá! Magia!

Memórias Amarantinas (Costa Carvalho)


Memórias Amarantinas (Costa Carvalho)

De ler... e chorar por mais. Continuamos a contactar com uma Amarante que já não existe e que é verdadeiramente deliciosa. E que perdura na memória do jornalista amarantino Costa Carvalho.


O MEU GRANDE PEQUENO MUNDO!
Regresso ao passado em Amarante. Tenho 5 anos. O mundo está em guerra; Amarante, também.
Sou volframista; garimpo as minas da imaginação, riquíssimas em micas mais reluzentes do que pirilampos.
Sou, também, mascote, de uma tropa fandanga, fisgas presas com pontas-de-paris nas espingardas de pau. D. Zezinha Carvalhal é a madrinha da bandeira; meu irmão Fernando, o Zé Branco e o Abílio são os comandantes.
Estou de sentinela ao quartel, na Rua de Teixeira de Vasconcelos; os meus camaradas de armas assaltam a torre donde o João e o António Vasconcelos arremessam azagaias. Há cabeças rachadas.
O futebol é uma outra maneira de estar em guerra. Sou, ainda, guarda-redes dos Sampedrenses. Exibições memoráveis, no Terreiro das Freiras e no Campo da Feira, enchem-me os bolsos de rebuçados e de amêndoas. «Ó Alcino, adoça aqui a boca ao Bella Andrazik!», recomenda o Dr. Falcão.
O meu grande pequeno mundo mede o que medem os meus braços bem abertos  Muito mais que o infinito!
Eis-me na Rua de Cândido dos Reis, olhando para o Tâmega. Há tiros de pederneira; dizem-me que para libertarem a florestal soterrada na espessura medonha dos montes.
As pontas dos dedos da minha mão direita chegam até à farmácia do Sr. Arturinho Costa. Encolho lentamente o braço, e vou acariciando ao de leve a casa da Fernandinha Vinagre, a ilha do Pinha, o quartel dos bombeiros com fantásticas sessões de cinema, a casa do Sr. Joaquim Fotógrafo, a rampa de S. Pedro, os perdigueiros do Sr. João Pereira, a loja do Sr. Luís Piné barbeiro.
Com a mão esquerda toco o Hotel Silva, o «Alcino dos Reis com lérias e pastéis embrulhados em papéis», os rebuçados de açúcar em ponto da D. Luisinha Macedo, as técnicas dentárias do Sr. Silva da Farmácia, as longas e lanosas barbas do Sr. Branco, o bilhar russo do Café do Pedro, o café da Zezinha, no largo de S. Gonçalo, onde desaguam o Lila Pé-Oco, o Carlinhos Padreca, o Miki, a Nicó, os Pastas, o Zé Bidorinho. Eu sei lá quanta gente mais!
E a ponte, esse arco-íris de pedra, fronteira leste da minha nação! Os inimigos estão para lá do ferrinho  no Arquinho. O mais perigoso é o Nuno Baptista com quem ando sempre à chanfalhada. espadas feitas de folhas de lírio.
Continuo de braços abertos às saudades do futuro. Nas minhas costas tenho a casa dos Macedos, com muros cheios de lilases e um temível brasão que me espreita, moca em punho. E mais: o terreiro das Freiras, a igreja de S. Pedro, a escola, a cadeia, a casa das Macedas, o campo da Feira.
E, também, o estabelecimento de meu pai, onde, tantas vezes, no verão, pára o Sr. Dr. Joaquim. São os dois Joaquim! Senta-se num mocho alto esverdeado, e a Fernandinha Vinagre corre a buscar o enxota-moscas privativo do senhor doutor. Conversa com meu pai, mas não sei o que dizem. Olho, apenas. Agora, o Dr. Joaquim levanta-se, toma-me pela mão, diz a meu pai que me manda já a correr muito. É só para eu lhe fazer companhia até à rampa de S. Pedro.
Vou com Dr. Joaquim, sempre a mirá-lo com os olhos espantados da coruja nova. Por alturas da casa do Sr. João Pereira, o Sr. Dr. Joaquim pára e chama o "Pasta", que vai no outro passeio. O homem diz bom dia, senhor doutor, o Dr. Joaquim pergunta-lhe não sei o quê, parece-me ouvir falar na velhice dum padre eterno e num qualquer coisa Junqueiro. Terei ouvido bem?
O Pasta fala, fazendo bailar as palavras, e o Sr. Dr. Joaquim escuta, sem se mexer. Eu, só olho; só ouço. O Sr. Dr. Joaquim diz obrigado ao Pasta, liberta-se da minha mão e procura nos bolsos do colete uma moeda que dá ao sapateiro imaginário. E logo tirando outra: «Pega, esta é para ti! Agora, vai direitinho ter com o teu pai, que eu fico daqui a ver-te».
Corro para o futuro! Teixeira de Pascoaes nasceu-ME só aos 12 anos. Até então, apenas existira o Sr. Dr. Joaquim que andava, em noites ensombradas, a falar sozinho, para os lados do cemitério.
Corro atrás da escrita que segue as pegadas deixadas por Teixeira de Pascoaes, nas areias da praia de Francelos.
O mar diz-me que a poesia é a fala da música, e a música o som da poesia. Não sei que ondas terão levado o azulejo onde, na desaparecida clínica de helioterapia, me disseram estar gravado um poema de Pascoaes. Dedicada ao “Exmo Senhor Dr. Álvaro Ferreira Alves”, a poesia diz assim:
Etérea melodia,
Ó sol das alvoradas!
Ó claro sol do dia
A rir e a cintilar,
Que saras as crianças enfezadas,
Entre verdes pinhais, à beira-mar!
E nos campos o trigo amadureces,
E os velhos pobres de pedir aqueces.
E ao toque das Trindades,
Em nós, acendes místicas saudades!
Bendita a tua luz,
Ó sol-Jesus!
Não sei se Pascoaes nasceu há 100 ou há 200 anos; se num dia 2 ou num dia 8 de um qualquer mês. Nem quero saber! Não sou conservador de nenhum registo civil.
Sei que Pascoaes nasceu no futuro de uma poesia cujo tempo de leitura ainda está por vir. E quando a civilização subir à altura das estrelas, será para «uma estranha fantástica descida/ No meio de clarões e de silêncios do além-mundo».
Sei que Pascoaes nasceu para mim quando eu era ainda menino e não precisava de poemas para nada. Ou não é que toda a poesia está inteirinha no coração todo de toda a infância?
Sei, como Rainer Maria Rilke, que também tenho os meus mortos e que não tenho medo de os contemplar. E «quando eles vêm, então têm o direito de permanecer no nosso olhar como todas as demais coisas».
Sei que vai acontecer a renascença de Teixeira de Pascoaes; sei que, tal como Jeová disse ao Deus Infante, o Poeta também poderá afirmar: tu mesma, Amarante, viverás da minha morte. Para sempre!

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Vergonhas


Vergonhas

Como é isto possível? Como podem acontecer situações contraditórias como estas que aqui apresento sem que a população reaja de forma a fazer-se ouvir em protesto gigantesco e que lhes acabe com a farra?
Não há dinheiro para tudo? Só chega para foguetes, luzes, festas e festarolas, inaugurações de iluminações e afins? Os políticos ocupantes das cadeiras do poder nos municípios, e que os ocupam momentaneamente, é bom que se diga!, têm a obrigação de gastar bem cada euro que nos sai do bolso, fazendo as melhores opções possíveis a cada momento.
Porque o dinheiro que os políticos torram a bom torrar é nosso - ainda gostava de saber o número exacto e astronómico do dinheiro torrado durante esta época natalícia - e sai mesmo do bolso de cada trabalhador português através dos impostos. No mínimo, temos de lhes exigir decoro no seu gasto.
Dizem-me que os portugueses gostam é disto...  que os políticos governam para as maiorias e que o povo gosta é de festa e de tralha.
Será?
Para além do mais, uma autarquia deve ter preocupações ambientais, não? 57 mil cartolas de plástico?!
E, por último, que eu saiba, os alunos de Lisboa não são excepção no cansados e com fome, ou são?  E nem que fossem... porque basta um!
Por isso, mil vezes vergonha!
Boicotem a porra da festa!

Câmara de Lisboa gasta 57 mil euros em cartolas

Um terço dos alunos chega à escola cansado ou com fome

Raios! Passou-me a veia fofinha.

Adenda às 21:30 - Entretanto cheguei aqui, a uma espécie de borracha... e fiquei a pensar que deveria aprofundar mais um pouco o assunto. E cheguei aqui.

Bom, muitas questões se levantam, depois ler este artigo:
- Estaremos na presença de um péssimo jornalismo? É possível, já que não seria a primeira nem a segunda vez que nos damos conta que não podemos confiar em tudo o que os senhores jornalistas escrevem.
- Há almoços grátis? Uma marca de cerveja patrocina, para uma festa organizada pela autarquia, não sei quantas mil cartolas a troco de quê? Entretanto encontrei e cito «"Esse patrocínio permitiu reduzir bastante os gastos com o evento, em relação aos anos anteriores", disse a mesma responsável, sublinhando que, na prática, dos 650 mil euros que o presidente da Câmara Municipal, Fernando Medina, anunciou como gastos com as festividades alusivas ao Natal e ao Ano Novo, a autarquia vai suportar cerca 450 mil euros.»
Como disse?! 450 mil euros a festarola da passagem de ano na capital? 450 mil euros nossos, está bom de ver!! Pelo amor da santa... as autarquias estão transformadas em empresas de organização de eventos?!!!
- E o ambiente, senhores? O município de Lisboa não deveria ser exemplar em matéria de política ambiental?

Post Fofinho e Fashion

Unhas by Aquacool - Largo Sertório de Carvalho, 217, Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Post Fofinho e Fashion

Apresento-vos a minha mão direita, a ainda um pouco estragada mas com dedo indicador já a recuperar a bom ritmo de uma tenossinovite histérica reactiva a uma intervenção cirúrgica a uma tenossinovite... mas dessa vez extenosante... porque temos de variar, para quebrar de quando em vez qualquer resquício de vida monótona.
Se repararem, a unhata encontra-se já preparada para a farra da passagem de ano. Acarinhada e
pintada segundo método maravilhoso e intrigante, que obriga a mergulhar as unhas, uma por uma, em frascos de pó colorido... palavra que acho isto meio mágico... as unhas preparadas segundo o sistema SNS Nails ou Sistemas Dipping, que eu também sei ser fashion!, ficam prontas para as curvas em três tempos e duram, duram, duram, conforme o crescimento da unha, para aí um mês. Durante esse período pode lavar, esfregar, teclar, jardinar... até trilhar as unhas numa porta... já me aconteceu!... com a garantia de que a sua unhata permanecerá no sítio, com cor linda e maravilhosa, sem tugir nem mugir, impávida e serena, como convém a qualquer unhata que se preze de o ser, no século XXI.
Passe no Aquacool, marque unhas com a Adriana... et voilá... unhas vestidas até ao próximo ano!
E pronto. E é isto!

(Acho que hoje ninguém me mandará à merdinha mais a minha inteligência... certo?)

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Stromae

Foto recolhida na net

Stromae

Fixe este nome. Chamam-lhe o novo Jacques Brel belga. Aqui o deixo numa bela homenagem a Cesária Évora.

Versão curta

Versão longa

Coragem académica...

Coragem académica...

O texto que hoje partilho foi escrito pela Teresa Martinho Marques e foi surripiado, com a sua licença, no blogue Tempo de Teia do qual ela é tratadora.
Resta-me dizer que gostaria de o ter escrito. E que o subscrevo por inteiro pois também eu procuro desenvolver a coragem académica dos meus alunos.

"Gosto imenso quando praticamos coisas há muitos anos com os alunos (porque são fundamentais para o sucesso, nascem naturalmente da nossa sensibilidade humana e atenção ao outro, atenção à descoberta - lembrança? - de fatores inibitórios da aprendizagem que nos parecem óbvios, memória dos nossos tempos com estas idades no banco da escola, proximidade com a criança que já fomos e continuamos a ser...) achando que toda a gente as faz nas aulas... e, de repente, descobrimos que alguém descobriu o mesmo mas... lhe deu nome. Daqui para a frente, quando falar com os alunos sobre este assunto, sobre a importância de não dizerem que percebem quando não perceberam, de colocarem todas as dúvidas mesmo que seja por que razão um mais um dá dois, de responderem sem receio do erro, porque o erro é uma oportunidade para aprender, quando lhes pedir que me contem como é a sua relação com a matemática, como foi o caminho até ali (para os ouvir dizer que detestam sem medo nem vergonha), quando todos os dias conversamos um pouquinho, em grupo ou individualmente pelos corredores, quando lhes peço confiança em mim acreditando que eu posso ajudar a mudar esse caminho, quando lhes digo que somos uma equipa e que não tolerarei sorrisos quando alguém erra, ou comentários como isto é fácil! em voz alta (inibe quem acha que não é tão fácil assim) e que temos de nos entreajudar para conseguirmos todos ser melhores, quando promovo a entreajuda com frequência e valorizo cada conquista... (faço isso o tempo necessário até que todos acreditem, percam a vergonha e comecem a massacrar-me com dúvidas... para alguns é quase imediato) já posso dizer-lhes que o que pretendo afinal é, simplesmente, desenvolver a sua coragem académica! :) 

Artigo interessante para compreender por que razão o que faço (o que muitos professores fazem) pode até ser um fator de sucesso para alguns (muitos?) alunos. 
O conhecimento empírico tem destas coisas: chamemos-lhe fé feita de experiência útil...  que nunca achamos ser nada de especial a ponto de necessitar de um estudo mais objetivo, ou registo de patente."

domingo, 24 de dezembro de 2017

Natal com Anjinhos

Rua Teixeira de Vasconcelos - Amarante - 1959
Fotografia de Eduardo Teixeira Pinto

Natal com Anjinhos

Outros tempos, outros vultos, outra calçada. Mas a mesma rua. A mesma bela rua.
Fotografia de Eduardo Teixeira Pinto
Rua Teixeira de Vasconcelos, Amarante, 1959... ainda eu não era nascida.

sábado, 23 de dezembro de 2017

Conto de Natal (Amarantino)


Conto de Natal (Amarantino)

O conto de Natal que hoje partilho com os meus leitores, da autoria do jornalista Costa Carvalho, nascido e criado nesta minha rua, retrata um tempo amarantino que já não existe. Quero crer que a magia do Natal não se perdeu para os mais novos, muito embora eu tenha bem presente que serão outras memórias, obrigatoriamente diferentes, que eles reterão da infância agora vivida, para um dia transmitirem aos seus filhos, assegurando-lhes "Como nós éramos felizes! Que magia tinha o Natal!".
Acredito nisto!

NATAIS E OUTRAS COISAS QUE TAIS
Três meses antes do Natal, um calvário! Abriam as aulas e abriam-se, lá em casa, as garrafas de óleo de fígado de bacalhau. Que horror! Ao mesmo tempo, os papelinhos, uma coisa negra e untuosa, com que o Sr. Costa da Farmácia, esfrega que esfrega, nos punha as nádegas a arder, para que a mezinha entrasse bem na pele. Na pele, na carne e no osso, porque saíamos a manquetear até ao nosso "triângulo das barbudas"(casa-escola-terreiro de S. Pedro).
O primeiro a apiedar-se de mim e de meus irmãos era o "Palhinhas":
- Coitadinhos dos meninos!
O "Palhinhas" era um frequentador assíduo da cadeia, separada da nossa casa apenas por uma escadaria até ao último andar.
Quantos e quão graves pecados deveriam ser os nossos, para tão duras provações! O certo é que sem isso, o Menino Jesus não traria prendas, Por Ele - e por nós! - estávamos dispostos a tudo. Até a não fazermos batota na pincha, soprando o pataco para ficar ao alcance do nosso furco; a não esmigalharmos os bugalhos dos meninos pobres com pesadas esferas de rolamento, que o "Palhinhas" desencantava não se sabia onde, e nos dava; e a não a termos sempre à mão um pião de bico de prego, para as nicas no muro da Escola do lado da casa do Sr. Manuelzinho, "keeper" do Amarante, nesses tempos em que vedetas como Celso eram raptadas por clubes do Porto.
O pião de bico redondo e dourado, lindo como canário laranja, esse, era para os campeonatos de quem apanhasse melhor à unha; que nunca para jogos de roda e muito menos para os de faniqueira atrás! "Cuidado com as canelas! Mas que grande besta! Olha p'ró que me fizeste. Eu já t'esmoco!".
Nesse "triângulo das barbudas" tudo acontecia: se não houvesse os "ceguinhos" da literatura de cordel cantando as desgraças da "desgraçadinha" com direito a foto e versalhada nas folhas volantes a 2 centavos cada, nunca faltavam os robertos, o delírio da ganapada que, ao outro dia, com duas placas metálicas embrulhadas em fita de nastro reproduzia as cenas para os presos da enxovia, no rés-do-chão, que o mesmo é dizer à altura da nossa cabeça.
Nada de tempos mortos! Tínhamos a tropa, financiada pelo Dr. Falcão e pela D. Zezinha Carvalhal, o "C.F. Os Sampedrenses" com bolas de couro cujo pipo saltava ao fim de três jogos, e, também, a maldade bastante para enfurecer o Ciranda. Quem as pagava eram as galinhas! Isto sem falar do temido Arturinho Pasta mais as suas zaragatas com S. Pedro e S. Paulo.
Tudo baril! O tempo passava, o óleo de fígado de bacalhau estava engolido, a obrigatória sopa de nabos comida com muitos vómitos... e o Natal chegava. Com ele, o Menino Jesus. no dia 25 de Dezembro, dia dos anos da mamã.. Acabada a ceia, a Laura e a Sameiro ajeitavam a mesa com pires cheios de pinhões, figos secos, nozes e avelãs, sem esquecerem as travessas da aletria, filhós, rabanadas mais o bolo-rei. E um prato limpo com o respectivos talheres, não fosse o Menino Jesus querer petiscar. Avivavam-se as escalfetas e nós íamos a correr buscar o sapato para as prendas.
Será que...? Tormentosas noites essas cheias de medos que, no entanto, não chegavam para amedrontar o sono pesado em que caíamos. Despertávamos aí pelas 9 horas. Bocejando, coçando a cabeça, trémulos de emoção, corríamos para a sala. Os pais já lá estavam. Abriam as portadas das janelas. Como que vinda directamente do Presépio, uma luz cegava-nos e escancarava-nos a boca de espanto e de risadinhas tontas, tantas eram as prendas, tão maravilhoso era o sorriso dos pais, garantindo-nos: «Mereceis tudo, sois bons meninos!»
Que milagre aquele, e com que alma agradecida íamos, depois, à missa das
11, a S. Gonçalo! Assistíamos mais com os olhos no presépio do Sr. Aires do que no sumptuoso altar-mor. E não era lá, deitadinho em palhas e todo carinha laroca, que o Menino Jesus estava? Então...

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Feliz Natal!

Natal - S. Gonçalo - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Feliz Natal!

E agora é tempo de recolhimento familiar.
Votos de Feliz Natal na companhia de quem mais amam é o que desejo para familiares, amigos, alunos, conhecidos, desconhecidos... enfim, a todos quantos por aqui passarem.
Um pensamento muito especial para todos aqueles que, já cá não estando fisicamente, permanecem em nós até ao fim dos nossos dias.

Fiquem bem e sejam felizes!

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Novas da FENPROF Sobre a Reunião de Ontem


Novas da FENPROF Sobre a Reunião de Ontem

Não boas.

Informação sobre a reunião de ontem no Ministério da Educação


Car@ sóci@ do SPN,

A FENPROF reuniu ontem, 20 de Dezembro, com o Ministério da Educação para mais uma ronda, que foi, simultaneamente, a última do processo negocial relativo aos concursos e à progressão aos 5.º e 7.º escalões e a primeira destinada a garantir a criação do grupo de recrutamento de Língua Gestual Portuguesa (LGP).

Como ponto prévio e à margem da Ordem de Trabalhos para a reunião, a FENPROF manifestou um veemente protesto pela forma como o Ministério da Educação decidiu divulgar, na passada 3.ª feira, um documento que refere os alegados custos do descongelamento da carreira docente. Na reunião, a FENPROF considerou a divulgação de tal documento “um exercício da mais pura falta de seriedade política”, não só por não ser claro nos números que avança, como por avançar números que não são sequer correctos. [Nota: Pode aceder aqui a mais informação sobre esta questão.]

Quanto à ordem de trabalhos propriamente dita, no que respeita aos concursos e à progressão aos 5.º e 7.º escalões, a FENPROF apresentou um documento com o objectivo de se encontrar uma plataforma mínima de consenso sobre as matérias em questão, o qual, em síntese propunha o seguinte:

Concursos
- Alteração de diversos aspectos do regime de concursos, com excepção precisamente daqueles que o ME se propõe alterar – concurso de mobilidade interna só para quem queira e possibilidade de renovação de contratos, apesar de haver concurso interno;

- Realização de um concurso geral (interno, externo, de mobilidade interna e de contratação) em 2018, que garanta justiça nas colocações, que deverão ter lugar num quadro de transparência que não tem sido respeitado nos anos anteriores, designadamente, em 2017.

Progressão aos 5.º e 7.º escalões
- Fixação de uma percentagem mínima de vagas anuais para progressão nestes escalões, bem como a garantia de negociação anual do número definitivo. Só assim se garantirá que os diversos governos, no futuro, não decidirão o número de vagas a abrir, de acordo com os seus interesses políticos;

- Dedução nos escalões seguintes dos anos de serviço de permanência acrescida nos 4.º e 6.º escalões.

Perante estas propostas, o ME manteve uma postura de completa inflexibilidade, pelo que a FENPROF pondera requerer a negociação suplementar destas matérias (até dia 29 de Dezembro, último do prazo para a apresentação do pedido), no que poderá ser acompanhada por outras estruturas sindicais, porventura mesmo todas.

Mais informações sobre a reunião podem ser obtidas aqui.

Saudações sindicais!