quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Dia Mundial da Poupança e Consumismo
Talho - Dakla - Sahara Ocidental
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Dia Mundial da Poupança e Consumismo
Pelos vistos hoje é o Dia Mundial da Poupança e eu quase o deixava passar em branco. E é importante reflectir um pouco sobre ele. E também é importante reflectir sobre a nossa conduta e sobre nós próprios que tivemos a sorte de ter nascido nesta parte do mundo que, tendo direito a protecção social, não deveria prescindir do direito e do dever da poupança. Países como a Mauritânia ou o Mali, que são dos países mais pobres do mundo, habitados por pessoas que só podem olhar para isto de Segurança Social como uma miragem, uma utopia, não prescindem de fazer, quantas vezes com que dificuldades, parcas poupanças. Não parece ser o que se passa neste lado privilegiado do mundo, onde as pessoas deveriam estar alertadas para a importância da poupança, para a importância da almofada que nos amortizará a queda no caso dela ser inevitável, para além da almofadita que nos fornece a Segurança Social em abonos, subsídios de férias, décimos terceiros meses, reformas, subsídios de desemprego, subsídios de inserção social, etc, etc. Mas, pelo contrário, o que se verifica é uma espécie de fuga para a frente. Os portugueses já foram mais pobres e já pouparam mais. Hoje vivem muito melhor e poupam menos, fruto de um consumo desenfreado em que a necessidade de comprar está bem patente num país salpicado de catedrais de consumo de Norte a Sul, salpicado de habitações que espelham um novo riquismo que até dói e construídas "ao lado" de centros urbanos decadentes, abandonados, moribundos. (Que espécie de povo é esta que não cuida e despreza o que as gerações passadas lhes legaram em herança?)
Poupança, ou melhor a sua ausência, liga-se pois intimamente a consumismo, consumismo que deveria ser disciplinado e é, muitas vezes, desenfreado e até doentio. Já observei tantos e tantos casos destes...famílias com seis, sete e oito televisões em casa, jovens com dois telemóveis e os pais a receberem rendimentos mínimos e não sei mais o quê, frigoríficos enormes a abarrotar de porcarias e crianças obesas em casa, carros xpto e dívidas que não se conseguem liquidar, armários repletos de produtos de limpeza variados para os mesmos fins, casas monstruosas de grandes e de espalhafatosas e que são sorvedouros de dinheiro, são situações incompreensíveis para mim.
Confesso que com a idade tenho reflectido bastante sobre esta problemática e de cada vez que viajo para um país menos desenvolvido economicamente dou comigo a comparar atitudes, consumos, valores e muitas vezes chego à conclusão que o meu mundo sai claramente perdedor em tudo isto.
O meu mundo nunca viveu tão bem. Mas o meu mundo está indisciplinado, irritado, malcriado, insatisfeito, desregrado, obeso e velho.
Será que vamos morrer de abundância, na abundância?
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Blue October - Amazing
Está a acabar um mês de Outubro verdadeiramente excepcional. Foram muitos os dias de céu sem núvens e de céu imaculadamente azul. Como eu gosto.
Se pudesse ficaria somente com duas estações, Primavera e Outono, e prescindiria alegremente das outras duas. Principalmente do Inverno, que se vai entranhando no nosso corpo e nos consome até aos ossos.
Mas por agora gozo este dia espectacular de Outono.
E assim sendo aproveito para fazer as minhas despedidas a este mês que amanhã finda, postando Blue October e uma música belíssima chamada Amazing.
How am I supposed to breathe?
I try to relax. I touch your still frame
So I can watch you closer
And study the ways I believe I belong to you... to you
I scratch at your waist line... your doll hair
I dig up the thought of how your eyes glow
So I make you my religion, my collision, my escape
goat
So have I found your secret weak spot, baby?
Can you pretend I'm amazing?
I can pretend I'm amazing...
Instead of what we both know
Instead of what we both know
I cut to the punch line baby
Can you pretend I'm amazing
Instead of what we both know
Now our history is for sale
And for that I apoligize
You see you're my only know how
The study of when I believe I belonged to you... to you
You see I've made you into something more delicious,
My sweet ghost
So have I found your secret weak spot, baby?
Can you pretend I'm amazing?
I can pretend I'm amazing...
Instead of what we both know
Instead of what we both know
I cut to the punch line baby
Can you pretend I'm amazing
Instead of what we both know
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Exercício Físico - Edite
Caminhadas - Galiza - Espanha
Fotografias de Artur Matias de Magalhães
Dias de semana são agora dias para praticar um pouco de exercício físico e fazer uma hora e pouco de caminhada. Consegui coordenar os meus horários com os horários da Edite e é ver-nos a caminhar ligeiras por Amarante adiante. Ligeiras, apesar da meia idade, que, sinceramente, não nos pesa.
A Edite é uma amiga de infância, daquela meia dúzia que eu conheci, ainda de fraldas, na Infantil, no Colégio de S. Gonçalo. Acompanhou-me durante praticamente todo o percurso escolar incluindo o curso de História na Faculdade de Letras. Foi uma das meninas do Canito e foi minha colega de profissão já na Escola Secundária de Amarante, estando agora colocada no lugar que já foi meu, na E.B. 2/3 de Amarante. Boa rapariga, e muito muito simpática, é com ela que eu partilho excelentes recordações de infância, de adolescência e de idade adulta. Era com ela que eu ía à Padaria Sousa, ali mesmo em Santa Luzia, altas horas da madrugada, comprar pão de cantos quentinho que, depois de barrado com manteiga, nos sabia divinalmente. Era sempre a minha companhia nas idas à D. Loba, à Pirâmide e posteriormente à Sétima Arte, eu já casadíssima e mãe de filha, ela solteiríssima e boa rapariga. Foi a minha companhia numa viagem a Palma de Maiorca em que integrámos uma viagem de finalistas da Faculdade de Engenharia do Porto!! E foi a minha companhia num concerto memorável num Coliseu a abarrotar de ciganada toda sofisticada e produzida para ver e ouvir Gipsy Kings.
E aqui entra o exercício físico. Convenhamos que nem eu nem ela temos grande paciência para ele. Já nadámos todas as semanas nas piscinas do Colégio... mas abandonámos. Já corremos e pulámos às ordens do Viana... mas abandonámos. Já açoitamos o corpo nas maquinetas do ginásio... mas abandonámos.
Exercício físico cumprido mais escrita em dia cumprida.
Temos praticado. E temos gostado.
domingo, 28 de outubro de 2007
Portishead - All Mine
Banda britânica formada em 1991 e ainda em actividade, formada por Beth Gibbons, Geoff Barrow e Adrian Utley. Um som um pouco estranho a condizer com a estranheza do género musical, catalogado de trip-hop.
All the stars may shine bright
All the clouds may be white
But when you smile
Oh how i feel so good
That i can hardly wait
To hold you
Enfold you
Never enough
Render your heart to me
All mine, you have to be
From that cloud, number nine
Danger starts the sharp incline
And such sad regrets
Oh as those starry skies
As they swiftly fall
Make no mistake, You shan't escape
Tethered and tied
There's nowhere to hid from me
All mine, you have to be
So don't resist
We shall exist
Until the day
Until the day, i die
All mine
You have to be
sábado, 27 de outubro de 2007
U2 - Discothèque
Este post é inteiramente dedicado ao meu aluno Cristiano que me mandou um molho de comentários para o meu blogue. Foi assim que eu descobri que também ele adora U2 e que teve uma trabalheira bestial a escrever as letras que me enviou para os "posts" que eu fiz, dedicados a esta banda de excepção, que eu já tive oportunidade de ver ao vivo por duas vezes.
Aqui fica mais uma música postada com letra e tudo, para o Cristiano poder cantar, e treinar o seu inglês.
A professora Laura vai gostar de saber!!!
E eu já cantei esta mesma música em Alvalade, aquando da mítica tour PopMars... eu e mais quase setenta mil pessoas!
E tu vais gostar de saber, Cristiano, que o vagalume tem milhões de letras à tua disposição.
Usa-o. Mas não recorras às traduções... são miseráveis.
http://vagalume.uol.com.br/
You can reach, but you can't grab it.
You can't hold it, control it
You can't bag it.
You can push, but you can't direct it
Circulate, regulate, oh no
You cannot connect it - love.
You know you're chewing bubble gum
You know what that is but you still want some.
You just can't get enough of that lovey-dovey stuff
You get confused, but you know it
Yeah, you hurt for it, work for it, love
You don't always show it - love.
Let go, let's go, discothèque.
Go, go, let go, discothèque.
Looking for the one
But you know you're somewhere else instead.
You want to be the song
The song that you hear in your head
Love, love, love, love.
It's not a trick, you can't learn it
It's the way that you don't pay that's okay
'Cause you can't earn it - love.
You know you're chewing bubble gum
You know what that is
But you still want some
You just can't get enough of that lovey-dovey stuff
Let go, let's go, discothèque.
Go, go, go, go, discothèque.
Looking for the one
But you know you're somewhere else instead.
You want to be the song
The song that you hear in your head
Love, love, love.
But you take what you can get
'Cause it's all that you can find.
Oh you know there's something more
But tonight, tonight, tonight.
Boom cha, boom cha, discothèque.
Jeff Buckley - Hallelujah
Jeffrey Scott Buckley nasceu em 17 de Novembro de 1966, na Califórnia. Escorpião, portanto. Dotado duma voz excepcional, foi um cantor, compositor e guitarrista muito promissor. Morreu precocemente, a 29 de Maio de 1997, afogado, enquanto nadava no Wolf River.
Sobre ele disse Bono Vox "Jeff Buckley é uma gota cristalina num oceano de ruídos."
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Hoje aconteceu-me uma situação absolutamente inédita dentro duma sala de aulas, logo ao primeiro tempo da manhã, que me deixou muito contente para o resto do dia, e que passo a relatar de tão surpreendente que foi.
Hoje dei teste de História à minha turma do 9ºH. Esta turma é constituída maioritariamente por alunos aqui da cidade que eu acompanho, enquanto docente, desde o sétimo ano de escolaridade. É a turma do Eduardo, o tal que me mandou comprar uns óculos à mosca porque com os meus parecia uma ceguinha, e é a turma da Diana, a ciumenta que me pede a cada passo para eu postar sobre o 9º H, porque vê postagens sobre o 9ºF onde elas não existem!!! É também a turma de filhos de colegas de profissão, de irmãos mais novos doutros alunos a quem já leccionei História, de filhos mais novos ou de sobrinhos de amigas de infância... que Amarante é uma terra pequena.
Há quem não aprecie este tipo de turma. Eu confesso que gosto. Dão-me troco e luta, sendo sempre educados, e eu gosto deste estímulo profissional.
Pois hoje foi dia de teste para eles, e eu lá aproveitei o tempo para lhes corrigir os cadernos diários porque não tenho paciência para estar ali sem ocupar o tempo com alguma coisa mais útil do que andar tipo polícia sinaleira de um lado para o outro. Já me chegam as vigilâncias de exames. Ponho-os a distância segura uns dos outros e vou deitando uns olhares perscrutadores sobre eles... que lá continuam concentraditos a fazer o que têm que fazer.
O Eduardo encarregou-se de fazer a recolha dos testes, e já tinha tocado para fora, quando um grupinho pequeno de alunos se acercou de mim, enquanto eu arrumava a minha tralha nas maletas pedagógicas.
"Professora, queríamos agradecer-lhe o ter publicado as apresentações na internet. É que deu-nos muito jeito poder estudar por lá. Ajudou-nos mesmo muito." E acrescenta o Mário "Estava a fazer o teste e foi só escrever sempre seguidinho, não tive dúvida nenhuma."
E foi esta a situação inédita que me aconteceu hoje mesmo.
Os meus alunos a agradecerem-me pelo meu trabalho!!!
Inédito mesmo. Surpreendente. E inesperado.
Confesso que fiquei contente... e com vontade de trabalhar mais e melhor.
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Joana
Depois do dia miserável de ontem, eis que hoje fomos brindados com um espantoso dia de sol. Nem de propósito. O tempo junta-se à nossa festa. É que faz hoje vinte e quatro anos que eu me encarreguei de dar à luz, rapidamente, a minha filhota. Sem saber se era um rapaz ou rapariga e se estaria mesmo tudo bem com a nova criança, que os tempos eram outros, e eram mesmo pré-históricos: nada de ecografias, que já existiam, mas ainda não eram muito utilizadas, nada de traçados e aparelhos complicados a monitorizar mãe e criança, parto normal, sem qualquer tipo de anestesia, somente assistida pela parteira, a minha cunhada Marina, estudante de Medicina à época, e que foi para lá treinar, e o Artur, presença indispensável aquando da feitura da criança, e presença indispensável no momento de a dar à luz.
E pronto. Vinte e quatro anos depois a minha Joaninha cá está, agora um pouco mais crescida... e não me posso alongar nesta conversa porque corro sérios riscos de encontrar a porta do seu quarto, o seu território, fechada.
Por isso, parabéns, Joana.
E mais não digo.
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
África Acima
"Como era de esperar, as minhas previsões africanas falharam... infalivelmente. De pouco serviram os quinze anos de experiência prática a viajar pelo resto do mundo. De pouco serviu a América Central, o Afeganistão, o planalto andino, as ilhas mais recônditas da Indonésia. A África não se prevê, vive-se. Vai-se lá. (...)
Felizmente a atitude pouco acolhedora, se não mesmo hostil, do aparelho consular africano nunca teve equivalente no terreno. Eu imaginava que iria inúmeras vezes passar por situações vexatórias e delicadas por causa da cor da minha pele. Preparava-me para sofrer pequenas vinganças retroactivas de um inteiro continente sobre um representante da antiga raça colonizadora. Uma espécie de racismo quotidiano a acompanhar a minha progressão por África acima.
Enganei-me. As populações africanas dos vários países que atravessei foram sempre generosas, hospitaleiras e fraternas comigo. Foi esta a mais importante lição, e hoje recordação, da minha viagem. Que surpresa, meu caro viajante tão experiente: encontrar o melhor da Humanidade no lugar onde essa mesma Humanidade apareceu. Mais uma vez as minhas previsões tinham falhado infalivelmente.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Frank Sinatra - Fly Me To The Moon
Aqui fica mais uma voz, mundialmente conhecida e intemporal, desta vez dum cantor americano verdadeiramente excepcional.
Nascido em 1915, Francis Albert Sinatra continuará a levar-nos à Lua, a Marte ou a Júpiter ou ainda mais longe, aonde quisermos ir... basta escutá-lo!
Divino Sinatra! Divino Sinatra que também ficou conhecido por "The Voice" ou, o meu preferido, "Blue Eyes".
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Página Web
Página Web
http://anabelapmatias.googlepages.com/home
Estava eu na minha labuta, a publicar as minhas apresentações em power-point na minha página web, quando sou interrompida pela Diana, minha aluna do 9º H e grande leitora e colaboradora deste blogue.
Entra-me numa conversa on-line, no MSN, para me dar conta do efeito que a minha página de recursos, publicada na NET, está a ter sobre ela.
"Professora, até me sinto mais crescida!!"
E eu deste lado sem perceber nada...
"Até me sinto uma estudante universitária a estudar a matéria de História no computador!"
Devo dizer que a Diana deixou-me mesmo feliz e que foi com completa surpresa que soube deste efeito, decorrente da publicação on-line das minhas apresentações, sobre esta minha aluna tão simpática, desinibida e reivindicativa.
Confesso que ao publicar o meu trabalho tinha como principal objectivo aumentar a motivação dos meus alunos face ao estudo duma disciplina - História - que tanto pode ser uma valente seca como ser verdadeiramente interessante e até mesmo empolgante.
E confesso que não me tinham ainda ocorrido os efeitos colaterais que o meu trabalho poderia exercer sobre esta gente em crescimento, que ruma a passos largos para a idade adulta.
Ora se também puder contribuir para lhes aumentar a auto-estima só posso ficar de sorriso nos lábios até ao fim dos meus dias.
É que não custa nada... apenas muito trabalho...
Mas o que seria de nós sem ele?!!
domingo, 21 de outubro de 2007
Outono
Voltei ao silêncio da Barca. Ao silêncio ensolarado da Barca.
sábado, 20 de outubro de 2007
Amizade
Voo - Sahara Ocidental
Fotografia de Artur Matias de Magalhães
Amizade
O texto que transcrevo hoje tem a ver com a amizade e a ausência e como a primeira pode subsistir apesar da segunda.
É um facto que à medida que envelhecemos tendemos a viver a amizade de forma diferente. Depois da visão adolescente e obsessiva em que não somos nada sem os amigos, e em que as pequenas coisas ditas e os pequenos gestos tendem a ser amplificados e ampliados às vezes até ao absurdo, criando problemas, por vezes insanáveis, entre os amigos, à medida que a idade avança, a amizade toma outra valoração. Tornámo-nos muito mais tolerantes com os erros dos amigos, não sentimos uma falha como um caso de vida ou morte, e continuamos mesmo amigos de quem está muito longe de nós.
É o caso de muitos dos meus amigos. Já nem estão cá, já nem vivem cá, ou simplesmente nunca foram de cá. E mantemos a amizade através de um telefonema regular ou espaçado no tempo, através de um encontro semanal ou anual, através de conversinhas na net mais ou menos regulares, e principalmente através do pensamento, que é nosso, e que é livre, e que nos remete, quantas vezes, para os amigos, por mais distantes que estejam.
Ora o texto tem a ver com isto e reza assim:
"Poderão os quilómetros
separar-nos dos nossos amigos?
Se queres estar junto de Rae,
não estarás já lá?"
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Counting Crows - Colorblind
I am colorblind,
Coffee black and egg white.
Pull me out from inside.
I am ready.
I am ready.
I am ready.
I am
Taffy stuck, tongue tied,
Stutter shook and uptight.
Pull me out from inside.
I am ready.
I am ready.
I am ready.
I am...fine.
I am covered in skin.
No one gets to come in.
Pull me out from inside.
I am folded, and unfolded, and unfolding.
I am,
colorblind,
Coffee black and egg white.
Pull me out from inside.
I am ready.
I am ready.
I am ready.
I am...fine.
I am.... fine.
I am fine.
Counting Crows - Round Here
Banda americana formada em 1991. Continuam em actividade até à data.
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Pixies - Hey
Não ouvia Pixies... xiiii faz muito tempo.
Ouvi e decidi postá-los neste blogue. Gostei muito do som. Gostei muito do vídeo-clip. A letra está longe de ser uma sétima maravilha... mas que se lixe!
É bom recordar Pixies!
Formação Cívica - 9º C
Obrigada!
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Chinese Shadow Theater
O teatro de sombras sempre me fascinou desde que em criança observava encantada os bicharocos fantásticos e até fantasmagóricos feitos pelas mãos do meu pai ou do meu avô Rodrigo. Das mãos deles saíam pássaros diversos que chilreavam e levantavam voo, cães que ladravam, gatos que miavam e até animais estranhíssimos que nos assustavam. Era um espectáculo que nos era servido ali mesmo, sem sair de casa, e ao qual assistíamos fascinados. Hoje os tempos são outros com a informação à distância de um clique no computador e a magia não é mais a mesma. É irremediavelmente outra. Mas ainda a sinto nestes espectáculos feitos de parcos recursos mas muita, mesmo muita, habilidade e imaginação.
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Helloooo!! I`m back.
Helloooo!! I`m back.
Pois é. Depois de um curtíssimo período de reflexão e silêncio, em que coloquei este blogue no limbo, na prateleira ou lá o que foi, e que correspondeu também a um período de maior silêncio na minha vida pessoal, cheguei à conclusão, acabada a reflexão, que estava na hora de o resgatar deste pairar para todo o sempre, inacabado, na blogosfera.
É que eu, já o disse neste blogue, detesto coisas inacabadas que me deixam um amargo de boca difícil de apagar. E tinham ficado ainda tantos post`s por fazer... ainda não falei do Mohammed, do meu problemão com portas e cortinas, dos Açores e de Madagáscar, do meu 9º H e do meu 9º G, de como a maioria dos meus alunos carpinteiros de limpos de 2º ano está a trabalhar bem com os portáteis e acesso à Internet, e já nem vão procurar gajas (como eles dizem) num trabalho sobre a União Europeia...
De facto tinha que tirar este blogue do limbo. Por isso, I`m back!
Mas este tempo de silêncio serviu para reler o que já escrevi, ouvir as minhas escolhas musicais já postadas neste blogue, rever as fotografias escolhidas e os caminhos estéticos já percorridos e decidir se seguia a mesma linha ou se inflectia o percurso e iniciava uma linha mais impessoal. E depois da indecisão, do balanço e avaliação do trabalho já feito, decidi continuar igual a mim própria... porque este blogue sou eu (muito embora eu não seja o meu blogue) e porque... is a beautiful world!
Louis Armstrong - What a Wonderful World
I see trees of green, red roses too
I see them bloom for me and you
and I think to myself, what a wonderful world
I see sky of blue and clouds of white
the bright blessed day, the dark sacred night
and I think to myself, what a wonderful world
the colors of the rainbow, so pretty in the sky
are also on the faces of people going by
I see friends shaking hands, saying, "how do you do?"
they're really saying, "I love you"
I hear babies cry, I watch them grow
they'll learn much more, than I'll never know
and I think to myself, what a wonderful world
yes, I think to myself, what a wonderful world
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Ponto Final
Por agora é um simples ponto final. Sem saber se outra frase recomeçará mais tarde onde a última terminou, se mudarei de linha fazendo parágrafo ou se será um ponto final definitivo.
Podia "deletar" o blogue. É um grande poder este que nos é conferido neste mundo da blogosfera... num momento existimos, no seguinte nem o nosso rasto ou a nossa sombra existem.
Mas não optei por esta via.
O que está escrito está escrito e é meu. Podem ser lidas as linhas e as entrelinhas.
Muito ficou por dizer. Quase tudo.
Mas por agora chega.
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Bruno Bozzetto - Neuro
Estava à espera que disponibilizassem este momento de humor, no YouTube, para poder postar esta caricatura da vida de tantas e tantas pessoas citadinas e modernas. O Eugénio, arquitecto de profissão, teve a gentileza de mo dar a conhecer e sei que apreciou especialmente este desenho animado. A arquitectura opera milagres na nossa vida quotidiana e no nosso bem-estar físico e intelectual. Para o bem e para o mal. Aqui para o mal. Encaixotar pessoas nunca foi uma grande ideia. Deprimente e desesperante este "Neuro" e um Bruno Bozzetto em grande, pela segunda vez neste blogue.
E não resisto a copiar o último comentário que o Sahel Benkaoui deixou a um dos meus "posts" mais antigos e que me remete para a questão do ruído, ensurdecedor e perturbador, na nossa vida de gente "civilizada e evoluída".
"On passe des moments au désert dans le calm, c`est un reve pour tous ceux installent dans les grandes villes où il y a des bruits."
Beaucoup de bruit, Sahel. Toujours beaucoup de bruit.
Devias experimentar a sala de professores da ESA, à quarta ou quinta-feira, durante o intervalo das 10 horas! Devias experimentar o seu barulho ensurdecedor!
É por estas e por outras que j`ai besoin de rentrer au désert.
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Diversidade Zoológica
São colecções antigas, que vêm de trás. Hoje seria politicamente incorrecto matar tantos animais para os empalhar, catalogar, ordenar, expor, sem vida, nas salas de um qualquer museu.
segunda-feira, 8 de outubro de 2007
Minerais
Minerais - Museu Nacional - Praga - República Checa
Minerais
domingo, 7 de outubro de 2007
sábado, 6 de outubro de 2007
Skin - Faithfulness
Hoje posto uma Skin radiosa para ouvir e observar neste sábado de sol igualmente radioso.
Gosto da palavra skin e também gosto da sua tradução - pele. E gosto que a Skin tenha este nome tão invulgar e simultaneamente tão banal. E gosto da textura deste orgão que nos cobre da cabeça aos pés e que nos protege das agressões do mundo exterior e ao qual ligamos muito pouco, a não ser para nos dividir, quando devia ser para nos aproximar.
Amo esta pele negra. Aqui, no seu melhor.
Ana Bela
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Ana Bela
Esta é uma história engraçada.
Uma tarde de sábado, estava eu a trabalhar nas minhas apresentações em PowerPoint enquanto fazia companhia à minha mãe - tinha mandado o meu pai espairecer para o café - quando tocaram à campainha de casa dos meus pais. Lá fui ver quem era e vi que era uma senhora completamente desconhecida para mim, que se apresentou como sendo prima da minha mãe, a prima Leonor. Contrariamente à fisionomia, o nome era-me completamente familiar pois tratava-se, nem mais nem menos, de uma prima por quem a minha mãe tinha um carinho muito especial e sobre quem falava amiúde.
Lá me apresentei também e ficamos as duas para ali a falar da minha mãe, que já não falava, e a trocar histórias de família, a trocar histórias da Régua.
Foi aí que ouvi pela primeira vez falar desta minha homónima, da minha família Pilroto. Disse-me a Leonor "Ela tem uma loja no Península. Quando for lá procure-a. Ela tem muita curiosidade sobre a família Pilroto e é uma pessoa muito acessível e simpática. Vai ficar contente de conhecer uma Pilroto, ainda por cima com o nome dela."
Assim fiz uns meses mais tarde. Sem a conhecer, abordei a mulher que estava por detrás do balcão e perguntei se era a dona da loja. Azar. Era só a empregada, e não era a empregada que eu queria.
Há cerca de dois meses, vou a passar pela loja com a Joana e vejo uma mulher loira de costas. Não era a empregada com quem eu tinha falado porque essa tinha o cabelo escuro. Resolvi tentar de novo. E era esta minha familiar afastada, que não tem qualquer parecença física comigo, mas com quem, durante a conversa, encontrei semelhanças para além do nome. A idade é praticamente a mesma, também ela é filha de uma Helena, da família Pilroto, nome que ela não tem, mas que sabe ser. E também se chama Anabela, muito embora se escreva Ana Bela. E o mais curioso. Tem os mesmos olhos azuis azuis, límpidos e cristalinos, do meu avô materno, do meu avô Pilroto. E conversamos e rimos deste encontro um pouco estapafúrdio a que a minha filha assistiu.
Quinta-feira passada foi dia de ida ao Porto. De novo eu e a Joana. E deixámos o carro estacionado no Península e... surpresa... a Joana foi a primeira a vê-la, num poster colocado na montra, servindo de manequim ao mesmo vestido que está à venda na sua loja. Bonita. Elegante. Jovem. Simpática. Assumida.
Por acaso estava de máquina fotográfica e fotografei esta minha familiar afastada que já apresentei ao A.
"Não é nada parecida com vocês."
Pois não. Mas tem os mesmos olhos azuis azuis do meu avô Pilroto. E foi bom recordá-los com vida.
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
5 de Outubro
ESA - 8ºF - Ano Lectivo 2006/07
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Fotografia tratada por Michal Lewtak
5 de Outubro
Hoje comemora-se a Implantação da República, ocorrida no dia 5 de Outubro de 1910.
Sim, a Monarquia estava já moribunda e esgotada em si mesma. Sim, estava já agonizante. E o regime morreu mesmo nesse longínquo dia do século passado, em consequência de uma revolução que deu a estocada final nesse sistema de governação e implantou um novo sistema, a República que, durante longos anos, não deu melhores frutos, pelo contrário, e que desembocou no Salazarismo que nos tolheu durante décadas.
Pobre país este que parece não acertar, que parece continuar a passar ao lado de oportunidades que se vão consecutivamente esboroando e perdendo.
E esta última ideia leva-me à segunda comemoração deste dia.
É que hoje comemora-se o Dia Mundial do Professor e lembrei-me da célebre frase proferida faz algum tempo, pela nossa Ministra da Educação "Perdi o apoio dos professores, mas ganhei o dos portugueses."
E voltei a pensar se não era uma atitude muito mais inteligente ganhar-nos a todos - alunos, pais, professores, auxiliares de acção educativa, patrões e empregados diversos, comunicação social, políticos... para esta luta que deve ser de todo um país e que deve ser travada sem tréguas: a da instrução/educação de um povo que continua quase analfabeto e a achar que sabe tudo, a da instrução/educação de um povo que olha para o trabalho como um fardo e não como um bem, a da instrução/educação de todo um povo que sonha derreter dinheiro em centros comerciais e consumir, consumir, consumir. Claro que estou a generalizar. Claro que nem toda a gente pensa assim e se comporta assim e, claro, muita coisa já mudou e está a mudar na mentalidade dos portugueses. E temos que conseguir ultrapassar juntos este handicap que carregamos connosco e que é o de uma educação/instrução/cultura deficientes.
E sinto que não temos um minuto a perder... porque já perdemos séculos!
Confesso que me causa perplexidade, quando lecciono no 9º ano a sociedade de consumo e alerto os meus alunos para o consumo consciente e responsável, o teste, completamente informal, que faço dentro da sala de aula. Quem tem uma televisão em casa? Já cheguei a estar isolada dentro da sala de aula sem ninguém para me acompanhar nesta minha atitude espartana. Quem tem duas televisões em casa? Contam-se pelos dedos de uma mão. Quem tem três televisões em casa? Contam-se pelos dedos de duas mãos. Quem tem quatro? Quem tem cinco?!!! A loucura já chega às sete! Sete televisões para uma casa só?! Eu que não sou grande consumidora de televisão e que tenho assistido a uma crescente degradação da qualidade da programação dos vários canais televisivos, excepção feita para o canal 2, que mantém uma informação sóbria e séria e as melhores séries que por aí andam, fico perplexa. Mas é que fico mesmo perplexa. E fico perplexa quando vejo os meus alunos com dois telemóveis! Dois telemóveis?! Para quê? É que não é só o dispêndio de os comprar... e alimentá-los? Confesso que fico perplexa. Mas fico ainda mais perplexa quando vejo o meu país, de tanga, a construir dez estádios de futebol que não são necessários e a perspectivar a construção do TGV que é inexistente nos países mais desenvolvidos da Europa e que nos poupará uns ridículos minutos na viagem Porto-Lisboa!
Seria bom que os nossos governantes nos quisessem unidos do lado da barricada dos que lutam pela alfabetização, dos que lutam pela instrução, pela educação, pela cultura. Seria bom. Mas temo que com exemplos destes, vindos de cima, não ganhemos nenhuma batalha e muito menos a guerra!
Hoje comemora-se o Dia Mundial do Professor.
Haverá motivos para comemorar? O futuro apresenta-se prazenteiro? Será dia de festa e de alegria?
Sim, claro. Na segunda-feira teremos de novo os miúdos a povoar a escola num processo que se perpetua geração após geração, com todas as dificuldades inerentes a este trabalho de partilha, essencialmente de partilha.
Nota - Obrigada, Michal, pelo teu trabalho. São alunos como tu que nos fazem ter orgulho na nossa profissão e que nos dão coragem para fazer mais e melhor.
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Carlos Afonso
Arrasa-os, ó Senhor Professor Doutor do Ano, da Faculdade de Farmácia, da Invicta Cidade do Porto.
Acabei de chegar do Porto, de assistir às provas públicas para professor agregado do Carlos Afonso. E pronto. Arrasou. O Professor Doutor arrasou.
Mas tenho que voltar atrás, aos meus quinze aninhos, a um mês de Julho, em que fui à casa da Boavista e conheci, finalmente, os novos amigos caloiros do meu namorado que, com ele, frequentavam o curso de Farmácia. Senti-me observada e acho que passei na vistoria. Também os observei e também eles passaram na minha vistoria sendo que, a partir dali, os novos amigos do Artur passaram a ser também os meus novos amigos.
O Carlos Afonso é, de todos os meus amigos, o mais Professor Doutor. É o doutoral, o professoral, o que tem uma postura séria perante a vida sem nunca perder o sentido de humor, o que sabe tudo de Química, o que tinha uma postura simples e, sem a perder, passou a conjugar sofisticação, é o honrado, o perfeccionista, o solidário, é o mesmo que hoje deu uma aula brilhante, de bem preparada, de límpida e transparente, é o que, feitas hoje as provas públicas, passou a professor agregado, ou seja a uma espécie de professor catedrático sem cátedra, aguardando tão somente a abertura da respectiva vaga na Faculdade de Farmácia do Porto. É também aquele que põe as suas alunas vermelhas de coradas, e de pernas tremeliquentas, que eu sei, que tenho as minhas parabólicas sempre sempre ligadas e é o que frequentemente ganha o galardão de professor do ano na Faculdade de Farmácia do Porto. Sempre sem cedências a facilitismos que é palavra que não entra no seu vocabulário.
É claro que, neste dia tão importante para a sua vida profissional, eu só podia estar presente. Não podia faltar à chamada. Eu e a Joana, representando o Artur, completamente submerso em trabalho. Falhada a prova de doutoramento, só me restava agora a remissão desse pecado. E assisti a uma aula brilhante onde até eu, que não sou da área, que sou uma probrezita menina de letras, compreendi grande parte da matéria. Grande capacidade de comunicação, grande organização, muita preparação. Amei.
E até o fiz soltar uma gargalhada quando, no final e em privado, lhe disse que gostava da sua fardeta preta e que até achava que aquela espécie de vestido preto lhe conferia um ar sexy! Não, ele não estava de avental... mas vim eu a saber pela Adelaide... "vestido" desenhado pelo Tenente? Quem não fica sexy dentro duma indumentária toda ela desenhada pelo António Tenente?!
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
David Gilmour - Whish You Were Here
Wish You Were Here
Roger Waters / David Gilmour
So, so you think you can tell
Heaven from Hell
Blue skys from pain
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?
And did they get you to trade
Your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
And hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
And did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?
How I wish
How I wish you were here
We're just two lost souls
Swimmin' in a fish bowl
Year after year
Running over the same old ground
What have we found?
The same old fears
Wish you were here
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Aventais
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Pink Floyd - Hey You
Hey You - Londres - Inglaterra
Fotografia de Não Sei Quem
Pink Floyd - Hey You
Hey you,
Out there in the cold,
Getting lonely, getting old,
Can you feel me?
Hey you,
Standing in the aisle,
With itchy feet and fading smile,
Can you feel me?
Hey you,
Don't help them to bury the light.
Don't give in, without a fight.
Hey you,
Out there on your own,
Sitting naked by the phone,
Would you touch me?
Hey you,
With your ear against the wall,
Waiting for someone to call out,
Would you touch me?
Hey you,
Would you help me to carry the stone?
Open your heart, I'm coming home.
But it was only, fantasy.
The wall was too high, as you can see.
No matter how he tried, he could not break free.
And the worms ate into his brain.
Hey you,
Out there on the road,
Always doing what you're told,
Can you help me?
Hey you,
Out there beyond the wall,
Breaking bottles in the hall,
Can you help me?
Hey you,
Don't tell me there's no hope at all.
Together we stand, divided we fall.
Crecemos com estas letras e estas músicas, não foi Bé?
"Don`t give in, without a fight."
"Together we stand, divided we fall."
Isabel Vasconcelos
Bé, a Londrina Revolucionária - Londres - Inglaterra
A Isabel Vasconcelos, mundialmente conhecida por Bé, é uma amiga de longuíssima data, e conhecemo-nos faz tantos anos que nem me vou pôr para aqui a fazer contas sob pena de me perder nelas.
Hoje o meu "post" vai ser sobre esta minha amiga tão especial que ontem à noite entrou pelo meu blogue adentro, tipo furacão, e que me deixou um monte de comentários reveladores de uma faceta da sua personalidade. A Bé é uma rapariga excessiva, que não cabe dentro dela própria e extravasa extravasa, constantemente, para fora de si própria. Eu adoro pessoas assim.
Conhecemo-nos desde miúdas, vizinhas que éramos, nas casas dos nossos pais, em Cepelos. Devo dizer que a Bé é uma de três irmãs e é precisamente a do meio. Havia a mais velha, a hiper revolucionária, a do meio, a revolucionária, e a mais nova, a tranquila. Havia, e felizmente há, e eu sempre gostei das três. Mas é da revolucionária que quero continuar a falar. A revolucionária, muito próxima de mim em idade (é só ligeiramente mais velha do que eu) tem-me servido estes anos todos de exemplo a seguir. Provavelmente ela vai ficar surpreendida ao ler isto, mas é a mais pura verdade. Porque nunca deixou de procurar ser feliz, porque a palavra desistir não faz parte do seu vocabulário, porque é corajosa ao ponto de mandar Amarante e muitos amarantinos às urtigas, porque recomeça sempre trajectos e escolhe caminhos, nem sempre os mais fáceis, sempre sempre igual a si própria, sempre com a mesma energia que lhe reconheço desde os nossos tempos de infância. Continua a mesma. Bonita, simpática, simples e ao mesmo tempo complexa, hospitaleira, verdadeira, solidária, boa alma, corajosa, de certa forma aventureira, e sei lá mais o quê de bom...Ah, e continua com um aspecto físico invejável de adolescente. Eu disse de adolescente e é para manter, porque a rapariga que hoje passa na rua, enfiada na sua mini-saia, é tal e qual a Bé que eu conheci há muitos anos atrás. A Bé que um dia, éramos nós miúdas, se zangou mesmo a sério comigo, e me correu de sua casa atirando-me com cebolas podres enquanto eu corria espavorida, a sete-pés, procurando refúgio em casa dos meus pais, onde cheguei ofegante. A tal que há quase trinta anos metia a Mel, toda toda decoradinha com molas de roupa, dentro de uma bacia, e fazia corridas com ela pelo corredor da casa da Boavista. A tal que a minha filha conhece desde que nasceu, e de quem diz, sempre que a encontra, "Ó mãe, a Bé está na mesma!"
Nem sempre os nossos trajectos foram paralelos ou coincidiram, mas continua aquela que eu encontro de ano a ano, durante as suas férias passadas cá no burgo, e que me deixa com a sensação de a ter visto ontem. Estando bem longe continua bem próxima de mim.
Pois a Bé, a Revolucionária, também é de há uns anos a esta parte, a Londrina.
Beijocas muito grandes, ó Londrina Revolucionária!