quinta-feira, 8 de agosto de 2019

O Dejá Vu de Uma Luta Justa Boicotada Também pela Imprensa


O Dejá Vu de Uma Luta Justa Boicotada Também pela Imprensa

O alarmismo/circo em volta da greve dos camionistas está montado. Os noticiários, que tive a pachorra de ver em todos os canais, exploram até à náusea as filas nas bombas, as opiniões nas bombas, as bombas, as bombas... ainda e outra vez as bombas e boicotam/omitem informação relevante mas que não lhes interessa minimamente/de todo passar. Nada que me espante, face ao boicote que já anteriormente foi feito à luta dos professores, dos enfermeiros, dos estivadores, agora dos camionistas.
Custa-me assistir a isto no meu país. Vêm-me à memória lembranças de uma outra luta onde me embrenhei até ao tutano... para perder, sob a bota de um governo que se arrogou ao desprezo total por um trabalho que é sério - avaliação de alunos - e que deu ordens ilegais aos professores que, quais cordeirinhos, as cumpriram, os que as cumpriram, reunindo e avaliando alunos na ausência de um, dois, três, quatro professores... não interessa o número, bastava um para que as reuniões de avaliação em causa serem ilegais! Mas, e depois? E depois estava feito, e a legislação foi alterada a contento e hoje somos o que somos, com um direito à greve bem mais coartado, espezinhado que foi pelo ps no governo, que contou com a ajuda do pcp - estes pagarão bem caro a brincadeira já nas próximas eleições! - e que contou com a inestimável ajuda de uma comunicação social feitinha com um governo que se diz socialista mas que de socialista nem a sombra tem.
Custa-me assistir a isto no meu país. Um país feito de baixos salários para a maioria da população trabalhadora, de horários de trabalho completamente desregulados, de exigências mais do que muitas, de explorações muitas da parte de privados mas também do Estado que não cumpre, e não cumpre!, com coisas tão básicas como a contagem do tempo de serviço congelado aos professores para efeito de progressão na carreira mas que é um país feito a contento de meia dúzia de pessoas, de famílias, generoso nos compadrios, nos esquemas, nas falcatruas, nas ganâncias, uma autêntica vaca leiteira para a banca que nos arruína. A nossa Democracia, temo, está já ligada às máquinas, quando parece que se esgota nas urnas, quando o Estado se prepara para mandar substituir trabalhadores em greve.
Como cantava o Zeca, eles comem tudo, eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada.
Hoje as televisões não passaram um comunicado conjunto de uma série de sindicatos de múltiplos sectores, solidários com a luta dos camionistas, preocupados com a anulação prática de um direito constitucional que, por estes dias, está já pelas ruas da amargura - o direito à greve - pelas mãos e pelas botas de políticos miseráveis que nos retiram o que é nosso por direito desviando-o para poços sem fundo que beneficiam sempre os mesmos.
Aqui fica o comunicado/petição.

CONTRA A MISÉRIA DOS SALÁRIOS E A ANULAÇÃO DO DIREITO À GREVE

Os signatários deste comunicado manifestam o seu apoio aos motoristas de matérias perigosas e mercadorias porque
• Os trabalhadores continuam a auferir salários miseráveis quando os seus congéneres europeus trabalham menos e ganham muito mais;
• Os portugueses continuam a ser obrigados, em nome da austeridade e da produtividade da economia nacional, a cumprir horários de trabalho prolongados, em turnos abusivos, quando nos países da chamada Europa desenvolvida a semana de trabalho tem vindo a ser reduzida;
• A ANTRAM, associação patronal dos motoristas, quer continuar a explorar os motoristas e restantes trabalhadores ao seu serviço com baixos salários e más condições de trabalho; continua a ignorar - tal como o Governo - um conjunto de ilegalidades denunciadas pelos trabalhadores de desrespeito pelo pagamento das contribuições devidas, mantendo parte dos pagamentos de salários através de subsídios que, assim, não são contabilizados para a reforma, acidente ou baixa dos trabalhadores, realidade que saqueia não apenas os motoristas mas também a generalidade dos contribuintes;
• Ninguém pode ficar indiferente aos dias de trabalho extenuantes e riscos associados ao trabalho dos motoristas, estratégico e especializado, pago com um salário base de 700€ mensais, muito perto do salário mínimo, com o qual ninguém consegue sobreviver com dignidade.
• Os objectivos dos motoristas são justos e os meios de exercer o direito à greve são totalmente legítimos e devem ser defendidos por todos os portugueses, ainda mais agora que a definição de serviços mínimos generalizados a 100% constitui, de facto, a anulação do direito à greve.
• O direito à greve está a ser violentamente atacado - como nunca o foi até hoje - com o governo de António Costa a pretender, com a intervenção do exército, das forças policiais e dos bombeiros, destruir um direito fundamental dos trabalhadores, consagrado constitucionalmente, prática que servirá, no futuro, para aplicar a todas as greves que possam ter algum impacto na economia.
• A luta dos motoristas é uma luta por eles próprios, mas também por todos os trabalhadores que se encontram em igual situação de salários de miséria, horários e turnos prolongados, ritmos que levam à exaustão, com as nefastas consequências pessoais e familiares que todos conhecemos.

Por tudo isto, Sindicatos, dirigentes sindicais e membros de Comissões de Trabalhadores, nomeadamente dos sectores dos Portos e Aeroportos, Educação, Comunicação, Indústria Automóvel, da Banca e da Administração Pública, bem como todos aqueles que, individual ou colectivamente, se identifiquem com este Manifesto, expressamos a nossa solidariedade para com a actual luta dos motoristas, conscientes de que, ou construímos um calendário rumo a acções unificadoras das lutas contra esta política de baixos salários e de aniquilação dos direitos laborais, ou dificilmente estaremos em condições de derrotar mais este ataque brutal aos direitos dos trabalhadores.

Organizações Subscritoras: A Casa - Associação de Defesa dos Direitos Laborais; SNPVAC - Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil; SEAL - Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística; STASA - Sindicato dos Trabalhadores do Sector Automóvel; STCC - Sindicato dos Trabalhadores dos Call Center; S.TO.P - Sindicato de Todos os Professores; MUDAR Bancários; STMETRO - Sindicato dos Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa; SOS Handling; MPO - Missão Pública Organizada

quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Amarante - Rua da Cadeia em 7-8-2019


Amarante - Rua da Cadeia em 7-8-2019. 

A luz da rua não é muita, é certo, mas a verdade é que existe uma enormesca diferença entre pouca luz e nenhuma.
Hoje é um dia histórico. É que a EDP, pela manhã, pariu luz...




Casas Mínimas


Casas Mínimas

Um desafio enormesco à contenção.








A EDP Funciona?


A EDP Funciona?

Veremos, mais logo à noite.
Entretanto, Bom dia!

Nota 1 - Os problemas com a iluminação desta rua, frequentemente quase inexistente, arrastam-se desde finais de 2018. É obra!
Nota 2 - Com os meus agradecimentos pelo envio da fotografia, Vizinhança Boa!

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Jóia de Luz - Trabalhos em Curso

Trabalhos em Curso - Barca - Serra da Aboboreira - Amarannte
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Jóia de Luz - Trabalhos em Curso

Guardo na minha memória lembranças de dias de infância muito felizes passados à solta nos quintais dos meus avós Rodrigo e Luzia, em Cepelos, cavalgando as videiras, fazendo delas autênticos cavalos selvagens, fazendo corridas de sameiras, brincando aos índios e aos cowboys, apanhando girinos nos charcos, apanhando rãs que pendurávamos pelas patas traseiras nas ramadas sobre o tanque esperando que a nossa fosse a última a perder a força nas canetas e a mergulhar para a água, fazendo tendas à volta dos troncos das árvores de fruto...

Ora, o meu neto por certo não esquecerá muitas das coisas que vão acontecendo durante o seu crescimento e a tarde de hoje será, certamente, uma das tardes inesquecíveis da sua tão jovem vida.
Primeiro cortamos e preparamos os troncos dos castanheiros. Depois ele transportou-os, alguns com a ajuda do seu bisavô, os dois felizes a darem-me ordens de faz-se assim ou de faz-se assado.
E a tenda não foi iniciada sem que antes se fizesse o seu projecto no chão, ordens do mais novo da prole. E só depois passamos à acção, cava buracos, Anabela Maria, encosta os troncos uns aos outros, ata-os com uma corda de sisal e eis que a base da tenda está pronta.
Ainda falta muito para a dita cuja estar terminada... mas ainda bem, é que convém fazer render o peixe à Jóia de Luz... e, além do mais, há coisas mais importantes do que a mera chegada à meta quando o percurso é, bem, é simplesmente delicioso!
Está a ser o caso.

Professores e Alunos, Alunos e Professores


RJ em acção - S. Gonçalo - Amarante
Fotografia sei lá eu de quem

Professores e Alunos, Alunos e Professores

As relações estabelecidas entre as partes são muito complexas e são feitas de cambiantes de autoridade, carinho, tensão, apoio, descontração, chamadas de atenção, caras sérias e sorridentes, caras que volta e meia explodem em gargalhadas, por vezes em choros mais ou menos aflitos e convulsivos, nervosismos mútuos, momentos mais assim ou mais assado... que isto de ser professor e de ser aluno tem muito que se lhe diga e obriga a ajustamentos contínuos e a muitos golpes de rins... e que para nós, professores, vai muito para além da passagem de
testemunho/conhecimento/competência que se espera da parte de quem exerce esta tão nobre, mas tão vilipendiada, profissão, sem a qual não existiam as outras.
Adiante!
Há cerca de dois anos atrás, em plena tarde de um sábado de Festas do Junho, estava eu em casa a corrigir uma molhada de testes quando escutei trim trim trim... a campainha de casa... e eis que sou surpreendida por um aluno que foi meu um dia e que guardou parte da sua tarde de sábado de Festas do Junho para a passar comigo. E conversamos, conversamos, conversamos... tantas novidades que ele me trouxe de um percurso admirável e muito focado, todo realizado em torno da música.
Hoje foi dia de receber um convite dele, completamente irrecusável! De facto, como recusar um café na companhia de um aluno que foi meu um dia e que, passados todos estes anos, se dirige a mim apelidando-me de Ilustríssima?!
"Olá Ilustríssima! Cheguei a Amarante. Quero convidá-la para um café!! Se possível!!"

Ai relações tão boas estas, as que permanecem anos a fio e extravasam da sala de aulas e perduram no tempo alimentadas por um respeito/carinho que continuam inalterados ou até que se agigantam com o passar dos anos...

Convém só assinalar, por último, que se eu para ele sou a Ilustríssima, ele para mim é o Caríssimo.
Caríssimo Aluno Meu!

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Ora Vamos Lá à Sala de História Com Pedido


Centro de Recursos da Sala de História - E. B. 2/3 de Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Ora Vamos Lá à Sala de História com Pedido

A Sala de História - inserida no Projecto História em Movimento - começou a tomar forma a partir do ano lectivo de 2009/2010, data da minha vinculação ao agora Agrupamento de Escolas de Amarante. Se esta sala falasse teria muitas histórias para contar, a maior parte bastante agradáveis, outras menos felizes, ao longo de uma década já quase completa, já que, esta Sala, com centro de recursos dentro, fará, em Setembro, dez anos.
O seu início foi feito no exacto momento da abertura de armários para limpeza de demasiado pó acumulado ao longo de anos e depois foi crescendo, crescendo, feita de sistemáticos acrescentos que a foram melhorando, enriquecendo, o que a muitas pessoas se deve - em primeiro lugar aos meus alunos que foram construindo e oferecendo materiais significativos, maquetas incluídas, realizadas em casa ou no Clube de História; este último ano lectivo, e pela primeira vez, a alunos que não foram meus mas que, motivados por certo, realizaram trabalhos que acrescentaram valor a este espólio; a professores/colegas da E. B. 2/3 de Amarante; a professores espalhados pelo país, que conhecem este meu trabalho de formiguinha que já leva anos, e que fizeram questão de me enviar dádivas até comoventes para mim, algumas de tão inesperadas; ao pessoal do Museu do Côa... não há vez que venham à Sala de História, ou que eu vá ao Museu que eles não acrescentem; a familiares meus, conhecedores desta parte do meu trabalho que, se eu não o partilhasse por aqui, ficaria oculta; e claro, fica a dever-se a mim própria, proprietária da maioria das peças que todos os anos saem dos armários fazendo a delícia dos meus alunos logo a partir das primeiras aulas do sétimo ano de escolaridade.
Não conheço escola que tenha sala semelhante e, tanto quanto sei, esta é absolutamente original, saída que foi da minha cabeça, que a imaginei, um dia. Não está pronta, na verdade está ainda um pouco longe de estar concluída, faltando novas cadeiras e mesas e uns retoques aqui e ali. Nem mesmo o centro de recursos se encontra pronto... assim de repente, e olhando somente para as prateleiras referentes ao 7.º ano de escolaridade que acompanham este texto, seria interessante possuir uma maqueta de uma casa romana, uma maqueta de um domínio senhorial, uma maqueta de uma construção gótica... e tanta outra coisa que se poderá fazer ainda.
Este trabalho nunca estará terminado, temo. Por isso, e para o continuar, aqui deixo um pedido à professora Virgínia Rebelo... é mesmo no próximo ano que faremos par pedagógico no Clube de História?

Nota - Se quiserem inteirar-se um pouco mais desta vertente do meu trabalho cliquem aqui.

Deformações Líquidas

Deformações Líquidas - Cepelos - Amarante
Fotografias de Inês Queirós

Deformações Líquidas

São deformações líquidas azuis? Ou será que são deformações líquidas verdes?
De qualquer modo são deformações excelentes para lavar neurónios até ao tutano ainda para mais quando acompanhadas por pernas de cinco anos...

domingo, 4 de agosto de 2019

Embarcar para a Barca

Barca - Serra da Aboboreira - Amarante
Fotografias de Artur e Anabela Matias de Magalhães

Embarcar para a Barca

Embarcar para a Barca é coisa que faço desde o início dos anos 80. É óbvio que, entretanto, muita coisa mudou... o castanheiro à minha esquerda agigantou-se, os carvalhotos, ao fundo, são agora árvores adultas e frondosas, novos castanheiros foram plantados, os muros foram acarinhados e estão, lentamente, a ser acabados, o mato continua a não me dar tréguas, nos campos, nas bouças... os troncos das árvores servem-me agora de suporte para brincadeiras com o neto... e, claro está, eu fui à tosquia.

sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Receita Minha para Lanche

Hora do lanche na Barca - Serra da Aboboreira 
Fotografia de Annabela Matias de Magalhães

Receita Minha para Lanche

1 colher de sopa de iogurte grego natural
2 colheres de sopa de skyr natural
1 pitada a gosto de mirtilos
1 pitada a gosto de morangos
1 pitada a gosto de banana fatiada
1 pitada a gosto de frutos secos (avelãs, nozes, amêndoas)
1 pitada a gosto de mel
1 pitada a gosto de pimenta acabada de moer

Notas - A base pode ser feita unicamente com iogurte grego ou skyr. As frutas podem ser alteradas. Por exemplo, se gostam de pêssegos... garanto que também fica delicioso.

EDP - A Energia Apagada!


EDP - A Energia Apagada!

Eles dizem que a EDP é a energia que nos une e é a energia das pessoas... mas a verdade é que, depois da vinda de dois técnicos à rua para resolverem uma já crónica falta de luz em praticamente todas as luminárias da rua da Cadeia... a verdade é que tudo permanece exactamente igual, ou seja, completamente às escuras.
Raio de sorte a nossa!!!! Continuamos a ter de sair de lanterna!!!



Adenda às 22:48 - Neste momento apenas uma luminária se encontra apagada - a última da esquerda, na rua Dr. Miguel Pinto Martins para quem a desce em direcção a S. Pedro?
Quererá isto dizer que o problema subsiste? Ou que está a caminho da resolução? Ou...

Ministério da Educação, o Fora da Lei?


Ministério da Educação, o Fora da Lei?

Nada que me surpreenda. Depois de, há cerca de um ano, em plena greve às avaliações, darem ordem para as escolas/professores fazerem reuniões de avaliação, finais, mais ou menos de qualquer maneira, com um professor a faltar, dois, três, quatro... o que era/foi ilegal... já nada me surpreende.

"Mudança de regime de trabalho implica redução de salário, mas há vários professores que têm pedido para ficar a tempo parcial. Uma docente que está agora de baixa devido a burnout viu os seus pedidos recusados por três vezes. Provedoria da Justiça afirma que recusas não têm fundamento."

Clara Viana 2 de Agosto de 2019, 6:05

Pode ler a notícia por inteiro, clicando no link a vermelho

Ministério trava direito de professores do quadro a trabalhar a tempo parcial

Aleluia, Aleluia, Aleluia! E a EDP Apresentou-se ao Serviço...


Aleluia, Aleluia, Aleluia! E a EDP Apresentou-se ao Serviço...

... coincidência, ou não... que deixem esta rua iluminada... à noite!
 
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