Sendo que por mestre se entende aquele professor que marca – no sentido positivo – a maioria dos seus alunos, determinando o seu trajecto escolar e permanecendo de forma perene na sua memória?
Ou assunto foi um dos abordados na 6ª feira em tertúlia restrita, por entre muitas ideias e opiniões trocadas.
Será heresia mas acho que esse tipo de avaliação só é passível de ser feita, anos depois, quiçá muitos anos depois, pelos seus alunos, depois de atingirem a maturidade e a experiência para estabelecerem paralelismos, comparações e assim fazerem o seu escrutínio retrospectivo.
Há por vezes casos de maior imediatismo, mas a verdade é que um aluno do 1º ou mesmo do 2º CEB ainda não tem a bagagem suficiente para fazer tal avaliação.
E há ainda mais um ou dois aspectos incontornáveis que tornam muito complicado identificar e avaliar um professor deste tipo no curto prazo.
Desde logo, quem tem a capacidade – entre pares ou com base em hierarquias burocráticas – para avaliar quem ultrapassa o avaliador e o faz de forma quase quotidiana nas suas aulas, na relação pedagógica com os alunos?
Serão os pais e encarregados de educação com base em testemunhos indirectos ou achismos? Até pode ser que sim, mas dificilmente como regra.
E será um professor desse tipo, diferenciado pela sua atitude e métodos, enquadrável em grelhas e submisso às tais hierarquias definidas por decreto?
O que torna qualquer avaliação de desempenho para consumo rápido uma péssima ferramenta para a detecção daqueles que melhor trabalho fazem, mesmo se com menos habilidade para o vender em forma de relações públicas e papelada.