Generalife - Granada - Espanha
Casa de Tapeo - Granada - Espanha
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
O dia dois foi integralmente consagrado a Granada.
Logo pela manhã visitámos a belíssima catedral gótica/renascentista de Granada, cuja construção foi iniciada em 1523, por ordem dos Reis Católicos. Tudo se paga por terras de Espanha, visitas às catedrais incluídas, e os "oiros" saem-nos dos bolsos a uma velocidade bem diferente da portuguesa. Os túmulos dos reis católicos Fernando e Isabel e os da filha, Joana a Louca e de seu marido Filipe o Formoso, de mármore de Carrara, estão à parte na Capela Real, e, mais uma vez, toca a pagar para entrar em tão reservado lugar onde é proibido tirar fotografias... proibição que não cumpri pois fotografei os ditos à socapa, à laia de protesto fotográfico.
A visita à cidade continuou por velhos mercados mouriscos, espreitadelas às cármenes, igrejas renascentistas e barrocas, vestígios da presença islâmica aqui e ali, montras cheias de salero traduzido em leques, travessas altas, castanholas e vestidos às bolinhas cheios de folhos e folhinhos a que apenas faltavam uns recheios de corpos dentro para saltarem das montras e dançar um verdadeiro flamenco!
A tarde seria reservada ao Generalife, a belíssima casa de campo dos reis Nasrid e aos jardins e ainda ao palácio Carlos V, o palácio renascentista que eu queria muito ver fora dali, implantado que foi no coração do espiritual Alhambra.
O Generalife, ou Yannat al Arif, talvez "o jardim do alto do paraíso", é, de facto, um jardim do alto do paraíso e por isso eu guardo esta interpretação entre as muitas possíveis para o significado da palavra Generalife que designa um edifício muito belo, voltado para o interior, o interior é sempre o mais importante segundo a mentalidade árabe tradicional e com a qual eu concordo plenamente, aberto em pátios e mais pátios, ora quadrangulares ora rectangulares, onde a água está sempre presente em murmúrios sem fim por onde a passarada esvoaça louca louca por entre a vegetação florida e odorífica das laranjeiras omnipresentes.
E nada melhor do que acabar o dia já de noite, imitando os espanhóis, porque em Roma sê romano, à volta de umas tapas deliciosas onde nunca poderia faltar o jamón serrano e o queso manchego...
2 comentários:
Nas tuas palavras relembrei a visita que fiz há um ano atrás. A simbiose entre o flamenco e o árabe está evidente em algumas ruas que inebriam o visitante. Claro que a Alhambra é magia e beleza ímpares, mas um pôr do sol lindo, num café esplanada junto a um templo árabe(acho eu) não me sai da memória. A vista sobre a cidade era inolvidável.
O Sul é nitidamente influenciado pela cultura árabe. Já se nota no Sul de Portugal, no Sul de Espanha é ainda mais notória esta influência.
Amanhã chegarei ao Alhambra propriamente dito... magia e beleza ímpares para usar as tuas palavras, Gabriel!
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