Vigília - Praça da República - Porto
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Este post é dedicado a todos os professores(as) que têm o rabo demasiado pesado para o retirarem do bem bom do sofá e que têm os neurónios já em estado catatónico ou mesmo em estado de letargia, independentemente da idade e da condição.
Este post não é dedicado a todos os que, por esta ou aquela razão, hoje ou ontem... ou mesmo anteontem... não se conseguiram juntar a nós mas estiveram "por lá", de alma e coração.
Não vale a pena, dizem-me amiúde professores e professoras - todos com idade para terem juízo e terem aprendido alguma coisa com a vida - "eles" fazem o que querem!
E não era tempo de já terem aprendido que "eles" nem sempre fazem o que querem? - pergunto eu...
E a prova disto mesmo são as novas orientações para a distribuição de serviço lectivo, saídas ontem mesmo, ao que sei durante a noite, ao que sei pelas 23 horas de mais uma jornada de luta que entrou pela noite adentro, orientações saídas in-extremis... tentando suster a indignação que se vai avolumando aqui e ali.
O MEC não é um meco e, por isso, move-se. Move-se ao sabor da contestação, comprovando o que já quase todos tínhamos percebido, comprovando a falta de rumo, a falta de estratégia, comprovando a navegação à vista apenas com um fio condutor - arrumar com os contratados ainda durante este ano. O que, lamentavelmente, será feito, se tudo permanecer como está.
Aqui chegada não posso deixar de reflectir na contínua ausência notória dos contratados... ausência que, confesso, me deixa perplexa. assim como me deixa perplexa a ausência de tantos professores com horário zero... mas à frente.
Pois se o meu lugar não está em risco e eu desloquei-me ontem ao Porto... se fosse contratada, ou agora posta em horário zero, é certo!, comeria rápido, dormiria o indispensável... e não pararia a luta pela defesa do meu posto de trabalho.
Com tal panorama, salvem-se todos os professores dos quadros, salvem-se! salvem-se! diz agora o ministério, não era para os contratados berrarem e espernearem a torto e a direito até caírem para o lado, até perderem a voz e, mesmo aí, escreverem uns cartazes e até na horizontal continuarem a lutar?
Nota - Agradecida a todos os professores, contratados, QE, QA e QZP, todos somos professores!, que continuam em luta face às novas orientações, não duvidem que armadilhadas para os professores dos quadros - pensem nos próximos anos pf!, que emanaram ontem, à pressão, do MEC.
Espero que a cada dia que passe mais se juntem... porque a luta é de todos... e só assim venceremos e só assim conseguiremos não deixar ninguém para trás.
Ah! E com este post apenas pretendo provocar algumas consciências... é claro que isto só é válido no caso de existirem...
3 comentários:
Grandes verdades, Anabela! Estou de férias em Albufeira, fui a Faro...quase ninguém!... Quem luta?! Os QE cujo lugar não está em RISCO. O meu, não está. Não ENTENDO. Também cansa. Confesso que estive pouco tempo e vim embora. Não conhecia ninguém, família atrás...
É o que é, Aurora! É o que temos. No Porto até estivemos muitos... mas, face à gravidade da situação, manifestamente poucos.
Não podemos baixar os braços. Teremos que ser mais da próxima vez. Mais contratados, mais dos quadros... porque todos somos poucos.
Beijinhos... e votos de excelentes férias... se é que isso é possível neste inferno de país!
Obrigada e boas férias também. Estarei atenta a outras lutas previstas. O que me incomoda,é verificar que a escola está cada vez pior e os professores... caíram num marasmo, na sua maioria.
Enviar um comentário