sexta-feira, 13 de julho de 2012

A Hecatombe

Nuno Crato, o Exterminador - Rossio - Lisboa
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

A Hecatombe

É como lhe ando a chamar faz tempo. A 7 de Janeiro de 2011 já eu lhe chamava a hecatombe e fazia prognósticos para hoje. Pois a hecatombe é mesmo hoje, dia em que a espada traiçoeira se abate sobre nós, sobre o corpo docente das escolas portuguesas, de Norte a Sul, não esquecendo o Centro e as Ilhas.
Na minha unidade orgânica faltam lugares para mais de sessenta organismos vivos, mais de trinta só no pré-escolar e no 1º ciclo, os outros nos restantes ciclos, sendo que a situação é mais grave no 2º do que no 3º Ciclo. Estes organismos vivos têm família, filhos, maridos, mulheres... e têm compromissos vários. E têm cursos superiores tirados nos tempos certos. Não são meros números, senhor ministro. E não são os xicos espertos com formação conseguida nas jotas, à custa duma cartolina colorida qb. e com a cor certa.
Hoje é a catástrofe total e isto só pode ter as consequências adequadas à gravidade do momento. Nem mais... nem menos.
Faz algum sentido aumentar o número de alunos por turma e manter professores com horários zero nas escolas portuguesas? Um burro que me explique... isto é gerir bem a Coisa Pública? E se fossem para o raio que os parta a todos?!
Que decepção de Crato! Que decepção sem tamanho!
E não está na altura de procurar a união possível e endurecer a luta? Precisaremos de ser esquartejados?

4 comentários:

Anónimo disse...

escola secundária miguel torga- Bragança- 38

Anabela Magalhães disse...

Obrigada, Anónimo!
Abraço!

gabrielvboas disse...

À pergunta se faz sentido horários zeros e aumento de número de alunos por turma, a resposta é óbvia: faz sentido para quem daqui por 1 ano quer mandar estes professores em horário zero para a mobilidade especial e daqui por ano e meio para o desemprego.
Essa coisa da educação, qualidade de ensino é ironia pura para governante.
Só mesmo professor para acreditar em tal coisa.
Como já escrevi hoje, amanhã já será tarde. Já vamos tarde, mas isto ainda não é o fundo do poço. Em Setembro teremos muitos pesadelos, consciências pesadas e mãos muito atadas.
Mas não totalmente atadas...

Anabela Magalhães disse...

Mas é claro que faz todo o sentido e nós sabemos bem qual é. A breve trecho mais uma fornada de professores para a rua.
Xiiiiiiiiiii... tanta gente a dormir na forma...

 
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