Fotografias de Artur Matias de Magalhães
"Comme nous allons vers terre que nous ne connaissons pas, voilà que nous découvrons dans note couer de grands espaces inexplorés."
Ernest Psichari
Saudades desta areia quente que eu já pisei com os meus pés descalços, das gargalhadas sem barreiras, das paisagens surreais, da simplicidade de uma vida reduzida ao essencial, do silêncio espampanante do deserto.
Hoje volto ao infindável mar de areia líbio e dirijo-me ao Sul, fugindo da agitação e dos confrontos ferozes que se fazem sentir a Norte. Por Sabha e arredores a vida continua a escoar-se tão tranquila quanto é possível num país dividido em lutas intestinas. A areia aos molhos, as dunas gigantestas de formas improváveis continuam lá, impávidas e serenas, perante uma catástrofe que se adivinha e, no seu seio, lá estão os lados salgados e surreais aninhados nas encostas doces e sensuais das mais altas dunas de todo o deserto do Sahara. Por ali ecoa a voz do Sahel, agora sem gargalhadas. Por ali permaneço presa a uma areia movediça...
Os textos são de 2011. Permanecem actuais.
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