sábado, 16 de maio de 2020

Regresso às Aulas - Preocupação em Tempo de Pandemia


Regresso às Aulas - Preocupação em Tempo de Pandemia

Felizmente não regressarei às aulas físicas. E digo felizmente não porque não deseje de novo voltar a escutar/sentir o ruído da jovial e enérgica massa humana discente em movimento - até disso tenho saudades -, não porque não deseje as interacções humanas e as lutas do dia-a-dia, cara a cara, dentro de uma sala de aulas, nos recreios, nos espaços comuns da escolinha que também é minha - gosto mesmo delas -, mas por razões de segurança física, ainda em plena pandemia à conta de uma "coisa" largada à solta entre a população mundial e que nem categoria tem de ser vivo mas que existe, e de que maneira!!!, à conta da nossa boleia de hospedeiros.
O que por estes dias vejo pela cidade de Amarante deixa-me deveras preocupada com o que se vai passar a partir de segunda-feira e nem é tanto por causa das interacções entre jovens dentro do espaço escolar que sei bem, será muito controlado e vigiado, mas pelo que se vai passar fora dos portões da escola.
Por estes dias tenho visto bandos de jovens do secundário em interacções constantes e perigosamente próximas, como se nada se passasse, sem qualquer respeito pelo distanciamento social a que todos estamos obrigados e nem um a usar máscara.
Ontem, eu e duas amigas, interpelamos uns quantos em pleno Largo de S. Gonçalo, que não entenderam a gravidade dos seus comportamentos... disse-nos um abraçando outro "Se ele esteve em isolamento e eu também, e não temos nada, não há problema" ao que uma amiga lhe retorquiu "E em tua casa estiveram todos sem sair de casa este tempo todo, os teus pais não saem para trabalhar?" Pois "Saem", disse o moço que já tinha idade para ter juízo pois frequenta o 12.º ano... rssssssss... e devia ter aprendido já a somar dois com dois e que o domínio desta situação depende mesmo das atitudes de cada um de nós, todas somadas num colectivo local, regional, nacional, mundial e sem se aperceber das implicações de um mundo inteiro ter encerrado e das implicações que acarreta levantar restrições, devagar devagarinho, tacteando consequências, podendo a qualquer momento, à conta de de irresponsabilidades destas, voltar atrás!
Não quero voltar atrás, ouviram? Não queremos voltar atrás!!!!
Quero voltar a poder ir a uma esplanada tomar um café, andar pelas ruas, ir a um restaurante, ir a um concerto, ir à praia sem temor, explorar o mundo, voltar à escola física!
Por isso, ou o SARS-CoV-2 já amansou e está já sem forças nas canetas... ou estaremos bem lixados.

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