O Carpinteiro - ESA - S. Gonçalo - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
F, o Carpinteiro
Estou perfeitamente em falta com este aluno ainda meu e que continuo a encontrar amiúde na ESA, muito embora já não dentro de uma qualquer sala de aula, que as aulas de CMA já terminaram há muito. De cada vez que o encontro na escola prometo-lhe o post, e ele lá me sorri, e lá vai aguardando o dia esperado.
O F habita a mágica Serra da Aboboreira e é daí que se desloca até entrar na ESA, logo pela manhã. Fá-lo com gosto. Com verdadeiro gosto. Foi na serra que o encontrei, num dia de Janeiro de nevão intenso, caminhando pela beira da estrada, acompanhado pelo seu pai, rodeado de branco até dizer chega, e recebi dele o seu sorriso generoso de sempre.
O F está integrado numa turma dos CEF e destacou-se, rapidamente, dentro do contexto da turma.
Impossível não olhar para ele com um imenso respeito e admiração devido às características que são dele.
O F é sensível, sabe escutar os outros, sente gosto em aprender, é responsável, solícito, prestável, honesto, meigo, trabalhador, nunca embarcando em palhaçadas dentro da sala de aula, esforçado, ajuizado e, acima de tudo, retenho o seu olhar brilhante e entusiasmado com que ele encara a vida e ainda a sua extraordinária e rara educação.
Ou seja, o F é um miúdo raro nos dias que vão correndo, é um miúdo raro nos dias feitos de atropelos que agora vivemos enquanto colectividade, em que o exemplo que nos chega de cima é o da mais completa bandalheira, do mais completo desrespeito pelas pessoas e instituições, é do chicoespertismo e o da aldrabice pegada.
Não podia adiar mais este post sobre o F, especialmente numa época tão conturbada da nossa vida profissional, económica e social, em que me parece tão complicado manter os Valores que me foram transmitidos pelos meus pais e pelos meus professores, porque os vejo quotidianamente feitos em frangalhos por quem os deveria acarinhar e alimentar, por quem deveria manter uma conduta exemplar. Compete-me agarrar nas tábuas de salvação possíveis e manter a esperança em dias melhores no futuro e faço isso privando de perto com pessoas como o F e absorvendo a esperança que sinto ao olhar para o seu rosto belo e permanentemente risonho.
Ontem o passado, hoje o futuro. Haja esperança. Melhores dias virão.
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
F, o Carpinteiro
Estou perfeitamente em falta com este aluno ainda meu e que continuo a encontrar amiúde na ESA, muito embora já não dentro de uma qualquer sala de aula, que as aulas de CMA já terminaram há muito. De cada vez que o encontro na escola prometo-lhe o post, e ele lá me sorri, e lá vai aguardando o dia esperado.
O F habita a mágica Serra da Aboboreira e é daí que se desloca até entrar na ESA, logo pela manhã. Fá-lo com gosto. Com verdadeiro gosto. Foi na serra que o encontrei, num dia de Janeiro de nevão intenso, caminhando pela beira da estrada, acompanhado pelo seu pai, rodeado de branco até dizer chega, e recebi dele o seu sorriso generoso de sempre.
O F está integrado numa turma dos CEF e destacou-se, rapidamente, dentro do contexto da turma.
Impossível não olhar para ele com um imenso respeito e admiração devido às características que são dele.
O F é sensível, sabe escutar os outros, sente gosto em aprender, é responsável, solícito, prestável, honesto, meigo, trabalhador, nunca embarcando em palhaçadas dentro da sala de aula, esforçado, ajuizado e, acima de tudo, retenho o seu olhar brilhante e entusiasmado com que ele encara a vida e ainda a sua extraordinária e rara educação.
Ou seja, o F é um miúdo raro nos dias que vão correndo, é um miúdo raro nos dias feitos de atropelos que agora vivemos enquanto colectividade, em que o exemplo que nos chega de cima é o da mais completa bandalheira, do mais completo desrespeito pelas pessoas e instituições, é do chicoespertismo e o da aldrabice pegada.
Não podia adiar mais este post sobre o F, especialmente numa época tão conturbada da nossa vida profissional, económica e social, em que me parece tão complicado manter os Valores que me foram transmitidos pelos meus pais e pelos meus professores, porque os vejo quotidianamente feitos em frangalhos por quem os deveria acarinhar e alimentar, por quem deveria manter uma conduta exemplar. Compete-me agarrar nas tábuas de salvação possíveis e manter a esperança em dias melhores no futuro e faço isso privando de perto com pessoas como o F e absorvendo a esperança que sinto ao olhar para o seu rosto belo e permanentemente risonho.
Ontem o passado, hoje o futuro. Haja esperança. Melhores dias virão.
8 comentários:
Realmente é por isso que eu sempre acredito que depois da tempestade, vem a bonança!!!!
Os Fernandos que encontramos na ESA são uma verdadeira lição de vida, regras e valores para todos os que vivem das aparências e se preocupam unicamente com o que dá nas vistas!!!!
Beijinhos Mafalda
Susbcrevo, Teresa Mafalda!
Beijocas grandes
Ainda bem que existe, o Fernando. Por um só menino assim, vale a pena haver escola.
Fernando, que eu não conheço. Carpinteiro.Talvez venha mesmo a ser carpinteiro. Gosto de madeira. Do cheiro.Do mundo e da vida que traz em si.
Os meninos como o Fernando são os meninos da minha terra. São assim. De olhos transparentes. Têm palavras simples e educadas.E gostam de passear ao lado do pai, num dia branco e frio. Um pai, na minha terra, tem sempre muito que ensinar.
Gostava de conhecer o Fernando e minha terra é Baião.
É certo, Isabel, é certo que é um privilégio desfrutar de um aluno com estas características durante um ano lectivo inteirinho.
Estão próximos. A Serra está repartida entre Baião, Amarante e Marco. :):)
A Serra é linda... e o Fernando não lhe fica atrás!
Seja bem vinda a este blogue, Isabel de Baião.
A Isabel de Baião é a Fátima Isabel!!
Apesar de não ter por hábito comentar, sou frequentadora do teu blog!
Beijinho.
Ó milhé, sê bem vinda, carago!
Eu bem sei que tu andas por aqui em silêncio... só que não te reconheci na rosa... e só agora reparo que ele é exactamente a tua cara! Kakakakaka
Ah! E não te sabia de Baião!
Beijocas grandes
"Conhecemos um homem pelo seu riso; se na primeira vez que o encontramos ele ri de maneira agradável, o íntimo é excelente". Fiodor Dostoievski
Isto é o Fernando.
Menino simples, educado, trabalhador, com vontade de aprender. Pronto a ajudar os outros, sempre com um sorriso.O primeiro a entrar e o último a sair ( stôr, precisa de mais alguma coisa?). Como seu prof de várias disciplinas (4 em 1) e de muitas horas juntos e como seu DT não podia deixar de reconhecer o valor deste Menino grande.
Gosto pela aprendizagem, oportuno nos comentários, obediente, foi um prazer ensinar algumas coisas ao Fernando. São estes "miúdos" que dão ânimo para continuarmos.
Tenho a certeza que será um bom carpinteiro, mas acima de tudo vai ser um grande Homem.
Um abraço, Fernando.
O Fernando é um espectáculo de rapaz e está de parabéns. A família do Fernando também.
O Fernando é o filho que qualquer um de nós gostaria de ter, não tenho quaisquer dúvidas.
Foi uma honra ser sua professora.
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