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Conselho Nacional de Educação
Escolas não estão preparadas para o alargamento da escolaridade obrigatória
A presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Ana Maria Bettencourt, afirmou hoje que as escolas não estão preparadas para o alargamento da escolaridade obrigatória para doze anos e apontou falhas à gestão dos estabelecimentos de ensino
À margem do 'Fórum Educação - educação, que futuro?', que decorreu hoje em Lisboa por iniciativa do Diário Económico, a presidente da CNE considerou que existe um problema de gestão nas escolas: «É preciso mudar o modo de gerir a escola. Os professores não podem estar muito ocupados com tarefas burocráticas, têm de estar ocupados em trabalhar os alunos».
Questionada sobre se as escolas estão neste momento preparadas para o alargamento da escolaridade obrigatória, Ana Maria Bettencourt respondeu: «Não estão completamente preparadas, mas [o alargamento] vai abrir outras necessidades e outras exigências».
O Governo pretende alargar para 12 anos a escolaridade obrigatória, o que será aplicado aos alunos que no próximo ano lectivo frequentarem o 7º ano, alcançando o 10º ano em 2012.
O diploma já foi aprovado na especialidade e a votação final global está marcada para sexta-feira no Parlamento.
Também presente no encontro, o professor catedrático do Instituto de Educação e Psicologia da Universidade do Minho Licínio Lima acusou o Governo de ter cometido um erro ao avançar com a divisão de carreiras entre professor e professor titular e de «envenenar» a situação actual na Educação.
«O processo de divisão de carreiras entre professor titular e professor foi muito mal conduzido e envenenou toda a discussão e a situação actual em que estamos», disse.
De acordo com Licínio Lima, «o que os professores generalizadamente não admitem é que os novos professores titulares venham a avaliá-los quando, na sua maioria, os professores não reconhecem a legitimidade reforçada do professor titular».
Licínio Lima afirmou ainda que «os professores titulares não foram avaliados, mas promovidos através de um concurso informatizado e electrónico que não avalia coisa nenhuma».
«Creio que, qualquer que seja o Governo que venha a enfrentar este problema, vai ter de recuar. Não digo recuar politicamente, mas vai ter de recuar no processo para vir a discutir a própria estruturação da carreira docente e o próprio procedimento da avaliação», considerou o professor catedrático.
O Fórum contou ainda com a presença da Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que recusou falar aos jornalistas à saída e comentar as críticas que lhe foram dirigidas.
Na intervenção que fez no Fórum, a ministra destacou a evolução do acesso à Educação nos últimos 35 anos, sublinhando que antes do 25 de Abril de 1974 as crianças deixavam as aulas quando tinham 10 ou 11 anos de idade para irem trabalhar.
Progressivamente, foram sendo criadas condições para manter os alunos até mais tarde na escola, defendendo que agora já é possível alargar a escolaridade obrigatória para 12 anos.
Lusa / SOL
In http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=141250
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