Manifesto
Manifesto do Movimento de defesa dos jardins do Palácio de Cristal:
Os jardins do palácio de cristal são alvo de mais uma investida autocrática da Câmara do Porto.
A construção de um centro de congressos e reuniões empresariais nos jardins do Palácio de Cristal, com a construção de novos edifícios para reuniões empresariais e restauração, no sítio do lago e arborização envolvente, com a colocação de maquinaria para o ar condicionado no jardim e a adaptação da alameda nascente para acesso de transportes pesados, constitui uma iniciativa claramente desqualificadora daquele importante espaço verde e do equipamento público desportivo e cultural da cidade.
A importância daquela parte do jardim e do lago é enorme do ponto de vista da flora e da fauna, com elementos arbóreos antigos e raros bem como peixes e aves, o que constituem uma realidade quase única na cidade em termos de espaço público.
A actividade de serviços de terciário superior, como os congressos e as reuniões empresariais não pode ser feita à custa da ocupação de espaços verdes e de equipamentos, exactamente para salvaguardar a qualidade e tranquilidade inerentes aqueles locais face aos impactos negativos que outras actividades forçosamente trariam.
Com a iniciativa camarária e sua aprovação em assembleia municipal, sem prévia consulta aos cidadãos através de inquéritos aos utentes e cidadãos em geral em que se poderia avaliar da correcção das políticas face aos interesses dos cidadãos, constitui mais uma decisão que menoriza a democracia, por ignorar que a partilha das decisões é fundamental quando se trata de transformar a cidade em termos estruturantes.
Também o modelo económico envolvido – o das famigeradas parcerias público-privadas – com a entrega a privados dos dinheiros do QREN, que bem melhor seriam utilizados em instituições sem fins lucrativos ligadas ao desporto e à cultura , em que a autarquia se desvincula durante dezenas de anos da responsabilidade de gerir o que é propriedade pública, desponibilizando para o efeito a maior fatia de capital (80% cerca de 14 milhões de euros) e ficando com uma participação de apenas 20% , constitui em si mesmo uma demonstração de irresponsabilidade, alheamento e desinteresse pelo bem público que se torna incompreensível.
A história de exemplos infelizes na gestão camarária em que a participação pública é ignorada e pura e simplesmente trocada pelos negócios, já vai longa: Coliseu, Palácio do Freixo, Mercado do Bolhão, Mercado Ferreira Borges, Mercado do Bom Sucesso e Avenida dos Aliados.
Basta. É tempo de uma nova luta contra o poder autárquico autocrático da cidade.
Acreditamos que a ganância e a irresponsabilidade podem ser vencidas.
Acreditamos que os jardins do palácio de cristal podem ser conservados e conquistados pelos cidadãos.
Organizemo-nos num movimento de cidadãos em defesa dos jardins do Palácio de Cristal e da democracia participativa na gestão da cidade
Os/as fundadores/as do Movimento em Defesa dos Jardins do Palácio:Diana Dias; Hugo Sousa; Nuno Carvalho; Soares da Luz; Pedro Gonçalves; Sara Leão; José Oliveira; Manuel Magalhães; Joel Oliveira; Jorge Sousa; Artur Duarte; Cristina Moura; Sérgio Caetano; Hugo Soares; Ricardo Coelho; Marta Calejo; Luísa Bastos; Paula Sequeiros; Pedro Varela; Niama Morais; Tiago Braga; Isabel Martins; Bruno Garcia; Ana Moreira; Francisco Guimarães; Catarina Inês; Steven Dias; Sandra Martins; Manuel António; Mariana Brandão; Graça Lucena; André Vieira; Jose Silva; Ana Lemos; Luis Carvalho; Jorge Carlos; Tiago Vouga; João Ferreira; Nuno Sérgio; Nádia Rodrigues Bento.
Para saber mais, sobre este assunto tão actual e polémico, clique aqui.
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