Francesas e Alemãs - Amarante - Anos 70
Fotografias sobre Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Reencontros
Reencontrar velhos amigos do início da adolescência nesta idade em que agora nos encontramos, uns dobrarão em breve os 50 e outros já os dobraram, desemboca, inevitavelmente, em conversas que escoam memórias a rodos conservadas nos confins dos nossos cérebros que, estimulados pelo aconchego da temperatura ambiental, pelo aconchego do nosso estômago pacificado pelo excelente jantar, pelo aconchego da agradável companhia entre gente que se conhece desde sempre, reagem a bom reagir e recusam-se a parar de desfiar histórias engraçadas de tempos imperdíveis que não voltam mais.
Assim surgiu a história, que eu já não lembrava, anterior à televisão a cores, do filtro colorido que se colocava à frente do écran e que dava às imagens a preto e branco uma tonalidade de azul? que o meu pai descortinou sei lá eu onde e que deve ter estado na moda no Portugal dos anos sessenta, década gloriosa em que eu nasci.
Assim surgiu a história do Zé Peixinho... quem é o Zé Peixinho? e ele sentado ao meu lado... eheheh... que nadava sem parar e fazia Poços-Frariz num abrir e fechar de olhos tal e qual como hoje faz Amarante-Marco apenas com pequenas diferenças - antes pela água, agora pela estrada, antes a nadar, agora a correr, antes para jusante, agora para montante de um Tâmega sempre presente nas nossas vidas de Amarantinos e de estrangeiros do Porto e estrangeiras de terras de Espanha, Alemanha, França, Holanda...
Sim, Amarante tinha muitos e bons argumentos à época, pois para além da paisagem imaculada e muito bela que constituía toda a Vila, para além de um rio maravilhoso que era nosso albergue durante todo o Verão até à festa de despedida do 27 de Setembro, Amarante tinha ainda um atractivo fundamental - uma juventude simpática e bela, constituída por rapazes e raparigas que, apoiados na força da sua adolescência, davam os primeiros passos na libertação das últimas amarras já derrubadas pelo 25 de Abril de 1974 e que se espalhavam como ondas de choque da capital para a província e que tudo vieram baralhar para dar de novo, em termos de mentalidades.
"Somos livres!" gritávamos novos e velhos... mas a liberdade teria de chegar também para as raparigas... eheheh... e assim chegou.
Hoje, passados quase quarenta anos destes tempos quentes e generosos, em que tudo parecia poder dar certo, as recordações jorraram entre gargalhadas muitas e entre sorrisos mais do que cúmplices só possíveis em quem partilha tanta e tanta memória, tanta e tanta recordação.
E projectos para o futuro? Ainda há quem os tenha. E ainda há quem olhe a vida com entusiasmo. Amanhã será, certamente, melhor do que ontem.
Nota - Este post é inteiramente dedicado a um velho amigo de infância agora reencontrado.
6 comentários:
Lindo o teu texto!
Tu pareces outra pessoa!
Bj.
Obrigada, Céu, por gostares de me ler. Pena que tu não partilhes destas nossas memórias amarantinas... mas olha, tu conheceste-me assim, catano!
Gostei de te ver com o cabelo comprido, Anabela. Ficas tão diferente que é difícil reconhecer-te. Mas igualmente bonita.
Por que não experimentar de novo o jubinha, he he?
Beijo, querida.
Eheheh... obrigada, Lelé! Quanto à jubinha... impossível, não tenho pachorra para desperdiçar o meu tempo às voltas com o meu cabelo! Que seca!;)
Beijitos!
No.
Só te conheço assim como estás hoje em dia, e gosto mais.
É como ver a nossa amiga
de cabelo curto e castanho, parece outra pessoa!
Bj.
Eheheh...
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