segunda-feira, 19 de maio de 2014

Exames - Português

Propaganda do Estado Novo
Cortesia de Hélio Matias
 
Exames - Português

Hoje, o meu agrupamento parou integralmente as actividades lectivas, para cumprir a aplicação dos exames de Português de 4º ano, realizado no período da manhã com chamada dos alunos pelas 9:15 e de 6º ano, realizado no período da tarde, com chamada pelas 13:45.
Mal olhei para as provas dando assim cumprimento a ordens superiores, tudo muito rigoroso, pois então! Mas sei, ouvi dizer, que as provas de 4º ano foram bastante acessíveis, bastante mais acessíveis do que as do ano passado, disseram-me, o que não me espantou pois tenho para mim que, com a aproximação dos actos eleitorais vários, os exames sofrerão danos colaterais assinaláveis para que se possa afirmar que sim, as crianças estão agora bem melhor preparadas e as políticas implementadas estão já a dar frutos/lucros, como se isto em educação fosse apenas um aviário alimentado a ração muito xpto e recheada de hormonas de crescimento muito acelerado.
No meu agrupamento o exame de Português de 4º ano mobilizou 56 professores entre efectivos e suplentes e o do 6º ano mobilizou 81 docentes... isto não contando com mais uma resma deles que fazem parte do Secretariado de Exames e estarão de plantão o dia todo, sempre que os exames se realizarem... e ainda faltam mais uns quantos.
Hoje, a esmagadora maioria dos professores vigilantes do 2º e 3º ciclos do Agrupamento de Escolas de Amarante já conta duas vigilâncias no papo, separadas por um almoço comido a correr muito e quase sem tempo para o café. E na próxima quarta-feira haverá mais.
Nos entretantos, os restantes alunos ficaram em casa ou lá onde os pais entenderam por bem deixar as crianças... tudo bem... quando acaba bem?

Nota - Em tantos anos de ensino, confesso, jamais tinha realizado duas vigilâncias num só dia. Foi a minha estreia, a de muitos outros também, fruto de uma política de diminuição drástica dos funcionários públicos, neste caso docentes, que hoje me doeu e me continua a doer, literalmente!, nas pernas.
Arre! Preciso de uma pressoterapia, no mínimo! Ou, em alternativa, acho que as vou pôr ao peito!

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