Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Barroco 8ºC - Visita de Estudo à Igreja de S. Domingos
A visita de estudo à Igreja de Nosso Senhor dos Aflitos, ou Igreja de S. Domingos, decorreu ontem, com a chuva a dar uma pequena trégua, pelas 15 horas, conforme previamente ajustado entre os vários parceiros que a tornaram possível.
Escusado será dizer que a maioria dos alunos que compõem esta turma nunca tinha entrado neste pequeno mas belíssimo templo religioso, pequena jóia de estilo Barroco, mandado construir pela Ordem Terceira do Patriarca São Domingos, nos inícios do século XVIII e que, desde aí, se encontra sobranceira ao Largo de S. Gonçalo, oficialmente Praça da República.
A Igreja de S. Domingos, de planta centralizada, ostenta no seu interior uma decoração feita de talha dourada, possibilitada pela chegada abundante de ouro do Brasil, e que é exuberante, luxuosa, luminosa, excessiva, rica, cheia, plena de curvas e de ondulações ao serviço do pensamento religioso da Contra-Reforma que procurava, por oposição, apagar, ofuscando com tanto ouro reluzente, principalmente a simplicidade preconizada pelos protestantes luteranos em busca de um retorno às raízes do cristianismo e que, por isso mesmo, construíam templos religiosos simples, despidos de ornamentação e em contraste absoluto com este Barroco que tem "horror ao vazio", como tão bem explicou a drª Cláudia Cerqueira, técnica superior do Museu Amadeo de Souza-Cardoso.
A visita de estudo terminou na Igreja de S. Gonçalo, onde subimos ao coro alto e onde os alunos, sob orientação do Professor Paulo Silva, tocaram uma peça barroca de Haendel, em flauta, intitulada "Lascia ch'io pianga", a que se seguiu a actuação do Professor Paulo Silva, que voltou a cantar "Bist Du Bei Mir", de Bach, deixando encantada e boquiaberta aquela tão jovem plateia constituída por alunos também seus.
A aula foi deveras diferente e, por muitos e variados motivos, especialmente interessante. Por certo será recordada com carinho por estes miúdos e miúdas que crescerão, em tamanho e maturidade, e que, espero!, estarão já agora mais preparados para valorizarem e apreciarem o nosso património local.
Os meus agradecimentos à drª Cláudia Cerqueira, ao professor Paulo Silva, ao senhor padre José Manuel e à equipa de voluntários presente na abertura da Igreja de S. Domingos, liderada pelo senhor João Sardoeira.
Sem esta congregação de esforços, esta aula não teria visto a luz do dia.
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