domingo, 27 de maio de 2018

ILC - A Palavra a Cassilda Coimbra


ILC - A Palavra a Cassilda Coimbra

"Eu subscrevo e assinei a ILC porque … 

- Não aceito que usurpem o meu trabalho! Tenho servido para subsidiar a imoralidade, a corrupção e o enriquecimento ilícito de alguns, e após me ter sacrificado durante esta última década, não posso conceber que me estejam a oferecer uma esmola repartida no tempo.
- Não usufruí de nenhum perdão fiscal, nem sou acionista de nenhuma grande empresa.
- Não sou, nem nunca fui deputada, não tenho direito a reforma vitalícia, a despesas de representação e outras mordomias.
- Nunca me pagaram um cêntimo para estar em reuniões, em eventos, visitas de estudo, apresentações de projetos (…) fora do meu horário de trabalho.
- Pago os meus impostos e ainda pago muito do meu material para trabalhar.
- Estou cansada de ser manipulada, do desrespeito do ME e dos sucessivos governos.
- Não tenho medo de ninguém, mas tenho medo de um dia só aguentar trabalhar medicada, de andar a arrastar-me pela escola, de ser enxovalhada ou agredida porque não terei a mesma força de agora.
- Não sou licenciada em direito, mas pertenço a uma classe instruída e sei interpretar o que leio: o artigo 19º da Lei do Orçamento é para inglês ver, a Resolução da Assembleia da República n.º 1/2018 serviu para acalmar os ânimos e a proposta posterior de dois anos e uns trocos é indecorosa
- A minha dignidade e valorização profissional não andam ao sabor de agendas políticas!
- O meu voto não é moeda de troca para migalhas em campanha de legislativas
- Está mais do que na hora de mudarmos de atitude. Eu não sou saco de pancada.
- Eu provavelmente não preciso, mas como posso pactuar com a injustiça relativamente a outros tantos colegas?
- Todos nós já passamos por injustiças, não resolve nada continuarmos a chorar sobre o leite derramado. - Estou cansada que permitamos que nos dividam, enfraqueçam e fragilizem.
- Tem de acabar esta mentalidade instituída de professor QE/QA/QZP, Contratado. Somos todos professores.
- Espero que o legado às gerações seguintes não seja uma profissão reduzida à insignificância e ao desprezo coletivo.
- Não decorei meia dúzia de conteúdos, que os meus alunos podem aprender sozinhos no Google. Faço parte de uma classe inteligente, capaz, resiliente.
- Muitos de nós podemos estudar e trabalhar graças ao sacrifício de quem nos educou e formou.
- Respeito o trabalho de quem nos representa, mas não me demito de exercer o meu papel de cidadão e de lutar por mim.
- Não estou à espera que lutem por mim, não me conformo, não assobio para o lado, não permito que me digam o que devo ou não pensar e fazer.
- Sinto orgulho deste ato de cidadania coletivo inesperado, e indesejado por quem nos governa, mas que demonstra, de forma inequívoca, porque somos um modelo para tantas crianças e jovens que educamos."

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