Efeito Dominó - Síria
A repressão sobre as multidões de sírios, que exigem justas mudanças no sentido da Liberdade e Democracia, agravam-se com um número cada vez maior de mortos e feridos às mãos de um regime feroz que tenta sobreviver custe o que custar. Não entendo estes ditadores. Não entendo também quem defende a não interferência da comunidade internacional. Como pactuar com estes loucos que não hesitam em ordenar o assassinato de populações desarmadas que reivindicam, sabiamente, o Bem Bom do Nosso Mundo? Serão eles menos do que nós? Será um deles menos do que eu? Já o escrevi neste blogue a propósito da Líbia e volto a escrever agora a propósito do que está a acontecer na Síria - se eu fosse síria, se eu integrasse manifestações pacíficas e fosse recebida a tiro de forma premeditada, queria a ajuda da comunidade internacional? Pois queria.
Imagino ainda o que queria se me visse integrada em manifestações igualmente pacíficas, em Lisboa, manifestações sobre as quais o primeiro-ministro dava ordens para disparar com fogo real. A torto e a direito. Uma e outra vez. Hoje dez mortos. Amanhã cinquenta. Depois cento e vinte num crescendo de violência e repressão só compreensíveis pelo desespero de quem quer manter o poder a todo o custo. Hoje a ver cair ao meu lado um amigo meu, amanhã um familiar... quereria eu a ajuda da comunidade internacional para parar este louco?
Pois queria.
Assim só me resta esperar que o próximo passo seja o abandono das palavras e a passagem aos actos. Há um tempo para tudo até que chega o tempo do esgotamento da palavra dita e escrita. O tempo que se segue é o da acção. Estará a esgotar-se o "tempo" do presidente sírio? Mesmo sem petróleo?
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