Visita de Estudo ao Museu Amadeo de Souza-Cardoso - 2ºP
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Avaliações
Quando iniciei a minha actividade profissional os critérios de avaliação aplicados aos alunos variavam de professor para professor e cada um fazia aquilo que muito bem entendia. Uns avaliavam tendo em conta apenas os resultados dos testes, outros entravam com variáveis como assiduidade, pontualidade, participação... o que fosse, com pesos completamente diferentes conforme as sensibilidades de quem avaliava. Hoje não é inteiramente assim, muito embora a cada um de nós ainda sobre uma pequeníssima franja de autonomia.
Já aqui falei sobre esta problemática dos critérios de avaliação que nos são agora impostos pelas escolas. Na EB 2/3 de Amarante os critérios dividem-se em 70% para a componente cognitiva, ou seja, para a nota pura e dura obtida nos testes ou em trabalhos de grupo ou individuais e 30% para a componente sócio-afectiva/atitudes. Esta é a lei vigente na minha Escola, aprovada em Pedagógico, a qual sigo escrupulosamente. É claro que os 30% tiveram de ser adscritos a parâmetros o mais possível medíveis, tais como assiduidade, pontualidade, trabalhos de casa, trabalhos de aula, organização, pesquisas, cumprimento de regras e prazos, atenção, portefólios ou cadernos diários... o que me obriga a uma monitorização bastante trabalhosa, que vou fazendo ao longo do ano, aluno a aluno. Não é possível avaliar esta componente sem atribuir pesos iguais, diferentes, o que seja, sob pena de nos andarmos a enganar a nós próprios e à comunidade educativa em que nos inserimos, ao país em última análise, fazendo de conta que se faz, não fazendo.
No meu grupo os 30% estão divididos da seguinte forma: 10% para o portefólio/caderno diário, e 2% para cada um dos outros dez parâmetros a avaliar. Os critérios a seguir não oferecem grande problema de medição, excepto um que tentaremos mudar no próximo ano lectivo e que é o da criatividade, dificilmente medível e quantificável em História.
Este sistema parece simpático e inofensivo, não parece? Mas o que pensar quando, por vezes, alunos de 35% nos testes passam para nível 3 no final do período? E o que pensar se um aluno com 28% nos testes de avaliação e alcançando 30% nos restantes parâmetros, conseguir alcançar o nível 3 no final do período ou mesmo no final de ano?
2 comentários:
Na minha escola é igual. Agora, veja-se o que aconteceu com os testes intermédios de História- a classificação obtida nos ditos foi muito baixa. E se fosse um exame tal como acontece em Matemática e L. Portuguesa? A inspecção queria lá saber do peso atibuído às atitudes...
Mas mesmo muito baixa. Na minha foi igual. Mas o que podemos fazer nós para além de cumprir a lei?
Nos próximos dias vou continuar a explorar esta temática de forma nua e crua para ver se alerto algumas consciências.
Obrigada pela colaboração, anónimo.
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