Calcetas da Rainha da Calceta - Serra da Aboboreira
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Em tempos que já lá vão, fui assim baptizada pelo meu querido amigo Clap, também ele um calceteiro de primeira, o que provocou barrigadas de risos entre nós. Calcetar, em comunhão com a Natureza, é para mim um passatempo que conservo desde tempos de solteira e que pratiquei forte e feio enquanto estava grávida, e não, não me fez mal muito pelo contrário, e que continuei a praticar até hoje, literalmente até hoje. Calcetar é a minha novela pessoal, aquela que eu construo com as minhas mãos, já que não queimo tempo a seguir as outras, as imbecilizantes. Calcetar é, para mim, e sem nunca ter posto os pés num, como ir ao psiquiatra fazer uma sessão de terapia seja lá do que for e para o que for e espero continuar com estas estratégias saudáveis pela vida que ainda me resta.
Pois hoje fui à terapia. Tinha um degrau iniciado há já uns dias e hoje reservei a tarde para o atacar e terminar. E está terminado. E eu estou orgulhosa do trabalho final, feito pelas minhas mãos firmes, agora esbodegadas. Desculpa, mamã... sei bem o quanto tu me aconselhavas a não estragar as minhas "queridas mãos"...
Pois o novíssimo degrau está agora terminado.
Se podia ter passado a tarde toda a calcetar o meu ralatório? Poder podia, mas não era a mesma coisa... e além do mais hoje é sábado, está um sol radioso e há sevilhanas pela noite, no Largo de S. Gonçalo.
Ah, pois é! Olé, olé!
Nota final - O caminho, que aparece fotografado na sua totalidade, foi feito durante os anos oitenta e acusa já o peso da idade, apresentando-se cheiinho de musgos variados, coisa que o feito hoje, obviamente, não apresenta.
Mas lá chegará! É só deixar o tempo rolar e marcar a sua presença, natural...
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