sábado, 22 de novembro de 2014

Brevíssima Reflexão Sobre Um País Profundamente Doente

 
Brevíssima Reflexão Sobre  Um País Profundamente Doente

Apetece emigrar. Por estes dias o país afunda-se num lamaçal abjecto sem nos dar tempo para assimilar escândalos escandalosos a que se sucedem outros escândalos ainda mais escandalosos, para logo nos cairem nos regaços mais escândalos ainda mais mais escandalosos. Ou escabrosos, como quiserem.
Isto é possível? O país que não mexeu anos a fio, ou melhor, mexeu a bem mexer sob a linha de água, de lama, eu sei lá, apodrecendo até ao tutano a coberto da escuridão, rebenta agora a torto e a direito na impossibilidade de conter o tsunami que se eleva sobre os escândalos sem fim, feitos de compadrios vários, de ambições desmedidas, de falcatruas engenhosas, de contornos demasiado criativos da lei.... e tudo isto enquanto se assalta, literalmente, uma população inteira que se deixa de tanga, e se drena, com a maior das latas, o dinheiro fruto do trabalho para a banca, a especulação, os golpes sempre aos milhões de que se vai tendo conhecimento de quando em vez.
Todos são considerados inocentes até à sua condenação em tribunal, bem o sei. Mas espero, sinceramente, que a Justiça, por uma vez, funcione bem, que não haja precipitações, que a montanha não tenha parido um rato, que a coisa, sendo grave - nunca antes se viu um ex-primeiro ser detido para interrogatório e logo com acusações tão graves! -  esteja impecavelmente fundamentada e que Sócrates, sendo acusado, seja impecavelmente acusado e que seja posteriormente condenado, isto para o bem da saúde mental de toda uma população, sob pena de olharmos à nossa volta e não vermos tábua  de salvação para um país que chafurda a bom chafurdar numa choldra que enoja e provoca náuseas e que só pode provocar sufoco tal a asfixia em que nos deixa com os seus tentáculos gigantescos e poderosos.
Aguardemos, com a serenidade possível, o desenrolar dos acontecimentos.

Um banqueiro, um diretor da polícia, antigos governantes e um ex-primeiro-ministro: o ano em que a justiça foi mais longe

Nota - Agora mais grave só se um dia destes chegarem ao presidente da república.

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