quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Pamplona - Amarante



Lago de Sanabria - Castela e Leão - Espanha
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães


Puebla de Sanabria - Castela e Leão - Espanha
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães


Pamplona - Navarra - Espanha
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Pamplona - Amarante

Dia sem grande história. Visita rápida ao centro histórico de Pamplona com direito a pequeno almoço numa das muitas esplanadas da Plaza del Castillo.
Oportunidade para relembrar que vida na rua é de facto com os espanhóis, que alegria de viver é de facto com os espanhóis! Oportunidade para pensar que a minha boa disposição pode ser genética e vir do lado do meu bisavô materno, que era galego, assim como o meu gosto por tapear, por circular, por me sentar numa esplanada e conversar enquanto tomo um café, por sair à noite, por conviver com os amigos. Amo a movida espanhola, o salero espanhol, o saber viver a vida sendo-se eficiente no trabalho. Amo a sensação de estar de bem com a vida que aquela população nos transmite. Em Espanha sinto-me cada vez mais um peixinho dentro de água.
Nota final para Puebla de Sanábria, uma povoação situada bem perto da nossa cidade de Bragança e a merecer uma visita. Assim como o grande lago glacial de Sanábria que fica nos arredores. É caso para dizer que fechámos a viagem com chave de ouro.

Sauveterre de Béarn - Pamplona










Pirenéus - França
Fotografias de Anabela e Artur Matias de Magalhães


Sauveterre de Béarn - França
Fotografias de Artur Matias de Magalhães
 
 
Sauveterre de Béarn - Pamplona

Bom pequeno almoço tomado na grande varanda do Manoir Théas. Bom pão. Boas compotas feitas pela dona da casa que, em conversa, nos contou que chove na região desde Março e que o tempo está um pouco louco por todo o lado.
Por isso tudo está verde como se estivéssemos no Inverno.
E a manhã inicia-se com um passeio por Sauveterre, depois do passeio de ontem à noite numa terra que parecia abandonada de gente. Mas dia 26, uma belíssima manhã de sol de Domingo, é ver os habitantes a circular pelas ruas de baguettes debaixo dos braços, vindos da missa dominical. Vilas pacatas e tranquilas estas. Aqui ninguém deve sofrer de stresse.
Mas são paisagens bonitas e bucólicas que não me interpelam e que não acrescentam muito aquilo que já vi e conheço.
O almoço sim, foi surpreendente, mas também reservarei um "post" inteirinho para ele. É que ele merece!
O país basco francês tem-se revelado, agora que percorremos o interior, muito bonito, salpicado de aldeias pitorescas e típicas onde os velhos de boinas bascas na cabeça conversam à sombra de uma qualquer árvore ou ramada.
Percorremos uma estrada terciária muito estreita, sinuosa e perigosa que segue pendurada pelos cumes dos Pirenéus deixando-nos desamparados ao lado de precipícios gigantescos e aterradores. São paisagens amplas que se abrem perante os nossos olhos fazendo-nos parar frequentemente para as fotografar, para fotografar os enormescos rebanhos de ovelhas, as vacas e os cavalos que pastam livremente onde isso é possível, e para fotografar as águias, que vimos muitas.
A estrada, arrepiante, continua a grande grande altitude, pendurada nas cristas de montanhas imponentes, deixando-nos uns horizontes largos para absorver a limpidez daquele ar, o verde a escorrer montanha abaixo, o céu azul azul com uma ou outra nuvem branca e esfarrapada.
Confesso que estas altitudes e este desamparo me põem inquieta e a dizer ao Artur "Vai devagar!" quando ele já vai devagar, e que saio sempre delas, e já fiz outras assim no Alto Atlas, com as mãos suadas e com uma sensação de nó na garganta e de desconforto provocado por um medo de cair por ali abaixo aos rebolões e de nem se safar a minha alma depois de semelhante queda! Mas também convém dizer que a repetir alguma estrada, percorrida nestas férias, seria esta, porque a mais excessiva, aquela que me inquieta e me dá calafrios, aquela que me põe a pensar como é possível haver casas isoladas lá nos fundos, como será o Inverno passado nestas paragens, como a capacidade de resistência humana é quase inesgotável!
Fantástico e inesquecível.
Continua sol e às seis da tarde estão mesmo 28º e muita humidade no ar.
E rumámos a Pamplona, terra dos toiros e das festas malucas a eles associadas de Los Sanfermines.

Dax - Sauveterre de Béarn




Orthez - França
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Museu de Brassenpouy - França
Fotografia de Artur Matias de Magalhães

Gasconha - França
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Dax - Sauveterre de Béarn

À saída de Dax o destino era Arcachón. Por duas razões. Uma era aquela coisa de que eu nunca tinha ouvido falar e que é a maior da Europa e a outra era o sr Armand que já teve direito a "post" neste blogue. Pois a casa de praia do sr. Armand situa-se em Arcachón e, segundo as indicações por ele escritas no cartão de visitas que me entregou na Líbia, é aí que ele se encontra até meados de Setembro. Isto se não andar por sítios esquisitos do planeta que o último postal que recebi andava ele a fazer uma viagem de sete meses pela Ásia!
Tentámos chegar à costa acima de Biarritz, já para fugir desta mítica estância balnear, mas a tarefa revelou-se impossível tais as monumentais filas que iam direitinhas às praias. E tentámos chegar a Arcachón mas, a 80 km, desistimos. As áreas de serviço a esbordar e filas de 20 km nas férias???? Nãaao!!! Saímos e fomos por estradas secundárias, sem movimento, através de uma zona de França chamada Forêt des Landes que pelo nome prometia ser alguma coisa de jeito mas que se revelou ser uma coisa simplesmente horrorosa. Esta zona é tudo menos interessante. Absolutamente plana, com extensos pinhais onde se vêem casas degradadas de longe a longe, com anexos feitos de chapa de zinco. As construções com um aspecto desmazelado e abandonado, os anúncios de restaurantes a corresponderem a restaurantes fechados. Acabámos por ir parar a um restaurante super rasca e porco onde a patroa fumava atrás do balcão em vez de limpar as mesas imundas à nossa volta, casas de banho imundas, as unhas da patroa imundas. E para cúmulo mal educada. Confesso que esperava mais do Parc Naturel des Landes de Gascogne! Cheguei mesmo a pensar "Estarei em França?"
Saímos dali rapidamente e dirigimo-nos aos Pirenéus Franceses. Parou de chover. A paisagem vai mudando e em plena Gasconha muda mesmo e melhora. As quintas onde se criam gansos para fazer o famoso "fois gràs" sucedem-se umas às outras. As paisagens têm agora relevos interessantes e estão cultivadas e tratadas. Nos Pirenéus a mudança é mesmo radical. Visitámos Orthez, vila muito interessante, e dirigimo-nos a Sauveterre de Béarn onde acabamos por arranjar quarto já nos arredores, no Manoir Theas, onde nos esperava um simpático acolhimento por parte da Mme. Caroline Allspach. Aqui deixo o link http://www.manoir-theas.com/
E a coisa esteve difícil. É que não há tanto alojamento disponível como em Espanha e às sete da "noite" já não se vê vivalma. País esquisito este onde à uma e meia já é muito tarde para almoçar e às nove da noite corres o risco de ficar em jejum até de manhã!

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Laredo - Dax




País Basco - Espanha
Fotografias de Anabela e Artur Matias de Magalhães
Guggenheim - Bilbao - País Basco - Espanha
Fotografia de Artur Matias de Magalhães

Castro Urdiales - Cantábria - Espanha
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Laredo - Cantábria - Espanha
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães

Laredo - Dax

É claro que Laredo nunca foi e jamais conseguirá ser Chefchauen. Nem de longe, nem de perto, se bem que de longe ainda é um espectáculo ver a cidade a abraçar aquela enorme baía... mas ao perto?!.... é só de fugir a sete pés!
Logo pela manhã descemos ao povoado para tomarmos contacto com uma estância balnear sem rei nem roque, com altos prédios misturados com vivendas, tudo mais ou menos degradado ao longo da baía que já foi bonita. Uma pena.
De resto continua a chover e continuámos a viagem por uma via rápida que ladeia a costa e que nos vai permitindo ver as praias encravadas entre falésias.
Parei em Castro Urdiales, com um passeio marítimo muito interessante, um pequeno porto, um castelo construido pelos templários e agora transformado em hotel, e uma belíssima igreja gótica num ponto elevado, numa das pontas do pequeno porto. Mais fotografias de portais, fustes e capitéis, arcos e abóbadas para as apresentações em power point.
A cidade de Bilbao aparece-nos ainda circulámos nós na auto-estrada. E de repente... lá está ele... o Guggenheim, a destacar-se completamente da cidade. E mais não vou dizer sobre este edifício emblemático porque vou reservar um post inteirinho só para ele. É que ele merece.
Vou só dizer que entrámos com chuva e saímos com sol como que em celebração plena desta peça maior da arquitectura mundial.
E atacámos a costa basca. E a palavra que me ocorre ao percorrer esta parte do país basco é discriminação. Sei que a região sofre de problemas graves, nomeadamente o problema maior da nossa era que é o problema do terrorismo, sei que muitos turistas tendem a sair da região a sete pés e a não pernoitar por aí. A presença da ETA é visível em pinturas à beira da estrada, em paredes, tabuletas e mecos. É estranho passarmos por povoações e não se ver gente nas ruas... é que estamos em Espanha de qualquer modo... bem sei que na única região de Espanha que ostensivamente se chama país, País Basco. E que de facto é diferente. E a língua? É que o Euskara não tem rigorosamente nada a ver com nada. Se não fossem as tabuletas escritas também em castelhano estaríamos perdidos!
Nesta parte da costa a paisagem é mais pobre, mais abandalhada e abandonada. Pequenas povoações desordenadas, os montes cobertos de pinheiros, eucaliptos, silvas e mato... um Portugal no seu pior! Ainda assim deu para fazer belas fotografias de alguns redutos de beleza observados.
Fomos dormir a Dax, já em França, vila recomendada pela minha amiga e colega Aurelina. "Se passares por perto fica lá. É uma vila muito agradável e pacata".
Em boa hora fomos e por razões que estão para além das apresentadas pela Aurelina. Por acaso fomos acabar a noite num hotel que dará origem a um post inteirinho a ele dedicado e que foi uma surpresa surpreendente, ali, àquela hora da noite.

Santillana del Mar - Laredo





Barcena Mayor - Cantábria - Espanha
Fotografias de Artur Matias de Magalhães




Carmona - Cantábria - Espanha
Fotografias de Anabela e Artur Matias de Magalhães





Santillana del Mar - Cantábria - Espanha
Fotografias de Anabela e Artur Matias de Magalhães

Santillana del Mar - Laredo

Choveu a noite toda. Felizmente a manhã de dia 23 revelou-se seca e sem chuva.
Confiável Renato. Santillana del Mar, que não fica à beira mar como poderia sugerir o seu nome enganador, é uma preciosidade. Visitei La Colegiata, o mosteiro românico que data do século XII. Oportunidade para visitar um claustro, belíssimo, onde as colunas têm os mais belos capitéis historiados que já vi. Oportunidade para fazer mais umas boas dezenas de fotografias, que já vou cheia delas, para as minhas apresentações em power point. Sim, mesmo em férias continuo a "trabalhar" juntando assim o útil ao agradável. Mas Santillana não se fica pelos monumentos religiosos. Santillana é toda ela um espectáculo. As ruas, de empedrados antigos estão ladeadas por casas senhoriais do século XV, XVI e XVII, com magníficos brasões. O granito tem um tom amarelo dourado fazendo aumentar a sensação de bem estar que se sente numa povoação assim acolhedora e quente apesar do tempo cinzento e das nuvens que continuam a ameaçar descarregar ainda mais água em cima destes pobres turistas.
Oportunidade para visitar o museu de Altamira e de ver a réplica do famoso tecto dos bisontes , importante para ter a noção da escala, do conjunto, do relevo das rochas aproveitadas para a pintura dos animais dando-nos a enganadora sensação das três dimensões.
E alas que se faz tarde para o Vallle de Cabuerniga onde visitámos as maravilhosas aldeias de Carmona e Barcena Mayor, duas aldeias a merecerem absolutamente o desvio.
É incrível como os espanhóis estão bem à frente aproveitando o que herdaram dos seus antepassados e valorizando o património que têm. Voltarei a este assunto num próximo "post".
E chegámos a Laredo ao cair da noite. Ficámos num dos primeiros hotéis que nos apareceram, decrépito, mas com vistas magníficas sobre a cidade, ali aos nossos pés. Lembrei-me do meu hotel de estimação, igualmente decrépito, em Chefchaouen, Marrocos. Um hotel de quatro estrelas a cair, com elevadores avariados aos anos, cujo paquete é um anãozinho que desaparece por debaixo das malas e as leva todas empilhadas pelas escadas acima, e que fica mesmo mesmo por cima de um cemitério muçulmano... e que tem as mais fabulosas vistas para esta cidade de encantamento, nas montanhas do Rif. E que por isso, e pela simpatia de todos os funcionários que até já nos abriram o restaurante perto da meia noite, continua a ser o nosso preferido. Que se lixe o mobiliário decrépito, o frio de rachar durante o Inverno porque o aquecimento não funciona há muito. Que se lixe. Nada paga o acordar num sítio assim, o ir à varanda e ver a cidade aos nossos pés imaculadamente branca e imaculadamente... azul!
Laredo gostaria de ser assim!

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Cangas de Onis - Santilhana del Mar




Torrentes - Picos da Europa - Espanha
Fotografias de Anabela e Artur Matias de Magalhães




Potes - Cantábria - Espanha
Fotografias de Artur Matias de Magalhães





Picos da Europa - Espanha
Fotografias de Anabela e Artur Matias Magalhães

Cangas de Onis - Santillana del Mar

E ao sexto dia de viagem, 22 de Agosto, já mais ou menos recuperada do dia de ontem passado com pão, leite e duas maçãs, atacámos os Picos da Europa debaixo de chuva constante. As montanhas parecem estar prenhes de água vomitando-a a torto e a direito até de entre as rochas. As cascatas sucedem-se não deixando escapar nem a estrada. Estamos em Agosto... fico a pensar como será no Inverno. Está frio e é agora que dou uso ao kispo que comprei por vinte euros, há uns anos, precisamente para estas ocasiões, e que me tem acompanhado, sobretudo nas férias de Inverno.
Acompanhámos o rio Sella que corre num vale profundíssimo e muito escarpado. As rochas continuam a brotar água em torrentes tumultuosas. E continua a chover. Muito.
As farripas de nevoeiro vão dando matizes imprevistos às montanhas e a estrada, muito estreita, continua a serpentear ao longo do Sella.
Sucedem-se os avisos de perigo, de queda de pedras. A estrada vai estando protegida com redes que correm paredes acima e que por vezes cobrem mesmo a estrada obrigando-nos a passar por baixo dela. Mesmo assim a estrada está salpicada aqui e ali de pedras maiores ou menores.
A paisagem continua a agradar-me e aqui e ali surgem pequenos povoados encravados nas montanhas. Saímos das Astúrias e passamos para a província de Castela-Leão. As temperaturas baixaram para os nove graus... e estamos nós em Agosto!
Rochas esquisitas formadas por godos agregados descem pelos montes fazendo-me desejar ter ali o Zé Mário para me dar uma explicação sobre tão peculiar fenómeno.
Potes é uma aldeia absolutamente imperdível com as suas varandas de madeira, floridas, debruçadas sobre o rio. Os turistas são aos montes. E felizmente parou de chover.
Pernoitamos em Santillana del Mar onde chegámos ao anoitecer motivados pela recomendação do Renato "Se puderem fiquem em Santillana del Mar". Confiável Renato.
Turistas aos magotes e, incrível! Arranjámos hotel à primeira tentativa!
 
Creative Commons License This Creative Commons Works 2.5 Portugal License.