Hoje tiro o meu chapéu a um Professor incansável chamado Eduardo Costa. O trabalho já realizado por este Professor na recuperação da Viola Amarantina é qualquer coisa de extraordinário e com ele a nossa viola já viajou para Espanha, para o Brasil... e eu sei lá mais para onde, para além de terras de Portugal.
É caso para dizer que, por vezes, os locais aqui mesmo nascidos, precisam de uma lufada de ar fresco vinda de fora... não é assim?
Obrigada, Eduardo Costa! Por teres de novo posto a vibrar estas cordas de viola. Acompanho-te o percurso, sempre admirada com a tua disponibilidade para dizeres sempre sim a todos os projectos para que te convidam.
Esta Europa, que se fecha sobre si própria, incapaz de resolver o drama urgente dos refugiados, que será resolvido a bem ou a mal, é uma Europa que me deixa profundamente envergonhada.
Historicamente, já outros povos tentaram este fechamento através de vedações, muralhas, fronteiras fechadas a sete chaves e a cadeado, julgando, deste modo, assegurar a manutenção do seu statu quo e o congelamento da progressão desta história.
Um dia mais tarde, quando esta história for reescrita, os políticos actuais, as suas acções e simultaneamente o seu imobilismo, não ficarão bem na fotografia e ver-se-á, nitidamente, a responsabilidade deste afundanço de uma Europa que perde, a cada dia que passa, o respeito pelo outro, o respeito por si própria e se afasta, à velocidade da luz, dos Valores que ela própria escreveu e que escreveu nas suas fundações, nas constituições dos seus estados membros.
Esta Europa que assim actua, que olha para o seu umbigo e assobia para o lado talvez pensando que os refugiados vão desaparecer por obra do espírito santo de orelha, é uma Europa que só me pode deixar envergonhada.
Tardou a chegar mas chegou em força na sexta-feira. Hoje, o dia foi feito de romaria em direcção à Serra do Marão. Já a Serra da Aboboreira estava tranquila tranquila e belíssima, comme toujourd...
Votos de excelente semana para todos.
Agradeço ao Alexandre Henriques o destaque dado no seu ComRegras ao meu blogue História 3º Ciclo, um blogue que é um manual on-line que cobre praticamente todos o programa de História do 3º Ciclo e que associa texto escrito, pequenos vídeos para consolidação das matérias leccionadas, links para apresentações em PowerPoint, sites interessantes e fichas formativas que os alunos podem aproveitar, caso lhes encontrem interesse. Mas ainda mais do que o destaque propriamente dito, agradeço-lhe o conteúdo contido nesse destaque.
Já agora, aproveito para voltar a frisar que este blogue não foi descontinuado, faltando-lhe apenas algumas poucas aulas de História de 9º ano para estar completo. Durante este 1º período, deste ano lectivo que ainda decorre, iniciei o trabalho inglório de ajustar as aulas às metas curriculares introduzindo-as nas apresentações em PowerPoint e nas aulas do blogue... trabalho este que já interrompi e dessa novidade informei os meus alunos. Porque não sei o que será feito às metas, pelas palavras do novo ministro da educação parece que se vão escafeder, se se escafederem eu aplaudo!, ou se serão "apenas" reformuladas...
Ora, como eu adoro trabalhar, mas odeio trabalhar para o boneco, e chover no molhado nunca foi a minha praia, aguardo serenamente pelas directrizes que chegarão, mais cedo ou mais tarde... perdendo, talvez, um tempo precioso para a preparação do novo ano lectivo.
Senhor Ministro, por obséquio, informa-nos com tempo acerca das novidades para o próximo ano lectivo?
Nós, Professores no terreno, os eternamente zecos, agradecemos.
Nota 1 - Quando um meu colega reconhece o meu trabalho, em privado ou em público, deixa-me sempre particularmente sensibilizada. Porque, por incrível que possa parecer, também os há, professores de História, a fazerem o que eu considero grave já que omitem este trabalho, conhecendo-o, aos seus alunos. Ora, os alunos são dotados de discernimento, não? Sabem escolher o que lhes agrada, não? E rejeitar o que não lhes agrada, certo? Para quê omitir o que está à distância de um clique e que tanto chega aos alunos da sala de aula contígua à minha como aos alunos de uma qualquer sala de aula do Brasil ou dos EUA?
Nota 2 - Não é por acaso que cito o Brasil e os EUA, já que são os países responsáveis pelos maiores números de entradas neste blogue a seguir a Portugal.
Nota 3 - Não realizei este trabalho com o fito de receber elogios ou agradecimentos seja de quem for, seja de pares, seja de ímpares. E mesmo que nunca tivesse recebido fosse o que fosse de feedback positivo, asseguro-vos, continuaria o meu trabalho, sem me desviar um milímetro daquilo que um dia, há muitos anos, me comprometi comigo mesma a fazer. Mas, cá para nós, confesso-vos, enrosco-me sempre nas palavras carinhosas e encorajadoras que amiúde me vão chegando por e-mail, pessoalmente, pela blogosfera, no facebook... o que for.
Um excelente blogue sobre história. Apesar de nunca ter sido fã da dita (a mim é mais bolas, eheheh), gostaria muito de ter tido acesso a este blogue quando era aluno. Se fosse professor de história era certinho que estaria nos meus favoritos.
Alguns professores sofrem de uma doença rara que se chama altruísmo, a Anabela Magalhães é uma delas e o seu cantinho é uma fonte de sabedoria e partilha.
Ontem rokamos aqui por Amarante, guiados pela batida firme, consistente, segura, à vontade e forte, da banda Capitão Mocho, a banda residente da Festa Amarantina.
E qual é o meu balanço, acabado o concerto? Pois é, os gajos são mesmo bons.
Muitos parabéns, Capitão Mocho!
Nota - Parabéns extensivos ao Paulo Cafeteira que fez a primeira parte do concerto.
Não posso estar mais de acordo com o teor desta entrevista concedida por Paulo Guinote. Ok, excepto na parte da representação sindical... se bem que também já me aconteceu, aqui ou ali, não me sentir representada pelo sindicato a que pertenço.
Obrigada, Paulo Guinote! É um orgulho saber-te Professor.
“A avaliação que temos não passa de uma ficção”
Paulo Guinote Professor e autor do livro “A Grande Marcha dos Professores”
Nunca se tinha assistido a nada assim. A 8 de março de 2008, cerca de 100 mil professores saíram à rua naquela que foi a maior manifestação de uma classe profissional alguma vez realizada em Portugal. Queriam contestar a ministra Maria de Lurdes Rodrigues, que elegeram como inimigo nº 1, e acabar com o modelo de avaliação de desempenho assente na divisão da carreira em duas categorias, que acabou por não avançar. Oito anos depois, Paulo Guinote, professor de Português do 2º ciclo e autor do popular blogue “Educação do Meu Umbigo”, entretanto extinto, recorda o protesto sem precedentes no livro “A Grande Marcha dos Professores”, que será lançado esta semana. Hoje, garante, os docentes estão ainda mais desanimados do que na altura.
O que mais recorda desse dia? Lembro-me de uma altura em que estava a meio da Avenida da Liberdade, olhei à minha volta e vi-me completamente rodeado de gente. Para quem, como eu, nunca tinha estado numa manifestação, era uma sensação bastante estranha. Que marcas deixou nas escolas? Vendo com esta distância, acho que deixou marcas de desânimo e alguma tristeza. Houve demasiada esperança para tudo o que não foi conseguido. Nenhuma reivindicação essencial foi satisfeita.
Mas a distinção entre professores e professores titulares não foi para a frente e o próprio modelo de avaliação foi muito simplificado. Aquela avaliação não era possível de pôr em prática porque acarretava um tal peso burocrático e tanto tempo para ser concretizada que quase paralisaria o funcionamento das escolas. Não tínhamos e continuamos a não ter gente suficiente nas escolas com o reconhecimento pelos pares e a formação específica para proceder a uma avaliação rigorosa. Ainda hoje, não passa de uma ficção, em que as pessoas que avaliam têm a mesma qualificação daquelas que estão a ser avaliadas e que não permite detetar as más práticas docentes. Não é possível distinguir os bons dos maus professores? Com o modelo em vigor, os professores, e mesmo assim não os de todos os escalões, só têm duas aulas assistidas. Ora, um professor dá perto de 700 aulas por ano. Sendo as aulas assistidas marcadas previamente, mesmo um mau professor consegue dar duas aulas razoáveis. Poderá fazer imensamente mal em todas as outras, que não passará pelo crivo desta avaliação. Já na altura o modelo tinha esse erro. Uma avaliação eficaz baseia-se num acompanhamento de proximidade e de continuidade, que não existe.
Mas se os professores não reconhecem aos seus pares a qualificação e formação necessárias para o fazer, quem assumiria esse papel? Tem de ser construído a médio prazo. Não é possível pôr um modelo de avaliação de qualidade a funcionar em dois ou três anos. Tem de existir um período de formação e de experimentação nas escolas. Todos nós sabemos quem são os maus profissionais. O que tem de haver é autoridade de alguém, reconhecida pelo grupo, e coragem dessa pessoa em confrontar quem sabemos que tem práticas menos corretas para dizer “ou alteras a tua prática, ou há consequências”. E tem de haver mecanismos de controlo sobre a própria relação entre avaliador e avaliado. Nas escolas, as pessoas prestam-se muito às pequenas vinganças e às pequenas amizades que depois se podem refletir na nota.
Isso pode acontecer em qualquer empresa e em qualquer profissão. Entre os docentes há uma cultura muito enraizada de igualdade. Consideramos que temos todos a mesma competência para desempenhar a profissão, daí que haja dificuldade em aceitar que a avaliação seja feita pelos pares. Tem de haver um grupo de professores avaliadores, que devem continuar a dar aulas, mas que devem ter um horário para se formarem e testar o modelo. É um investimento a médio, longo prazo que nenhum Governo, com um calendário de três ou quatro anos, aceita. O sistema está contaminado pelo facilitismo e pelo amiguismo. E há outra questão: com a carreira congelada em oito dos últimos dez anos, mesmo uma má avaliação não tem consequências. Por isso, o que sentimos é que é uma inutilidade. Estimula-se a apatia e fomenta-se o desânimo. Como saiu a imagem dos professores depois desses protestos? Há uma enorme diferença entre a imagem pública que se retrata nos inquéritos de opinião sobre as várias profissões e em que os professores têm sempre taxas de aceitação muito altas e a opinião publicada, que foi muito negativa. Muitos opinion makers estavam contra as posições dos professores e achavam que eles não queriam ser avaliados e eram todos preguiçosos. Mas acho que não aconteceu o mesmo na opinião pública no geral.
Não sente que nos últimos anos houve uma degradação da imagem pública dos professores que se reflete na sua autoridade? Isso já vem pelo menos desde os anos 90. Há um discurso enraizado de desculpabilização dos maus comportamentos e um discurso político de que o chumbo é um mal para a sociedade. Dizer que os exames não servem para nada transmite aos alunos a perceção de que podem fazer qualquer coisa porque têm direito ao sucesso. É extremamente nocivo porque desmobiliza os alunos bons e pode fazer da escolaridade até ao 9º ano um imenso recreio. E desautoriza o professor na sala de aula porque põe o aluno a dizer: “Não me pode tocar, não me pode chumbar, o que é que me pode fazer?” Isso tem vindo a agravar-se? Sendo muito impopular entre os meus colegas o que vou dizer, acredito que a introdução de provas de final de ciclo, nomeadamente do 6º ano — as do 4º poderão ser mais polémicas — trouxe às escolas um sinal de alarme. Aceitar apenas provas de aferição a meio do percurso e só monitorizar no final do ciclo funciona em países com uma consolidação da escolaridade muito anterior à nossa, nomeadamente os escandinavos, que não têm as nossas desigualdades socioeconómicas. O que acontece é que as regras dos bons colégios privados são, em muitos casos, o oposto do que temos de fazer nas escolas públicas, em questões disciplinares e de respeito pelo professor. Dar aulas deixou de ser aliciante? Claramente, quer do ponto de vista material, porque houve uma proletarização evidente, quer do prestígio social, que foi diminuído pelo desaparecimento de horizontes de carreira. Que retrato traça da classe? É uma classe envelhecida, desiludida, sem perspetivas de progressão e que está cansada de lhe serem imputadas as responsabilidades por todos os erros cometidos a nível político. É dramático, mas nos anos 70 havia melhores condições em muitos aspetos do que agora. Em que sentido? Lamento muito que a minha filha, que está no 7º ano, tenha turmas com mais alunos do que eu tive, há 35 anos. Os políticos acham que tudo se resolve na base dos rácios e não percebem que ter uma turma de 30 alunos é um esforço para um professor com 50 ou 60 anos que poucas pessoas são capazes de calcular. E há professores que têm dez turmas. Ainda assim, conseguimos progressos nos exames internacionais.
Que nota daria a este ministro? Ainda não tem elementos de avaliação suficientes para eu dar uma nota. Naquilo que tem impacto orçamental, ainda não anunciou nada de relevante.
E aos sindicatos? Têm um papel essencial, mas dificilmente me sinto representado por alguém que não exerce a minha profissão há décadas. Gostava de ver à sua frente pessoas que dessem pelo menos um ano de aulas em cada década. Não sendo assim, são profissionais do sindicalismo. Não são professores.
Para quem não sabe, eu sou a feliz tratadora de três casas virtuais. Esta onde estou agorinha mesmo a escrever, Anabela Magalhães de seu nome, a casa virtual chamada História 3º Ciclo e ainda a casa História em Movimento.
O blogue História 3º Ciclo é um manual on-line de História que cobre praticamente todas as aulas, uma por uma, do sétimo ao nono ano de escolaridade. São as minhas aulas, com links para as minhas apresentações em PowerPoint que são exploradas em contexto de sala de aula, com links para sítios que eu considero interessantes, algumas de sétimo ano com links para fichas formativas da minha autoria, sempre que possível com pequenos vídeos que considero pertinentes para que os alunos possam consolidar matérias, se assim o entenderem.
Este manual está aberto a quem o encontrar, a quem lhe achar alguma utilidade. Tenho, ao longo destes últimos anos, recebido alguns comentários de colegas de profissão, de alunos, de encarregados de educação, o mais das vezes vindos de gente que não conheço mas que fez questão de por lá deixar o seu testemunho sobre um trabalho que é meu e que nem sempre é valorizado... talvez porque eu não cobro nadinha por ele... quem sabe... talvez até por despeito, por inveja... eu sei lá... só assim entendo que na sala ao lado da minha, sendo que a sala ao lado da minha é aqui uma mera metáfora, se omite, propositadamente - tendo deles conhecimento e não partilhando essa informação com os alunos é propositadamente, não?, este blogue e os recursos por lá espalhados, podendo, assim, estar conscientemente a prejudicar alunos no seu desempenho. Mas adiante, que não é isto que me interessa.
Hoje interessam-me as medalhas que vou recebendo aqui e ali, vindas ora de alunos, ora de encarregados de educação, ora de colegas que muito estimo.
E isto tudo porque hoje recebi um comentário, vindo de uma encarregada de educação que, por certo, não conheço e a quem agradeço desde já o carinho das suas palavras, dizendo-lhe também que o blogue não foi descontinuado mas somente parado à espera de directrizes da minha inconstante tutela. É que eu adoro trabalhar... mas jamé para o boneco.
Como encarregada de educação, devo dizer que este é o melhor repositório de conteúdos que encontrei em todas as pesquisas que fiz. Desde a linguagem, aos ppt apresentados, tudo nota 20. Pena tão grande ter sido descontinuado. É uma forma altruísta de colmatar falhas nos programas escolares e nos métodos de ensino. Um grande bem haja27ª Aula - Sociedade Europeia nos Séculos IX a XII
A história que hoje partilho com os meus leitores, confesso, dirige-se muito mais a mim própria, para que fique nesta minha casa o seu registo escrito e eu não me esqueça dela, do que outra coisa qualquer.
Hoje, excepcionalmente, só existiram camionetas de transporte escolar às 16:30 por causa da neve que teimava em cair na Serra do Marão e na Serra da Aboboreira e já bloqueava várias estradas aqui pelos arrabaldes.
Assim sendo, o transporte usual das 18:30 não existiria, e não existiu!, e todos os alunos foram avisados de tal facto pelo que teriam de apanhar o transporte das 16:30, sem excepção aberta para coisa alguma.
Ora, acontece que grande parte dos meninos e das meninas da minha direcção de turma são sócios entusiastas do Clube História em Movimento que funciona aos últimos 100 minutos da tarde de sexta-feira, e, perante o aviso feito relativamente ao fim de todas as actividades lectivas ou outras, na aula de Português, afirmaram logo que não iriam embora... eheheh... porque tinham Clube de História.
Estão a ver por que é para mim um prazer acabar as aulas de uma inteira semana, de um inteiro dia em que entro às 8:30, com intervalo para almoço, para sair às 18:20?
Obrigada, Alunos Meus! Pelo carinho.
E sim, estas são as únicas medalhas que me interessam.
Museu Amadeo de Souza-Cardoso - S. Gonçalo - Amarante
Fotografia de Anabela Matias Magalhães
Museu Amadeo de Souza-Cardoso - Orgulho Felicidade
Atendendo à escala local, hoje, o Museu Amadeo de Souza-Cardoso parecia o Louvre tal a afluência de grupos que o visitavam.
Ora, como amarantina frequentadora assídua deste museu, acompanhada ou por acompanhar, este facto, registado hoje pelo meu olhar, é, para mim, motivo de enorme orgulho e felicidade.
Respeito, Amadeo!
Tenho dito.
"Os meus destinos só estão bem comigo - ou por eles triunfo ou por eles sou esmagado Amadeo de Souza-Cardoso Nota - Obrigada pelo render da guarda, Professora Cidália!
Visita de Estudo ao Museu Amadeo de Souza-Cardoso - Amarante
Fotografias de Ana Raquel Esteves
Visitas de Estudo ao Museu Amadeo de Souza-Cardoso - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Visita de Estudo ao Museu Amadeo de Souza-Cardoso - 9ºA
E com tempo muito frio e debaixo de muita chuva, hoje com tudo excelentemente regado, saímos da EB 2/3 de Amarante logo pela manhã em direcção ao Museu Amadeo de Souza-Cardoso. Eu e os meus alunos, os meus alunos e eu, lá fomos pintalgando o centro histórico desta cidade que é nossa, colorindo-o com os nossos chapéus de chuva, indispensáveis para um dia como o de hoje.
É sempre um prazer entrar Museu adentro acompanhada por miúdos atentos, educadíssimos, interessadíssimos em perceber e compreender este nosso conterrâneo que rompeu com a linguagem pictórica da época e inovou que se fartou, desbravando caminhos desconhecidos, sempre os mais empolgantes de serem percorridos.
Amadeo de Souza-Cardoso foi um diacho de um Senhor Escorpião levado da breca, interessado em escrever a sua própria história, determinado, senhor do seu nariz... e como era lindo o nariz de Amadeo!
A visita de estudo foi impecavelmente guiada pela Drª Aida, em dia de enoooooorme afluxo de grupos de estudantes que visitavam também este importante museu amarantino que está longe de ter somente importância local já que trata-se de um museu de arte contemporânea importantíssimo à escala nacional.
Estarei sempre grata ao pessoal, sortudo!, que habita esta casa de Amadeo onde somos sempre recebidos com uma simpatia, carinho e profissionalismo excepcionais.
E hoje foi mesmo excepcional... pois não é que a visita estava agendada para a sexta-feira... rsssssss... da semana passada?!
Pois é, estes meus neurónios já começam a acusar algum cansaço...
Neurónios, relaxem! Ou então excitem-se... porque ambos os estádios são necessários para alimentar a irrequietude.
"Eu não sigo escola alguma. As escolas morreram. Nós, os novos, só procuramos agora a originalidade. Sou impressionista, cubista, futurista, abstraccionista? De tudo um pouco."
Os alunos da minha direcção de turma deslocaram-se hoje ao centro de Amarante para poderem captar selfies sem fim para a segunda edição do concurso de selfies subordinado ao tema "Em Amarante sou feliz", concurso este que termina no próximo dia 29 de Fevereiro.
Acompanhados pelo seu Professor de Educação Visual, Miguel Taxa, foi vê-los como umas andorinhas esvoaçantes percorrendo o nosso umbigo amarantino, felizes felizes por saírem do recinto escolar, percorrendo o Largo de S. Gonçalo, captando momentos para o concurso das selfies, captando momentos nossos em que posamos para "a máquina". Tenho-vos a dizer que "a máquina", gigante, está a fazer furor aqui em terras amarantinas, independentemente das idades porque um êxito completo entre miúdos e entre graúdos também. E a risota é a mesma de sempre porque isto de eu os mandar tirar fotografias de costas tem que se lhe diga! E dá lugar a gargalhadas muitas e variadas...
Apresento-vos Homs, em imagens captadas por um drone já neste ano de 2016. De referir que, antes da guerra civil, era a terceira cidade mais importante da Síria.
Compreende-se que a população tenha escolhido a fuga?
Evidentemente. Para todo o lado, desde que haja paz.
Pois sou levada a concordar. E por vezes até seremos um país de merdosos também.
Mas é claro que, no meio duma tendência mais ou menos geral, há sempre alguém que diz não.
A palavra a António Coimbra de Matos.
Já anteriormente partilhei o que é possível fazer com os rolos do papel higiénico que sobram depois de esgotadas as suas folhas - ver aqui e aqui. Hoje, partilho um exemplo do que pode ser feito com as próprias folhas do dito papel. E podem ser feitas flores, flores sem fim, brancas, cor-de-rosa... enfim, da cor que se quiser que ele há papel higiénico colorido para todos os gostos.
As flores que hoje partilho foram feitas pelos alunos da minha direcção de turma, mas penso que todas as turmas da EB 2/3 de Amarante estão a trabalhar afincadamente para alegrar a nossa escola durante o período da Páscoa. Porque, como diz a doce Maria João, Professora de EMRC, é preciso comemorar esse tempo de alegria que é a Ressurreição... tempo que se avizinha a passos largos.
Ainda darei novas destas fabulosas flores... tão fáceis de fazer!
Haja imaginação, criatividade e vontade de meter as mãos na massa.
Ler uma notícia destas, em que se dá conta de uma cada vez maior dificuldade de usufruto de bolsa de estudo no ensino superior, sentida pelos alunos com mais fracos recursos económicos, é ter direito a sentir uma vergonha sem fim. Vergonha dos governantes que assim nos governam, vergonha pelo que representa de sinal dado à sociedade em geral - és mais vulnerável, não consentimos que estudes!
O aperto das regras de acesso a estas bolsas de estudo não está, em alguns casos, errado no seu princípio, mas, quando cruzado com esta crise medonha que nos assola, quando cruzado com as maiores dificuldades económicas sentidas por muitas famílias deste país, quando consciencializada a simultaneidade de corte nas bolsas - foram atribuídas menos 4600 no ano lectivo de 2014/2015 do que no ano lectivo de 2010/2012 - e o agravamento violento das condições de vida sentidas na maior parte dos agregados familiares deste país, daqui resulta um sentimento de náusea impossível de conter. Porque é exactamente numa situação de maiores dificuldades económicas generalizadas que este apoio deveria, no mínimo, permanecer intocado, e até para bem, deveria ser aumentado.
O estado não tem por onde cortar sem ser aqui? Ai tem tem! Mas não quer, eu sei. Em vez disso, escolhe pagarsubvenções vitalícias a políticos e não só!... escolhas que, não tenho qualquer dúvida, continuaremos a pagar caro todos os dias das nossas miseráveis vidas de quem permite que o país esteja como está, com os governantes que temos e faça as opções que faz.
Ou seja, em suma, um Estado que assim actua, é um Estado em estado miserável.
No passado dia 16 de Fevereiro este blogue cumpriu nove anos de existência e eu, sua tratadora, esqueci-me por completo de fazer referência a este acontecimento.
Passado todo este tempo, é certo, este lugar continua a ser casa minha.
Honras à vida, então! À vossa... e à minha! Com atraso, mas com carinho.
Este concurso de projectos de intervenção nos taludes e jardins interiores da EB 2/3 de Amarante dirige-se a todos os alunos que frequentam o curso de Arquitectura Paisagista na UTAD e que nele queiram participar.
Até ao dia 18 de Março, estão abertas as candidaturas que podem ser enviadas para o e-mail geral.nap@sapo.pt.
A orientação está a cargo dos professores Domingos Lopes, dlopes@utad.pt e João Bicho, jbicho@utad.pt
Dear all, we're extremely happy to bring you the great news that we have just reached 100 participating cities. This is a massive milestone and we invite you all to share the news!
Aulas do Passado/Aulas do Presente/Aulas do Futuro
Ontem saiu um artigo bastante interessante no DN intitulado Portugal testa salas de aulas do futuro que li com toda a atenção porque se prende com uma pergunta que faço a mim mesma desde que me conheço como professora - O que é uma boa aula?
A temática é aliciante e é, para mim, motivo de reflexão constante.
Sou professora de História e, até ao ano lectivo de 2004/2005, utilizei, na minha actividade lectiva em contexto de sala de aula, o manual, mapas, acetatos, diapositivos, um ou outro filme e/ou documentário que considerei pertinentes para a consolidação deste ou daquele assunto leccionado.
Entretanto, tinha, e tenho, por hábito solicitar aos meus alunos uma crítica construtiva às minhas aulas e, nesse ano de 2005, um aluno de 9º ano sugeriu que estas teriam muito a ganhar com o uso das novas tecnologias. Sim, de facto estava mais do que na hora de meter pés ao caminho, pensei eu, e parti à procura de um caminho possível para melhorar as minhas aulas de História... de que os alunos, de uma maneira geral, não se queixavam pois foram sempre marcadas pela interactividade e não pelo debitar puro e duro das matérias.
Como quem procura sempre alcança, encontrei uma ferramenta maravilhosa, chamada PowerPoint, que utilizo desde então. Construí a informação, comecei a disparar fotografias sobre tudo o que me pudesse interessar para ilustrar os assuntos tratados, enfim, criei uma imagem de marca original para as minhas aulas.
Esta história está contada aqui, na minha página de recursos, página em que partilho as apresentações em PowerPoint que iniciei no Verão de 2005 e que, desde então, são alvo de constantes reformulações.
Ao fim de três anos de uso desta ferramenta, e depois de verificar a enorme adesão, interesse, atenção, conforto, alegria, afectividade... por parte dos alunos, relativamente a este embrulho com que embrulhei a História, escrevi:
As apresentações em PowerPoint não são panaceia para coisíssima nenhuma pois não são, nem nunca serão, os recursos/ferramentas utilizados dentro da sala de aula que determinam a qualidade dessa mesma aula mas sim a abordagem desses mesmos recursos/ferramentas. Sei, por experiência própria, que esta ferramenta/recurso, utilizada em contexto de sala de aula, possibilita uma interactividade incrível entre professores e alunos, muito embora esteja espalhada a ideia, errada, de que é uma ferramenta muito estática, o que se deve apenas à utilização completamente errada e lamentável, porque apenas lida, que vulgarmente se faz da apresentação em PowerPoint. Sei também, fruto da experiência acumulada, que em Educação não há receitas e que a boa aula é a aula que resulta. E ponto final. E que a sua qualidade/êxito depende da sua preparação, das características do professor e dos seus alunos, da felicidade do professor e dos seus alunos, até do tempo, da chuva que nos entristece ou do sol que nos enche de energia, das condições de saúde, física e mental, do professor e dos seus alunos...
Agora, volvidos todos estes anos, reafirmo tudo o que escrevi. E volto a frisar que em Educação não há receitas. Importa é que cada um de nós encontre um registo em que se sinta confortável e, acima de tudo, que encontre um registo que lhe permita ver e sentir o conforto espelhado e espalhado pelas caras dos alunos, dentro da sala de aula. Evidentemente que o modelo de aula mais tradicional, em que o professor debita e o aluno escuta, ainda em uso em algumas salas de aula deste e de outros países, está, para os miúdos actuais, mais do que esgotado, constituindo, para eles, um verdadeiro martírio, em suma, uma seca.
Eu, confesso, como sou uma eterna irrequieta, ando para aqui a pensar em dar uma nova volta à minha sala de aulas que passará, obrigatoriamente, por uma nova disposição de carteiras e cadeiras para que o trabalho se desenvolva de forma ainda mais colaborativa... o que me obrigará, mais uma vez, a reformular as minhas aulas.
Assim será.
E, para terminar, partilho algumas salas de aulas bem diferentes das que por aqui se vão usando... deixando uma pergunta:
O futuro é já hoje?
Nota - Este post foi originalmente publicado no blogue ComRegras.
Hoje com camélias amarantinas, adiantadinhas... a quererem acompanhar o Inverno suave que por aqui se continua a fazer sentir. Estas são as camélias que me acompanham a vida há mais de trinta anos. Já conheceram várias terras, já passaram de terra livre a vaso para depois voltarem a terra livre e farta, já mudaram de freguesia acompanhando a irrequietude da dona e por elas abri um buraco nos meus interiores e plantei-a lá. Pela terceira vez, adaptou-se e enraizou, tal e qual a sua dona.
As mudanças absorvem-se... não é assim?
UK - Xenofobia Declarada e as Infelizes Declarações de António Costa
O acordo alcançado entre UK e UE é uma vergonha mais do que abjecta. Se há uns anos me dissessem que iria assistir a indignidades xenófobas deste calibre e com este refinamento, dentro da UE, eu acharia, por certo, um delírio.
Nos dias que correm apenas afirmo que não reconheço esta UE, fundada em valores que nada têm a ver com esta xenofobia desatada, aplaudida por primeiros-ministros que mais valia estarem calados, no caso, o nosso.
O mais importante é a manutenção do UK na UE? Não senhor primeiro ministro António Costa, não é! Porque é inadmissível que um país que faz parte integrante da UE pondere tratar de forma diferenciada nacionais e migrantes e migrantes mais antigos e mais recentes.
Esta UE, já era! Se pondera ter no seu seio um país que pretende fazer legislação diferente para nacionais e não nacionais, bye, bye, UE!
E que isto venha dos ingleses, espalhados pelo mundo a torto e a direito e à força, pior ainda. A história da colonização inglesa da Austrália, só para apresentar um exemplo, está repleta de histórias escabrosas e vergonhosas vindas dos "civilizados" ingleses que quase exterminaram os aborígenes australianos que são hoje apenas cerca de 1% da população.
Sempre que leio notícias destes ataques xenófobos é-me impossível não recordar a Kristallnacht. Estou a ser exagerada? Não me parece. A Kristallnacht tem por trás os mesmos princípios de não aceitação do outro, do diferente, que deve ser erradicado.
Eu, aqui deste canto, preocupo-me. Porque assisto a "filmes" perigosos. Já vistos. E que acabaram muito mal.
"Os incêndios em unidades destinadas a acolher refugiados, já habitadas ou em construção, têm-se sucedido nos últimos meses, muitos deles alegadamente ateados propositadamente para impedir que cheguem à população alvo."
O post que a seguir transcrevo foi escrito pelo Alexandre Henriques, do blogue ComRegras, blogue onde sou colaboradora desde Janeiro. O problema da quase inexistência de blogosfera docente feminina não foi levantado por mim originalmente já que, confesso, só pensei nele depois de ler o artigo saído no DN, em Setembro de 2014, que partilhei no post Os Gurus da Blogosfera Docente e a Nota de Rodapé. De facto, para mim continua a ser um enigma que, em profissão maioritariamente feminina, a blogosfera docente seja quase totalmente masculina.
Como explicar tamanho fenómeno? PROFESSORAS!!! Onde andais?
Na sequência do artigo Blogosfera Do(c)ente, do “Quintal” do Paulo Guinote, a nossa colega Anabela Magalhães proferiu um lamento que me deixou a pensar e do qual mostro um excerto.
Lamento por me ver só, eu, professora, na blogosfera docente, sendo que a profissão que exerço é campo predominantemente feminino. E esta constatação é, igualmente, um sintoma da doença espalhada em nós.
Não deixa de ser estranho, que numa profissão constituída maioritariamente por mulheres, estas sejam residuais na blogosfera. E apesar de não ter feito nenhum estudo em particular, na altura em que enviava emails para as escolas, notei que as chefias têm muitos homens, comparativamente com o universo existente.
Aliás, se olharmos para outras altas esferas, podemos constatar que, a FENPROF, a FNE, a ANDAEP, o CNE, o CE, o IAVE, a DGESTE e mais uns quantos, são todos presididos por homens. A própria tutela foi(é) ministrada principalmente por homens.
Eu e muitos dos que estão a ler este artigo andam diariamente nas escolas. E como eu devem sentir que a escola não vive um ambiente sexista. Homens e mulheres coabitam em igualdade de direitos, mas por um mistério qualquer, é notório que, mais uma vez tendo em conta o universo existente, vê-se muitos homens em chefias intermédias e superiores.
No mundo digital é igual, se repararem bem, os principais grupos para professores no Facebook são administrados por homens, e nos blogues a Anabela é uma loba solitária…
Algo está a inibir as nossas mulheres, as nossas mulheres professoras. Se a afirmação feminina ainda depende de vergonhosas quotas em diferentes áreas da sociedade, se ainda muitas mulheres precisam de comemorar o dia da mulher para se sentirem livres, também é verdade que existe uma inibição (in)consciente que vem de lugares obscuros e que para mim e para a Anabela são um autêntico mistério.
Está na altura das senhoras deste mundo educativo e de outros mundos também, rebentarem com as suas amarras e preconceitos e se afirmarem de vez enquanto principal força social. Não por compaixão, mas pela qualidade do seu trabalho.