segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Amarante e as Manifestações de Novo Riquismo

Eiras em Construção - S. Gonçalo - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Amarante e as Manifestações de Novo Riquismo

Amarante não foge às manifestações de um novo riquismo deprimente que se detectam aqui e ali, do interior ao litoral, de Norte a Sul deste país caricato e falido e insiste nelas.
Já abordei anteriormente esta toléria que nos fica tão mas tão cara, aquando de um post antigo intitulado precisamente Novo Riquismo, sobre uma outra manisfestação deste fenómeno visível aqui pelo burgo e que fez desaparecer a nomenclatura "Quelha" promovendo as quelhas a ruas, caso da Quelha de Valverde, agora Rua de Valverde, abordado aqui... e até um outro, numa estrada que serpenteia Serra da Aboboreira acima e que, em tempos que já lá vão, passou a Avenida de Carvalho de Rei!
Carago! Que avenida! Que boulevard! É de se abrir a boca de espanto e de não mais a conseguir fechar.
Pois o novo riquismo voltou a atacar aqui bem no centro histórico de Amarante e é vê-lo tomando forma... em forma de um pavimento todo xpto de um belíssimo granito azul... azul, meus senhores?! O que faz um granito azul aqui no nosso chão sagrado, aqui na nossa região de granitos de cor bem mais quente e aconchegante?
Esta mania que atacou o país um pouco por todo o lado, alterando pavimentos a torto e a direito, arrasando tudo, transformando tudo em eiras escaldantes, confesso, perturba-me.
Não sei de quem é a responsabilidade disto que eu hoje fotografei, não sei se estava já previsto, se foi herdado pelo actual executivo  ou se foi por ele parido... o que sei é que hoje, com um dia solarengo de Inverno, a luz reflectida do pavimento quase espelhado era horrorosa. O que sei é que, num dia de Verão escaldante, como costumam ser todos os Verões por aqui, a luz reflectida por este pavimento será, por certo, insuportável... talvez mesmo a exigir aqueles óculos que se usam na neve para não deixar a luz, de tão excessiva, ferir os olhos. O que sei também é que, impermeabilizar assim os solos das cidades, costuma ser coisa bem problemática.
E pronto, por agora é isto. A minha cidade está com obras e não faltará gente que as defenda. Eu também as defendo... mas não assim.

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