Evidências de Professora - Escola Teixeira de Pascoaes
Fotografia da Grande Mãe
A Minha Contribuição para o PAA do Agrupamento Teixeira de Pascoaes - Comemoração do Quase Cinquentenário do 25 de Abril - Homenagem aos Meus Alunos e aos Seus Pais
Quem entra, por estes dias, na sede do Agrupamento de Escolas Teixeira de Pascoaes, a minha Escola, depara-se com cravos vermelhos e uns dizeres alusivos ao 25 de Abril de 1974.
Hoje, logo pela manhã, peguei na neta ao colo e ainda no Salgueiro Maia com a intenção de o deixar na sala de professores, o que fiz, esperando que ele faça o que eu não consigo, e que é despertar mais profissionais da Educação para uma luta que, no meu entender, deveria ser de todos. pois todos, sem excepção, estamos a ser roubados, prejudicados, desrespeitados, de uma ou de outra maneira, uns mais do que outros, bem o sei, e a deixar a Escola Pública, que tanto nos custou construir, a esboroar-se por entre os nossos dedos e eu a pensar que a Escola Pública tem de continuar o que foi para muitos até aqui, ou seja, tem de continuar a cumprir a sua função de elevador social e que isso só se verificará se ela mantiver a qualidade.
Estou muito apreensiva relativamente a um futuro que é já amanhã. Já não tenho filhos a frequentar a Escola Pública mas tenho netos... e aí gostaria que eles se mantivessem.
Estou a fazer tudo o que posso nesta etapa desta luta sem tréguas que, para mim, se iniciou no dia 2 de Novembro e à qual voltei no dia 9 de Dezembro para não mais parar.
Sei que a minha luta está a impressionar os Meus Alunos que, no imediato, poder-se-á pensar, estão a ficar prejudicados. Acredito que eles jamais esquecerão esta Aula Magistral que esta Professora da Escola Pública lhes está a proporcionar este ano...
Ontem, falava eu com o presidente da Junta da minha freguesia quando um Aluno Meu vem direito a mim e diz-me "Professora, eu também queria ir à manifestação do 25 de Abril a Lisboa!"
Hoje, à entrada da Escola, uma Aluna Minha posou junto a mim, junto à minha neta e junto ao Salgueiro Maia enquanto a sua Enorme Mãe nos fotografava.
Orgulho! Orgulho no apoio recebido por tantos dos meus conterrâneos e que, enquanto Amarantina de gema, é muito importante para mim.
Grata pela paciência. Luto por mim e pelos outros. Luto pelos meus netos, luto pelos meus alunos.
A Escola não é um depósito! A Escola não é um restaurante. A Escola Pública tem de continuar a cumprir Abril e a servir, às classes mais desprotegidas, de elevador social... sob pena de milhões de portugueses serem condenados, quiçá, à escravidão. E já faltou mais!