sábado, 30 de junho de 2007
G.N.R.
O Grupo Novo Rock formou-se em Setembro de 1980, no Porto, cidade à qual permaneceu ligado pelo coração. (Se dúvidas houvesse quanto a esta ligação afectiva elas ficariam desfeitas ao escutarmos "Pronúncia do Norte").
Com uma composição inicial diferente, a banda é, hoje em dia, formada pelo Grande Rui Reininho, vocalista, Tóli César Machado, bateria e Jorge Romão, baixo.
Tive oportunidade de assistir a um concerto dos G. N. R., na nossa vizinha cidade de Vila Real, aí pelos idos anos de 1986. Levei a J porque é de pequenino que se torce o pepino e assistimos a um Rui Reininho espectacular, em palco. Não voltei a ver os G.N.R. em concerto mas continuei a comprar os cd`s que foram saindo e as suas músicas continuam a acompanhar-me nas grande viagens! Letras como " Dunas", "Efectivamente" e "Popless" são letras que ainda hoje continuo a cantar de cor.
Gosto particularmente de Rui Reininho.
Passados todos estes anos continua irreverente e criativo. Aliás Rui Reininho sempre teve a criatividade a rebentar-lhe por tudo quanto era poro!
Como este país precisava de mais gente assim!
É que o tempo em Portugal tem estado tão cinzento e amaçador! E se por acaso e por azar se ouvem notícias ou se folheiam as páginas de um jornal... borrasca!...
Acho mesmo que vem por aí borrasca!
E não resisto a acrescentar: "Ao longe a barca louca perde o Norte."
Grupo Novo Rock - Tirana
Rui Reininho
Tirana é um lugar Quem sabe?
Difícil de encontrar
E tirar à sorte e dar
Avançar retirar
Tirana é uma menina Foi
Muito sedutora
Atirar à sorte P'ro ar
Sem o intuito de acertar
2x3=6 multiplicar somar
carne p`ra canhão
investir
3-2=1 é só subtrair
aprender a dividir para
poder reinar
depois
Tirana é só sofrimento Foi!
É ferida e unguento
Tirana é sincera
Mas só por um momento
Tirana é um bom nome Foi!
Para quem não sentiu fome
Se ela ainda te enganar
Não vais partir e podes cá ficar
Animais da Barca - Os Lagartos da Dianita
sexta-feira, 29 de junho de 2007
O Mar e Tu
Sendo eu um animal terrestre não deixo nunca de apreciar o mar. Continuo com a voz belíssima de Dulce Pontes que desta vez se juntou à excepcional voz de Andrea Bocelli. Momentos de rara beleza também proporcionados pelo vídeo clip que me fizeram lembrar o deserto e o mar, a sua relação amorosa e o texto que escrevi "Où suis je?" sobre a minha praia no deserto.
Muros e Flores
Os meus muros, talvez reconhecidos pelos carinhos que lhes vou dispensando ao longo do ano, continuam a brindar-me com explosões de cor super variadas.
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Ainda os meus CEFs
Sangue
Sangue
Já aqui falei da importância de ser solidário. Ao longo da nossa vida podemos ser solidários de múltiplas maneiras, umas mais significativas do que outras. A dádiva de sangue é sem dúvida importante e significativa do ponto de vista de quem necessita dela e a recebe, quantas vezes, em situação de vida ou morte. Do ponto de vista do dador é igualmente significativa, e falo por mim, porque passamos a gostar mais de nós próprios e, consequentemente, a ser mais felizes no nosso dia-a-dia. E afinal o que é "perder" umas horas de uma manhã de sábado se podemos contribuir para a manutenção de uma vida?
Tive uma formação humanista ao longo da minha vida e consegui contribuir para a formação humanista da minha filha que, estando prestes a acabar o seu curso na área de saúde, se vai socorrer, amiúde ou mesmo sempre, desta formação, ao longo da sua vida profissional e pessoal. Aliás, rendo-lhe de novo, neste blogue, as minhas homenagens. Sou dadora de sangue graças a ela, a ela que tem sido sucessivamente recusada ou porque não tem peso, ou porque tem valores de hemoglobina muito baixos, mas que continua a insistir e a não desistir de também ela se transformar em dadora de sangue! E que me deixou babada, babada quando um dia destes me disse que tinha orgulho em mim... por eu ser dadora de sangue!
E eu tenho muito orgulho nela mesmo que ela nunca o consiga ser!
E vem tudo isto a propósito da mensagem que recebi no meu telemóvel.
Dia 30/06/2007 das 09:00 às 12:30 contamos com a sua dádiva de sangue em : Escola E.B. 2/3 de Amarante.
Obrigado
IPS-Porto
Evidentemente, lá estarei!
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Aventuras na Cozinha
terça-feira, 26 de junho de 2007
Tosquia
segunda-feira, 25 de junho de 2007
Aventuras na Cozinha
Fotografia de Eugénio Queiroz
Aventuras na Cozinha
As minhas aventuras na cozinha começaram logo após o meu casamento. Devo informar desde já, e para que fique bem claro, que não sou uma completa nulidade na cozinha. Sei fazer umas batatas cozidas, que segundo a minha sogra são as melhores de todas as que ela já comeu, sei fazer um arroz, que faço em três tempos, sei fazer um assado... mas devo confessar que não gosto de cozinhar. Acho até que é por isso que muitas vezes me acontecem coisas estranhas e estapafúrdias que não acontecem a mais ninguém.
Depois de me casar resolvi, não raras vezes, surpreender o Artur com os meus dotes culinários aplicados à doçaria. E foi ver-me a atacar as receitas de bolos e doces para trás e para a frente.
Não sei explicar o que se passava mas os bolos ou não cresciam, ou ficavam crus, ou não descolavam das formas, ou...
Em desespero de causa resolvi comprar um bolo daqueles que se compram em pacote e que é só juntar água e pouco mais, convencida de que, finalmente, a receita seria infalível. Qual quê?! Parece que estou a ver o bolito dentro do forno a crescer, a crescer, lindo de morrer, parecia até que se estava a rir para mim... e ao sair do forno não é que o dito murchou, murchou até ficar uma película fina, agarrada à forma, que foi preciso arrancar de espátula?!
Passados todos estes anos, eu e a cozinha continuamos a ter um problema de incompatibilidade. E devo confessar que, por agora, estou resignada, completamente resignada e sem vontade de o solucionar!
E se a Joana está a fazer um bolo e eu entro na cozinha ela estica-me imediatamente o dedo e diz "Rua daqui para fora". É que eu posso provocar uma corrente de ar ou lançar um mau olhado e estragar até a doçaria de terceiros!
domingo, 24 de junho de 2007
Aveia
Fotografias de Anabela e Artur Matias de Magalhães
Aveia
Ontem foi dia de enfardar a aveia que estava amontoada nos campos, protegida por plásticos pretos, por causa da chuva que parece não nos querer deixar.
sábado, 23 de junho de 2007
S. João
Sardinhada - Essaouira - Marrocos
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
S. João
A 24 de Junho celebra-se a natividade de S. João Baptista. Primo de Jesus e seu contemporâneo, é considerado, pela religião católica, como um profeta. Para o Islão ele desempenha exactamente o mesmo papel, sendo o antepenúltimo dos profetas a vir à terra, imediatamente antes de Jesus e de Maomé. (Engraçado. A religião católica e islâmica têm mais semelhanças do que aquilo que parece.)
S. João Baptista, imediatamente associado por todos nós ao baptismo de Jesus, no rio Jordão, é igualmente associado à história macabra da sua morte. Morreu em 26 d.C., decapitado, sua cabeça servida em bandeja de prata, o seu corpo posteriormente queimado e associado para sempre à figura feminina, e como tal perigosa, da bela Salomé.
As festas litúrgicas, populares e pagãs de S. João celebram-se na noite de 23 para 24 de Junho em vários pontos do país. As mais célebres são as de Braga e sem dúvida as do Porto. Esta noite vai haver manjericos com quadras populares, martelinhos e alhos porros, cascatas e cascatinhas, saltos sobre fogueiras, balões de S. João, sardinhas assadas e caldo verde.
Associarei para sempre as festas populares às cascatinhas que fazia em miúda, aqui na Rua da Cadeia, à porta de casa dos meus avós, Rodrigo e Luzia. (Hoje, quando passar à porta de casa deles, vou-me ver, miúda, de mão esticada, na pedinchice. E vou ver a minha cascatinha, bonita, de S. João.) A minha avó tinha um quarto escuro, interior, que estava sempre fechado e que ela só nos abria em ocasiões especiais. A dos santos populares era uma delas. E era uma emoção. Do quarto escuro saíam santos e mais santinhos com que nós fazíamos as cascatinhas.
O objectivo da minha cascatinha era sempre o mesmo. Juntar todos os tostões possíveis e imaginários e no fim do peditório descer a rua, a correr, entrar no Alcino dos Reis e comprar o maior pacote possível de Suspiros, dos famosos Suspiros do Alcino que fazem parte das memórias de qualquer miúda/o amarantina/o da minha idade.
E associarei para sempre o S. João às sardinhadas que se fazem ano após ano, nesta noite tão especial. Hoje não falharei a tradição. Espera-me uma sardinhada em Fregim.
P.S. - Lá fui abordada em plena rua por miúdos "Dê-me um tostãozinho para a cascatinha que é tão linda e perfeitinha!"
O problema é que já nem há tostões, nem tão pouco suspiros do Alcino dos Reis!
Mas enfim, ainda temos cascatinhas... e miúdos a pedir!
sexta-feira, 22 de junho de 2007
O essencial
Ser Grande
Luas - Barca - Carvalho de Rei - Amarante - Portugal
Fotografia de Artur Matias de Magalhães
Ser Grande
quinta-feira, 21 de junho de 2007
Où suis je?
A Minha Praia no Deserto - Dakhla - Sahara Ocidental
Fotografias de Artur Matias de Magalhães
Où suis je?
Arredores de Dakhla. O deserto encontra-se com o mar.
São duas massas enormes, gigantescas, infinitas que, como dois amantes, se fundem e misturam sem jamais se anularem.
Em Dakhla, onde o deserto vem morrer no mar e o mar vem morrer no deserto, não podemos deixar de comparar estas duas entidades tão diferentes e ao mesmo tempo tão semelhantes. Duas massas vivas, uma líquida, outra sólida.
A primeira vai do azul ao verde em infinitos cambiantes. A segunda do branco ao castanho passando pelo amarelo, rosa, laranja e vermelho, igualmente em infinitos cambiantes.
As duas sempre em movimento. A cada dia diferentes. Ora se retraem, ora se agigantam.
As duas em ondulações ora suaves, ora violentas.
Sou um animal terrestre.
Adoro estar no deserto. Adoro estar no deserto a ver o mar.
O deserto é para estar. O mar é para contemplar.
E adoro esta praia infinita, isolada e deserta.
E adoro este silêncio que se ouve.
Où suis je?
Evidemment dans le paradis.
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Aveia
terça-feira, 19 de junho de 2007
A Nossa Sensibildade
Reflexo - Barca - Carvalho de Rei - Amarante - Portugal
Fotografia de Artur Matias de Magalhães
A Nossa Sensibilidade
"Sofremos mais hoje que as gerações passadas porque o estímulo da maquinaria, da multidão, da coisa impressa e do barulho desgastou os tecidos protectores dos nossos nervos. Há compensações: esta sensibilidade em carne viva ergue-nos a uma subtileza de percepção e de coordenação nervosa e muscular que somos capazes de fazer coisas absolutamente impossíveis aos homens primitivos e mesmo aos medievais. Ficamos na situação dos músicos, cujos "ouvidos educados" os fazem sofrer com todos os sons que não sejam harmónicos: esses músicos pagam o crime da sensibilidade excessiva e possuem os defeitos das suas virtudes. Mas pensam lá eles em perder tais dons em troca de se livrarem dos sofrimentos consequentes? Não há homem moderno que queira desistir de uma sensibilidade que, se duplica o sofrimento, também multiplica os prazeres.
Velório
Até já, querida Tia Graça!
segunda-feira, 18 de junho de 2007
Os exames nacionais começaram hoje com o exame de Português ou, para ser mais correcta, com os vários exames de Português. Porque ele há Português A, Português B, Exame de Equivalência à Frequência de Português...
Bem, a história repete-se. Alunos nervosos, outros nem por isso, alunos que iniciaram agora os exames e que só acabarão lá para Julho, outros que iniciaram e acabaram hoje mesmo.
Estive com a Patrícia e a Dolores, minhas ex-alunas e aproveitei para lhes desejar bom trabalho e boa sorte porque também é preciso uma boa dose dela. Vi o Luís no último piso, vi a Catarina a subir as escadas, mas nem cheirei a Joana, a Alice...
Aproveito o meu blogue para desejar a todos um bom trabalho e que consigam alcançar os objectivos que desejam. Agora estes. Depois outros.
domingo, 17 de junho de 2007
Caminhos
Caminhos - Barca - Carvalho de Rei - Amarante - Portugal
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Caminhos
Os meus caminhos da Barca, hoje, estavam assim.
O da primeira fotografia é o tal que foi todo refeito por mim.
Sentia-o agressivo, a chamar muito a atenção sobre si próprio, muito óbvio, muito aqui estou eu. Dei-lhe cabo do canastro e reduzi-lhe o impacto ambiental. Está agora um caminho mais doce, mais integrado na paisagem, mais discreto. Aproveitei a grande pedra que se escondia por baixo da terra e das ervas e integrei-a no próprio caminho. Nada que já não tivesse feito anteriormente. Aproveito sempre a penedia que se encontra dispersa pelo jardim para construir os meus percursos/caminhos da Barca.
Esta última chuva ajudou. Deixou-o de alma lavada. Associei-o a mim. No deserto. De alma lavada.
Hoje aproveitei para o observar com o distanciamento possível de uma semana e para me certificar de que o dito estava bem, estava como eu queria. Achei-o catita. E agora é só continuar.
O da segunda fotografia é um caminho que já tem dois anos. Grande parte foi feito com a ajuda do meu pai e este foi o único caminho da Barca que não foi integralmente feito por mim. Já estabilizou e compactou com a passagem do tempo e, depois da limpeza das ervas que o infestavam, ficou assim. Bonito.
Associarei sempre este caminho à minha mãe, sentada, numa cadeira de realizadora de cinema, a observar o nosso trabalho de sorriso nos lábios. Como ela adorava a Barca, a sua fauna e flora, o seu cheiro e o seu vento, o seu sol!
Limpeza
Limpeza da Rampa - Escola E.B 2/3 de Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
Limpeza
A fase da limpeza revelou-se complicada. A rampa conseguia estar ainda pior do que inicialmente parecia.
As fotografias acima postadas são as únicas que possuo desta fase e já não me lembro das circunstâncias exactas em que foram tiradas, nem sei porque estão a preto e branco e tão esbatidas e desfocadas parecendo fotografias da minha infância!
Mas são importantes. A rampa estava mesmo uma desgraça! E por estar tão mal é que foi a escolhida. Grandes desafios dão muito mais luta e aguçam o engenho!
Intervenções
sábado, 16 de junho de 2007
Área de Projecto
sexta-feira, 15 de junho de 2007
Para a Dianita
quinta-feira, 14 de junho de 2007
O 25 de Abril visto por um aluno do CL1
(Desenho publicado com autorização)
Cef`s
Para quem não sabe, estes são os Cursos de Educação e Formação para alunos em risco de abandono escolar e que manifestam interesse por um tipo de ensino e de percurso com componentes mais práticas. Estes cursos, de nível 2, têm a duração de dois anos e os alunos ficam com o 9º ano e um diploma que os habilita a exercerem uma profissão. No meu caso lecciono, este ano lectivo, três turmas dos ditos CEF`s de primeiro ano. Como eu costumo dizer, tenho os meus carpinteiros, os meus electricistas e os meus serralheiros. Só rapazes. Daí uma data de problemas! Os rapazes são, geralmente, mais indisciplinados que as raparigas, mais desatentos, mais perturbadores, mais provocadores, mais infantis, menos aplicados, menos determinados, menos esforçados, resistem menos aos apelos da droga e do álcool... e podia continuar! Estou a falar da faixa etária que frequenta o básico e que, nestes cursos engloba, facilmente, os dezoito anos e até a ultrapassa!
Leccionar a estes miúdos, já o disse neste blogue, é um desafio constante e quando se consegue estabelecer uma ligação de confiança entre nós é de facto maravilhoso!
Na terça-feira apercebi-me que esta ligação deve estar criada entre mim e os meus carpinteiros. Entrei na escola logo pela manhã e vejo um grupo deles sentado na beirada de cimento que circunda o jardim. Sorrio-lhes, como sempre, e digo-lhes "Bom-dia, meninos!". Recebo em troca um "Bom-dia, Alegria!"
É, acho que estamos no bom caminho.
Ah! E deixaram-me a sorrir o dia todo.
quarta-feira, 13 de junho de 2007
Aproveitei e fui ver o meu novo sobrinho. Um sossego! Uma beleza! Acho que desta vez o João e a Mónica fizeram um Justino Alves traçado de Matias Magalhães. Parecido com o pai, o tipo. Grande e gordito. Fartou-se de sorrir para mim enquanto dormia. Mas também eu só lhe disse asneiras ao ouvido...para ele se ir habituando a esta Tia!
Ah! Confirma-se! O João tem mesmo madeixas loiras num cabelo farto.
Os pais estão bem, estão felizes e descontraídos. Nada como ter o segundo filho e já ter prática no assunto para descomplicar.
Se bem que eu acho que nós éramos bem mais descontraídos... mesmo no primeiro.
Contingências de ser pai e mãe acima dos trinta anos?
Revisão - Dakla - Sahara Oriental
Fotografia de Artur Matias de Magalhães
Revisão dos 45 mil Km
Início de tarde super chata, passada no Porto, a fazer exames daqui e dali. O mulherio tem que ir às revisões periódicas, como os automóveis, e a partir de certa idade as revisões têm que ser rotineiras e frequentes. Para ver se escapamos a umas desagradáveis surpresas.
Médico simpático que me disse a sorrir "Os exames estão normalíssimos". Uf! Respirei de alívio.
Passei na revisão dos 45 mil km!
terça-feira, 12 de junho de 2007
João - Cortegaça - Setembro de 1977
Fotografia de Jorge Castelo Branco
João
Este João acima postado foi ontem pai pela segunda vez. O que faz de mim , mais uma vez, Tia!!!
Eu bem digo, esta matiagem não pára de se reproduzir! A Joana disse logo "Já somos quinze!" Que felicidade! Quinze primos. Quinze netos para a minha sogra!
Quando eu conheci o João ele teria talvez dois ou três anos. O Artur por vezes levava-o para o Campismo, lugar que todo o grupo frequentava na altura, e este tipo, giro, giro, era a atracção principal. Namorei seis anos com o Artur. Casei com ele e tocou-me muitas vezes levar o João à urgência do Hospital de Amarante e correr atrás dele pelos corredores fora quando ele se escapulia para não levar pontos nos joelhos, na cabeça e onde mais calhava; tocou-me muitas vezes levá-lo ao dentista e ficar ao lado dele, com a minha mão na mão dele, para ele não se sentir só e desamparado. Espero ter-lhe dado algum conforto. Fiz isso com todo o gosto e faria uma e outra vez se necessário. O João é só o irmão caçula do Artur e é só, de longe, o meu cunhado mais simpático. Gosto tanto dele que o escolhi para padrinho da Joana, tinha ele doze anos. O tipo teve que fazer a comunhão para ser padrinho dela e levou aquilo a sério. Estou a vê-lo no sofá da sala, todo esparramado a decorar as orações "Meu Deus porque sois tão bom, perdoai-me por vos ter ofendido, ajudai-me a não tornar a pecar!" Uma criança tão nova...tinha lá pecados!!!
Pois foi este tipo e a sua mulher, Mónica de seu nome, que fizeram de mim tia mais uma vez. Tenho um sobrinho novo, que nasceu ontem ainda não tinha soado a meia-noite, chamado João, e que mede 51 cm e pesa quase 4 kg!! Grande mulher que tinha uma grande barriga!
Parabéns a toda a família. Amanhã lá irei conhecer o meu querido sobrinho novo que parece que já nasceu loiro. Vou confirmar!
segunda-feira, 11 de junho de 2007
O meu consultor de viagens super radicais
O dia amanhece nublado. Às 9:00h estamos prontos para sair. Aguardamos pela chegada da Anabela e amigos. O dia está nublado. Mas é só em termos meteorológicos, porque o espírito do grupo é óptimo. O jantar da véspera foi, nesse aspecto, excelente. E no gastronómico também.Quando chegam os portugueses tomamos conhecimento que estão com problemas no carro. Estão sem turbo. Põem-nos à vontade para seguimos sem eles. Mas a verdade é que também não podemos andar muito depressa. Eles partem à nossa frente. O carro deles vai deixando uma nuvem de fumo preto. Parece uma locomotiva a vapor. Nambuangongo. Kuritela, Caminho de Ferro de Benguela - é a observação que logo é feita. A estrada que, até há bem pouco tempo tinha que se fazer em coluna militar e estava cheia de buracos, apresenta agora um óptimo tapete em alcatrão. À nossa direita a baía de Dakhla. À esquerda o inalterável deserto. A N23°36.227' W15°52.208' uma pequena povoação. Casas vermelhas. No início, um militar efectua mais um controlo. Sem grandes perguntas, deixa-nos seguir.Voltamos à paisagem do dia anterior. Rectas intermináveis. Deserto e mais deserto. A areia aqui é mais esbranquiçada, num tom ocre claro. Não tem o tom alaranjado e dourado do sul de Marrocos. Lembro-me que tenho de levar um pouco de areia para a Mariana. Não me posso esquecer.Cruzamo-nos com jeep militar que seguia a toda a velocidade. Um Hummer. Este é que era bem trocado por um dos nossos. E chegávamos lá ! - diz o Victor..O Golfo de Sintra e depois Bir Guendous. Abastecemos na última bomba antes da fronteira. Estamos em Cap Barbas. Pagamos 347 DH por 53,4 litros. O preço por litro é de 6,5 DH. Para surpresa minha voltamos a ter rede de telemóvel. Consigo enviar a mensagem que ontem tinha ficado retida no meu PDA a dizer que está tudo bem. Chegamos, às 13:00h à fronteira de Guerguerard. (...)
domingo, 10 de junho de 2007
Selos Chineses
Mr. Armand
As idas ao deserto proporcionam experiências inesquecíveis e estranhas. Na última noite de deserto passada na Líbia, estava previsto jantarmos e dormirmos num acampamento da África Tours com infraestruturas mínimas de apoio ao bicho turista que se aventura por aquelas bandas. Eis que estamos a chegar, todos esbodegados, depois de quatro dias passados em pleno deserto e, "Meu Deus! Sanitas! Chuveiros!" Acho que alguns pensaram que estavam a sonhar e outros perderam mesmo a cabeça...Foi o caso do Zé Tó que não quis saber de mais nada. Toca a saltar para debaixo de um chuveiro. Passado um bocado ouve-se o dito aos berros "Maria Salomé! Esqueci-me de tirar as cuecas!" E pronto todo o grupo ficou a saber que o Zé Tó, na sua aflição de tomar um bom duche, foi para debaixo dele de cuecas e tudo.
Não foi evidentemente o meu caso. Não sou assim tão precipitada. Além de que amei os banhos tomados em plena Natureza, em pleno deserto!
No centro do acampamento havia uma espécie de bar, rudimentar, com algumas cadeiras e, numa delas, sentado, estava um senhor de cabelos já brancos, alto e bem constituído, dos seus sessenta e muitos anos. Quando passei por ele cumprimentei-o em francês, ele retribuiu e... desatou a falar comigo. Sentei-me ao pé dele e satisfiz a sua curiosidade. Quis saber qual era a minha nacionalidade, qual era a minha profissão, em que circunstâncias tínhamos chegado ali... e falou dele, do seu amor pelo deserto que descobriu somente aos sessenta anos aquando da sua reforma. Tinha chegado ali ao volante do seu jeep, vindo de França, e estava previsto que a sua viagem durasse três semanas. Disse-me que tinha três casas em França, uma na praia, outra na montanha e uma outra de cidade e que estavam todas à minha disposição. Entregou-me o seu cartão de visita, mostrou-me a sua agenda pessoal com datas de acontecimentos importantes para a sua família, a que não podia faltar, como aniversários de filhos e netos, e as datas das suas viagens... várias... e longas. Em Maio estaria em Portugal para um encontro/raly de carros antigos. Deixei-lhe os meus contactos. Combinamos que me telefonaria e que passaria por Amarante. Foi uma boa hora passada a conversar enquanto os outros faziam figuras tristes nos chuveiros!
As férias acabaram. Retornei a casa e não pensei mais no assunto. Até receber o seu telefonema. Estava em Amarante. Levei-o a almoçar ao Zé da Calçada e conversamos calmamente... do deserto. O sr. Armand mandou-me para o Egipto, para a Mauritânia, para o Mali, para a Argélia. Nunca esquecerei as suas palavras. "Podes tirar uma licença sem vencimento? Tira! Vai para o deserto!Olha para mim... o tempo passa muito depressa!"
O sr. Armand deve ter agora mais de setenta anos e é para mim um exemplo.
Recordo-o porque recebi um postal da China. O sr. Armand está a fazer uma viagem de sete meses pela Ásia, três deles na China. Está no deserto de Gobi e está adorar. Pelo que eu conheço dele nem poderia ser de outro modo!
Moral da história: Haja saúde e a nossa idade é aquilo que nós quisermos!
Porque é um estado de espírito!
sábado, 9 de junho de 2007
Aqui deixo outro concerto ao vivo onde eu gostaria de ter estado, de outro rapaz que adoro e não me canso de ouvir. Neste caso trata-se de um excepcional irlandês, muito bafejado pelos deuses.
E deixo o link para a sua belíssima página na internet
http://www.damienrice.com
sexta-feira, 8 de junho de 2007
quinta-feira, 7 de junho de 2007
Sesta
Sesta - Barca - Amarante - Portugal
Fotografia de Artur Matias de Magalhães
Sesta
O meu acordar na Barca foi hoje completamente anormal. Acordei às sete e meia da manhã, já o sol ia alto e entrava a rodos no quarto. Acordei, simplesmente, e não houve preguiça para ninguém. A essa hora já o Quim trabalhava nos campos, cortando a aveia junto aos muros e à volta dos castanheiros, preparando o terreno para a máquina que cortará tudo no sábado e às oito da matina já eu estava às voltas com os meus caminhos. E que voltas!
Tinha um percurso já feito, mas esteticamente falando não estava do meu agrado... andava a evitar lá passar... estava-me a custar ter que desfazer tudo... enfim, foi hoje.
Desfiz tudo enquanto o diabo esfregou um olho. O pior mesmo foi refazer tudo outra vez. Andei a manhã toda às voltas com as minhas pedras e consegui fazer exactamente o que queria. No final da manhã, quando me ergui, e olhei finalmente o caminho de novo feito, gostei do que vi e fiquei satisfeita comigo mesma por ter tido a "coragem" de não aproveitar nada do que tinha feito anteriormente. Ou melhor, do que tinha "mal feito" anteriormente.
É evidente que o resultado só podia ser este. Depois de almoço caí redonda na minha cama/sofá e dormi uma sesta boa... boa. Foi uma tarde passada a pastar que o A registou com a sua máquina fotográfica.
Nota - Este "post" foi feito enquanto mantinha uma longa conversa com o Sahel, que me apanhou no messenger. O tipo está outra vez de saída para Paris e não se digna vir a Amarante. Vai apanhar ar fresco,diz ele e digo eu. Em Sebha tem estado acima de 45 graus!