sábado, 31 de maio de 2008
E explico. Pouco séria porque lança umas atoardas para o ar, generalizando e estendendo as insinuações ou mesmo "informações" de perigo tendo como pano de fundo três blogues que são pesos pesados na blogosfera. O do Ramiro Marques, o do Paulo Guinote e do Balbino Caldeira. Este último eu não acompanho mais por falta de tempo do que outra coisa qualquer. Dos dois primeiros, como já disse anteriormente, sou visitante assídua e confesso a minha perplexidade pela escolha e pelo destaque dado numa reportagem sobre "Os perigos da Internet".
Mas o que é que o cu tem a ver com as calças?
Mas o que é que a bota tem a ver com a perdigota?
Reportagem pouco séria, portanto, que induz em erro os mais desprotegidos intelectualmente.
Perigosa está a televisão ao contribuir enormemente para a alienação colectiva.
É por isso que eu não perco grande tempo com ela... e como me rende o meu tempo!!! decorrente desta opção consciente que já fiz há muito, quando a coisa se começou a degradar ao ponto de me incomodar.
Aqui te deixo o link, Raul, para que possas tu também aferir da qualidade jornalística da peça!
Aqui e Agora. Os Perigos da Internet.
http://sic.aeiou.pt/online/scripts/2007/videopopup2008.aspx?videoId={E4ED6C1E-A7C7-469C-BE4D-CFF568293150}
Sal - Sahara Ocidental
Fotografia de Artur Matias de Magalhães
O Sal e a Terra - Problemas
Vos estis sal terrae. S. Mateus, V, 13
"Vos, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os predadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma coisa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que eles dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo;ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda Mal!"
sexta-feira, 30 de maio de 2008
Hoje foi o dia deste professor por um dia brilhar. Foi o último aluno da minha turma do 9º H a "agarrar" e a leccionar uma aula como se de um professor se tratasse.
A aula versou o tema das Novas Instituições Democráticas surgidas em consequência do 25 de Abril e ainda a integração de Portugal na Comunidade Europeia e durante quase 90 minutos o Zé Diogo brindou-nos com a aula mais interactiva de todas as leccionadas pelos alunos até esta data. Turma 9ºF incluída.
Grande amante de futebol, que pratica desde pequeno, lembrou-se até de levar uma pequena bola para a sala de aula e, à medida que colocava as questões, ia atirando a bola aos colegas que tinham de dar resposta pronta. Devo dizer que de início torci um pouco o nariz à estratégia e pensei que não demoraria muito até aquilo descambar, mas a verdade é que a esmagadora maioria dos alunos correspondeu muitíssimo bem e empenhou-se no jogo ordeira e responsavelmente. Também o professor fez logo de início um aviso... se começarem a abusar acaba-se o jogo de imediato! Boa, Zé Diogo. É assim mesmo, não há como esclarecer desde o início as regras do jogo.
A apresentação em PowerPoint estava muito bem estruturada, com esquemas muito bem feitos pecando só pela falta de imagens que a tornaria ainda mais apelativa.
Portanto, e como ponto mais frágil da sua apresentação, a ausência de imagens, mas que foi amplamente compensada pelo extremo rigor do trabalho feito e pela extrema interactividade durante toda a aula ministrada por este professor por um dia.
De notar ainda o facto de me parecer, a dada altura, que o Zé Diogo era um peixinho dentro de água que nunca fez outra coisa na vida que não leccionar.
Tivemos ainda tempo, no final, para um debate de ideias muito aceso e um confronto de opiniões sobre emigração e imigração que ficou incompleto e será retomado na próxima aula.
Os meus parabéns, Zé Diogo. Acabamos estas aulas em beleza.
Acabei de escrever este comentário nos blogues do Ramiro Marques e do Paulo Guinote. Não que eles precisem do meu apoio. São maiores e vacinados e pessoas responsáveis e correctas.
Deixei-o apenas por necessidade de me associar no protesto contra uma reportagem de mau gosto.
Ramiro/Guinote
Assisti por mero acaso à reportagem passada na Sic. De facto os notíciários portugueses andam tão deprimentes, e são tão maus, que mais vale frequentar os blogues, muitos deles a milhas de distância em termos de qualidade, da porcaria que nos serve a maioria das estações televisivas. Salva-se a RTP2. A blogosfera veio para ficar e, estou convencida, ajudará a impulsionar e a elevar o nível cultural das pessoas. Cabe-nos a nós sermos selectivos. Juntos caminharemos.
Há gente que já não suporta Chiquititas, Floribelas, Bigs Brothers, telenovelas a torto e a direito, as plásticas da tia não sei das quantas, o gato preso na árvore, a notícia do diz que entra, diz que sai do futebol a abrir o noticiário quando tanta coisa de importante está a acontecer no mundo.
Chega. Estamos fartos. Estão a ficar preocupados? É bom.
Talvez não acordem demasiado tarde.
E agora estou eu a pensar... o que é que o blogue do Ramiro e do Guinote, blogues que eu frequento todos os dias e por isso sei o que estou a defender, estavam a fazer como pano de fundo para uma reportagem subordinada ao tema "Os perigos da Net" ou lá o que era?
É por estas e por outras que só por acaso me empestam a casa. Foi o caso de ontem.
Força, Ramiro/Guinote, aqui estamos para o(s) apoiar.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Luz - Skoura - Rota das Mil Casbhas - Marrocos
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Lá Chegaremos! E Estamos no Bom Caminho!
Quando quase tudo se encontra subvertido, quando quase tudo se encontra descontrolado, quando o estado se demite da sua função exemplar e dá sinais aberrantes à sociedade, o que nos resta?
Remar contra a maré... até cansar!
Não sei se esta mensagem, que circula via e-mail, corresponde a uma situação real. Pelo sim pelo não, e porque pode dar jeito para as nossas escolas num prazo muito, muito curto, aqui fica postada. Dá que pensar. E dá cada vez mais vontade de fugir a este mundo dito civilizado.
Haverá luz ao fundo do túnel?
PARA GRANDES MALES; GRANDES REMÉDIOS!
"Esta é a mensagem que o pessoal docente da Escola Secundária de Pacific Palisades (Califórnia) aprovou unanimemente que deveria ser gravada no atendedor de chamadas da escola. Foi o resultado de a escola ter implementado medidas que exigiam aos alunos e aos pais que fossem responsáveis pelas faltas dos estudantes e pelas faltas de trabalho de casa. A escola e os professores estão a ser processados por pais que querem que as notas que levam ao chumbo dos seus filhos sejam alteradas para notas que os passem - ainda que esses miúdos tenham faltado 15 a 30 vezes num semestre e não tenho realizado trabalhos escolares suficientes para poderem ter positiva.
AQUI VAI A MENSAGEM GRAVADA:
Olá! Foi direccionado para o atendedor automático da escola. De forma a podermos ajudá-lo a falar com a pessoa certa, por favor ouça todas as opções antes de fazer a sua selecção:
- Para mentir sobre a justificação das faltas do seu filho, pressione a tecla 1
- Para inventar uma desculpa sobre porque é que o seu filho não fez o seu trabalho, tecla 2
- Para se queixar sobre o que nós fazemos, tecla 3
- Para insultar os professores, tecla 4
- Para saber por que razão não recebeu determinada informação que já estava referida no boletim informativo ou em diversos documentos que lhe enviámos, tecla 5
- Se quiser que lhe criemos a sua criança, tecla 6
- Se quiser agarrar, tocar, esbofetear ou agredir alguém, tecla 7
- Para pedir um professor novo, pela terceira vez este ano, tecla 8
- Para se queixar dos transportes escolares, tecla 9
- Para se queixar dos almoços fornecidos pela escola, tecla 0
- Se já compreendeu que este é o mundo real e que a sua criança deve ser responsabilizada e responsável pelo seu comportamento, pelo seu trabalho na aula, pelos seus tpcs, e que a culpa da falta de esforço do seu filho não é culpa do professor, desligue e tenha um bom dia!"
O Animador - L`Animateur - The Animator - Der Triekzeicher
No passado dia 20 de Maio deixei esta animação, que ganhou este ano o 1º prémio do Festival de Berlim de Curtas Metragens, no blogue um pouco abandonado do 8ºF, agora 9ºF. Esta curta não teve qualquer comentário da parte dos meus alunos e nem sei se a viram.
Garanto-vos que vale a pena ver e meditar um pouco sobre as mensagens, ao mesmo tempo simples e complexas, desta animação excepcional.
Que cada um faça as suas leituras.
quarta-feira, 28 de maio de 2008
J T
Hoje repesco este "post", faz já tanto tempo pedido ao seu autor, Francisco de seu nome, mas mais conhecido na blogosfera por Ocix.
Grande amante da Natureza faz dela uma das suas grandes preocupações.
E tem razão? Claro! Toda.
Obrigada, Xico.
"Ontem, quinta feira, andava eu à procura de uma imagem para o post dos leões quando encontrei, por acaso, no youtube, este filme giríssimo.
Este filme está espectacular e eu adorei-o!
E, como sou uma pessoa informada, li, no blogue da minha professora de História, um post sobre a construção da Barragem de Fridão que me deixou a pensar. Vai daí achei que se mostrasse este vídeo mostrava a essência da Natureza e incentivava as pessoas a não deixarem construir a barragem. A natureza é a essência da Vida e estes incentivos não são por causa dela, são por nossa causa, pela causa das gerações vindouras, pela nossa vida, pelo bem-estar.
Tenham dó! Já arruinamos a Natureza em demasia e ela precisa de todos nós. A Natureza é como uma filha nossa. Assim sendo não a devemos tratar com brutalidade, mas sim com paz e carinho.
SSSAAALLLVVVEEEMMM A NNNAAATTTUUURRREEEZZZA pelo amor à vossa família, pelo amor aos vossos filhos, pelo amor à Natureza.
Hoje despeço-me com este vídeo esperando que vos emocione como me emocionou a mim. Foi criado pelo Dudu Barroso e podem encontrar o vídeo no youtube."
terça-feira, 27 de maio de 2008
Um rato de esgoto resolveu comprovar-me o que eu já sabia: é possível descodificar as palavras-passe das apresentações em PowerPoint e fazer alterações. Neste caso e porque "de vazio preenche os dias" resolveu alterar o fundo de preto para branco... não sei se para brincar, não sei se para passar o tempo, não sei se para me comprovar que percebe, ou está bem assessorado por quem percebe, de informática, não sei se por não ter nada de melhor para fazer.
Ora este rato de esgoto, que ronda e altera o meu trabalho, não percebeu ainda que o que está a fazer é uma ilegalidade e que está a entrar dentro dos meus domínios privados, fechados que foram com uma chave que é minha e de mais ninguém.
Aqui fica o aviso. Tenho apresentações em PowerPoint alteradas que só serão compostas quando eu tiver tempo para isso.
Aqui fica o aviso. Este rato de esgoto é um "brincalhão!"
Aqui fica o aviso. Não gosto de ilegalidades. Não gosto de ilegalidades especialmente se praticadas sobre o que é meu.
A qualidade de um governo passa muito, mas mesmo muito, pela qualidade da legislação que produz.
Já o disse neste blogue. Volto a repeti-lo. No que ao meu sector diz respeito, o sector da Educação, os legisladores foram acometidos duma violenta diarreia, mas tão violenta, tão violenta que lhes está a chegar ao cérebro... ou será que, neste caso, começou por aí??!!!!
Nota - Os meus agradecimentos ao Antero muito embora preferisse que ele não tivesse motivos para este humor que, apesar de tudo, nos vai fazendo gargalhar no meio de tanta balbúrdia e "com fusão".
Obrigada, Antero.
segunda-feira, 26 de maio de 2008
domingo, 25 de maio de 2008
Sou Um Ent!!!
Rasto de Ent em Terras Inóspitas que São Home
Fotografia de Artur Matias de Magalhães
Sou Um Ent!!!
Hoje descobri que se estivesse dentro do mundo criado por Tolkien seria um Ent. E descobri-o em conversa no msn com um dos meus alunos... de seu nome Pi Pereira.
A propósito da próxima visita à ESA de Mia Couto, que se concretizará no próximo dia 13, o Pi falou-me de Tolkien e de todo um mundo criado de raiz que o deixa fascinado e maravilhado pela criatividade do autor, pela capacidade de criação de todo um mundo inexistente, com personagens como os Ents, as Esposentes, os Elfos e os Hobbits. "Um enredo fantástico e fenomenal" para usar as suas palavras.
Vou confessar aqui a minha completa ignorância sobre o que era isto dos Ents. Vai daí perguntei-lhe quem eram esses seres já que ele afirmava que dentro daquela história eu seria um deles. Confesso que não esperava semelhante resposta.
Partilho-a, a seu pedido, identificando o seu autor já que ele não quis saber de anonimatos nem pseudónimos. Partilho a sua visão sobre mim que me deixou deveras comovida e emocionada.
Jamais me compararam a um Ent. Jamais me disseram que eu sou um "pastor de árvores". Partilho esta bela história de múltiplas leituras agradecendo ao Pi o ter-ma contado.
Pois os Ents existem desde os primórdios e foram criados para serem pastores de árvores, disse-me ele, para as guiarem, amarem e cuidarem. Os Ents são pastores de árvores que falam com elas e com os animais. Comem os frutos das árvores, bebem a água dos rios, são seres antigos, sábios, amantes da Natureza, extremamente pacientes, bondosos e saudosos. Os Ents são seres fantásticos que adoram dar longos passeios para terras inóspitas. São errantes que vivem sem lar. Às vezes sentam-se num monte e passam semanas somente a respirar e a ouvir o chilrear dos pássaros. São belos e imortais. São muito fortes, mas apesar disso só lutam quando se sentem ameaçados. Em suma são seres absolutamente fabulásticos - concluiu o Pi.
E à minha pergunta curiosa "Pi, a tua mãe é um Ent?" obtive a resposta que eu já esperava "É a rainha deles!"
Vai daí fiz hoje duas importantes descobertas. Descobri que para o Pi Pereira sou um Ent. E descobri que tenho uma rainha, o que nestas circunstâncias é muito saboroso, rainha essa que vai gostar de ler esta história porque a desconhece, tal como eu a desconhecia até me ter sido contada. Ora a "minha rainha" curiosamente, ou talvez não!, é, como eu, um Escorpião.
Resta-me acrescentar que o Pi Pereira, dentro desta história, seria um Elfo, sendo que os Elfos são seres fantásticos, precisos, belos, sábios, moderados, perspicazes e instintivos.
Lembrar-me-ei para sempre que para o Pi Pereira sou um Ent. E que isso constitui para mim uma responsabilidade acrescida. Espero, pois, conseguir manter-me assim, um "pastor de árvores", pelo resto dos meus dias e que daqui a muitos anos eu continue a ser um deles para o Pi Pereira. E já agora, para todos os outros também.
Joana - Espanha
Fotografia de Artur Matias de Magalhães
Ainda a Propósito da Joana
Muito se poderia dizer da Joana e sobre a Joana, mas jamais através duma caligrafia tão bela como a do Sahel e que é a caligrafia árabe. E eu, mesmo sem perceber nadinha do que aqui está escrito, transcrevo este comentário para o corpo principal deste blogue, sabendo de antemão que o Sahel escreveu coisas boas e apenas coisas boas ou ele não a tivesse rebaptizado de "Pérola" assim que a viu. Memórias boas, Sahel, a que tu estás associado.
Bolas, que a elegância e sensualidade destas curvas e contracurvas dão-me volta à cabeça tal e qual como a ondulação do deserto.
صورة اكثر من حلوة لاحلى فتيات اوربا
Já aqui falei deste Artista com A maiúsculo e do seu projecto Ashes and Snow. Hoje volto a este ser superior, à beleza destas imagens, à profundidade destas palavras, à harmonia deste convívio entre animais, à "quietude" e tranquilidade destas dunas que também são minhas.
Hoje volto às Dunas, volto ao Deserto que para mim é "Home". Volto a este vento quente que me acaricia a pele. Sento-me, estico-me ao comprido sobre esta Terra feita de areia que também é minha. Comungo. Misturo-me. Sou um grão. Apenas mais um grão neste mar de areia infinito, caloroso e sensual. Um grão.
Por hoje evado-me...
sábado, 24 de maio de 2008
Joana - Baile de Finalistas - Fundação Cupertino de Miranda
Barca - Serra da Aboboreira - Amarante - Portugal
Fotografia de Artur Matias de Magalhães
Vera no Blogue do Maracujá e DePrimeAbord
Hoje, em ronda tardia pela blogosfera, fui encontrar este comentário que me tinha escapado por completo no blogue do Maracujá e DePrimeAbord.
É da Vera Matias, com a qualidade de sempre, com a lucidez de sempre, com a profundidade reflexiva a que ela já nos habituou. Amei. Enlacei-o no meu blogue.
"A cobiça envenenou a alma dos homens… Levantou no mundo as muralhas do ódio, e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criámos a época da velocidade, mas sentimo-nos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Os nossos conhecimentos fizeram-nos cépticos; a nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos muito pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido."
sexta-feira, 23 de maio de 2008
Quando nos viram a vida de pernas para o ar... mantenha a elegância... mantenha o sentido de humor... mantenha o sorriso... resista! Chame o boi pelo nome. Mantenha o sorriso. Resista.
Faça da vida um divertimento. Caminhe, corra, salte, trepe, contorne, desate, construa, edifique, procrie, partilhe. Mesmo que lhe chamem exibicionista. Partilhe. Mesmo que lhe chamem incompetente. Partilhe. Mantenha o sorriso... resista! Mantenha o sorriso. Resista.
Mantenha-se curioso. Muito curioso. Aprenda, aprenda, aprenda.
Aprenda sobre jardinagem, música, história, geografia, agricultura, pintura, escultura, fotografia... o que quer que seja. Aprenda. Aprenda Informática. Nos dias que correm faz falta. Se se sentir muito perdido pergunte ao Helder Barros. Mantenha o sorriso. Resista.
Conserve os amigos. Aceite-os como seres imperfeitos. Afinal somos todos. Alimente-os. Deixe-os encostar a si e encoste-se a eles. E sorria. Sorria muito. Resista.
Elimine tudo o que é silva e erva daninha que tenta crescer à sua volta. Corte. Seleccione. Arrume com o negativo. Mantenha o positivo. Mantenha o sorriso. Resista.
Quando chover faça de conta que o sol brilha no céu azul. Quando se sentir asfixiado saia daqui para fora. Corra a sete pés. De preferência fisicamente. À falta de melhor saia virtualmente. Vá para a Conchinchina nem que seja em pensamentos. Mantenha o sorriso. Resista.
Brinque. Brinque muito tal e qual como uma criança. Mantenha o sorriso. Resista.
Nota - Se alguém conhecer a autoria dos desenhos é favor entrar em contacto com a dona desta casa.
quinta-feira, 22 de maio de 2008
A novela continuou logo no dia seguinte. Depois de lhe enviar as duas mensagens, recebi novo ataque insistindo nas mesmas críticas às apresentações em PowerPoint e estendendo agora a "crítica" à minha avaliação e às minhas práticas.
Agora e aqui só quero fazer um reparo ao rato de esgoto que não mais deu sinal de vida desde que eu lhe pedi para se identificar.
Não se atreva, "Hugo", a usar a palavra Liberdade neste contexto. Não se atreva a escrever "por amor à liberdade" e a invocar amor e liberdade neste contexto. Para este contexto deverá usar libertinagem, bandalheira, irresponsabilidade, covardia.
É também contra estas confusões que existe este blogue.
Nota - Xiiiiiii!!!!!! Que desgosto se eu vier a descobrir que este rato de esgoto é professor!!!!
15-05-2008
Exª Professora Anabela,
Quantos aos erros ortográficos por mim cometidos quero esclarecer que não tive a preocupação de rever o que escrevi por falta de tempo. Mas como deve compreender esses erros devem-se ao mau batimento de algumas teclas no teclado. Penso que o mesmo aconteceu consigo quando escreveu: «Tenho ainda a certeza que estimulo o gosto pela História pelo facto de ter alunos de 9º ano a ler, com gosto, a História de Portugal do Matoso.». Certamente que a Anabela sabe que o historiador, medievalista, a que se refere se chama José João da Conceição Gonçalves Mattoso. Mas, por amor à liberdade,não vamos por aí.
O que me levou a enviar o e-mail, no dia de ontem, são precisamente algumas críticas feitas precisamente pelos seus alunos e respectivos Encarregados de Educação pela limitada utilização de recursos nas suas aulas, ou seja, segundo os discentes, os conteúdos da disciplina de História são transmitidos unicamente com base em apresentações em PowerPoint. E, de facto, é discutível em termos pedagógicos, numa disciplina como História, a leccionação com base em apresentações PowerPoint. E, ainda, que a Anabela tenha utilizado mais recursos, o que por sinal, eu acredito, o facto é que essas apresentações levam a crer o contrário.
Mas o problema maior reside numa outra vertente: a avaliação. E aí, mesmo que não tenha assistido às suas aulas, já vi e analisei os seus testes de avaliação e fichas de trabalho. E, de facto, aí o seu trabalho é verdadeiramente discutível. Em primeiro lugar porque a sua avaliação se baseia essencialmente em testes sumativos, valorizando muito pouco a participação oral, a realização de fichas de trabalho.E o pior que tudo é que esses testes utilizam essencialmente questões que estimulam a memória, o decorar de factos, ou seja, as taxonomias de «Bloom» relacionadas com a aquisição e compreensão de conteúdos, e não a análise e avaliação. Certamente que a aquisição e compreensão de conhecimentos são competências importantes, mas um professor deverá sempre estimular os seus alunos e exigir patamares superiores. Eu não quero apenas que o meu filho tenha boas notas, mas quero sobretudo que ele tenha as competências necessárias para ter um bom aproveitamento no secundário e universitário. E a via «facilista» das suas aulas e testes não estimulam a excelência. E claro está, isso favorece os alunos «com baixo rendimento». Mas em todo estes sistema quem se preocupa essencialmente com os alunos que no contexto turma poderiam ser «explorados» intelectualmente com outra exigência. E todos sabemos que essa exigência cabe nos programas e planificações de qualquer disciplina. O problema é que os docentes para «calar» alguns Encarregados de Educação, geralmentes dos «baldas», e «preguiças», subvertem essa exigência e enveredam pela via facilista. Agora, o problema é que há muitos Encarregados de Educação que começam a perceber as dificuldades dos filhos quando chegam ao secundário e universitário, e claro começam a questionar como é que os filhos entre o 9º ano e o secundário «estupidificaram».É claro que não estupidificaram, o problema é que durante os 9 anos de escolaridade foram tratados como seres «limitados» a quem foi exigido o minímo por professores que apenas pretendem obter suceso estatístico. Ora, não me venha com orientações do Ministério para reduzir o insucesso, pois se cada professor cumprisse honestamente as planificações e competências que têm que desenvolver nos alunos certamente que o nível de exigência que a Anabela imprimia nas suas aulas seria bem maior. O problema é que cada professor se encolhe e escolhe o facilitismo. E diga lá honestamente que não o segue? Diga lá que enquanto aluna não lhe foi exigido mais do que exige aos seus alunos?
E já agora, uma última observação: relativamente à Visita de Estudo que durante a interrupção lectiva do Natal fez ao Museu Amadeo de Souza-Cardoso penso que em termos pedagógicos deve reflectir sobre as suas estratégias. De facto, se planificou essa actividade como visita de estudo é porque foi utilizada como estratégia lectiva. Não acha grave durante o período de interrupção lectiva continuar a praticar actividades pedagógicas lectivas? Não acha que isso vai contra a legislação? Já pensou se a obrigassem a trabalhar nas suas férias em Agosto? Essas atitudes exibicionistas devem ser bem reflectidas sob pena de serem abertos precedentes com consequências imprevisiveis.
Sem mais,
obrigado pela atenção.
(A minha resposta 2 dias depois)
Hugo
Peço desculpa por só agora lhe responder, mas o atraso deveu-se ao facto de ter andado demasiado ocupada nos últimos dias, o que só me permitiu abrir o meu correio electrónico já a altas horas da noite. Assim, optei por só lhe responder hoje, sábado, de forma não tão apressada como a anterior, para não repetir infelicidades graves como a falta do t em Mattoso, falta involuntária pela qual peço igualmente desculpa .
Ponto um
Registo com agrado o abrandamento do tom "deita-abaixo" a que reduziu o seu comentário e que escolheu para entrar em contacto comigo pela primeira vez, presumo eu, na sua vida.
Ponto dois
Esta última observação leva-me a um primeiro reparo. O Hugo sabe que eu sou a Anabela Magalhães, que sou professora de História, e eu de si nem sei se o nome constante no seu endereço electrónico, Hugo, corresponde ao seu verdadeiro nome. Gostaria que o Hugo, ao entrar em contacto comigo pela primeira vez, tivesse tido a educação de assinar, assumindo a sua verdadeira identidade, assumindo o que escreveu. Gostaria que a sua segunda mensagem estivesse assinada com o seu nome.
Gostaria de, caso entenda entrar em contacto comigo mais vezes, assinasse o que escreve, assumindo-o, assim, inteiramente, tal e qual como eu faço.
Ponto três
Agradeço a sua preocupação sobre um tema tão fascinante e apaixonante como o da Educação. Agradeço a sua preocupação em acompanhar a minha actividade profissional em particular, muito embora desconheça a que se deve tão peculiar interesse. Gostaria que me facultasse essa informação satisfazendo assim a minha curiosidade/perplexidade.
Ponto quatro
Voltamos à questão das apresentações em PowerPoint.
De facto estas apresentações são utilizadas em contexto de sala de aula e são a base das minhas aulas. As apresentações, muito demoradas de estruturar e de construir, estão a ser feitas à medida das minhas possibilidades e das minhas necessidades, sendo que as iniciei durante o período das minhas férias para ir adiantando trabalho e para poder corresponder aos objectivos por mim traçados de as utilizar em todas as aulas, excepto aulas de dúvidas e revisões, testes, e aulas de carácter eminentemente prático, de pesquisa de informação em livros e na Internet, aulas de elaboração de trabalhos de grupo, aulas de visionamento de um ou de outro documentário que eu considero relevante para a consolidação dos conhecimentos.
Aconselho-o a examiná-las uma a uma. Só assim poderá formular um juízo de valor mais correcto. Não as interprete como um produto estático. Nem como um produto acabado. Serão reformuladas e limadas a partir de Julho data em que começarei a ajustar os meus recursos para o próximo ano lectivo. Só mais dois esclarecimentos. Nem todas as apresentações publicadas são exactamente as que eu utilizo em contexto de sala de aula e isto fica a dever-se ao respeito pelos direitos de autor. Uma coisa é a utilização de imagens em contexto de sala de aula; outra bem diferente é a sua publicação na Internet. O segundo esclarecimento prende-se com o facto das primeiras apresentações terem sido elaboradas somente para serem utilizadas durante a aula e depois serem feitas já com o fim último de as disponibilizar aos meus alunos. A minha página destina-se aos meus alunos, e por eles a fiz correspondendo a pedidos insistentes da parte deles. Como é óbvio com acrescento de trabalho da minha parte.
Avancemos. Já contestei um meu formador, numa acção de formação sobre novas tecnologias aplicadas ao ensino, quando ele afirmou que o PowerPoint era uma ferramenta muito estática que não permitia interactividade. Não é verdade. O que é verdade é que a maioria das pessoas que utiliza esta ferramenta não a sabe utilizar e projecta o diapositivo, lê o diapositivo e ponto final. Ora as minhas aulas não têm nada a ver com esta postura.
Aconselho-o a ver mais além. Bem sei que a apresentação em PowerPoint está envolvida em alguns equívocos e em muita ignorância por parte de pessoas que desconhecem em absoluto as suas potencialidades. Se eu lhe disser que já tive uma colega de História que desconhecendo completamente esta ferramenta contestou as minhas aulas afirmando que para o ensino da História nada substitui a análise do texto, do mapa, do gráfico...??!!! Só a mais completa ignorância pode explicar uma afirmação destas. E daí eu não ficar particularmente espantada com essas críticas levianas feitas por "alguns alunos e encarregados de educação".
Com efeito quando eu comecei a trabalhar arrastava comigo mapas, diapositivos, esquemas e árvores genealógicas em acetatos, o manual. Hoje em dia, dentro desta ferramenta chamada PowerPoint, tão atractiva e aliciante para os alunos cabe, como aliás já lhe referi, uma multiplicidade de fontes como os testemunhos escritos à época do acontecimento a conhecer, compreender e estudar; os textos escritos pelos historiadores interpretando esses acontecimentos; o gráfico; o esquema; a árvore genealógica; o quadro comparativo; o selo; a moeda e a nota; a fotografia de um monumento, de uma pintura, escultura ou gravura, de uma pessoa, de um documento manuscrito, de uma reconstituição; o cartaz; a planta e o alçado de um edifício; o mapa; a notícia de imprensa; a caricatura... e não sei se me estou a esquecer de alguma coisa que esteja dentro das minhas apresentações em PowerPoint e que são trabalhadas, geralmente a nível da oralidade, mas não só, porque também a nível escrito, em contexto de sala de aula.
Se tiver acesso aos manuais adoptados pelo grupo de História, na ESA, verificará rapidamente que as fontes a tratar na sala de aula constantes nas minhas apresentações são bem mais vastas e variadas do que as disponibilizadas pelo manual.
Assim sendo presumo que já terá entendido e percebido que a sua crítica continua a corresponder a irrealidades que não têm a ver com a minha prática lectiva.
Ponto cinco
Quanto à avaliação, para formular uma opinião sobre este ponto tão importante da minha actividade lectiva, teria de se pronunciar somente após o acesso a todos os registos de avaliação de testes escritos, de trabalhos de grupo escritos, de apresentações orais desses mesmos trabalhos, de registos de assiduidade, de pontualidade, de comportamento, de avaliação de cadernos diários.
Quanto à avaliação asseguro-lhe que cumpro o que está definido pelo meu grupo, na ESA, do qual eu faço parte sendo apenas uma peça entre muitas outras.
Não se esqueça que as competências para o terceiro ciclo se desenvolvem ao longo desse mesmo ciclo de três anos e que é impossível desenvolvê-las todas em simultâneo, até porque isto se liga à própria maturidade dos alunos que é, como sabe, completamente diferente num sétimo ano ou num nono ano.
O que lhe asseguro é que todas as competências específicas previstas pelo ME são trabalhadas pelos alunos em contexto de sala de aula. É evidente que nem todos as desenvolvem da mesma forma.
Quanto aos meus testes terem principalmente "questões que estimulam a memória" garanto-lhe que tal facto não passa de uma irrealidade. O Hugo não pode a partir de um teste, a partir de dois testes ou mesmo três, que sejam, formular um juízo de valor como aquele que formula. Para formular um juízo de valor a este nível teria de analisar todos os meus testes desde o primeiro ao último. Mais uma vez não se esqueça que a escolaridade se faz por ciclos de estudo e como deve calcular não fui eu que defini estas regras.
É verdade que a par do desenvolvimento de competências é necessário, do meu ponto de vista, algum trabalho no campo da memorização. Não a renego em absoluto. Como sabe nem toda a gente tem a mesma opinião havendo mesmo quem defenda o ensino à moda do meu tempo de aluna do Estado-Novo, em que era apenas a memorização que interessava e ponto final; mas também há quem defenda que a memorização não cabe no ensino actual.
Eu nunca gostei de extremismos, e tenho-lhes medo, por isso procuro conseguir um equilíbrio entre estas duas posições tão radicalmente opostas.
Ponto seis
Quanto ao meu facilitismo encontra-se mais uma vez enganado. Não confunda facilitismo imposto pelo ME com o meu suposto "facilitismo".
Senão vejamos.
Quando eu andava a estudar tinha de me esforçar a todas as disciplinas e tinha de alcançar um patamar mínimo de dez valores para poder progredir de ano sem problemas. Uma nota, a qualquer disciplina, inferior a dez levava-me ao chumbo imediato. No meu tempo de estudante o ME não me permitia uma falha. Mais tarde o ME permitiu que os alunos encostassem duas disciplinas, e mais tarde três e de laxismo em laxismo permitiu até que os alunos passassem chumbados a todas as disciplinas.
Com o novo Estatuto do Aluno já nem é sequer importante e imprescindível ao aluno ir às aulas e uma falta porque o aluno está numa cama de um qualquer hospital tem o mesmo tratamento duma falta em que o aluno saído de casa dos pais, não chega a entrar nos portões da escola porque ficou a fumar uns charros com os amigos. Para mim a primeira será sempre uma falta justificada e a segunda será sempre uma falta falta injustificada. Pois para o ME é "igual ao litro" e não tem qualquer importância. De prova em prova os professores acabarão por se cansar. Fico preocupada com este laxismo, protesto e volto a protestar, mas só gasto energias. E sabe a que se deve esta medida? Limpar uma elevada percentagem de chumbos do nosso sistema, porque como deve ter ouvido um chumbo de um aluno fica muito caro ao país.
E o que sabe sobre as escalas das avaliações serem alteradas a meio de um ano lectivo em que um aluno de nível quatro passa a sê-lo a partir de 70% quando antes só o era a partir do 75%?
E o que me diz sobre uma escala que pretende igualizar os alunos o mais possível dentro de grandes patamares uniformizadores e que é a escala de 1 a 5 usada por nós no 2º e 3º ciclos?
E o que me diz de dois alunos de 14 ou de 17 na escala do Secundário terem exactamente a mesma nota na pauta, ou seja um nível 4 no básico? Olhe que para mim estes alunos são bem diferentes!!
E o que sabe sobre a pressão interna que é feita sobre nós professores para não atribuirmos aos alunos nível negativo?
E o que sabe sobre toda a gente hoje em dia saber que um nível três é de facto um nível dois? Não sabia? Pois eu também não e ainda não consegui digerir.
E podia continuar.
Informo-o só que a minha exigência é muitas vezes apontada pelos meus alunos como um defeito na minha actividade lectiva o que me deixa deveras satisfeita. E informo-o que muito antes do ME se lembrar de avaliação de desempenho de professores como se nós não fôssemos avaliados anteriormente e como se não tivessem existido professores avaliados com não-satisfaz, já os meus alunos eram chamados, por mim, a pronunciar-se sobre a minha actividade lectiva e incentivados a colocar livremente as suas críticas no sentido de eu encontrar o melhor caminho, as melhores estratégias. E aqui está uma situação em que eu deixo os meus alunos à vontade para fazerem as suas críticas até de forma anónima, se se sentirem mais à vontade para isso. É a única situação em que eu aceito e permito anonimatos.
Informo-o também que guardo religiosamente estes registos, muitíssimo abonatórios da minha actividade lectiva. Os depoimentos que pode ler na página de recursos estão cortados onde os alunos começam a falar sobre mim enquanto professora. Também não eram para ali chamados, tendo eu o cuidado de só colocar aquilo que eles escreveram sobre a utilização das apresentações ou que decorre dessa mesma utilização.
Asseguro-lhe que aquilo que eu exijo aos meus alunos é muitíssimo superior em quantidade e em qualidade do que aquilo que me foi exigido a mim enquanto aluna. O que marcou a minha geração, na escola, foi o decorar puro e simples das matérias salvo uma ou duas excepções de disciplinas e de professores.
Não partilho da visão catastrofista de que os alunos não sabem nada hoje em dia e asseguro-lhe que há hoje muitos mais alunos com uma excelente preparação se compararmos com o meu tempo de estudante. Tenho discutido isto com amigos professores universitários que partilham da mesma opinião. A preparação dada pela escola de hoje é de nível muito superior à do meu tempo de estudante. Apesar do ME. E não se esqueça que no meu tempo estudava uma elite. Hoje está literalmente tudo na escola. E se calhar é aqui que reside a sua confusão.
Ponto sete
Relativamente à visita de estudo devo informá-lo que ela não se realizou em horário escolar pois os tempos lectivos da turma em questão, o meu 9º F, não eram/são coincidentes com os horários do museu. Facultei aos meus alunos o meu horário lectivo para conseguirmos ajustar uma hora mas aquela turma é uma turma da cidade e muitos têm outras actividades para além da escola. Apesar da minha total disponibilidade foi completamente impossível fazer de outra forma e entre faz não faz optámos em conjunto pela primeira opção e ajustamos, de comum acordo, um dia na primeira interrupção lectiva do Natal. A data não foi imposta por mim. Devo informá-lo de que a maioria dos alunos da turma foi à visita, e estava feliz, e usufruiu com extremo interesse da visita guiada pela Drª Cláudia Cerqueira que lhes gabou, no final dessa mesma visita, o interesse, a colaboração, a participação, a curiosidade, o comportamento e o facto de eles prescindirem de um dia das suas férias para estarem ali no museu. Assinalou mesmo esse facto como uma estreia na história das visitas guiadas por ela feitas e assinalou-o com grande satisfação. Como deve calcular eles ficaram babados. Eu também. Tenho as carinhas felizes deles documentadas em fotografias. Podia dizer-lhe que teria preferido ficar em casa. Não posso. Não corresponderia à verdade. Repetiria a experiência. Atitudes exibicionistas???!!! O Hugo não sabe o que está a dizer!
Ponto oito
Muitas das suas preocupações são também as minhas preocupações.
Espero que um filho ou filha sua venha a ser meu aluno/aluna se é que tal é possível. Certamente mudará de opinião a meu respeito e verá que eu sou honesta no meu trabalho.
Se sou perfeita?
Se acho que faço tudo bem?
Se não falho?
Se não erro?
Longe disso. E é essa consciência, em mim sempre presente, que me faz todos os anos trabalhar mais no sentido de melhorar a minha actividade enquanto professora. Sou extremamente auto-crítica. É feitio meu.
E estou nesta profissão, digo-lho também francamente, não por necessidade económica mas por necessidade intelectual. Até ao dia em que não suportar mais as asneiradas consecutivas da tutela.
E agora vejo que me alonguei em demasia e que já passa das 19 horas e eu ainda tenho de elaborar um teste para a semana... mania de não fotocopiar um já feito!!!
E ocorreu-me... tem a certeza de que não me está a confundir com outra pessoa?
Anabela Magalhães
Caro Hugo
Na esperança que não confunda o meu tique de professora, que todos os meus alunos lhe podem testemunhar, com arrogância, aqui lhe deixo mais duas correcções ortográficas.
Assim deverá escrever
Sucesso e não suceso
Imprevisíveis e não imprevisíveis
Lá está... outra esdrúxula...
Agradeço desde já todas as correcções que me puder fazer em troca.
Sem mais
Anabela Matias de Magalhães
19 de Maio de 2008
Caro Hugo
Hoje lembrei-me de si por duas razões.
A primeira tem a ver com uma dedicatória que lhe deixei na minha página de recursos.
Agradeço-lhe ter feito tocar uma campainha algures no meu cérebro povoado de neurónios tão irrequietos.
A segunda tem a ver com uns convites que lhe quero endereçar.
Gostaria de assistir às horas de trabalho, normalmente ao fim-de-semana, que me consomem as construções dos PowerPoints?
Gostaria de assistir a uma aula de História em data a combinar?
Gostaria de indagar junto dos meus alunos o que eles pensam de mim tanto a nível pessoal como profissional?
Gostaria de assistir à aula em que eles avaliarão o trabalho desta professora e em que serão incentivados, por mim, a avançar com críticas e a dar sugestões para um melhor desenvolvimento do meu trabalho, como é habitual em todos os finais de ano lectivo?
Gostaria de se deslocar à ESA depois de afixadas as pautas e de fazer um estudo sobre a minha avaliação?
Informo-o que as minhas turmas são o 9º G, 9º H e ainda 9º F.
Informo-o e esclareço-o desde já que se for pela calada da noite, como um rato, encontrará os portões fechados e o cão feroz à solta pelo espaço da ESA.
Convido-o também a visitar com regularidade o meu blogue. E a participar no debate de ideias que aí se faz também sobre educação. Olhe, curiosamente é o tema dos meus dois “posts” de hoje. Aqui poderá acompanhar uma pequeníssima parte do meu percurso, de crescimento, enquanto ser humano, e poderá ainda acompanhar uma pequeníssima parte do meu crescimento profissional, assim como o dos meus alunos satisfazendo, quiçá, assim, a sua imensa curiosidade sobre a minha pessoa. E este convite estendo-o aos seus filhos, se o Hugo os tiver. É que o meu blogue é bastante educativo como decerto se aperceberá rapidamente.
E se ainda não percebeu aquela explicação sobre os PowerPoints avise-me. Tenho todo o gosto em fazer-lhe chegar um esquema simplificado.
Sem mais e a aguardar as suas respostas
Respeitosamente
Anabela Matias de Magalhães
quarta-feira, 21 de maio de 2008
hugo.mon@clix.pt Alguém conhece este rato?
As minhas últimas postagens são dedicadas a este rato de esgoto que me entrou anonimamente no meu e-mail deixando-me uma mensagem que é um insulto à minha inteligência e à inteligência dos meus alunos.
Eu levo a actividade docente muito a sério. Com empenhamento, muito trabalho, muito prazer, bastante sentido de humor. Presumo que isto não seja novidade para ninguém que me conheça, mas que me conheça de facto. Eu e os meus alunos trabalhamos em equipe, jamais de costas voltadas. Eu não lhes abro as bocas à força para lhes impingir o que quer que seja. Gosto que eles gostem das minhas aulas. Gosto de os pôr a pensar. Gosto que eles me questionem e desafiem. Gosto de os questionar e desafiar.
Pois este rato enviou-me uma mensagem que me deixou de olhos rasos de água... por ver a facilidade e o desplante com que "alguém" se arroga do direito de arrasar um trabalho que não conhece. Foi o pior ataque que recebi até hoje. Porque pela calada da noite. Porque abaixo do nível do esgoto. Ataca-me pessoal e profissionalmente e não assina os seus textos. É triste. Foi preciso quase chegar aos 50 anos para receber pela primeira vez na minha vida uma mensagem anónima. É caso para dizer que perdi a virgindade... é caso para dizer que dadas as circunstâncias preferia continuar virgem.
Presumo que o rato, quase de certeza do sexo masculino e um amarantino no seu melhor, não teve a inteligência suficiente para alterar o seu endereço de correio electrónico.
Assim sendo, o endereço do rato é hugo.mon@clix.pt
Agradeço que se alguém reconhecer este indivíduo entre em contacto comigo. Quero poder olhá-lo nos olhos e com o olhar dizer-lhe que sei quem ele é. E que ele não passa de um rato. De esgoto.
Posto isto passo a postar o lixo deste senhor. Hoje posto a primeira parte da novela de muito mau gosto.
14-05-2008
"Exª Professora Anabela Matias,
Prmeiro que tudo quero dizer-lhe que o seu trabalho relativo às apresentações Power Point sobre os conteúdos da disciplina de História é vergonhoso. Se é dessa forma que ensina os seus alunos, então, o melhor será demitir-se e dedicar-se a uma actividade como Coveira, pois assim não corremos o risco de prejudicar a formação de seres vivos. Então como professora de História é dessa forma que estrutura as suas aulas? Acha que é dessa forma que vai despertar o gosto pela disciplina? Como pretende com esses Power Point primários estimular a criatividade e espiríto crítico aos alunos? Mais, onde está a diversidade de recursos utilizados nas suas aulas? Pelo amor a Clio, pare com essa vergonha e deixe de contaminar o ensino da História, uma ciência de grande valor. Para não falar em muitos e graves erros científicos nessas apresentações.
E como se não bastasse, ainda, vem com um tom de superioridade informar que muitas famílias pedem que coloque um fundo branco nas suas apresentações. Como se não soubessemos as palavras passe para abrir essas apresentações? Em que mundo vive?
O que muitas familías pedem é que pare de publicar essas apresentações vergonhosas para que não estrague o ensino da História.
Sem mais,
obrigado.
(A minha resposta educada e paciente)
Hugo
Podia ter evitado o Exª.
Podia igualmente ter evitado o tom sobranceiro com que entrou em contacto comigo.
Podia ter evitado a crítica destrutiva.
Perante isto eu podia nem lhe responder, mas vou fazê-lo prestando-lhe alguns esclarecimentos sobre a minha actividade lectiva.
Ponto um
A partir das minhas apresentações em Powerpoint, ou de outras quaisquer apresentações, posso dar uma aula miserável ou excelente. O Hugo também o pode fazer, partindo do princípio de que é professor. E o mesmo pode acontecer com recurso a um texto, uma música, um esquema, um cartaz, uma fotografia, um gráfico ou o que quer que seja, já que não é o recurso ou recursos utilizados que determinam a qualidade da aula, mas sim a abordagem desses mesmos recursos/ferramentas.
Se pensa que eu vou para as minhas aulas ler os meus Powerpoints asseguro-lhe que está completamente enganado. Eu jamais li Powerpoints, jamais lerei Powerpoints.
Todos os meus alunos de 9º ano adquiriram já esta competência da leitura.
Considero pois abusiva a extrapolação que faz a partir das minhas apresentações em Powerpoint e considero-a superficial e medíocre. O Hugo jamais assistiu a uma aula minha, não pode pois avaliar e pronunciar-se sobre uma coisa que desconhece em absoluto.
Ponto dois
Quanto ao gosto pela disciplina eu não acho que o estimulo. Eu tenho a certeza que estimulo o gosto pela História e a certeza vem-me dos depoimentos dos meus alunos que são todos no mesmo sentido, sem excepção. "Achava a disciplina de História uma seca"; "História tornou-se mesmo a minha disciplina preferida"; "Adoro História"; "A professora dá umas aulas muito bonitas"; "Gosto das aulas de História porque elas são interactivas". São palavras dos principais actores do ensino/aprendizagem - são palavras dos meus alunos. Não são palavras minhas.
Tenho ainda a certeza que estimulo o gosto pela História pelos olhos a brilhar de entusiasmo que vejo, amiúde, dentro da sala de aula e pela colaboração e resposta entusiasmada que, por norma, obtenho junto dos meus alunos.
Tenho a certeza que estimulo o gosto pela História pelos trabalhos de pesquisa que os meus alunos a cada passo me apresentam, sobre este ou aquele tema do seu interesse, mesmo quando não correspondem a uma prévia solicitação minha.
Tenho ainda a certeza que estimulo o gosto pela História pelo facto de ter alunos de 9º ano a ler, com gosto, a História de Portugal do Matoso.
Tenho a certeza que estimulo este gosto quando eles me entram sala dentro e comentam comigo, entusiasmados, este ou aquele comentário sobre temas da História que viram e ouviram na televisão.
Considero pois abusiva a extrapolação que faz a partir das minhas apresentações em Powerpoint e considero-a superficial e medíocre. O Hugo jamais assistiu a uma aula minha, não pode pois avaliar e pronunciar-se sobre uma coisa que desconhece em absoluto.
Ponto três
Quanto à criatividade e ao espírito crítico garanto-lhe que ambos são bastante estimulados por mim na sala de aula e mesmo fora dela.
Assim os alunos são chamados a fazerem pesquisas na net recorrendo a computadores portáteis que eu requisito para o efeito, a fazerem pesquisas em manuais escolares e são chamados a prepararem as suas próprias apresentações; todos eles sabem que não podem copiar textos ou imagens e apropriarem-se deles/delas; todos eles sabem que os trabalhos apresentados têm de ser originais. Estes trabalhos e atendendo às circunstâncias ora são realizados individualmente, ora em pares, ora em grupos de quatro. O mesmo para os cartazes já elaborados. O mesmo para a exploração de uma fotografia, ou de uma letra duma música, ou de um gráfico, ou de uma caricatura... e essa exploração tanto pode ser escrita, como oral, individual ou resultante de um trabalho de pares, orientada por mim ou não, segundo as circunstâncias e as necessidades.
Considero pois abusiva a extrapolação que faz a partir das minhas apresentações em Powerpoint e considero-a superficial e medíocre. O Hugo jamais assistiu a uma aula minha, não pode pois avaliar e pronunciar-se sobre uma coisa que desconhece em absoluto.
Ponto quatro
Quanto à diversidade de recursos utilizados em contexto de sala de aula "dentro" das apresentações em Powerpoint cabem: textos, fotografias, caricaturas, esquemas, gráficos, reconstituições, quadros comparativos com informação diversa, mapas, plantas, alçados, árvores genealógicas, selos, dinheiro, desenhos, autocolantes... Para além desta multiplicidade de recursos utilizo ainda, sempre que possível e sempre que considero pertinente para a consolidação dos conhecimentos, os documentários, que os há excelentes, e que abarcam uma grande parte da matéria. Utilizo ainda réplicas de obras de arte, nomeadamente escultura, compradas em variadíssimos museus que respeitam as dimensões e as proporções da obra original, que os meus alunos manuseiam, tendo eu sempre o cuidado de lhes chamar a atenção para o facto de estarem a manusear uma réplica. E mostro-lhes e eles manuseiam fósseis de trilobites e amonites, e etc, que possuo da minha colecção privada, alertando-os para a importância das fontes no deslindar do passado. E alerto-os até para o coleccionismo, hoje em dia tão descurado, e que nos pode fornecer tanta informação pertinente. É o caso dos selos a que eu recorro frequentemente, e que utilizo nas minhas apresentações... não sei se os viu, todos da minha colecção privada. E já os levei a Tongobriga, não sei se conhece, e faço a reconstituição do percurso das invasões francesas aqui mesmo em Amarante, e ainda este ano lectivo os levei a uma visita guiada ao museu local, Amadeo de Souza-Cardoso, um excelente museu, a nível nacional, de arte contemporânea. Apesar de quase todos os meus alunos serem aqui do concelho alguns, bastantes mais do que aquilo que eu gostaria, entraram neste museu pela primeira vez nas suas vidas. Até o informo que, dadas as dificuldades de coordenação entre todos, acabei por levar uma turma em plenas férias de Natal. E informo-o ainda que, sempre que possível, procuro fazer a ponte com a história local.
Considero pois abusiva a extrapolação que faz a partir das minhas apresentações em Powerpoint e considero-a superficial e medíocre. O Hugo jamais assistiu a uma aula minha, a uma saída minha e dos meus alunos para o "campo", não pode pois avaliar e pronunciar-se sobre uma coisa que desconhece em absoluto.
Ponto cinco
O Hugo confundiu tom familiar com tom de superioridade. O " a pedido de várias famílias" é uma expressão que se utiliza frequentemente nesta zona não sendo sequer uma expressão original minha, e é uma expressão carinhosa destinada aos meus alunos que de facto são a minha família alargada. As apresentações com fundo branco devem-se ao pedido de alguns, poucos, dos meus alunos que as pediram para poderem imprimir um ou outro diapositivo. Não é uma coisa de que eu goste, não é uma coisa que eu gosto que eles façam mas também não os vou impedir. Sejamos plurais e democráticos. Nem todos consultam o Matoso.
A página de recursos foi feita para eles e corresponde a um desejo meu e a pedidos insistentes deles que queriam ter acesso às apresentações. O facto de eu ter publicado as apresentações tem a ver com o facto de eu não ser invejosa.
Considero pois abusiva a extrapolação que faz a partir das expressões que eu utilizo na minha página, retiradas de um texto temporário que desaparecerá da página logo que eles me dêem o OK, e considero-a superficial e medíocre.
Ponto seis
Quanto ao facto das apresentações estarem codificadas bem sei, e tenho perfeita consciência disto, que qualquer pessoa, mais preparada que o simples utilizador normal, descodifica o código em três tempos. Mas atenção, qualquer pessoa que o faça está a cometer uma ilegalidade, pois as apresentações, boas ou más, péssimas ou excelentes são da minha inteira responsabilidade. As apresentações estão protegidas pelos Direitos de Autor e devem ser respeitadas.
Ponto sete
Tenho a humildade suficiente para aceitar que possam existir erros nas apresentações. Acho até quase impossível que não os haja. Apesar de me esforçar por fazer o melhor que posso e sei, não tenho a presunção de achar que tudo aquilo que faço não tem lacunas ou mesmo erros. Tenho plena consciência deste facto, até porque não tenho ninguém a fazer-me a correcção ortográfica e muito menos científica. Ora se eu a cada passo detecto erros ortográficos e científicos em livros dos senhores professores universitários, mesmo depois de sujeitos a revisões em cima de revisões, por que carga de água eu não os teria também??!! É verdade que evito e o meu esforço é para não os dar, mas confesso-lhe que só a partir das minhas férias, que ocorrerão no próximo mês de Agosto, é que começarei a rever todo o trabalho por mim desenvolvido e farei isso a partir das apresentações de 7º ano. E esta será a primeira revisão que farei. Até agora o meu trabalho não foi revisto nem uma única vez, não por não o desejar, mas sim por manifesta falta de tempo.
Por isso agradeço-lhe desde já que me indique os erros científicos que pôde observar nas minhas apresentações para que eu os possa corrigir sem demora.
Ponto oito
Quem assim critica deve desenvolver um trabalho espectacular com os seus alunos. Assim sendo, e dado que eu estou sempre aberta à mudança e a novas estratégias, ficar-lhe-ia agradecida que partilhasse comigo algumas delas.
Ponto nove
Quem assim critica deve ser autor de recursos espectaculares próprios e originais para uso em contexto de sala de aula.
Ficar-lhe-ia por isso agradecida que os partilhasse comigo, para eu poder progredir enquanto docente. É claro que respeitando sempre o seu trabalho e a sua autoria.
Sem mais
Agradeço a paciência pela leitura de tão longo texto e aguardo resposta
Anabela Matias de Magalhães
Nota final - Aproveito para lhe corrigir os erros ortográficos constantes no seu pequeno texto e aguardo a sua correcção em troca.
Primeiro e não prmeiro
Família e não familía
(No dia seguinte escrevi)
Caro Hugo
Ainda duas correcções aos seus erros ortográficos que dado o adiantado da hora me escaparam e que constam do infeliz e-mail que me enviou.
Assim deverá escrever Exma. e não Exª;
e deverá escrever espírito e não espiríto.
Parece-me notar na sua escrita uma tendência para não acertar com a acentuação das palavras esdrúxulas obrigatoriamente acentuadas na antepenúltima sílaba.
Ontem presumi que fosse professor. Hoje relendo o seu texto não acredito.
Atentamente
Anabela Matias de Magalhães
Gente Parva
Hoje transcrevo um comentário deixado no meu blogue. Gostei dele. Está forte, assumido e eu gosto de quem escreve assim. O comentário resume uma gentinha ou gentalha que por aí anda à solta e que não tem mais nada para fazer do que importunar a vida dos outros sendo que tudo isto decorre de vidas vazias de sentido, de vidas tristes de mediocridade, de vidas sem objectivos positivos. Em suma, vidas cheias de esqueletos putrefactos nos armários.
"Quanto à gente parva (...) há muita gente que por falta de educação ou de sensibilidade ou de incapacidade de sonhar não tem na sua vida mais que dois ou três objectivos: comer, F...., coscuvilhar e mais dois ou três interesses quejandos como tertúlias cor-de-rosa, que de vazio lhes enche os dias.
Voltamos à educação. A educação também tem de deixar lugar para o sonho e para a imaginação."
terça-feira, 20 de maio de 2008
Dedico esta letra, esta música e este vídeo-clip ao..., ao...., e a...
"Todos" vão entender.
I am a bird girl now
I've got my heart
Here in my hands now
I've been searching
For my wings some time
I'm gonna be born
Into soon the sky
'Cause I'm a bird girl
And the bird girls go to heaven
I'm a bird girl
And the bird girls can fly
Bird girls can fly
Originalmente este "post" estava sem texto. Para mim vale o que lhe vou acrescentar agora em palavras. Para ser mais explícita. Para o "Hugo" poder entender. É que o "Hugo" já me provou que é um "bocadito" limitado em qualidade de massa encefálica, que como nós sabemos nada tem a ver com quantidade. Assim, o "Hugo" poderá até ser portador duma cabeça grande... mas em termos de qualidade de conteúdo... que pivete!!!!!
Mas como eu não desisto da minha actividade pedagógica, mesmo sobre aqueles que dão um péssimo uso aos seus neurónios, e que os têm!!!, e que os têm!!!, aqui vai a mensagem muito explícita.
Quanto ao "Hugo", esteja à vontade e avise-me se não perceber nada do que aqui está dito. Faço-lhe chegar tudo isto, e de imediato, em "esquema muito simplificado."
Este grito é o meu. A ele associo o grito de muita gente.
É um grito contra a mediocridade, o deita-abaixo, a imbecilidade, a baixeza, o diz que disse, o diz que foi, a estupidez, a burrice, a politiquice, a cobardia, o ataque anónimo e não assumido, a crítica destrutiva, a leviandade, o despeito, a inveja reles, a rasquice, a traição, o apunhalar pelas costas, o ataque cobarde pela calada da noite seguido do rastejar, qual verme sem coluna vertebral!, a falta de dignidade... e se eu me lembrar de mais alguma coisa venho aqui acrescentar.
E os meus comentadores estejam à vontade... acrescentem, acrescentem.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
Educação pelo Exemplo
Lembram-se de aqui ter referido o péssimo comportamento das turmas do 9º F e H?
Pois na aula seguinte falei com os meus meninos e meninas e pedi-lhes uma reflexão pessoal e honesta sobre os acontecimentos já passados e uma sugestão de reparação relativamente às duas técnicas que tiveram a amabilidade de se deslocar à escola, para os elucidar sobre um assunto tão importante para eles e tão determinante para as suas vidas, como o da sexualidade e doenças sexualmente transmissíveis. Não lhes apontei pistas nem dei sugestões. Gosto de os deixar raciocinar e reflectir livremente, gosto de lhes passar responsabilidade para as mãos. Eles não são nenhuns bebés e não merecem ser tratados como tal. Pois a sugestão mais apontada por eles, por escrito, foi um pedido de desculpas, igualmente escrito, dirigido a essas mesmas técnicas.
Hoje foi dia de passarmos da teoria à prática. Lá lhes li os dois textos nas duas turmas frisando que os dois textos apenas diferiam no facto de eu ser a primeira a pedir desculpa na minha turma do 9º F, já que a responsabilidade do seu comportamento era minha e que obviamente eu tinha também responsabilidade no acontecido.
Antes de assinarem, um a um o nome todo, fiz-lhes ver que se houvesse alguém que em consciência e honestamente sentisse que não contribuiu para a "feira" que se instalou na sala C1 e se em consequência disso sentisse que não devia assinar era, obviamente, inteiramente livre para o fazer.
Devo registar com agrado que todos assinaram, mesmo o Zé Diogo e o Ricardo Abreu que não tiveram nada a ver com aquele ataque de loucura que lhes deu naquele último tempo da manhã. As técnicas devem ter ido a pensar que eles eram uns meninos sem qualquer educação o que está longe de corresponder à verdade. São, no geral, educadíssimos, e é essa a imagem que nos esforçamos agora por reparar.
Registo com muito agrado que todos eles assinaram, mesmo o Eduardito que tentou fazer batota para ver se escapava. Quando eu o chamei à atenção, um pouco contrariado bem sei, lá assinou onde todos os seus colegas tinham já assinado.
Assunto resolvidíssimo sem necessidade de envolvimento das DTs que já têm stresse que chegue, esmagadas em burocracias diversas, neste final de ano lectivo.
Estou feliz por mim, mas principalmente estou feliz por eles.
Porque estão no bom caminho e a começar a voar sem imposições, assumindo as suas responsabilidades livremente. A apropriação dos conceitos de Educação, Liberdade, Responsalilidade e Democracia também se faz por aqui. Não aguento mais a confusão e os exemplos de Democracia sinónimo de bandalheira. Porque não são sinónimos. O exercício da Democracia e da Liberdade tem de ser sinónimo de Responsabilidade Acrescida.
Parabéns e beijos para todos. Jamais esquecerei este dia. Feliz.