quarta-feira, 30 de setembro de 2009
Tâmega - Nós Por Cá
Tâmega - Formão - 29-09-09 - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Tâmega - Nós por cá
Acabou de passar agora mesmo, na SIC, a reportagem realizada pela equipa do programa "Nós por cá" e já pré-anunciada por mim neste blogue. Ufa! Ufa! Quase não conseguia assistir à coisa já que cheguei mesmo em cima do acontecimento vinda da escolinha!
A reportagem pareceu-me bem, embora bastante reduzida em termos de tratamento, o que está de acordo com o formato do próprio programa. Foi mais uma ajuda, neste caso preciosa, de um meio de comunicação de grande audiência como é a SIC.
Gostaria, no entanto, de ver o meu Tâmega tratado de forma mais aprofundada já que a situação a que chegou é absolutamente deplorável e escandalosa.
Entretanto chegam-me mensagens daqui e dali, a dar conta que o programa está a passar e que me viram na televisão...
Bem mais importante é o Tâmega morrendo em silêncio... ok, hoje um pouco menos silenciosamente graças ao trabalho de muitos.
Confesso que não prestei atenção ao endereço para poder participar na discussão on-line sobre a situação a que chegou o Tâmega. Há aí alguém que o tenha anotado?
De qualquer modo vou procurar saber e logo que tenha acesso à peça coloco-a aqui mesmo para que os meus leitores a possam ver ou rever. E comentar.
Podem comentar directamente clicando aqui.
Participem. Mostrem a vossa indignação.
Lutem pelo Tâmega. O Tâmega agradece.
E aqui está o vídeo. Thanks, Clapinho!
PCP e a Revogação do Estatuto da Carreira Docente
(...) Jerónimo anuncia que, quando abrir o Parlamento, o PCP apresentará as propostas de alargamento do acesso ao subsídio de desemprego, a revogação do Código do Trabalho e da legislação laboral da administração pública, o aumento do salário mínimo nacional, a valorização das pensões de reforma, a salvaguarda do direito à reforma aos 65 anos e a possibilidade da sua antecipação sem penalizações para carreiras contributivas de 40 anos - e ainda a revogação do Estatuto da Carreira Docente. (...)
Para ler na íntegra aqui.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Quando o Circo Pega Fogo...
... resta-nos o Povo... que é sereno!
É só fumaça, pá!
É só fumaça!
Porca Miséria!
Vida de Cão - Manif 19-09-09 - Lisboa
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Porca Miséria!
Ouvi atentamente as palavras do Presidente da República Portuguesa com acusações graves a membros do governo, cheias de constatações óbvias para qualquer observador minimamente atento.
Não fiquei completamente esclarecida sobre o caso das escutas e aguardo saber mais, tudo tim tim por tim tim. Saberei algum dia? Eu e os restantes portugueses que por certo olham para tudo isto um pouco atónitos?
De resto subscrevo a leitura do Presidente acerca do jogo "mui limpo" dos socialistas durante esta última campanha eleitoral. Tão limpo, mas tão limpo o jogo pelo poder, que me fez lembrar as águas do Tâmega...
Cavaco Silva também não está isento de culpas porque não esteve bem quando actuou e não falou.
Confesso que jamais imaginei ouvir o Presidente do meu país fazer um comunicado deste teor e parece-me, francamente, que o Presidente da República se está a expor demasiado e a dar o flanco em excesso, o que, nestas circunstâncias, me parece um jogo perigoso. É que permaneço plenamente convencida que para alguns dos que ocupam cargos de responsabilidade neste país vale mesmo tudo, até "arrancar olhos"!
É por estas e por outras que a nossa vida política, que já estava abaixo de cão, ficou hoje ainda mais abaixo de cão.
Porca Miséria!
Ah! E agora estamos nisto... o Presidente abre o noticiário das 20 horas e o governo abre o das 22! Mas que lindo, pá!
Reunite Aguda, Grave ou Esdrúxula
A doença primeiro atacou na ESA e pelo caminho contaminou a E. B. 2/3 de Amarante.
A doença súbita que por estas bandas prolifera chama-se Reunite. E só não sei se o dito ataque foi/é Agudo, se Grave, se Esdrúxulo.
Foram convocados Conselhos de Turma que se iniciaram ontem.
Ok, pensei eu, começaremos mais cedo as Reuniões Intercalares! Pois... puro engano!
Levamos agora com uma catrefada de reuniões durante esta e a próxima semana para já de seguida termos Conselhos Intercalares e entretanto chegará a vez dos Conselhos de Avaliação. Ufa! Ufa! É reunião a mais! Sem grande proveito e provocando muito cansaço.
Penso principalmente em quem é de longe e tem muita estrada para percorrer.
Ontem tive o meu primeiro conselho de turma e saí da escola já passava das 20 horas. Hoje tive aulas e terei mais um conselho de turma que se iniciará pelas 18:30. Eu tenho sete turmas. Mas há quem tenha mais. Eu estou a dois minutos de casa. Mas há quem esteja a muitos km.
Eu até gosto de trabalhar, mas mesmo assim não me parece que esta duplicação de reuniões traga qualquer proveito para os alunos e não gosto mesmo nada de me sentir a chover no molhado.
Ontem havia professores com uma aula leccionada na turma em questão, eu e vários outros com duas e pouco mais. E pouco mais.
Não seria mais sensato em vez de nos esgotarem logo de início com reuniões atrás de reuniões, que nalguns casos acabarão para enfiarem logo de seguida nas próximas, voltarmos à modalidade das reuniões intercalares? E fazermos tudo o que tem de ser feito de uma só vez? Tal qual tem acontecido nos últimos anos? Talvez antecipando um pouquito o calendário das ditas?
Quem está no terreno foi unânime a assim considerar.
A Luta Continua!
A Luta Continua!
Esta beleza completamente actual foi-me enviada pelo Hélio Matias, leitor e colaborador atento e precioso deste blogue.
Trata-se da Revista do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, mais concretamente do nº 1, de Janeiro de 1978 e, apesar dos trinta e um anos passados sobre a realização desta revista, a verdade é que a mensagem permanece absolutamente actual.
Ora acompanhem lá a leitura...
"O menino Sócrates vai escrever no quadro 500 vezes a seguinte frase:
Os professores têm razão! Exigem negociação!"
Ah! Por ser para o "inginheiro"... pode escrever a frase 500 vezes martelando no teclado de um qualquer magalhães!
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Rosas do Deserto
FNE - Comunicado
A FNE aguarda políticas que vierem a ser anunciadas e concretizadas
A FNE regista e respeita os resultados das eleições legislativas ontem ocorridas, ficando a aguardar, quer a determinação da fórmula política que vai ser encontrada para sustentação do próximo Governo, quer o seu Programa, quer particularmente as orientações políticas que dele vierem a constar para a Educação.
Para a FNE, pese embora a importância dos resultados eleitorais, o que considera mais relevante são as políticas que vierem a ser anunciadas e concretizadas.
A FNE sublinha que, em tempo oportuno, aprovou um documento de orientação para a Legislatura que agora se vai iniciar – o Roteiro para a Legislatura -, que o apresentou aos Partidos Políticos e que continua a constituir o nosso documento de referência para a acção político-sindical que desenvolveremos.
Por isso, a FNE solicitará reuniões com os futuros responsáveis pelos Ministérios que tiverem a tutela da educação para a infância, dos ensinos básico, secundário, superior, especial, do ensino português no estrangeiro, dos trabalhadores não docentes das administrações central e local, para lhes fazer entrega desse Roteiro para a Legislatura.
A FNE não prescinde de considerar, como se assinala nesse documento, que há um conjunto de questões que considera essenciais que sejam tratadas prontamente pelo próximo Governo, no sentido de se eliminarem os factores de perturbação e instabilidade hoje instalados nas escolas.
Para a FNE, a valorização dos profissionais da educação e o restabelecimento de um clima de confiança entre os diferentes profissionais e estes e o Ministério da Educação devem constituir tarefas prioritárias, a bem das escolas portuguesas. Para isso, é essencial que se actue na base de negociação e de um sólido diálogo social que possa conduzir, sempre que possível, a soluções de compromisso e concertação.
Para a FNE, é absolutamente essencial que esta Legislatura acabe com a actual divisão da carreira docente, e que retire a carga burocrática inútil que tanto desgasta hoje os docentes portugueses. A avaliação de desempenho deve ser substituída por uma outra que resulte de diálogo e negociação.
Como sempre, a FNE privilegia o diálogo, a negociação, a proposta e a concertação, mas não deixará de, sempre que considerar oportuno, e em defesa dos trabalhadores que representa, denunciar e utilizar os meios adequados à obtenção daquilo que possa responder a trabalhadores da educação valorizados e dignificados.
Évora, 28 de Setembro de 2009
A Direcção do SDPSul
Nota - Com os meus agradecimentos à Em@ pela informação.
A Rosa
Rosa Seca Digitalizada... vista pela Esquerda...
Por aqui, ontem à noite, ouviram-se uma tímidas buzinas, por uns tímidos instantes. A festa fez-se muito envergonhada e quase num penoso silêncio e, ao que sei pelos jornais, foi assim um pouco por todo o país.
Crime Ambiental em Amarante
Crime Ambiental em Amarante
Na segunda-feira passada falei do problema que afecta a rede pública de esgotos, aqui mesmo no centro de Amarante. De facto na segunda-feira a rede de esgotos entupiu, ou lá o que foi, e a m***a caiu, qual cascata, sobre os rochedos da margem direita do Tâmega e daí escoou, com toda a naturalidade, para o rio. Afirmei que era um problema recorrente, sentido amiúde aqui bem no coração de Amarante, em pleno largo de S. Gonçalo e não menti.
Pois ontem, em plena tarde de dia eleitoral, com o Largo cheiinho de povo, voltou ao mesmo. Só que, desta vez não há fotografias mas, em sua vez, há um pequeno filme, que partilho aqui na blogosfera, para que todos os meus leitores saibam bem do que falo. Pena que ainda não se possa gravar o cheiro a m***a que se espalhou pelo Centro Histórico como fogo num palheiro!
Bom, pensando bem... melhor assim... é que corria o risco de ficar sem clientela...
Aqui chegada não posso deixar de agradecer a um leitor assíduo deste blogue, presumo que ainda por aqui se mantenha, e que foi meu aluno em tempos que já lá vão, exactamente na E. B. 2/3, contemporâneo do Ricardo Pinto, Luís Pereira de seu nome.
Muitíssimo obrigada, Luís. Fico tão contente por saber que também não és indiferente perante isto!
E aqui deixo o testemunho indignado de quem assistiu a tão peculiar cascata.
Eu bem digo! Isto ainda vai atrair turismo!
É que é original de carago! A nossa cascata é bem mais linda que as vulgares cascatas de água que existem por este país fora... não é?
ESGOTO DE AMARANTE EVACUA NO TÂMEGA EM DIA DE ELEIÇÕES
"Hoje que é domingo (27/09) e dia de eleições legislativas de 2009, em pleno centro histórico de Amarante, exactamente em frente à porta do Santo, o esgoto cumpriu mais uma vez, pronta e plenamente, o serviço de evacuação emergente no rio Tâmega. Tanto monta que a m-e-r-d-a siga o percurso na insuficiente e debilitada rede de saneamento ou seja aliviada sob o olhar incrédulo de quem passa e visita a cidade, seja qual for o dia da semana ou o mês do ano, se o destino do eflúvio em trânsito seria sempre o mesmo, quando na passagem só sobrecarregaria a ‘nova’ e já esgotada ETAR de Amarante.
Eram pelas 16H00. Enquanto a descarga eleitoral se mostrava nas urnas pouco concorrida o esgoto no centro urbano de Amarante fazia o seu abundante escrutínio. Com o superior enquadramento de dois monumentos nacionais (Ponte e Convento), no Largo de São Gonçalo (Praça da República), saído em jorro do alto da parede granítica a espelhar no rio Tâmega, o cenário do esgoto não podia registar melhor (pior) sinal da sua republicana existência. O som da descarga caída livremente sobre o metálico passeio pedonal e batida na pedraria granítica das rochas que fixam a margem sobranceira à Igreja do convento, conjugando os odores pestilentos que contaminavam a sombra onde se vendia o pão e o doce e apertavam a respiração dos transeuntes desde a Alameda Teixeira de Pascoaes, não enganava quanto à origem da fonte.
Não!... Aquele caudal lamacento e churro não provinha do endereço sombrio que acolhe a Câmara Municipal de Amarante nas costas de Pascoaes. Mas, logo ali, desde a Alameda ao Largo, se confronta a demagogia e o gongorismo da política local que fecha os olhos e o nariz a tanta imundice, nessa 'bica' nojenta de m-e-r-d-a urbana onde se reflecte o resultado da «seriedade» e do «rigor» que a autarquia de Amarante não consegue esconder aos olhos e nariz da cidade."
José Emanuel Queirós
Pode ler no seu contexto original se clicar aqui.
Vida de Cão
domingo, 27 de setembro de 2009
Abstenção
Gostaria de ver esta abstenção, de cerca de 40%, expressa em lugares vazios no Parlamento. Ficaria bem, seria absolutamente merecido e representativo da resposta clara dos portugueses à mediocridade da generalidade dos nossos políticos.
Abstenção - o partido português ganhador destas eleições legislativas de 27 de Setembro de 2009.
Sexy Platina
Lá ganhou, o Sexy Platina. E parece que com alguma folga.
Provavelmente a maioria dos professores optou por votar Bloco ajudando aos resultados projectados que agora ouço e que não estarão muito afastados da realidade.
Valha-nos que ao menos o ps perdeu a maioria, um dos grandes objectivos da noite e que foi completamente alcançado.
O país tem aquilo que merece? Por certo.
Por certo não merecemos melhor.
O psd tem aquilo que merece?
Sem dúvida! Absolutamente!
Eleições
A minha rua teve hoje uma afluência inusitada. Confesso que já não me lembrava de a ver assim, tão movimentada quanto hoje, dia de eleições legislativas. E por certo o panorama foi geral, pois parece-me que estas eleições mobilizaram muita gente por este país fora.
Votei mesmo à hora de almoço, pelas 13:30, e a movimentação na Junta de Freguesia de S. Gonçalo fazia-se sentir, e via-se, à vista desarmada.
Por certo descerá a percentagem daqueles que nem se dão ao trabalho de se deslocar, apesar da bandalheira em que tudo foi transformado. Por certo descerão os votos em branco.
A ver vamos o que os portugueses desejam para a próxima legislatura, em princípio de quatro anos.
A ver vamos se mais logo choro, se sorrio, se lanço a minha gargalhada satisfeita e genuína pela blogosfera fora.
Só voltarei aqui lá mais para o final da noite. Receberei as novas, boas ou más, amparada de muiita família... para o que der e vier...
Até mais.
Inspiração
A formiga no carreiro
Vinha em sentido contrário
A formiga no carreiro
Vinha em sentido contrário
Caiu ao Tejo
Caiu ao Tejo
Ao pé dum septuagenário
Caiu ao Tejo
Caiu ao Tejo
Ao pé dum septuagenário
Larpou, trepou às tábuas
Larpou, trepou às tábuas
Que flutuavam nas águas
Que flutuavam nas águas
E de cima duma delas
Virou-se pró formigueiro
Mudem de rumo
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
Mudem de rumo
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
A formiga no carreiro
Vinha em sentido diferente
A formiga no carreiro
Vinha em sentido diferente
Caiu à rua
Caiu à rua
No meio de toda a gente
Caiu à rua
caiu à rua
No meio de toda a gente
Buliu, abriu as gâmbias
Buliu, abriu as gâmbias
Para trepar às varandas
Para trepar às varandas
E de cima duma delas
Virou-se pró formigueiro
Mudem de rumo
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
Mudem de rumo
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
A formiga no carreiro
Andava à roda da vida
A formiga no carreiro
Andava à roda da vida
Caiu em cima
Caiu em cima
Duma espinhela caída
Caiu em cima
Caiu em cima
Duma espinhela caída
Furou furou à brava
Furou furou à brava
Numa cova que ali estava
Numa cova que ali estava
E de cima duma delas
Virou-se pró formigueiro
Mudem de rumo
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
Mudem de rumo
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
sábado, 26 de setembro de 2009
Susana DIas
O presidente da câmara de Amarante e o Tâmega
"A isto podemos chamar rio?" - Tâmega - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
O presidente da câmara de Amarante e o Tâmega
Clique na hiperligação da ERAFM entrando na página das entrevistas para as eleições autárquicas. Nesta página vai encontrar uma hiperligação de nome Entrevistas e que é a quinta a contar da esquerda para a direita. Clique aí e entre numa outra página com mais entrevistas incluídas em Autárquicas 09. Do lado direito, em cima, está um rectângulo oculto que fica azul/verde quando sobre ele passar o rato. Puxe-o para baixo até encontrar a 1ª parte da entrevista ao actual presidente da câmara de Amarante, Armindo Abreu.
Entre na entrevista e vá rapidamente para o minuto 30. Não ouça nada até aí porque não interessa nada para o problema em causa - os destroços do rio Tâmega - e porque não interessa absolutamente nada de qualquer modo.
Recoste-se e deleite-se com a indignação de Armindo Abreu, autarca ps na sua melhor forma.
As palavras de profunda preocupação de Armindo Abreu, perante a situação dantesca de um rio que também é dele, são de fazer chorar as pedrinhas da calçada e são quase música celestial para os meus ouvidos.
Que sejam também música celestial para os ouvidos dos meus leitores.
É por estas e por outras que a cada dia que passa mais cresce a minha admiração por políticos deste calibre! Fantástico depoimento! Quanta indignação perante a poça infecta em que se transformou o Tâmega!
Chega até a ser emocionante, não é assim?
Pois é! E estamos nisto!
Chefe Seattle
Tujidos - 25-09-09 - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Chefe Seattle
"Em 1854, "O Grande Chefe Branco" em Washington fez uma oferta por uma grande área de território indígena e prometeu uma "reserva" para os índios.
A resposta do Chefe Seattle, aqui reproduzida na íntegra, tem sido considerada uma das declarações mais belas e profundas já feitas sobre o meio-ambiente."
“Como você pode comprar ou vender o céu, o calor da terra? A idéia é estranha para nós.
Se nós não somos donos da frescura do ar e do brilho da água, como você pode comprá-los?
Cada parte da Terra é sagrada para o meu povo.
Cada pinha brilhante, cada praia de areia, cada névoa nas florestas escuras, cada insecto transparente, zumbindo, é sagrado na memória e na experiência de meu povo.
A energia que flui pelas árvores traz consigo a memória e a experiência do meu povo.
A energia que flui pelas árvores traz consigo as memórias do homem vermelho.
Os mortos do homem branco esquecem-se da sua pátria quando vão caminhar entre as estrelas. Nossos mortos nunca se esquecem desta bela Terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da Terra e ela é parte de nós.
As flores perfumadas são nossas irmãs, os cervos, o cavalo, a grande águia, estes são nossos irmãos. Os picos rochosos, as seivas nas campinas, o calor do corpo do pônei, e o homem, todos pertencem à mesma família.
Assim, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que quer comprar nossa terra, ele pede muito de nós. O Grande Chefe manda dizer que reservará para nós um lugar onde poderemos viver confortavelmente. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Então vamos considerar sua oferta de comprar a terra. Mas não vai ser fácil. Pois esta terra é sagrada para nós.
A água brilhante que se move nos riachos e rios não é simplesmente água, mas o sangue de nossos ancestrais. Se vendermos a terra para vocês, vocês devem se lembrar de que ela é o sangue sagrado de nossos ancestrais.
Se nós vendermos a terra para vocês, vocês devem se lembrar de que ela é sagrada, e vocês devem ensinar a seus filhos que ela é sagrada e que cada reflexo do além na água clara dos lagos fala de coisas da vida de meu povo.
O murmúrio da água é a voz do pai de meu pai.
Os rios nossos irmãos saciam nossa sede. Os rios levam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se vendermos nossa terra para vocês, vocês devem lembrar-se de ensinar a seus filhos que os rios são irmãos nossos, e de vocês, e consequentemente vocês devem ter para com os rios o mesmo carinho que têm para com seus irmãos. Nós sabemos que o homem branco não entende nossas maneiras. Para ele um pedaço de terra é igual ao outro, pois ele é um estranho que chega à noite e tira da terra tudo o que precisa. A Terra não é seu irmão, mas seu inimigo e quando ele o vence, segue em frente. Ele deixa para trás os túmulos de seus pais, e não se importa. Ele seqüestra a Terra de seus filhos, e não se importa.
O túmulo de seu pai, e o direito de primogenitura de seus filhos são esquecidos. Ele ameaça sua mãe, a Terra, e seu irmão, do mesmo modo, comocoisas que comprou, roubou, vendeu como carneiros ou contas brilhantes. Seu apetite devorará a Terra e deixará atrás de si apenas um deserto. Não sei. Nossas maneiras são diferentes das suas. A visão de suas cidades aflige os olhos do homem vermelho. Mas talvez seja porque o homem vermelho é selvagem e não entende.
Não existe lugar tranqüilo nas cidades do homem branco. Não há onde se possa escutar o abrir das folhas na primavera, ou o ruído das asas de um insecto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não entendo. A confusão parece servir apenas para insultar os ouvidos. E o que é a vida se um homem não pode ouvir o choro solitáriode um curiango ou as conversas dos sapos, à noite, em volta de uma lagoa. Sou um homem vermelho e não entendo.
O índio prefere o som macio do vento lançando-se sobre a face do lago, e o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva de meio-dia, ouperfumado pelos pinheiros.
O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo hálito – a fera, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo hálito.
O homem branco parece não perceber o ar que respira. Como um moribundo há dias esperando a morte, ele é insensível ao mau cheiro.
Mas se vendermos nossa terra, vocês devem se lembrar de que o ar é precioso para nós, que o ar compartilha seus espíritos com toda a vida que ele sustenta.
Mas se vendermos nossa terra, vocês devem mantê-la separada e sagrada, como um lugar onde mesmo o homem branco pode ir para sentir o vento que é adoçado pelas flores da campina.
Assim, vamos considerar sua oferta de comprar nossa terra. Se resolvermos aceitar, eu imporei uma condição – o homem branco deve tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não entendo de outra forma. Vi mil búfalos apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco que os matou da janela de um trem que passava.
Sou um selvagem e não entendo como o cavalo de ferro que fuma pode se tornar mais importante que o búfalo, que nós só matamos para ficarmos vivos.
O que é o homem sem os animais?
Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão do espírito. Pois tudo o que acontece aos animais, logo acontece ao homem. Todas as coisas estão ligadas.
Vocês devem ensinar a seus filhos que o chão sob seus pés é as cinzas de nossos avós. Para que eles respeitem a terra, digam a seus filhos que a Terra é rica com as vidas de nossos parentes. Ensinem as seus filhos o que ensinamos aos nossos, que a Terra é nossa mãe. Tudo o que acontece à Terra, acontece aos filhos da Terra. Se os homens cospem no chão, eles cospem em si mesmos.
Isto nós sabemos – a Terra não pertence ao homem –o homem pertence à Terra. Isto nós sabemos. Todas as coisas estão ligadas como o sangue que une uma família. Todas as coisas estão ligadas.
Tudo o que acontece à Terra – acontece aos filhos da Terra. O homem não teceu a teia da vida – ele é meramente um fio dela. O que quer que ele faça à teia, ele faz a si mesmo.
Mesmo o homem branco, cujo Deus anda e fala com ele como para amigo, não pode ficar isento do destino comum.
Podemos ser irmãos, afinal de contas. Veremos. De uma coisa nós sabemos, que o homem branco pode um dia descobrir – nosso Deus é o mesmo Deus. Vocês podem pensar agora que vocês O possuem como desejam possuir nossa terra, mas vocês não podem fazê-lo. Ele é Deus do homem, e Sua compaixão é igual tanto para como homem vermelho quanto para com o branco. A Terra é preciosa para Ele, e danificar a Terra é acumular desprezopor seu criador. Os brancos também passarão, talvez antes de todas as outras tribos.
Mas em seu desaparecimento vocês brilharão com intensidade, queimados pela força do Deus que os trouxe a esta terra e para algum propósito especial lhes deu domínio sobre esta terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é um mistério para nós, pois não entendemos quando os búfalos são mortos, os cavalos selvagens são domados, os recantos secretos da floresta carregados pelo cheiro de muitos homens, e a vista das montanhas maduras manchadas por fios que falam.
Onde está o bosque?
Acabou.
Onde está a águia?
Acabou.
O fim dos vivos e o começo da sobrevivência.”
Nota - Com os meus agradecimentos ao Hélio Matias, que me enviou este belíssimo texto "obrigando-me" a recordá-lo.
"Os Destroços de um Rio"
"O Tâmega que já foi rio às portas de Amarante agoniza a reserva de água na «zona sensível» da albufeira do Torrão (Decreto-Lei n.º 152/97, de 19 de Junho), pela carga de nutrientes que lhe é vertida no leito.
Desde há muitos anos, em toda a extensão da albufeira criada pela Barragem do Torrão (Alpendorada - Marco de Canaveses), a prolífica cultura de algas azuis dá um colorido endémico muito verde, intensamente pastoso e pestilento às águas, imediatamente a jusante da cidade de Amarante. As suas margens, classificadas de «domínio público hídrico», outrora debruadas de areias douradas são agora pântanos de lodos negros, fétidos e nojentos onde se acumulam pastas verdes imundas, sobras marginais de todo o tipo, lixos e latas, testemunhos de uma deplorável morbidez planetária que a civilização insustentável alcançou em terras amarantinas e o Estado consente."
José Emanuel Queirós, in Plenacidadania.
Só uma nota final.
O rio em Agosto de 2009 estava como se vê no filme que agora posto, da autoria do Extramar.
Ontem, quando o fotografei, estava incomparavelmente pior.
Lique aqui e veja o mesmo filme em ecran pleno.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Sócrates
Convite - Corrida
Sócrates
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Sócrates
Acaba de me chegar às mãos um estudo efectuado por cientistas portugueses que descodificaram o nome SÓCRATES.
Eis as conclusões do estudo:
Salazar
Outrora
Caiu;
Regressou
Agora
Transformado
Em
Socialista
Nota - Acabadinho de me chegar às mãos via e-mail. Thanks, Dudú!
À Conversa com Ricardo Pinto - Susana Dias
Susana Dias - S. Gonçalo - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
À Conversa com Ricardo Pinto - Susana Dias
É já amanhã que o programa de rádio do Ricardo irá para o ar, desta vez com uma convidada deveras especial para muitos de nós, seus companheiros de estrada e amigos.
Será um prazer escutar esta força da Natureza que dá pelo nome de Susana, professora de Filosofia na Escola Secundária/3 de Amarante, já amplamente apresentada neste blogue aqui e aqui, aqui, e aqui.
Estaremos atentos, pelas 18 horas.
Alteração
"Devido às eleições legislativas e a não transmissão do futebol no domingo e sim no sábado, o programa «À CONVERSA COM RICARDO PINTO» sofrerá uma ligeira alteração. Excepcionalmente, irá para o ar das 19 às 21 em directo em 92.7 ou através da Internet em www.erafm927.com/radioAmanhã, dia 26, teremos a Dr.ª Susana Dias em estúdio que nos vem contar a sua história de vida que se encontra recheada como todas com bons e maus momentos, mas com uma particularidade, que felizmente aqui não é comum a todas! – Susana Dias e o «cancro». Como foi vivenciar, aprender a lidar com a doença. Irá ser com certeza uma conversa emocionante na 1.ª pessoa! Por isso não perca e se quiser deixar em directo alguma mensagem terá ao seu dispor a linha telefónica 255420481.
Porque o cancro não escolhe raças ou géneros é preciso ultrapassar preconceitos, «saltar barreiras».
Já sabe amanhã a partir das 19!
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Já?
Tâmega
Tâmega
Foi com emoção que recebi do Hélio Matias esta prenda maravilhosa que me deixou a olhar embasbacada e de olhos rasos de água para o meu rio.
Desconhecia por completo este postal de Amarante que constituiu, para mim, uma prenda completamente inesperada, recebida num dia de imensa tristeza, dia em que fui, uma vez mais, confrontada com a agonia de um rio que já foi um rio asseado.
Muitíssimo obrigada pelo carinho colocado neste presente, enviado via e-mail.
Amanhã não deixarei de o mostrar ao meu pai, que por certo se emocionará ainda mais do que eu, ao ver o local onde aprendeu a nadar e que foi exactamente nestes areais.
"Era este o seu Tâmega de que tanto fala?"
Era Hélio. Ainda o recordo assim.
Auto-Retrato
Auto-Retrato - Tujidos - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Auto-Retrato
Hoje partilho o auto-retrato que amaria jamais ter feito.
Para o tirar, percorri um ainda longo caminho em terra batida e empoeirada e, chegada à margem, trepei para cima de um muro alto, sobranceiro ao meu Tâmega e, de olhos rasos de água, disparei.
O espectáculo é inconcebível, inacreditável, surreal.
Onde está o meu rio?
Onde está o rio onde aprendi a nadar, entre os peixes de água doce e as cobras do rio, avistando lontras e cágados entre o arvoredo das margens?
Onde está o rio que me aplacou a adolescência rebelde e onde passei muitas das minhas férias de Verão, adolescente acompanhada de outros adolescentes, nadando até não poder mais, mergulhando e saltando a torto e a direito do Pontilhão, do Penedinho, do Penedo Grande?
Onde ficaram as saídas da água de dedos encarquilhados e já a tiritar de frio porque era de todo impossível permanecer mais tempo nas águas frescas do Tâmega?
Onde está o cheiro, o cheiro que só quem nadou em águas de rio conhece... onde está ele?
Onde está o meu rio?
Quem mo restitui?
O Tâmega, a Poluição e o Alguedo
O Tâmega apresentou-se, perante os meus olhos incrédulos, tal qual se apresenta nas fotografias. Uma poça infecta, que só pode ser um risco para a saúde pública de quem habita nas cercanias.
Mas quem põe cobro a esta situação?
Não será este um caso de polícia?
O Tâmega, a Poluição e o Alguedo
Intolerável Chantagem
O ME lançou rebuçados para o ar em forma de Magalhães. Agora, a dias das eleições, suspendeu o lançamento dos ditos, avisando alto e bom som:
Votem em nós! Se votarem continuarão a receber os "rebuçados"!
Ou seja, primeiro criou a necessidade, depois privou o Zé Patego e finalmente acenou-lhe com a cenoura, se ele for nessa... Vanessa!
É uma técnica muito rudimentar e simples, que se encontra bem estudada, e que resulta sempre bem com os animais.
Chegada a esta parte... desculpem... acho que vou vomitar...
"Ministra da Educação garante que se o PS vencer as eleições o programa tecnológico vai ter continuidade
Maria de Lurdes Rodrigues garante que no caso do PS ser reeleito o programa tecnológico para a educação vai prosseguir. Vários pais de alunos a começaram as aulas no 1º ano estão preocupados porque não podem para já candidatar-se ao computador Magalhães. A ministra da Educação garante que este ponto e os restantes do programa tecnológico vão manter-se se o PS voltar a formar Governo."
Leia a restante notícia aqui.
E ouça aqui.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Outono
Outono - Reflexos no Tâmega - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Outono
Entrou ontem, pela noite e, assim sendo, hoje é primeiro dia de Outono.
Aqui fica fotografado, mesmo ao cair da noite, com o Tâmega à vista, mas felizmente às escuras.
Amanhã voltarei aqui, a este mesmo sítio, e fotografarei, com a luz do sol da manhã, um rio que morre em silêncio, asfixiado no alguedo.
Home ou a Importância do Conforto no Trabalho
Ser Professor implica, acima de tudo, trabalho duro para os alunos e com os alunos. Duro, mas prazenteiro! Bem sei que, para os iluminados do ME, Ser Professor é qualquer coisa que até pode passar por ser um professor colocado em funções de avaliação no âmbito desta anedótica avaliação do desempenho docente e, pasme-se!, em exclusividade! Olho para tudo isto com tristeza por ver o meu país, mais uma vez, esbanjar recursos a torto e a direito, parecendo nadar neles.
Continuo a remar contra uma certa maré de imbecilidade que se abateu sobre este país e quero, unicamente, continuar a trabalhar com os meus alunos e para os meus alunos, porque escolhi Ser Professora e não um simulacro de professora, e porque não há nada que pague a felicidade de ouvir, logo pela manhã e na segunda aula de História, um "Só faltam dez minutos para a aula acabar! Ó professora, devíamos ter aulas de História todos os dias!"
Vem isto a propósito de eu ter voltado a casa e de me sentir em casa na minha nova/velha Escola. De facto, voltei à "minha" Sala de História, à sala que ajudei a criar, depois de sugerida ao Directivo da altura, na pessoa da Elisabete, que se virou para mim e para a I e disse ser tal possível, apenas com o risco de ficarmos com horários um pouquito piores. Ok, pois arriscaríamos, em prol do investimento no conforto de possuirmos uma sala só para as duas, equipada com tudo o que fosse indispensável.
E a sala foi criada, durante o período de férias de Verão e, em Setembro, bolas! fui colocada na ESA!
Adeus E. B. 2/3 de Amarante! Adeus Sala de História!
E fiz um interregno de quatro longos anos.
Agora voltei. Voltei à "minha" Sala de História, onde lecciono todas as aulas de História e onde tenho todas as condições de conforto para o exercício da minha profissão.
A Sala de História está equipada com um computador fixo e respectivo teclado, projector fixo, televisão que possibilita a passagem de filmes vídeo, leitor de DVD e mantém ainda o velhinho quadro de parede. Ainda não tem quadro interactivo mas lá chegaremos, se tal for necessário. Como a sala é quente, qual não é com este calor?, está equipada com uma ventoinha de tecto para maior conforto de quem lá habita e tem até um relógio de parede, simpático, para melhor controlarmos as horas.
No armário, que serve simultaneamente de parede lateral da sala, coloquei já todos os livros de História do 7º ao 9º ano de escolaridade que serão úteis caso os alunos precisem de pesquisar para um qualquer trabalho de grupo, dicionário à mão para qualquer dúvida que surja na escrita e mapas, alguns verdadeiros documentos históricos do tempo da outra senhora, do tempo em que "tínhamos" ainda Províncias Ultramarinas.
Agora, e porque me sinto em casa, levarei alguns dos meus fósseis, as minhas réplicas de obras de arte do Paleolítico, o meu rolo de papiro feito tal qual os rolos de papiro dos escribas no tempo do Antigo Egipto, o meu papiro pintado e escrito com os célebres hieróglifos, a minha miniatura de sarcófago, os meus inúmeros documentários e o mais que agora nem lembro, colocando assim à disposição, também dos alunos que não são meus, materiais que eles simplesmente adoram manusear, observar, apreciar.
"Ó Professora... a Vénus de Brassempouy é tão pequenina!"
Pois é! Nada como concretizar e não deixar as coisas no abstracto.
E nada como ter deixado para trás a leccionação em salas múltiplas e variadas, completamente impessoais, áridas e vazias até dizer chega!
Magalhães
Manif - 19-09-09 - Assembleia da república - Lisboa
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Magalhães
Programa de distribuição do computador Magalhães suspenso
Hoje às 07:25
Um ano depois do Governo entregar nas escolas os primeiros Magalhães a TSF apurou que o programa está suspenso. Fonte do plano tecnológico da Educação adiantou mesmo não dispor de qualquer informação sobre a continuidade do projecto.
Leia e ouça o resto da notícia aqui.
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Informação Pertinente
A quem interessar, com os meus agradecimentos à Em@.
Para entrar é favor clicar na hiperligação.
Recurso Hierárquico da Bolsa de Recrutamento – Está disponível a partir de 18/9 e até às 18h do dia 25 o Recurso Hierárquico das colocações efectuadas nos dias 16 e 17 - 21/09/2009
Bússola Eleitoral
Se está indeciso clique nesta Bússola Eleitoral e saiba onde colocar o seu votozinho.
Eu já fiz o teste e deu-me... Partido da Terra?!
Faça o seu teste e partilhe connosco o resultado.
Um, dois, três... acção!
Ajudei-te, Bugs?
Ajudei-te, Dudú?
Thanks, Eugénio!
Atenção Contratados!
Exmo(a) Sr(a) Prof(a)
O Gabinete de Gestão Financeira do ME publicou, a 4 de Setembro, o Ofício-Circular n.º 10/GGF/2009 que esclarece que os docentes contratados ao abrigo DL 20/2006 (que inclui as contratações cíclicas) em que a figura jurídica era o contrato administrativo de provimento, têm direito a uma compensação por caducidade do contrato, nos termos do artigo 252º do Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas (RCTFP - Lei n.º 59/2008).
Por força da alínea d) do nº 1 do artigo 91º da Lei nº 12-A/2008, de 27 de Fevereiro (LVCR), os contratos administrativos de provimento celebrados com docentes dos ensinos básico e secundário converteram-se em contratos de trabalho em funções públicas a termo resolutivo certo ou incerto, com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2009.
De acordo com o nº 3 do artigo 252, do Regime - anexo I, do RCTFP, “ a caducidade do contrato a termo certo que decorra da não comunicação, pela entidade empregadora pública, da vontade de o renovar confere ao trabalhador o direito a uma compensação correspondente a três ou dois dias de remuneração base por cada mês de duração do vínculo, consoante o contrato tenha durado por um período que, respectivamente, não exceda ao seja superior a seis meses”
Considerando que os contratos administrativos celebrados com o pessoal docente para o ano escolar de 2008/2009 se converteram, a partir de 1 de Janeiro de 2009, em contratos de trabalho em funções públicas, aos docentes cujos contratos cessaram até 31 de Agosto de 2009 é devido o direito à compensação prevista no nº3 do artigo 252º do Regime.
A referida compensação é devida a partir do dia 1 de Janeiro de 2009, data da entrada em vigor da Lei nº 59/2008, de 11 de Set., pelo que no corrente ano, apenas devem ser considerados os meses do contrato a partir de 1 de Janeiro de 2009.
Aos docentes que estiveram contratados até 31 de Agosto de 2009, apenas será devida a compensação por caducidade se não tiverem sido novamente colocados em 1 de Setembro de 2009.
Os docentes que não foram colocados em 1 de Setembro, para além da compensação por caducidade devem igualmente ser abonados do subsídio de Natal, relativo ao serviço prestado entre Janeiro e Agosto, nos termos da alínea b) do número 2 do artigo 207º do Regime.
Portanto, os docentes nas condições acima referidas deverão contactar as secretarias das escolas onde exerceram funções no sentido de lhes ser abonada as respectivas compensações por caducidade do contrato.
A Direcção do SDPSul
Évora, 22 de Setembro de 2009
Nota - Obrigada, Em@!
Trapalhadas Presidenciais
Só nos faltava mesmo esta novela em cima das eleições legislativas!
Obviamente, subscrevo as palavras de Pacheco Pereira.
Foi anjinho? Kakakakaka... deixa-me rir!
E aí vai mais um post para a etiqueta "Política Nojenta".
Pacheco Pereira diz que Cavaco interferiu nas eleições ao demitir assessor
Hoje às 10:25
"Pacheco Pereira considerou, esta terça-feira, que o Presidente da República acabou por interferir na campanha eleitoral ao falar «através da demissão» de Fernando Lima. Para o cabeça de lista do PSD pelo distrito de Santarém, Cavaco Silva «já está inevitavelmente comprometido» com o resultado das eleições."
Leia e ouça tudo aqui.
Voto Útil
Voto Útil
Trouxe este post do blogue ProfAvaliação. Muito embora não vá seguir a lógica do voto útil e engolir sapos para depois arcar com as culpas de ter colocado esses mesmos sapos saltitantes no poder, a verdade é que fiquei deveras satisfeita por ver que o meu voto, em consciência, até encaixa dentro do voto útil para tirar José Sócrates do poder.
Este post é de partilha e a informação aqui contida pode ajudar alguns indecisos. No próximo dia 27 de Setembro votem. Avaliem este governo.
Aqui fica o post do Ramiro Marques.
Este post é para os professores que não estão agarrados a partidos políticos e que sobrepõem o pragmatismo à questão da ideologia política. Não sei quantos professores podem beneficiar do trabalho do Primeiro Fax sobre "como votar útil e tirar deputados ao PS". Sei, no entanto, que são muitos. É para eles que reedito as conclusões do trabalho do Primeiro Fax:
Para tirar deputados ao PS e ter a certeza de que se vai ver livre de José Sócrates, Valter Lemos, Jorge Pedreira e Maria de Lurdes Rodrigues, tenha em consideração o seguinte:
Aveiro - Voto que tira deputados ao PS: PSD e CDS
Beja - Voto que tira deputados ao PS: CDU
Braga - Voto que tira deputados ao PS: PSD, CDS, CDU e BE
Bragança - Voto que tira deputados ao PS: PSD
Castelo Branco - Voto que tira deputados ao PS: PSD
Coimbra - Voto que tira deputados ao PS: PSD
Évora - Voto que tira deputados ao PS: CDU
Faro - Voto que tira deputados ao PS: PSD
Guarda - Voto que tira deputados ao PS: PSD
Leiria - Voto que tira deputados ao PS: PSD e CDS
Lisboa - Voto que tira deputados ao PS: PSD, CDU, BE e CDS
Portalegre - Voto que tira deputados ao PS: PSD (provavelmente)
Porto - Voto que tira deputados ao PS: CDU, BE, PSD e CDS
Santarém - Voto que tira deputados ao PS: CDU e PSD
Setúbal - Voto que tira deputados ao PS: BE, CDU, PSD e CDS
Viana do Castelo - Voto que tira deputados ao PS: PSD
Vila Real: Voto que tira deputados ao PS: PSD
Viseu - Voto que tira deputados ao PS: PSD e CDS
Açores - Voto que tira deputados ao PS: PSD
Madeira: Voto que tira deputados ao PS: PSD
Europa - Voto que tira deputados ao PS: PSD
Fora da Europa: Voto que tira deputados ao PS: PSD
Sondagem - Sócrates pior que Santana Lopes!
Pois é! Elas aparecem de onde menos se espera! Qual sexy?! Qual charmoso?! O homem é somente irritante até dizer chega!
E sendo assim... chega!
O resultado da sondagem que dá Sócrates como o pior primeiro-ministro desde 1985 está aqui.
E vi aqui em primeira mão.
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
A Campanha Eleitoral no Seu Melhor!
E a campanha tem sido fantástica, pá!
Não tem?
Campanha Eleitoral - Se eu for primeiro ministro...
Campanha Eleitoral - Se eu for primeiro-ministro...
E eu varria-os a todos! Incluindo o que os varria a todos. E varria outros que por aqui não constam.
Pode lá ser isto! Escândalo atrás de escândalo e de escândalo em escândalo já nem o Presidente se safa do lamaçal que atacou este país.
Mas qual vírus da gripe? Maior problema é este que nos empesta os sentidos e nos deixa a cabeça a andar à roda de tonta com semelhante tonteira!
Já chega! Parem lá para pensar no país!
Nota - Com os meus agradecimentos ao Miguel Loureiro que me enviou este cartoon.
O Animal Feroz?!
O Animal Feroz em acção e em plena campanha eleitoral.
Pesquei aqui. Obrigada, Ana Cristina!
Ecos na Blogosfera
Tâmega em 5-09-09 - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Ecos na Blogosfera
Ponto da situação. Hoje o crime ambiental praticado impunemente no Tâmega chegou aqui, aqui e aqui.
Obrigada, amigos meus, por ajudarem na divulgação desta situação que não pode ser silenciada.
A fotografia que ilustra este post foi tirada em Formão, no passado dia 5 de Setembro, e tem como pano de fundo a ponte da A4 que liga o Porto a Amarante.
Um pouquito mais tarde saiu aqui.
Amarante, a Poluição e o Turismo
O Tâmega e o Esgoto ou o Esgoto do Tâmega
As fotografias que hoje publico foram acabadas de tirar.
Estava eu a tomar o meu café matinal quando sou "surpreendida" por um cheiro nauseabundo a esgoto, em pleno Largo de S. Gonçalo. As pessoas que por lá passavam torciam o nariz perante semelhante pivete, a estrangeirada tirava fotografias a tão insólito panorama, e as pessoas lá iam percebendo e tomando conhecimento do "problema" que é esta constante falta de respeito pelo rio, permitida pelas entidades responsáveis cá do burgo.
Na verdade o problema é velho. E apesar das obras de alindamento do Largo de S. Gonçalo, com recurso a projecto do arquitecto Távora, galeria técnica xpto e da enormesca fatia de dinheiro do erário público enterrada naquela obra granítica, não sei como foi possível não precaver situações como a que hoje pudemos assistir e que foi apenas mais uma das muitas que ocorrem em pleno coração da cidade de Amarante.
Ao que parece, e segundo o técnico da empresa Águas do Ave que vinha "resolver" o caso, a tubagem foi mal dimensionada e, de quando em vez, a pressão exercida pelo detritos é de tal ordem que rebenta com umas tampas que por lá existem na galeria técnica criando uma cascata imunda, nojenta e pestilenta que cai cá bem de cima, em pleno muro que sustenta o Largo de S, Gonçalo, directamente para as belas margens do Tâmega, espalhando um líquido aromático que está longe de se aproximar de qualquer perfume tolerável.
O Tâmega, a jusante de Amarante, não está como aqui foi denunciado por obra do espírito santo de orelha. Os problemas são constantes, reais e estão à vista de todos. Todos os conhecem. As descargas para o rio são múltiplas e variadas e fazem-se nas nossas barbas. Os problemas são conhecidos. Só não são é resolvidos, o que eu lamento profundamente.
A nós, amarantinos, cabe-nos denunciar publicamente o que se vai passando por aqui e por aqui, com uma certeza - ou revertemos rapidamente a situação ou pagaremos bem caro esta falta de respeito pelos recursos hídricos.
domingo, 20 de setembro de 2009
ESA na Manif
Reflexos - Isabel, Anabela, Cristina, Paulo - Lisboa
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
ESA na Manif
Fomos para aí uns vinte. "Todos" da ESA. Pelo menos todos ESA e ex-ESA. Levámos uma das maiores representações de Escola presentes na concentração de ontem, em Lisboa. Já no regresso, e quase em casa, foi com um enorme orgulho que ouvi o agradecimento sincero do Octávio Gonçalves pelo apoio dos professores da ESA a esta acção convocada pelos movimentos independentes, apoio este vindo duma escola que já sobressaiu nesta luta longa contra a acção deveras nefasta desta equipa ministerial.
O nosso contributo tem-se feito ouvir para além das paredes cá do burgo, muito através deste blogue, muito através desta blogosfera que chega aonde menos se espera.
Que ninguém se engane pelos números de ontem. Somos muitos e continuamos profundamente descontentes com a tutela.
Quero aqui deixar um agradecimento muito especial à Margarida, que tratou de toda a logística com o PROmova para que pudéssemos ir juntos a Lisboa.
E aqui deixo beijinhos especiais a todos os professores "amarantinos" que ontem se disponibilizaram de forma tão generosa, abdicando do seu sábado de descanso, e marcaram presença na Assembleia da República.
Simbolicamente publico reflexos de alguns, numa montra da capital. Mais uma vez, comparecemos.
Jornada de Luta
Jornada de Luta
sábado, 19 de setembro de 2009
Professor: Para Onde Queres Ir?
Professor: Para Onde Queres Ir?
Eu?
Decididamente para Lisboa. Decididamente para a Assembleia da República.
E agora vou-me que daqui a pouco saio do conforto do meu lar.
Darei novas assim que chegar.
Ah! E o pessoal da ESA sempre vai à boleia com o pessoal de Vila Real, do PROmova, o que constitui uma excelente oportunidade para conhecer mais uns quantos professores do núcleo duro da luta.
E, para terminar, direi só que é um prazer apanhar uma boleia assim!
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Manifesto de Obama para os alunos
Manifesto de Obama para os alunos
É um pouco longo mas lê-lo não é tempo perdido.
"Sei que para muitos de vocês hoje é o primeiro dia de aulas, e para os que entraram para o jardim infantil, para a escola primária ou secundária, é o primeiro dia numa nova escola, por isso é compreensível que estejam um pouco nervosos. Também deve haver alguns alunos mais velhos, contentes por saberem que já só lhes falta um ano. Mas, estejam em que ano estiverem, muitos devem ter pena por as férias de Verão terem acabado e já não poderem ficar até mais tarde na cama.
Também conheço essa sensação. Quando era miúdo, a minha família viveu alguns anos na Indonésia e a minha mãe não tinha dinheiro para me mandar para a escola onde andavam os outros miúdos americanos. Foi por isso que ela decidiu dar-me ela própria umas lições extras, segunda a sexta-feira, às 4h30 da manhã.
A ideia de me levantar àquela hora não me agradava por aí além. Adormeci muitas vezes sentado à mesa da cozinha. Mas quando eu me queixava a minha mãe respondia-me: "Olha que isto para mim também não é pêra doce, meu malandro..."Tenho consciência de que alguns de vocês ainda estão a adaptar-se ao regresso às aulas, mas hoje estou aqui porque tenho um assunto importante a discutir convosco. Quero falar convosco da vossa educação e daquilo que se espera de vocês neste novo ano escolar.
Já fiz muitos discursos sobre educação, e falei muito de responsabilidade. Falei da responsabilidade dos vossos professores de vos motivarem, de vos fazerem ter vontade de aprender. Falei da responsabilidade dos vossos pais de vos manterem no bom caminho, de se assegurarem de que vocês fazem os trabalhos de casa e não passam o dia à frente da televisão ou a jogar com a Xbox. Falei da responsabilidade do vosso governo de estabelecer padrões elevados, de apoiar os professores e os directores das escolas e de melhorar as que não estão a funcionar bem e onde os alunos não têm as oportunidades que merecem.
No entanto, a verdade é que nem os professores e os pais mais dedicados, nem as melhores escolas do mundo são capazes do que quer que seja se vocês não assumirem as vossas responsabilidades. Se vocês não forem às aulas, não prestarem atenção a esses professores, aos vossos avós e aos outros adultos e não trabalharem duramente, como terão de fazer se quiserem ser bem sucedidos.
E hoje é nesse assunto que quero concentrar-me: na responsabilidade de cada um de vocês pela sua própria educação.
Todos vocês são bons em alguma coisa. Não há nenhum que não tenha alguma coisa a dar. E é a vocês que cabe descobrir do que se trata. É essa oportunidade que a educação vos proporciona.
Talvez tenham a capacidade de ser bons escritores - suficientemente bons para escreverem livros ou artigos para jornais -, mas se não fizerem o trabalho de Inglês podem nunca vir a sabê-lo. Talvez sejam pessoas inovadoras ou inventores - quem sabe capazes de criar o próximo iPhone ou um novo medicamento ou vacina -, mas se não fizerem o projecto de Ciências podem não vir a percebê-lo. Talvez possam vir a ser mayors ou senadores, ou juízes do Supremo Tribunal, mas se não participarem nos debates dos clubes da vossa escola podem nunca vir a sabê-lo.
No entanto, escolham o que escolherem fazer com a vossa vida, garanto-vos que não será possível a não ser que estudem. Querem ser médicos, professores ou polícias? Querem ser enfermeiros, arquitectos, advogados ou militares? Para qualquer dessas carreiras é preciso ter estudos. Não podem deixar a escola e esperar arranjar um bom emprego. Têm de trabalhar, estudar, aprender para isso.
E não é só para as vossas vidas e para o vosso futuro que isto é importante. O que vocês fizerem com os vossos estudos vai decidir nada mais nada menos que o futuro do nosso país. Aquilo que aprenderem na escola agora vai decidir se enquanto país estaremos à altura dos desafios do futuro.Vão precisar dos conhecimentos e das competências que se aprendem e desenvolvem nas ciências e na matemática para curar doenças como o cancro e a sida e para desenvolver novas tecnologias energéticas que protejam o ambiente. Vão precisar da penetração e do sentido crítico que se desenvolvem na história e nas ciências sociais para que deixe de haver pobres e sem-abrigo, para combater o crime e a discriminação e para tornar o nosso país mais justo e mais livre. Vão precisar da criatividade e do engenho que se desenvolvem em todas as disciplinas para criar novas empresas que criem novos empregos e desenvolvam a economia.
Precisamos que todos vocês desenvolvam os vossos talentos, competências e intelectos para ajudarem a resolver os nossos problemas mais difíceis. Se não o fizerem - se abandonarem a escola -, não é só a vocês mesmos que estão a abandonar, é ao vosso país.Eu sei que não é fácil ter bons resultados na escola. Tenho consciência de que muitos têm dificuldades na vossa vida que dificultam a tarefa de se concentrarem nos estudos. Percebo isso, e sei do que estou a falar. O meu pai deixou a nossa família quando eu tinha dois anos e eu fui criado só pela minha mãe, que teve muitas vezes dificuldade em pagar as contas e nem sempre nos conseguia dar as coisas que os outros miúdos tinham. Tive muitas vezes pena de não ter um pai na minha vida. Senti-me sozinho e tive a impressão que não me adaptava, e por isso nem sempre conseguia concentrar-me nos estudos como devia. E a minha vida podia muito bem ter dado para o torto.Mas tive sorte. Tive muitas segundas oportunidades e consegui ir para a faculdade, estudar Direito e realizar os meus sonhos. A minha mulher, a nossa primeira-dama, Michelle Obama, tem uma história parecida com a minha. Nem o pai nem a mãe dela estudaram e não eram ricos. No entanto, trabalharam muito, e ela própria trabalhou muito para poder frequentar as melhores escolas do nosso país.
Alguns de vocês podem não ter tido estas oportunidades. Talvez não haja nas vossas vidas adultos capazes de vos dar o apoio de que precisam. Quem sabe se não há alguém desempregado e o dinheiro não chega. Pode ser que vivam num bairro pouco seguro ou os vossos amigos queiram levar-vos a fazer coisas que vocês sabem que não estão bem.
Apesar de tudo isso, as circunstâncias da vossa vida - o vosso aspecto, o sítio onde nasceram, o dinheiro que têm, os problemas da vossa família - não são desculpa para não fazerem os vossos trabalhos nem para se portarem mal. Não são desculpa para responderem mal aos vossos professores, para faltarem às aulas ou para desistirem de estudar. Não são desculpa para não estudarem.
A vossa vida actual não vai determinar forçosamente aquilo que vão ser no futuro. Ninguém escreve o vosso destino por vocês. Aqui, nos Estados Unidos, somos nós que decidimos o nosso destino. Somos nós que fazemos o nosso futuro.
E é isso que os jovens como vocês fazem todos os dias em todo o país. Jovens como Jazmin Perez, de Roma, no Texas. Quando a Jazmin foi para a escola não falava inglês. Na terra dela não havia praticamente ninguém que tivesse andado na faculdade, e o mesmo acontecia com os pais dela. No entanto, ela estudou muito, teve boas notas, ganhou uma bolsa de estudos para a Universidade de Brown, e actualmente está a estudar Saúde Pública.
Estou a pensar ainda em Andoni Schultz, de Los Altos, na Califórnia, que aos três anos descobriu que tinha um tumor cerebral. Teve de fazer imensos tratamentos e operações, uma delas que lhe afectou a memória, e por isso teve de estudar muito mais - centenas de horas a mais - que os outros. No entanto, nunca perdeu nenhum ano e agora entrou na faculdade.
E também há o caso da Shantell Steve, da minha cidade, Chicago, no Illinois. Embora tenha saltado de família adoptiva para família adoptiva nos bairros mais degradados, conseguiu arranjar emprego num centro de saúde, organizou um programa para afastar os jovens dos gangues e está prestes a acabar a escola secundária com notas excelentes e a entrar para a faculdade.
A Jazmin, o Andoni e a Shantell não são diferentes de vocês. Enfrentaram dificuldades como as vossas. Mas não desistiram. Decidiram assumir a responsabilidade pelos seus estudos e esforçaram-se por alcançar objectivos. E eu espero que vocês façam o mesmo.
É por isso que hoje me dirijo a cada um de vocês para que estabeleça os seus próprios objectivos para os seus estudos, e para que faça tudo o que for preciso para os alcançar. O vosso objectivo pode ser apenas fazer os trabalhos de casa, prestar atenção às aulas ou ler todos os dias algumas páginas de um livro. Também podem decidir participar numa actividade extracurricular, ou fazer trabalho voluntário na vossa comunidade. Talvez decidam defender miúdos que são vítimas de discriminação, por serem quem são ou pelo seu aspecto, por acreditarem, como eu acredito, que todas as crianças merecem um ambiente seguro em que possam estudar. Ou pode ser que decidam cuidar de vocês mesmos para aprenderem melhor. E é nesse sentido que espero que lavem muitas vezes as mãos e que não vão às aulas se estiverem doentes, para evitarmos que haja muitas pessoas a apanhar gripe neste Outono e neste Inverno.Mas decidam o que decidirem gostava que se empenhassem. Que trabalhassem duramente. Eu sei que muitas vezes a televisão dá a impressão que podemos ser ricos e bem-sucedidos sem termos de trabalhar - que o vosso caminho para o sucesso passa pelo rap, pelo basquetebol ou por serem estrelas de reality shows -, mas a verdade é que isso é muito pouco provável. A verdade é que o sucesso é muito difícil. Não vão gostar de todas as disciplinas nem de todos os professores. Nem todos os trabalhos vão ser úteis para a vossa vida a curto prazo. E não vão forçosamente alcançar os vossos objectivos à primeira.No entanto, isso pouco importa. Algumas das pessoas mais bem-sucedidas do mundo são as que sofreram mais fracassos. O primeiro livro do Harry Potter, de J. K. Rowling, foi rejeitado duas vezes antes de ser publicado. Michael Jordan foi expulso da equipa de basquetebol do liceu, perdeu centenas de jogos e falhou milhares de lançamentos ao longo da sua carreira. No entanto, uma vez disse: "Falhei muitas e muitas vezes na minha vida. E foi por isso que fui bem-sucedido."Estas pessoas alcançaram os seus objectivos porque perceberam que não podemos deixar que os nossos fracassos nos definam - temos de permitir que eles nos ensinem as suas lições. Temos de deixar que nos mostrem o que devemos fazer de maneira diferente quando voltamos a tentar. Não é por nos metermos num sarilho que somos desordeiros. Isso só quer dizer que temos de fazer um esforço maior por nos comportarmos bem. Não é por termos uma má nota que somos estúpidos. Essa nota só quer dizer que temos de estudar mais.
Ninguém nasce bom em nada. Tornamo-nos bons graças ao nosso trabalho. Não entramos para a primeira equipa da universidade a primeira vez que praticamos um desporto. Não acertamos em todas as notas a primeira vez que cantamos uma canção. Temos de praticar. O mesmo acontece com o trabalho da escola. É possível que tenham de fazer um problema de Matemática várias vezes até acertarem, ou de ler muitas vezes um texto até o perceberem, ou de fazer um esquema várias vezes antes de poderem entregá-lo.
Não tenham medo de fazer perguntas. Não tenham medo de pedir ajuda quando precisarem. Eu todos os dias o faço. Pedir ajuda não é um sinal de fraqueza, é um sinal de força. Mostra que temos coragem de admitir que não sabemos e de aprender coisas novas. Procurem um adulto em quem confiem - um pai, um avô ou um professor ou treinador - e peçam-lhe que vos ajude.
E mesmo quando estiverem em dificuldades, mesmo quando se sentirem desencorajados e vos parecer que as outras pessoas vos abandonaram - nunca desistam de vocês mesmos. Quando desistirem de vocês mesmos é do vosso país que estão a desistir.
A história da América não é a história dos que desistiram quando as coisas se tornaram difíceis. É a das pessoas que continuaram, que insistiram, que se esforçaram mais, que amavam demasiado o seu país para não darem o seu melhor.
É a história dos estudantes que há 250 anos estavam onde vocês estão agora e fizeram uma revolução e fundaram este país. É a dos estudantes que estavam onde vocês estão há 75 anos e ultrapassaram uma depressão e ganharam uma guerra mundial, lutaram pelos direitos civis e puseram um homem na Lua. É a dos estudantes que estavam onde vocês estão há 20 anos e fundaram a Google, o Twitter e o Facebook e mudaram a maneira como comunicamos uns com os outros.
Por isso hoje quero perguntar-vos qual é o contributo que pretendem fazer. Quais são os problemas que tencionam resolver? Que descobertas pretendem fazer? Quando daqui a 20 ou a 50 ou a 100 anos um presidente vier aqui falar, que vai dizer que vocês fizeram pelo vosso país?
As vossas famílias, os vossos professores e eu estamos a fazer tudo o que podemos para assegurar que vocês têm a educação de que precisam para responder a estas perguntas. Estou a trabalhar duramente para equipar as vossas salas de aulas e pagar os vossos livros, o vosso equipamento e os computadores de que vocês precisam para estudar. E por isso espero que trabalhem a sério este ano, que se esforcem o mais possível em tudo o que fizerem. Espero grandes coisas de todos vocês. Não nos desapontem. Não desapontem as vossas famílias e o vosso país. Façam-nos sentir orgulho em vocês. Tenho a certeza que são capazes."
Este ajuizado discurso provocou ondas de choque inenarráveis e antevisões do demo. Meus deuses! Que mundo louco, este! Ora veja aqui e espante-se.
Nota -Thanks, Maria José, pelo discurso que nunca poderia ter sido escrito por MLR, que está publicado aqui e pelas ondas de choque.