Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
Já o disse neste blogue e volto a referi-lo - o dia 8 de Julho, dia em que se comemora a subida de Amarante a cidade, é, para mim, sinónimo de profunda tristeza pois este é o feriado que eu associo ao novo riquismo, que atacou particularmente os políticos desta terra que tudo fizeram para espatifarem uma vila única, no panorama português e no mundo, e que tudo fizeram para a substituir por uma terra meia perdida entre tantas cidades portuguesas, tantas de porcaria.
Este é o feriado que me traz à memória a herança de uma vila excepcional, a vila onde nasci e cresci, a Princesa do Tâmega, habitada até à medula, habitada principalmente na medula, cheia, viva, calorosa, digna no seu núcleo, único e original, colorido em tons fortes de ocres, azuis, verdes, amarelos torrados profundos, com o seu quê de vila burguesa toscana.
A Vila onde nasci e cresci era ímpar em termos de harmonia, em termos de beleza única e inconfundível, aninhada nas margens direita e esquerda do meu Tâmega que a rompia docemente e lhe traçava dois rumos - margem direita mais nobre, margem esquerda mais proletária.
Hoje ainda se salva o centro histórico, belíssimo, mas esventrado de vida. À sua volta cresceram as construções aberrantes de prédios assim e assado, em altura também, alguns deles completamente vazios, apanhados no turbilhão de uma crise que se aprofunda a cada dia que passa.
Amanhã comemora-se por aqui o feriado que eu mais detesto e que eu gostaria que nunca tivesse visto a luz do dia.
Por isso mesmo, amanhã estarei a trabalhar na escolinha e faço questão de o frisar neste blogue. Porque a bota tem de estar de acordo com a perdigota.
Ah! E já sei que não serei a única... companheiros, companheiras... lá estaremos pelas 9 da madrugada...
Nota - Se me mandassem trabalhar amanhã, eu não trabalharia.
2 comentários:
Uns trabalham, outros têm exames... Não escapo também!!! :(
Eheheh... estamos solidárias, sobrinha minha!
Votos de excelente exame, que tudo te corra pelo melhor!
Beijocas
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