"Ainda a propósito da Prova... A minha filha M. (como qualquer criança), de vez em quando, abre portas de compreensão imprevisíveis mesmo que, olhando-a de perto, se confirmem os seus verdíssimos 11 anos. Ontem, ao jantar, mais uma vez, a Prova tornou-se o assunto levado à mesa. Expliquei aos meus filhos que, por acordo entre alguns sindicatos e governo, eu já não iria fazer a prova por ter mais de 5 anos de serviço. Para os “testar”, perguntei: “ E agora, que não irei fazer a Prova, devo ir a Lisboa?”. “Claro, deves ir apoiar os teus colegas que não têm tanto tempo como tu!”, respondeu a M., enquanto comia descansadamente…E logo o meu orgulho de mãe materializou-se num beijo ruidoso, com algum arroz à mistura!
Sem mais, estava ali a minha resposta! O acordo recente entre Mec e alguns sindicatos soube-me a pouco. Estou dispensada graças aos longos anos de trabalho que trago comigo. Mas esta decisão mantém acesa a minha discórdia relativamente à d...ita PACC. O princípio da equidade entre colegas da mesma classe profissional continua desvirtuado. Se a reconhecia indigna para mim (entre outros argumentos, discordo da introdução abrupta de uma prova de avaliação que, no contexto em que o MEC a queria, é completamente inútil por não resultar em vantagem alguma para a Educação), continua sê-lo para todos os meus colegas que têm menos de 5 anos de trabalho.
Não me contento com uma fatia do bolo. Já estou servida, mas não me encontro satisfeita. Este acordo não reflecte o reconhecimento da indignidade da prova, antes o resultado das tensões a que o Crato foi sujeito (para os que não acreditam no exercício da cidadania, na salutar desobediência civil, eis um indício, pequeno mas firme, de que resta ao cidadão não abdicar do seu direito de expressão pública de desagrado, através de manifestações, cartas ao Provedor de Justiça, Petições, etc). Antes houvesse dignidade para admitir que esta prova (e as condições em que a queriam) pode servir muitos objectivos mas nunca o de dotar a Escola de melhores profissionais. Por isso, não posso estar satisfeita com esta meia medida. Só me resta ir à capital do reino, na 5ª feira! Pelos que não puderam, pela força das suas circunstâncias, completar 5 anos de serviço até ao momento, e que serão obrigados a fazê-la. Porque, em ambiente de tanta instabilidade, lá tento preservar alguma coerência entre o que penso e o que vivo."
SD
Sem mais, estava ali a minha resposta! O acordo recente entre Mec e alguns sindicatos soube-me a pouco. Estou dispensada graças aos longos anos de trabalho que trago comigo. Mas esta decisão mantém acesa a minha discórdia relativamente à d...ita PACC. O princípio da equidade entre colegas da mesma classe profissional continua desvirtuado. Se a reconhecia indigna para mim (entre outros argumentos, discordo da introdução abrupta de uma prova de avaliação que, no contexto em que o MEC a queria, é completamente inútil por não resultar em vantagem alguma para a Educação), continua sê-lo para todos os meus colegas que têm menos de 5 anos de trabalho.
Não me contento com uma fatia do bolo. Já estou servida, mas não me encontro satisfeita. Este acordo não reflecte o reconhecimento da indignidade da prova, antes o resultado das tensões a que o Crato foi sujeito (para os que não acreditam no exercício da cidadania, na salutar desobediência civil, eis um indício, pequeno mas firme, de que resta ao cidadão não abdicar do seu direito de expressão pública de desagrado, através de manifestações, cartas ao Provedor de Justiça, Petições, etc). Antes houvesse dignidade para admitir que esta prova (e as condições em que a queriam) pode servir muitos objectivos mas nunca o de dotar a Escola de melhores profissionais. Por isso, não posso estar satisfeita com esta meia medida. Só me resta ir à capital do reino, na 5ª feira! Pelos que não puderam, pela força das suas circunstâncias, completar 5 anos de serviço até ao momento, e que serão obrigados a fazê-la. Porque, em ambiente de tanta instabilidade, lá tento preservar alguma coerência entre o que penso e o que vivo."
SD
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