Imagem retirada da petição
O peso brutal que muitos dos alunos deste país transportam às costas volta a ser notícia hoje, no jornal Sol, pela mão de Ana Petronilho que nos dá conta do caminho já trilhado pela Petição contra o peso excessivo das mochilas escolares em Portugal e que conta já com mais de 32 mil assinaturas e será, por isso, obrigatoriamente discutida no Parlamento onde
A petição relembra-nos um estudo feito pela DECO/Proteste no ano de 2003 e os pedidos que daí decorreram endereçados ao Ministério da Educação, às escolas e às editoras para que este gravíssimo problema fosse ultrapassado com a ajuda de todas as partes.... mas todas as sugestões parece teren caído em saco roto porque o problema, ao invés de melhorar, agravou-se e muito, ultimamente pela alteração das aulas de 90 minutos para aulas de 50 ou 60 minutos em muitas escolas, alteração esta que faz com que os alunos somem mais disciplinas por dia e, consequentemente, somem mais peso nas mochilas por dia.
A petição relembra-nos ainda uma tese de mestrado realizada no âmbito do curso de Engenharia Humana da Universidade do Minho intitulada "Transporte de cargas em populações jovens: implicações posturais decorrentes da utilização de sacos escolares" que revela que quase dois terços dos alunos se queixavam de dores nas costas decorrentes do peso que carregavam. Relembra ainda campanhas e mais estudos que foram sendo realizados ao longo dos anos, todos a apontarem para os graves problemas de saúde que pesam sobre o presente e o futuro das nossas crianças, consequência do excessivo peso que carregam às costas.
Este problema arrasta-se, portanto, há anos e anos e nada de soluções que não sejam pontuais, marginais, excepcionais.
Já escrevi sobre este preocupante assunto neste mesmo blogue, em post publicado no dia 13 de Janeiro de 2016, depois de ter levado uma balança para a sala de aulas para, em Formação Cívica, pesar as mochilas dos meus alunos e constatar que algumas pesavam o escandaloso peso de 10 kg.
Ana Petronilho escreve :
"As mochilas dos alunos com quatro ou cinco quilos de peso e 12 manuais têm os dias contados. Os partidos com assento parlamentar vão apresentar na Assembleia da República recomendações e projetos-lei para evitar que os alunos do básico e secundário continuem a carregar todos os dias nas mochilas os manuais escolares, os livros de fichas, os cadernos, os estojos e o equipamento para as aulas de Educação Física.
O mote chegou com a petição pública contra "o peso excessivo das mochilas em Portugal" que, em menos de um mês, até ontem, à hora do fecho desta edição, tinha reunido mais de 22 mil assinaturas.
Está garantida assim a discussão obrigatória do assunto em plenário e a possibilidade de os peticionários apresentarem uma solução para o peso das mochilas. Será nessa altura que os partidos que dizem estar "preocupados" com o assunto vão avançar com soluções para o problema, sendo esta uma das queixas "mais recorrentes dos pais".
Seja como for, volto a escrever o que já escrevi em post anterior: Teremos de tentar arranjar uma forma de minorar este problema de saúde pública que terá, não tenhamos dúvidas, repercussões na saúde futura destes nossos miúdos e miúdas, alguns com aparência mais leve do que as próprias mochilas que carregam às costas com muita dificuldade. Nós, Instituições, famílias, Tutela, Editoras.
E volto a relembrar que os alunos não deveriam transportar/carregar mais do que 10% do seu peso.
Hoje também é notícia a crónica falta de obras nas escolas públicas e a igualmente crónica falta de funcionários não docentes.
Sol
Petição. Partidos vão fazer lei contra mochilas pesadas
ComRegras
Os alunos e o peso das mochilas
Petição
Petição contra o peso excessivo das mochilas escolares em Portugal
Sol
Ministro da Educação vai ao parlamento "com urgência" explicar falta de obras e de funcionários nas escolas
Nota - Post originalmente publicado no ComRegras
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