domingo, 20 de janeiro de 2019

A Aberração de Um Poder Local Deslumbrado e as Penúrias em que Vivem Alguns Equipamentos/Serviços Locais

Biblioteca Municipal Albano Sardoeira - Amarante
Fotografias de José Gonçalves
Biblioteca Municipal Albano Sardoeira - Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

A Aberração de Um Poder Local Deslumbrado e as Penúrias em que Vivem Alguns Equipamentos/Serviços Locais

Os anúncios de projectos/obras, aqui por Amarante, são tantos que a gente até fica atordoada! Muita obra projectada, muitos nomes sonantes a projectar/intervir (e a espatifar?) esta terra que é nossa, dinheiro gasto a rodos como se não houvesse amanhã e, entretanto, temos situações, em equipamentos/serviços municipais, em tanta penúria que até brada aos céus!

Este é o caso do Museu Amadeo de Souza-Cardoso que visitei na sexta-feira passada. Está na mais profunda penúria térmica. Eu, agasalhada com várias camisolas e com o casaco comprido mais quente que tenho e a que chamo cobertor... não o tirei dentro do museu durante todo o tempo que durou a visita guiada. Pelo museu, as funcionárias apertavam kispos e casacos compridos e ajustavam os cachecóis ao pescoço como se estivessem... sei lá, na Sibéria! E os miúdos conseguiram rapar mais frio do que dentro de qualquer sala de aula da nossa escolinha.
E fiquei eu a pensar... caramba, isto até faz mal à saúde da gente que aqui trabalha e, olhando à volta, estas oscilações térmicas somadas às oscilações da humidade do ar não prejudicarão, a médio prazo, o estado de conservação das obras de arte expostas, que são do município mas que também são de particulares que ali as têm em depósito?

Este é o caso da Biblioteca Municipal de Amarante, na mais completa carência térmica a que acrescenta água a entrar a rodos por todos os lados, bacias espalhadas pelo chão... e tectos já a cair provocados pelo estado de degradação de um prédio que custou balúrdios ao erário público para agora estar para ali votado ao mais completo abandono porque, já me disseram, não há dinheiro para o recuperar.

E para a feira de vaidades, há dinheiro?

Entretanto, o desrespeito pelo nosso património continua. Até quando?

Nota - O assunto da biblioteca municipal já foi anteriormente tratado em post intitulado "Degredo - Biblioteca Municipal Albano Sardoeira" 

2 comentários:

Anónimo disse...

Mais uma vez vem corroborar o populismo que caracteriza este executivo. As massas não frequentam a biblioteca, logo não interessa. O que interessa é festas e dizer-se que este presidente vai buscar os nomes mais emblemáticos da arquitectura portuguesa, nem que para isso tenha que gastar milhões. O povo que não acorde, que em breve esta câmara fica endividada até ao pescoço e lá vem a Ana Leal descobrir o podre do herário público.

Anabela Magalhães disse...

Sim, corroboro! E pelo andar da carruagem é bem provável que não demore...

 
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