sexta-feira, 23 de junho de 2023

Contra a Intimidação e o Medo, Lutar, Lutar!


Contra a Intimidação e o Medo, Lutar, Lutar!

Os professores têm razões concretas para terem medo de abrir a boca para contestar seja o que for ou para prestar o seu apoio a quem luta com unhas e dentes por uma Escola Pública mais asseada e onde o ar seja mais respirável?

Pois têm. 

E isso comprovou-se muito bem, hoje, à porta da minha escola, onde não contei com o apoio seja de quem for que tenha pertencido ou que pertença ao agrupamento ao qual pertenço. Mas vieram professores de Guimarães, do Marco de Canaveses, de Alpendurada, de Coimbra... da Escola Secundária de Amarante e do Agrupamento de Escolas de Amadeo de Souza Cardoso.

Se fiquei admirada? Não, não fiquei. Apenas fiquei extremamente preocupada com uma escola que se vai fazendo a cada dia que passa mais não democrática e que devia cobrir de vergonha toda uma direcção, toda uma tutela, todo um governo e todo um país. que chafurda, não no pântano de Guterres, mas num verdadeiro pantanal.

E o que podemos e devemos temer?

Muito. A saber, e já para o próximo ano:

- receber um horário super estapafúrdio de esburacado que se já faz diferença a quem é de perto, imaginem a quem é de longe;

- receber muiiiitos níveis para leccionar que requerem muitas aulas para preparar e imaginem o efeito disto a quem tem de percorrer 100 ou 150 km ao dia;

- se dois professores formarem um casal, imaginem receber dois disto mas em horários super diferenciados; 

- ser enviado para longe, neste caso para a escola do Marão, para completar horário, ou. ainda mais grave, ver o seu lugar extinto (sei do que estou a falar - já me aconteceu)

- ser avaliado de forma a ficar encalhado no 4.º ou no 6.º escalão;

- ver diminuir a carga horária à disciplina que lecciona;

- ficar com as turmas mais complicadas de uma escola;

- ser alvo de processos disciplinares;

- serem-lhe marcadas faltas que não deu;

- ser alvo de faltas injustificadas que previamente justificou (sei do que estou a falar - já me aconteceu;

...

Cinco professores sindicalistas vítimas de processos disciplinares

O Stop denunciou o caso da professora Anabela Magalhães, de 61 anos, delegada sindical, com um processo disciplinar. E indica que os professores estão a sofrer "represálias" das escolas. (...)

André Pestana, outro dirigente do Stop que esteve na manhã desta quinta-feira em Amarante, avisou os “diretores das escolas que fazem assédio” que, “se se metem com um professor, metem-se com todos”.

(...) A professora Anabela Magalhães, a quem foi instaurado o processo disciplinar, disse aos jornalistas desconhecer o que motivou aquele procedimento.  

Informou, ainda, que neste ano letivo já viu os seus horários mudados quatro vezes, sem saber o motivo, sentindo-se prejudicada por isso. (...)

Leia aqui a notícia saída ontem no Observador.

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